O SHOW DOS "REIS" DA LOGĂSTICA
LOGĂSTICA RECICLADA (CLEAN THE WORLD)
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Sabonete salva-vidas...
Para onde vĂŁo todos aqueles pedaços de sabonete e restos de xampu depois que os hĂłspedes deixam seus quartos em hotĂ©is? Antes acabavam todos no lixo, mas agora milhĂ”es de pedaços de sabĂŁo e litros de xampu estĂŁo sendo enviados Ă âClean the Worldâ, uma organização sem fins lucrativos que recicla e redistribui os produtos por todo o mundo. Os sabonetes usados sĂŁo derretidos, esterilizados e, depois, recondicionados em novos formatos. Mais de 1.600 hotĂ©is na AmĂ©rica do Norte participam do programa, que inclui a distribuição dos novos sabonetes para comunidades carentes.
Catherine Zuckerman â Fonte: National Geographic â Edição Especial â Janeiro 2013.
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A FALTA DE MĂO DE OBRA QUE ASSUTA O PAĂS
Se antes a riqueza do paĂs era produzida com mĂ©todos simples, hoje toda a produção Ă© mais complexa. A exploração do prĂ©-sal ilustra bem essa complexidade, que vai da fĂsica em ĂĄguas profundas Ă economia da distribuição dos royalties. Nesse cenĂĄrio, o mercado se assusta com a falta mĂŁo de obra!
Essa constatação tem sido tão recorrente que adquiriu um caråter meio paralisante. Parece que sempre vai faltar profissional para qualquer coisa que se queira fazer. Se a falta é preocupante, mais assustadora ainda é a hipótese de que o suprimento dessa mão de obra só pode ser feito pela educação tradicional, um processo demorado e sem garantia de resultados.
Outro agravante do mesmo cenĂĄrio Ă© explicado pela diferença entre o que as empresas querem e o que o mercado oferece. A necessidade Ă© de gente com conhecimentos de ciĂȘncias mais "duras", como matemĂĄtica, fĂsica, quĂmica e biologia, por exemplo, e a oferta que predomina no mercado Ă© de graduados em ĂĄreas menos "duras", como economia, administração, direito e ciĂȘncias sociais.
Apesar de tudo, essa escassez pode ter uma solução possĂvel, quase milagrosa! Vamos começar notando que a carĂȘncia predominante nĂŁo Ă© de doutores e profissionais altamente especializados. Recursos humanos com credencial acadĂȘmica elevada podem ser atĂ© pontualmente Ășteis, mas a maior demanda Ă© de um profissional que saiba ouvir, entender e se comunicar em linguagem tĂ©cnica, seja ele engenheiro, advogado, economista ou, atĂ©, padre!
A aquisição desse tipo de aptidĂŁo pode ser feita atravĂ©s do treinamento em uma matĂ©ria escolar incomum no Brasil, chamada "Technical Writing". Acredito que a tradução para o portuguĂȘs Ă© tĂŁo literal quanto imperfeita: Redação TĂ©cnica. "Technical Writing" Ă© uma disciplina que, em certos paĂses desenvolvidos, começa a ser ensinada muito cedo, jĂĄ no segundo grau.
A matéria não ensina apenas a escrever coisas técnicas. Ela ensina expressão técnica, oral e escrita. Quem adquire esta capacidade de expressão, de fato, aprende o que observar no mundo ao seu redor e, principalmente, como este mundo deve ser observado.
Isso Ă© coisa sĂ©ria. TĂŁo sĂ©ria que se vocĂȘ fizer uma busca com as palavras "Technical Writing" em qualquer internet da vida, vai levar um susto com o resultado! HĂĄ sites, blogs, cursos, empresas e livros, tudo dedicado ao assunto.
Ao aprender a observar alguma coisa e a descrevĂȘ-la para que seja razoavelmente compreendida por outra pessoa, o estudante adquire a habilidade verbal e escrita de comunicar o que viu e entendeu. Do feijĂŁozinho brotando ao teorema de PitĂĄgoras, passando pela diferença entre sunitas e xiitas.
Agora, se alguĂ©m imaginou que Redação TĂ©cnica, a qual Ă© melhor chamar de ExpressĂŁo TĂ©cnica Oral e Escrita, serve para escrever manuais pouco Ășteis como estes que tentam ensinar o uso do novo modelo de celular, bom saber que nĂŁo Ă© nada disso. A disciplina tem requerimentos prĂłprios. De precisĂŁo, de sĂntese, de clareza e de sintaxe.
O que os meios de produção precisam com urgĂȘncia no Brasil Ă© de um monte de gente mais operacional que, mesmo graduada em ĂĄreas de ciĂȘncias menos duras, possa se submeter a um treinamento de ExpressĂŁo TĂ©cnica Oral e Escrita (com letras maiĂșsculas, como convĂ©m ao nome de um curso). E a duração serĂĄ proporcional Ă profundidade do conhecimento tĂ©cnico necessĂĄrio.
Com algum esforço, para a criação råpida de docentes dessa nova matéria, ela pode ser oferecida por instituiçÔes de ensino jå existentes, como universidades, escolas técnicas e o sistema S, os operadores do "quase milagre" necessårio.
FĂĄbio Gandour, 60, formado em medicina e ciĂȘncias da computação, Ă© cientista-chefe da IBM Brasil â Fonte: Folha de S.Paulo â 18/01/13.
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