FM - Faculdade Mental

PENSE! - 16/12/2010

PENSANDO EM EDUCAÃ‡ÃƒO

CENTRO COPÃ‰RNICO DE CIÃŠNCIAS

English:
http://www.nytimes.com/2010/12/03/world/europe/03warsaw.html?pagewanted=1&_r=1
PolÃ´nia quer reverter atraso na matemÃ¡tica. Literatura uniu poloneses quando naÃ§Ã£o nÃ£o existia.
O recÃ©m-inaugurado Centro CopÃ©rnico de CiÃªncias foi concebido nÃ£o sÃ³ como um local para estimular mentes jovens para as ciÃªncias e as descobertas mas tambÃ©m para ajudar a PolÃ´nia a finalmente superar um dos legados das guerras e ocupaÃ§Ãµes -o declÃnio da educaÃ§Ã£o matemÃ¡tica e cientÃfica.
"Vejo isso como uma vanguarda numa revoluÃ§Ã£o educacional", disse o fÃsico Lukasz Turski, da Academia Polonesa de CiÃªncias, que se empenhou em convencer o governo a construir a nova instituiÃ§Ã£o, inaugurada em novembro.
A ideia Ã© combater a noÃ§Ã£o de que as ciÃªncias exatas sÃ£o inferiores Ã s artes e humanidades, algo que hoje atravanca o progresso da PolÃ´nia. Numa naÃ§Ã£o que lutou para continuar sendo uma naÃ§Ã£o mesmo quando ela nÃ£o existia, apagada do mapa por mais de um sÃ©culo, as artes acabaram servindo como um fio que uniu vÃ¡rias geraÃ§Ãµes de poloneses.
"A Ãºnica forma de criar uma identidade nacional era pela literatura", afirmou Janusz Reiter, ex-embaixador na Alemanha e nos EUA. Por isso, as humanidades eram importantes para a sobrevivÃªncia da PolÃ´nia, enquanto a matemÃ¡tica e as ciÃªncias minguavam.
"A razÃ£o pela qual tivemos uma fraca tradiÃ§Ã£o matemÃ¡tica Ã© bastante clara", escreveu Wieslaw Zelazko, professor da disciplina na Academia Polonesa de CiÃªncias.
"No sÃ©culo 19, um perÃodo de grande desenvolvimento da matemÃ¡tica na Europa Ocidental, a PolÃ´nia nÃ£o era um paÃs independente."
A PolÃ´nia, prosseguiu Zelazko, teve, sim, um perÃodo de excelÃªncia na matemÃ¡tica, apÃ³s a Primeira Guerra Mundial. Mas isso foi interrompido pela ocupaÃ§Ã£o nazista, que silenciou, exilou ou matou os intelectuais da PolÃ´nia. Mais tarde, apÃ³s 40 anos de dominaÃ§Ã£o soviÃ©tica, a PolÃ´nia reformulou seu sistema educacional, mas nÃ£o conseguiu alterar as atitudes em relaÃ§Ã£o Ã matemÃ¡tica.
Em 2001, o MinistÃ©rio da EducaÃ§Ã£o decidiu que a matemÃ¡tica nÃ£o seria obrigatÃ³ria para a conclusÃ£o do ensino mÃ©dio, segundo Turski.
Por isso, muita gente simplesmente pulava essa disciplina, um legado que hoje causa dificuldades ao incipiente setor de alta tecnologia do paÃs.
O jornal "Dziennik Gazeta Prawna", recentemente, noticiou que hÃ¡ nessa Ã¡rea dez oportunidades de emprego para cada candidato.
Economistas dizem que a PolÃ´nia estÃ¡ bem atrÃ¡s de outras naÃ§Ãµes com recursos comparÃ¡veis em termos de solicitaÃ§Ãµes de patentes, e que, em 2012, o paÃs provavelmente perderÃ¡ verbas da UniÃ£o Europeia para pesquisa e desenvolvimento.
"NÃ£o estou qualificado para ser considerado a 'intelligentsia' neste paÃs", disse Turski. "Ã‰ mais importante sentar e discutir PlatÃ£o do que saber como o chip de computador funciona."
A decisÃ£o de tornar optativo o estudo da matemÃ¡tica foi finalmente revogada em maio, segundo Turski, o que Ã© parte de um longo e demorado processo para tentar convencer os poloneses quanto Ã importÃ¢ncia de adquirir conhecimento para o mundo moderno, superando valores que evoluÃram em Ã©pocas muito diferentes da atual.
O fÃsico espera que o Centro CopÃ©rnico sirva para inspirar as pessoas, fazendo com que elas abracem as disciplinas ligadas Ã s ciÃªncias exatas.
O local estÃ¡ sempre cheio, com famÃlias nos fins de semana e escolares nos dias Ãºteis. Ilona Rusin via seu filho, Sebastian, 10, jogar bolinhas de gude em um longo labirinto. "NÃ£o", disse ela, "quando estudei, nÃ£o fiz matemÃ¡tica".
O menino olhou para cima e contou, com um sorriso tÃmido, que adora computadores. "Tudo no mundo tem algo a ver com a matemÃ¡tica", disse.
Por Michael Slackman - Folha de S.Paulo â€“ 13/12/10.
Material original do New York Times:
http://www.nytimes.com/2010/12/03/world/europe/03warsaw.html?pagewanted=1&_r=1

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