O SHOW DOS "REIS" DA LOGĂSTICA CXIII
LOGISTICA AQUAVOADORA (INVENĂĂO - BARCO VOADOR)
English:
http://www.trendhunter.com/trends/getting-high-on-water
http://www.stuff.co.nz/nelson-mail/26223
Um mecĂąnico da Nova ZelĂąndia criou um veĂculo capaz de voar e andar sobre a terra e a ĂĄgua. O inventor Rudy Heeman levou 11 anos para concluir o veĂculo, usando motores de carro, fibra de vidro e atĂ© partes de uma churrasqueira.
Interessa - Fonte: O Tempo â 02/03/10.
Mais detalhes:
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MĂDICOS SEM FRONTEIRAS
Trabalhar com MĂ©dicos Sem Fronteiras Ă© uma decisĂŁo marcante, profissional e pessoalmente. A equipe de MSF no exterior presta assistĂȘncia mĂ©dica a populaçÔes que vivem em situação de crise: em conflitos armados, epidemias, pandemias, catĂĄstrofes naturais ou ainda aos excluĂdos do sistema de saĂșde.
A cada ano, mais de 3 mil pessoas, de cerca de 40 nacionalidades e de diferentes profissÔes, partem para trabalhar nos projetos da organização.
MSF busca profissionais qualificados, experientes, motivados e flexĂveis, capazes de se adaptar a outros contextos e culturas e viver em condiçÔes Ă s vezes difĂceis.
Faça o quiz para saber se vocĂȘ tem o perfil adequado: http://www.msf.org.br/Quiz.aspx.
No Brasil
Ao contrĂĄrio do que se imagina, as pessoas que atuam com MĂ©dicos Sem Fronteiras nĂŁo sĂŁo voluntĂĄrias. Na verdade, os profissionais que trabalham com MSF sĂŁo contratados da organização. Para trabalhar conosco, eles passam por um processo de seleção normal, tĂȘm carteira assinada e todos os direitos trabalhistas. Isso Ă© necessĂĄrio porque atuamos em contextos difĂceis e quanto maior a dedicação e a estabilidade de nossos profissionais, maior Ă© o compromisso com o trabalho e melhor Ă© o desenvolvimento dos projetos.
Veja se hĂĄ vagas abertas e candidate-se: http://www.msf.org.br/Conteudo.aspx?c=41.
VIAGEM DO CONHECIMENTO
Desafio National Geographic 2010 - Participe da terceira edição da maior olimpĂada de Geografia aberta a escolas pĂșblicas e particulares de todo Brasil.
Fonte: National Geographic - Edição 120.
Todos os detalhes:
http://www.viagemdoconhecimento.com.br/
ORAĂĂO DA LOGISTICA!!!
Sistema de logĂstica que estais nas empresas
Carregado seja o Vosso Programa
Venha a nĂłs os vossos transportes
Seja gerada a lista de carregamento
Assim no sistema como na operação
As entregas de cada dia nos dai hoje
Perdoai as nossas devoluçÔes
Assim como nĂłs perdoamos quando hĂĄ diferenças e divergĂȘncias
NĂŁo nos deixeis cair em Auditoria
E livrai-nos da Fiscalização...
(Colaboração: Cleide - SP)
10 INOVAĂĂES QUE MUDARĂO OS NEGĂCIOS
"Financial Times" mapeia tendĂȘncias de consumo e de gestĂŁo diante de um cenĂĄrio que concilia o pĂłs-crise a novas tecnologias.
A crise econĂŽmica que se alastrou pelo mundo no fim de 2008 e causou transtornos sĂł superados, nos Ășltimos cem anos, pelo crash de 1929 pĂŽs em xeque dogmas de gestĂŁo. A obsessĂŁo pelo lucro, simbolizada por empresas como o Lehman Brothers, o uso insustentĂĄvel de recursos naturais, materiais e humanos e mesmo a noção de que Ă© preciso esconder os fracassos de uma companhia mostraram-se tĂ©cnicas ineficientes, quando nĂŁo prejudiciais, de administração.
Paralelamente, novos comportamentos, associados a tecnologias inovadoras nas åreas financeira, energética e computacional, sinalizam transformaçÔes profundas na maneira de fazer negócios em todo o planeta.
Esses fenĂŽmenos, alguns dos quais jĂĄ perceptĂveis, foram mapeados por colunistas e repĂłrteres do diĂĄrio britĂąnico "Financial Times", que nestas pĂĄginas apresentam tendĂȘncias que devem se disseminar atĂ© o final da prĂłxima dĂ©cada.
1 - Computação em céu aberto
PortĂĄteis serĂŁo como supercomputadores
DO "FINANCIAL TIMES"
O assunto quente do setor de tecnologia, nos Ășltimos anos, vem sendo a ascensĂŁo da "computação em nuvem". Mas o que exatamente Ă© esse novo desdobramento, e de que maneira influenciarĂĄ as nossas vidas? SĂŁo necessĂĄrias duas coisas para compreender a plataforma. A primeira se relaciona ao poder de processamento e de armazenagem de dados, que vem se transferindo de mĂĄquinas individuais para grandes centrais remotas de processamento de dados.
Isso permite que nĂșmeros sejam processados em escala industrial e que o poderio de um supercomputador seja aplicado a tarefas cotidianas: analisar os padrĂ”es de trĂĄfego de uma cidade, por exemplo, e prever onde surgirĂŁo congestionamentos.
A segunda parte se relaciona aos bilhĂ”es de aparelhos pessoais inteligentes -por exemplo, netbooks e celulares inteligentes- capazes de se conectar a esse recurso centralizado de computação via internet. Isso significa que indivĂduos (e nĂŁo apenas empresas ou governos) poderĂŁo tirar vantagem dessas "nuvens" de informaçÔes.
Assim, para onde isso nos conduz? Duas previsÔes gerais surgem rapidamente. Uma é a de que oferecer tanto poder de processamento e armazenagem a baixo custo resultarå em novos avanços.
A ciĂȘncia, por exemplo, poderia ser revolucionada, jĂĄ que os pesquisadores ganhariam acesso a montanhas inimaginĂĄveis de dados e desenvolveriam maneiras de produzir referĂȘncias cruzadas entre as diferentes disciplinas.
A segunda previsĂŁo Ă© a de que os aparelhos pessoais de computação se tornarĂŁo superinteligentes, Ă medida que puderem aproveitar a inteligĂȘncia da "nuvem". O Google jĂĄ estĂĄ falando sobre adicionar tradução de voz instantĂąnea aos recursos de seus celulares. As grandes mudanças que esses avanços da computação representarĂŁo podem nĂŁo estar concluĂdas ao final da prĂłxima dĂ©cada, mas estarĂŁo a caminho.
RICHARD WATERS, chefe da sucursal de San Francisco
2 - Trabalhar por mais tempo
Aposentadoria dĂĄ lugar Ă gestĂŁo de empresas
DO "FINANCIAL TIMES"
A prĂłxima dĂ©cada verĂĄ pessoas mais velhas trabalhando por mais tempo. NĂŁo surpreende: alĂ©m da elevação da idade mĂnima de aposentadoria pelos governos do Reino Unido e da GrĂ©cia, as baixas taxas de juros e a morte das aposentadorias de valor fixo significam que muita gente nĂŁo terĂĄ dinheiro bastante, aos 65 anos, para desfrutar de lazer nos anos de ocaso. Essas pessoas terĂŁo de trabalhar para bancar suas contas.
O que considero interessante -e pode mudar o mundo dos negĂłcios- Ă© o fato de que elas talvez prefiram trabalhar por conta prĂłpria. Um recente estudo conduzido pela seguradora Standard Life sugeriu que um em cada seis britĂąnicos dos 46 aos 65 anos planeja abrir um negĂłcio novo, em lugar de se aposentar.
Isso representa sete vezes mais potenciais empresårios do que na geração precedente -e pode significar o surgimento de milhÔes de novas empresas no Reino Unido.
A experiĂȘncia, os contatos e a sabedoria dessas pessoas serĂŁo suas armas secretas. Mas Ă© igualmente provĂĄvel que elas tenham mais tempo e dinheiro a gastar do que a atual geração de empresĂĄrios. Hoje, a idade tĂpica em que uma pessoa abre sua empresa fica entre os 30 e os 45 anos. Um aspecto inconveniente desse fato Ă© que, nessa idade, as pessoas tambĂ©m costumam ter filhos pequenos e hipotecas a pagar.
Os empresårios mais velhos, enquanto isso, estarão em muitos casos próximos de liquidar essas responsabilidades, bem como åvidos por encontrar maneiras de se manter em contato com pessoas de todas as geraçÔes, como clientes, parceiros, fornecedores ou funcionårios. Prevejo que muitas companhias importantes serão criadas nos próximos anos. A geração de mais de 50 anos bem pode se tornar a maior responsåvel por acelerar a recuperação. LUKE JOHNSON escreve uma coluna sobre empresårios e dirige a Risk Capital Partners, uma empresa de capital privado
3 - A geração X chega ao topo
Após crise, geração X ganha espaço
DO "FINANCIAL TIMES"
No final dos anos 90, as regras usuais de senioridade no trabalho nĂŁo pareciam se aplicar aos trabalhadores na casa dos 20 e começo dos 30 anos. O boom da internet transferiu poder a esses jovens -a geração X- e permitiu que seus lĂderes enriquecessem. Mas o estouro da bolha da internet expĂŽs a ilusĂŁo e forçou os jovens a aceitar papĂ©is subalternos. O fim do castigo, porĂ©m, parece estar prĂłximo. Hoje, com 30 ou 40 anos, muitos dos membros da geração X devem chegar ao apogeu de seu poderio profissional atĂ© 2020 -e sua falta de ideologia pode ser vantajosa diante dos desafios modernos.
Mas hå um novo grupo que jå tenta conquistar espaço. Confortåveis no uso de tecnologias digitais, os membros da geração Y não gostam de hierarquias. A crise prejudicou sua ascensão, mas a recuperação pode complicar a retomada da geração X.
ADAM JONES, repĂłrter especial de empresas
4 - Energia mais inteligente
Novas tecnologias racionalizam a geração e o uso da eletricidade
DO "FINANCIAL TIMES"
Jå estamos vendo algumas das maneiras pelas quais as fontes de energia mudarão nos próximos dez anos. Leitores inteligentes de eletricidade nos EUA, por exemplo, oferecem aos consumidores e às empresas de energia informaçÔes detalhadas sobre o seu uso e não só contam com o apoio do presidente Barack Obama como devem substituir os medidores "burros" convencionais.
Isso significa que uma pessoa em breve poderå saber quanta energia estå sendo usada em sua casa e quanto dinheiro estå sendo gasto, por meio de uma divisão aparelho a aparelho -o que permitirå que a iluminação e o aquecimento sejam ajustados para reduzir custos.
Eletrodomésticos inteligentes, enquanto isso, vão se comunicar com a rede elétrica. Assim, uma secadora de roupas pode se desligar nos horårios de pico (e tarifa mais elevada) e ligar de novo quando o preço da eletricidade for mais baixo. As empresas de energia mesmo poderiam interferir ao reduzir um pouco o ar-condicionado no auge da demanda.
TambĂ©m estamos vendo as vantagens dos diodos emissores de luz (LEDs) como substitutos das velhas lĂąmpadas incandescentes (e novas fluorescentes, que economizam mais energia). Enquanto as lĂąmpadas incandescentes geram calor para produzir luz, os LEDs a criam com movimentos de elĂ©trons em chips de silĂcio. A luz Ă© mais natural, pode mudar de cor, pode ser mais precisa e pode ser atenuada ou intensificada sem dificuldade.
A prĂłxima dĂ©cada verĂĄ as cidades substituĂrem sua iluminação pĂșblica por LEDs, que duram anos a mais e podem reduzir sua intensidade de forma inteligente quando nĂŁo houver trĂĄfego, minimizando o uso de energia e a poluição luminosa.
Jå que 20% da demanda mundial de eletricidade se relaciona à iluminação, a capacidade dos LEDs para reduzir em 75% o uso de energia pode ter efeito dramåtico sobre as emissÔes de dióxido de carbono.
As fontes de energia também podem mudar, especialmente no que tange a aparelhos de pequeno porte. Energia gratuita pode ser capturada de fontes como o calor do corpo ou ondas de rådio de torres de telefonia móvel e Wi-Fi. Girar o controlador para ler um e-mail em um BlackBerry gerarå energia suficiente para aumentar a duração da bateria.
CHRIS NUTTALL, correspondente de tecnologia
5 - A informação tem valor
Dogma do conteĂșdo gratuito perde força
DO "FINANCIAL TIMES"
Se existe uma ortodoxia dos Ășltimos dez anos que o setor de mĂdia tem todos os motivos para amaldiçoar Ă© aquela que surgiu em 1984, quando Stewart Brand declarou, em palestra na Hackers" Conference, que "a informação deseja ser livre".
As pessoas ainda discordam sobre o que ele quis dizer, mas a frase oferece uma capa de respeitabilidade intelectual a diversas coisas, da pirataria de mĂșsica Ă ideia de que nĂŁo pagar pelo acesso a notĂcias Ă© traço imutĂĄvel da cultura da web.
Quando as pessoas ainda falavam em "via expressa da informação", desdenhavam a ideia de que a estrada proposta precisasse de pedågios. A publicidade on-line supostamente cobriria os custos incorridos pelos donos da informação.
Mas o conteĂșdo grĂĄtis para todos erodiu os modelos de negĂłcios das companhias de mĂdia e acarreta o risco de sobrecarga das redes de informação. Agora, os proprietĂĄrios de conteĂșdo, de editoras de revistas a emissoras de TV imaginam por que teriam depositado toda a sua confiança em uma sĂł fonte de receita, a publicidade.
Ă hora de relermos a citação completa de Brand: "Por um lado, a informação deseja ser dispendiosa, porque Ă© muito valiosa. Por outro lado, ela deseja ser livre [ou gratuita], porque o custo de obtĂȘ-la nĂŁo para de cair. Por isso, temos essas duas tendĂȘncias em permanente combate".
Na primeira dĂ©cada digital do novo sĂ©culo, esse combate muitas vezes nĂŁo aconteceu, mas agora o lema de que "a informação quer ser dispendiosa" vem ganhando força. As editoras pressionaram a Amazon.com a elevar os preços dos livros eletrĂŽnicos. A "economia dos aplicativos" criada pela Apple estĂĄ permitindo que atĂ© mesmo sites gratuitos cobrem pelo acesso via iPods e iPads, e o "New York Times" estĂĄ seguindo o exemplo de publicaçÔes especializadas como o "Financial Times" e o "Wall Street Journal" de cobrar pelo acesso on-line Ă s suas notĂcias.
Para os consumidores que desfrutavam de todo esse conteĂșdo gratuitamente, isso parece ameaçador. Por outro lado, acabamos de passar uma dĂ©cada nos fartando de conteĂșdo excessivo e de muito baixo valor nutritivo. Talvez o conteĂșdo pago se prove mais denso. Quanto Ă mĂĄxima de Brand, Ă© melhor que tentemos uma nova, na prĂłxima dĂ©cada: o conteĂșdo quer ser valioso.
ANDREW EDGECLIFFE-JOHNSON, editor de mĂdia nos Estados Unidos
6 - Ganhando com o fracasso
Tentativa e erro viram técnica de negócios
DO "FINANCIAL TIMES"
O fracasso sempre foi parte fundamental da economia de mercado. Se os mercados funcionam, fazem-no porque novas ideias são constantemente tentadas. A maioria fracassa. As que encontram o sucesso podem causar o fracasso de ideias mais antigas. Nos Estados Unidos, cerca de 10% das empresas existentes desaparecem a cada ano. Trata-se de percepção desconfortåvel -mas tentativa e erro podem enfim estar assumindo o papel que merecem como técnica de negócios, em lugar de serem vistos como um segredinho sujo do capitalismo.
Existem alguns sinais positivos. Stefan Thomke, da escola de administração de empresas da Universidade Harvard, argumenta que os avanços na computação tornaram possĂvel conduzir experiĂȘncias com novos produtos sem maiores dificuldades, com a tentativa de muitas ideias e a expectativa de grande nĂșmero de fracassos. Agora Ă© fĂĄcil, por exemplo, experimentar mudanças no layout de um site, mostrando diferentes versĂ”es a diferentes usuĂĄrios e acompanhando as reaçÔes em tempo real. O Google, enquanto isso, costuma lançar seus produtos novos com o rĂłtulo "beta", ou experimental. E superastros do mundo acadĂȘmico, tais como Stephen Levitt, o coautor de "Freakonomics", vĂȘm fazendo palestras a executivos sobre o papel da experimentação no mundo dos negĂłcios.
Também estamos começando a aprender mais sobre a psicologia de aprender com os erros. Richard Thaler, o economista comportamental que criou a Nudge, cunhou a frase "edição hedonista" para descrever nosso håbito de combinar pequenas derrotas a grandes vitórias, a fim de mascarar as dores das derrotas. Esconder os fracassos é humano, mas também significa não aprender com eles. Thaler e seus colegas chegaram a estudar o comportamento dos participantes em game shows televisivos. Ele constatou que as pessoas que faziam escolhas desafortunadas começavam a aceitar riscos insensatos, o que muitas vezes resultava em agravar perdas.
A crise nos conscientizou de que um sistema incapaz de tolerar certa dose de fracasso é muito perigoso. A ideia de que uma instituição fosse "grande demais para falir" costumava parecer reconfortante. Não é mais esse o caso.
TIM HARFORD, colunista e autor do livro "Undercover Economist"
7 - A cobiça não é tão boa
ObsessĂŁo pelo lucro pode quebrar empresas
DO "FINANCIAL TIMES"
Nos anos 80, o economista Al Rapaport capturou o espĂrito da era ao desenvolver um novo objetivo para as empresas: a maximização de valor para os acionistas. A medida das realizaçÔes de um executivo seria o retorno total conquistado pelos acionistas em seu mandato.
Bill Allen, o lendĂĄrio lĂder da Boeing entre 1945 e 1968, descreveu o espĂrito de sua companhia assim: "Beber, respirar e dormir o mundo da aeronĂĄutica". Por volta de 1998, o novo presidente da companhia, Phil Condit, dizia: "Vamos avançar para um ambiente cuja base Ă© o valor e no qual o custo unitĂĄrio, o retorno sobre o investimento e os retornos dos acionistas serĂŁo as medidas sob as quais seremos avaliados".
Isso aconteceu em mĂșltiplos setores. Quando John Reed e Sandy Weill, que eram copresidentes do Citigroup no final dos anos 90, descreveram os propĂłsitos do conglomerado recĂ©m-criado, Reed, banqueiro tradicionalista, declarou que "o modelo que tenho em mente Ă© o de uma companhia global de serviços ao consumidor, que ajude a classe mĂ©dia com algo em que nĂŁo foi bem servida". Weill, mais sintonizado no espĂrito do tempo, interrompeu: "Meu objetivo Ă© aumentar o valor para os acionistas". Tudo isso terminaria mal.
Sob Allen, a Boeing conquistou a liderança do setor aeronåutico; sob Condit, a empresa não só perdeu sua liderança como se envolveu em escùndalos.
Weill forçou a saĂda de Reed, mas se envolveu em problemas de reputação que abalaram a empresa. Em 2008, quase todo o valor do Citigroup para os acionistas foi destruĂdo.
A Enron, paradigma do novo modelo, quebrou de forma espetacular em 2001. Em 2008, o colapso do Lehman Brothers, banco cujo foco obsessivo era o lucro, quase derrubou o sistema financeiro mundial. Essas duas quebras abriram e encerrarão a década com uma lição: concentração obsessiva nos lucros faz com que uma empresa corra o risco de perder a oportunidade de lucrar.
JOHN KAY, colunista
8 - Livrai-nos das contas
Internet agora muda a forma de lojas fĂsicas
DO "FINANCIAL TIMES"
Da mesma forma que a chegada das prateleiras que permitiam self-service mudou a disposição fĂsica das lojas nos cem Ășltimos anos, as compras on-line o farĂŁo no novo sĂ©culo. JĂĄ vimos o comĂ©rcio via internet se tornar concorrente sĂ©rio das lojas fĂsicas. Agora ele farĂĄ com que mudem de forma. No Walmart, por exemplo, mais de 40% dos pedidos pelo site da cadeia de varejo nos EUA sĂŁo enviados a uma loja local da rede para retirada, porque os clientes preferem evitar os custos e a incerteza de horĂĄrios das entregas domiciliares.
A empresa, como resposta, estå testando opçÔes "drive-through" de retirada e alterando suas unidades de forma a instalar balcÔes de retirada. No Reino Unido, a rede de supermercados Tesco adotou arranjo semelhante (mas por enquanto sem "drive-through").
Em uma loja piloto perto de Chicago, chamada MyGofer, a Sears Holdings foi além, e 80% do espaço serve como armazém de estoque, com um quinto da årea reservada a clientes que retiram compras ou usam terminais de computador para pedir o que desejam da loja.
Eis outra variante: o Kmart também estå tentando persuadir outras redes de varejo a usar suas lojas como ponto central para retirada de pedidos feitos on-line. Alguns analistas do setor de varejo especulam que até mesmo a Amazon, que só opera on-line, poderia um dia estabelecer pontos de retirada.
A web tambĂ©m mudarĂĄ os produtos presentes nas prateleiras. Um cliente que vĂĄ a uma loja com seu celular inteligente pode obter preços comparativos de lojas rivais -a menos que o produto em questĂŁo sĂł esteja Ă venda naquela loja especĂfica.
Assim, haverĂĄ mais pressĂŁo da parte do varejo por acordos seletivos com marcas lĂderes -ou pelo desenvolvimento de mais produtos com marca prĂłpria, em todas as categorias.
JONATHAN BIRCHAIL, correspondente de varejo nos Estados Unidos
9 - Fazer mais com menos
ConcorrĂȘncia força ganho de eficiĂȘncia
DO "FINANCIAL TIMES"
O triunfo inevitĂĄvel dos Brics (Brasil, RĂșssia, Ăndia e China) se tornou quase um lugar-comum no mundo empresarial. Mesmo que alguns ovos exĂłticos estejam sendo contados antes que sejam chocados, a ameaça que representam estĂĄ mudando o modo como as empresas pensam.
Com a concorrĂȘncia, as empresas hoje dominantes terĂŁo de ser mais eficientes. Ă por isso que, ao longo dos prĂłximos anos, serĂĄ comum ouvir variaçÔes do seguinte lema: fazer mais com menos. Outro fator de estĂmulo serĂĄ a sustentabilidade ambiental: produzir mais usando menos recursos.
Mas uma demanda permanente para que produzamos mais com menos pode se revelar prejudicial e resultar em um mundo de trabalho permanente, que por sua vez poderia afetar a qualidade do trabalho realizado. O Ămpeto de fazer mais pode conter as sementes de sua prĂłpria derrota.
STEFAN STERN, repĂłrter de gestĂŁo
10 - O hedge, agora pessoal
Temidas, inovaçÔes financeiras podem estimular o crescimento
DO "FINANCIAL TIMES"
Inovação financeira se tornou uma expressĂŁo obscena nos Ășltimos meses, devido ao papel dos tĂtulos complexos -pacotes de hipotecas e outras formas de passivo- na crise. Mas o segredo sujo Ă© que, se as economias ocidentais desejam se recuperar devidamente, as verbas terĂŁo de vir dos mercados. E a concorrĂȘncia por dinheiro serĂĄ tamanha que alguns projetos devem se ver forçados a criar inovaçÔes a fim de atrair investidores.
Uma dessas inovaçÔes Ă© a transferĂȘncia de risco. Transação que vinha ganhando popularidade antes da crise, ela agora estĂĄ de volta. Robert Schiller, professor de economia na Universidade Yale, publicou em 2003 um livro no qual propunha novos instrumentos financeiros para indivĂduos que permitiriam que se protegessem contra os riscos que correm -fizessem hedge- por contratos negociados em Bolsa. Se vocĂȘ, por exemplo, estiver preocupado com a possibilidade de que a carreira que escolheu nĂŁo vĂĄ oferecer o salĂĄrio que planeja ter dentro de dez anos, poderia criar um contrato sob o qual receberia certa quantia caso sua renda naquela data for inferior a determinado patamar.
Os investidores se interessarĂŁo em apostar nesse tipo de coisa, diz Schiller. De fato, mercados como esses estĂŁo sendo criados para grandes organizaçÔes. HĂĄ, por exemplo, o mercado futuro das nevascas, sob o qual cidades ou empresas recebem dinheiro caso as tempestades de neve sejam piores que o esperado. No mĂȘs passado, um grupo de bancos, fundos de pensĂŁo e seguradoras anunciou que estava desenvolvendo um novo mercado para longevidade -o risco de que as pessoas vivam mais que o esperado.
SerĂĄ que essa ideia nĂŁo parece terrĂvel, tendo em vista a situação em que os contratos de risco deixaram os bancos no passado recente? Schiller argumenta que a crise de crĂ©dito simplesmente demonstra que "muito mais trabalho precisa ser feito para democratizar as finanças. A crise ocorreu porque os princĂpios de gestĂŁo de risco financeiro nĂŁo estavam sendo aplicados Ă mais ampla população possĂvel".
Ou seja, o risco Ă© para todos: empresas, governos e cidadĂŁos agora podem rolar os dados nesse negĂłcio arriscado.
JENNIFER HUGHES, correspondente sĂȘnior de mercados
Fonte: Folha de S.Paulo - 14/03/10.
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