O SHOW DOS "VERDADEIROS" REIS DA LOGĂSTICA CONTINUA XII...
LOGĂSTICA NO CANAL DO PANAMĂ
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(Colaboração: Carlão)
PANAMĂ - CANAL DO PANAMĂ
Atalho para a Ăsia, o Canal do PanamĂĄ foi a materialização de um antigo sonho da navegação do mundo ocidental. Ligou os oceanos AtlĂąntico e PacĂfico e encurtou distĂąncias entre o Ocidente e o Extremo Oriente.
O canal tem 80 quilĂŽmetros de extensĂŁo e Ă© percorrido aproximadamente em oito horas, dependendo do trĂĄfego. Por ele passam anualmente 12 mil navios, cargueiros e tambĂ©m luxuosos transatlĂąnticos, com turistas de todo o mundo. Em suas extremidades ficam a Cidade do PanamĂĄ, no PacĂfico, e ColĂłn, no AtlĂąntico (Mar do Caribe).
Até a construção do canal, para se navegar da costa leste para a oeste dos EUA era preciso enfrentar mais 15 mil quilÎmetros, contornando toda a América do Sul e se aventurando pelas åguas gélidas do temido Estreito de Magalhães, na PatagÎnia, extremo sul das Américas.
O Canal do PanamĂĄ foi uma obra de engenharia que virou realidade em 1914, apĂłs dez anos de trabalho pesado em meio a uma selva fechada, e que custou 20 mil vidas para a febre amarela.
A construção acabou por financiar a independĂȘncia deste pequeno paĂs centro-americano da ColĂŽmbia, que desde entĂŁo viveu na Ăłrbita dos norte-americanos.
HistĂłria: A primeira tentativa de ligação entre o AtlĂąntico e o PacĂfico foi capitaneada pelos franceses em 1878, na esteira do sucesso na construção do Canal de Suez, que liga o MediterrĂąneo ao Mar Vermelho.
Para construir o canal, os franceses formaram a Companhia do Canal Interoceùnica e recrutaram 15 mil pessoas. O financiamento foi feito com dinheiro da venda de açÔes na Europa.
Durante dez anos, os franceses abriram com dinamites grandes caminhos entre as montanhas que separavam as duas costas. A idĂ©ia original era construir uma passagem no nĂvel do mar, exatamente como haviam feito com sucesso em Suez.
A empreitada, porém, fracassou em 1889, derrotada pelas dificuldades em construir uma via aquåtica artificial em região montanhosa, pela febre amarela e pela malåria, que não tinham cura na época. Pelo menos 20 mil operårios morreram.
Elevadores na ĂĄgua: ApĂłs a falĂȘncia da companhia francesa, os EUA compraram por US$ 40 milhĂ”es os direitos para a construção do canal.
Os americanos, porĂ©m, desistiram de lutar contra as montanhas e decidiram construir eclusas, uma espĂ©cie de elevador aquĂĄtico que eleva e rebaixa o nĂvel da ĂĄgua, para fazer os navios subirem e depois descerem as montanhas.
Para evitar as doenças e saques de grupos indĂgenas e bandidos, enviaram tropas para ajudar a entĂŁo provĂncia do PanamĂĄ a conseguir sua independĂȘncia da ColĂŽmbia.
Investiram também em infra-estrutura sanitåria para combater as doenças. Foi nessa época que descobriu-se que a malåria e a febre amarela eram transmitidas por mosquitos, o que facilitou o trabalho de combate às enfermidades.
Vencidas as dificuldades, o canal foi construĂdo em dez anos e inaugurado em 1914. Permaneceu em poder dos norte-americanos atĂ© 1999, perĂodo em que foi administrado por uma agĂȘncia governamental e protegido pelo ExĂ©rcito dos EUA.
Durante a Segunda Guerra Mundial, o canal serviu de base para os navios norte-americanos que partiam em direção ao Japão. Nessa época, os EUA chegaram a ter cerca de 65 mil soldados na região. Na década de 90, não passavam de 10 mil.
Engenharia: A travessia do Canal do PanamĂĄ Ă© feita por trĂȘs eclusas, onde a ĂĄgua funciona como um elevador. Vindo do AtlĂąntico, por exemplo, o navio entra na comporta com a ĂĄgua no mesmo nĂvel do oceano.
Os portĂ”es sĂŁo fechados e as vĂĄlvulas de enchimento abertas. A ĂĄgua entra atravĂ©s de poços do piso, elevando o navio 26 metros, atĂ© o nĂvel do Lago de Gatun. As vĂĄlvulas sĂŁo fechadas e os portĂ”es superiores abertos.
O navio sai da comporta para o lago e segue para as outras comportas, onde acontece o processo inverso de descida atĂ© o nĂvel do Oceano PacĂfico.
A presença dos EUA no Panamå: Os 85 anos da presença norte-americana deixou ao Panamå muito mais que o Canal.
Junto com o Canal, os panamenhos herdaram em 1999 uma completa infra-estrutura de ferrovia, rodovias, duas hidrelétricas, uma base aérea, e mesmo vilas militares, que mais tarde se transformaram em hotéis de alto padrão.
Visitar o Canal Ă© quase uma obrigação. AlĂ©m de um museu que conta a histĂłria de sua construção, hĂĄ passeios de barcos, com cinco horas de duração, saindo de Balboa ou Gatun, no AtlĂąntico, ou de Miraflores-San Miguel, no PacĂfico, atĂ© o Lago Miraflores.
Toni Sciarretta - Fonte: Folha Online.
PALAVRA DA SEMANA: EFĂMERO
Do grego ephemeros, "que sĂł dura um dia". Diz-se que a glĂłria e a fama sĂŁo efĂȘmeras porque elas acabam rĂĄpida e inesperadamente.
Max Gehringer - Fonte: Ăpoca - NĂșmero 514.
ENQUANTO ISSO ENTRE OS OTIMISTAS
NĂŁo temos de que nos queixar. Desde que elegemos democraticamente o JĂąnio, o Geisel, o Collor, o Sarney e o FhC, aumentamos o nĂșmero de nossos corruptos, ultrapassando paĂses do primeiro mundo, nisso e na violĂȘncia, que, felizmente, jĂĄ Ă© incontrolĂĄvel. Pois jĂĄ temos gente entre nĂłs perto de produzir bombas atĂŽmicas domĂ©sticas. Estamos ampliando as favelas e a favelização das mentalidades, incrementamos o turismo desenfreado, jĂĄ temos, no noroeste, vĂĄrias "fronteiras mĂłveis", conseguimos aumento em nossa exploração socioeconĂŽmica pela grande mĂĄfia internacional industrial-militar e, em SĂŁo Paulo, comemoramos 100 anos de Conspiração Amarela para Dominar a Raça Branca, modernĂssimos chegamos Ă poluição dos plĂĄsticos, ao envenenamento da ĂĄgua, do ar, da luz, e do sexo normal, a nossa moral anda nua e as roupas imorais, as marabuntas africanas chegaram disfarçadas em exĂ©rcitos de dengues, temos amplo neonazismo, o neofascismo governa, ninguĂ©m relaxa e ninguĂ©m goza mais do que nĂłs com a Conspiração Internacional para a Extinção SistemĂĄtica da Flora e da Fauna. Metade de nosso PIB financia incorporaçÔes imobiliĂĄrias, importamos da AustrĂĄlia bumerangues eletrĂŽnicos que explodem a baixa altitude, nossos canibais seqĂŒestram na ponte aĂ©rea RioâSĂŁo Paulo, as ligaçÔes do gĂĄs domĂ©stico soltam raios manta e raios panda, apoiamos a implantação nacional do sistema de castas, Ă© admirĂĄvel nossa vacina para inocular elefantĂase, estamos jogando ateus, hereges, antipapistas e outros fanĂĄticos anti-religiosos para solidificar a Nova Igreja (a que distingue dinheiro Bom de Dinheiro demonĂaco), o intestino de todos os oposicionistas estĂĄ sendo atacado pela vingança de Montezuma, vulcĂ”es nĂŁo tĂŁo extintos eruptam no Rio Grande, uma liga Nacional de Porcos Chovinistas ataca surubas de gays, nossa mĂŁo negra luta contra a nossa mĂĄfia, temos cada vez mais pintores primitivos, mais tempestades de areia, vias de trĂĄfego com trĂȘs e quatro andares, degelo em todo o nordeste, homossexuais tomam o Poder, monstros na Lagoa Rodrigo de Freitas imitam o do lago Ness, temos milhĂ”es de sedutores de menores, fomentamos o boom da impotĂȘncia, formamos Panteras Negras, Capitalistas Negros, a Lei e a Ordem, a especulação da Bolsa, a especulação no comĂ©rcio de obras de arte, apoiamos a Conspiração Internacional da Chatice Organizada, a sodomia, a legalização das drogas, a superpopulação, os estranhos movimentos na vizinhança, as manobras suspeitas na Bahia, as explosĂ”es solares, os adoradores de beterraba, a revolta dos jogadores de bingo, os delatores e dedos-duros, as orgias no andar de cima, as bacanais no andar de baixo, os mosquitos gigantescos, as nanomoscas, jigabĂłs e telĂȘmacos, manĂaco-depressivos armados, aquele som, baianos elĂ©tricos, gaĂșchos radiativos, materialistas com Deus. Enfim, estamos com tudo, apoiamos tudo: a volta da febre amarela, o voodoo!, magia negra, macumba e maçonaria, monossĂłdio de hexacloreto de coentro, cobras venenosas, jornais sem revisĂŁo, imprensa com censura, os horrores indescritĂveis no underground do establishment, missionĂĄrios santimoniosos, virgens profissionais, prostituição de menores, ladrĂ”es de cachorros, nuvens de baratas vindas do Paraguai, mulatos liberais, barbados analfabetos, a Conspiração Internacional dos Ratos de Sacristia, Conspiração Internacional das AgĂȘncias de Publicidade, epidemia de tiques nervosos, Conspiração Internacional dos Motoristas Cegos, Conspiração Internacional de Psicanalistas Ăvidos de Lucros, ostras envenenadas, arteriosclerose, caçadores de cabeças, puritanos Ă solta, ciganos em desespero, cursilhos, auto-de-fĂ©, alcoĂłlatras chatos e alĂ©m disso anĂŽnimos, adoradores do cĂąncer, camping, bombas atĂŽmicas extraviadas, extra-viados, mau hĂĄlito generalizado, solitĂĄrios ameaçadores, explosĂŁo da primeira bomba atĂŽmica do Haiti, gota, catarata, rompimentos de gigantescos interceptores de esgotos, conclaves de estupradores de domĂ©sticas, terremotos, maremotos, falsos orientais, a maldição do sangue de pantera, doença do sono, falta de sono, trocadilhistas, donas-de-casa incompetentes dando uma de emancipadas, navios navegando sob a bandeira da LibĂ©ria, antropĂłlogos, peixes contaminados, psicologismo, muros com cacos de vidro, vitiligo, pelagra, cĂŁes hidrĂłfobos, violação de correspondĂȘncia, velhotas topless, divorciadas doidonas, incĂȘndios, enchentes, terapia de grupo, sexo grupal de impotentes, apoiamos tudo e tudo o mais que Ă© o et cetera.
MillÎr - Fonte: Veja - Ediçã 2053.
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