O SHOW DOS "REIS" DA LOGĂSTICA CONTINUA V...
LOGĂSTICA DE CARNAVAL
Os carros alegĂłricos sĂŁo lindos, mas sem os profissionais de logĂstica para empurrĂĄ-los, nĂŁo saem do lugar.
Fonte: Acessa.com.
PALAVRA DA SEMANA: RESPONDER
O verbo veio do latim spondere, âprometerâ. O sentido original estĂĄ presente em âresponsĂĄvelâ â que nĂŁo Ă© quem responde direitinho, Ă© quem cumpre o que promete. Ă por isso que se diz âpense bem antes de responderâ. Toda resposta, mesmo as mais triviais, sempre traz alguma promessa embutida.
Max Gehringer - Fonte: Ăpoca - NĂșmero 505.
MBA
Segundo pesquisa do Ibmec SĂŁo Paulo com 921 alunos do MBA Executivo e do MBA Executivo em Finanças, 76% afirmaram que o curso aumentou seu reconhecimento dentro e fora da empresa. No MBA Executivo, cerca de 35% tĂȘm experiĂȘncia de 4 a 6 anos na função de gerentes e 53% trabalham em multinacionais. JĂĄ em Finanças, o levantamento mostra que 30% dos alunos tĂȘm experiĂȘncia profissional de 1 a 3 anos. A idade mĂ©dia estĂĄ entre 30 e 34 anos. No MBA Executivo, 58% dos alunos sĂŁo casados, enquanto na ĂĄrea de Finanças, a maioria dos alunos, 60%, sĂŁo solteiros.
Mercado Aberto - Guilherme Barros - Fonte: Folha de S.Paulo - 06/02/08.
RENDA DE QUEM TEM DIPLOMA Ă 172% MAIOR
Apesar de uma parte dos trabalhadores com nĂvel superior estar hoje disputando vagas com quem tem nĂvel mĂ©dio, ter um diploma no Brasil continua fazendo muita diferença.
Em 2006, a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de DomicĂlios), do IBGE, mostrava que os trabalhadores com nĂvel superior tinham, em mĂ©dia, rendimentos 172% maiores que os de nĂvel mĂ©dio e a menor taxa de desemprego entre todos os grupos: 3,8%.
A Pnad mostra tambĂ©m que, mesmo quando estĂŁo em profissĂ”es de menor exigĂȘncia de qualificação, os rendimentos dos trabalhadores com nĂvel superior tendem a ser maiores do que os que nĂŁo completaram uma universidade.
No caso de vendedores de lojas ou mercados, por exemplo, apenas 3% tĂȘm nĂvel superior. O rendimento mĂ©dio desse grupo, no entanto, Ă© quase o dobro (92% maior) do que o verificado entre os que tĂȘm nĂvel mĂ©dio apenas.
O mesmo acontece com recepcionistas (7% com nĂvel superior), operadores de telemarketing (9%) ou trabalhadores nos serviços de higiene e embelezamento (2%).
O gerente da Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE, Cimar Azeredo Pereira, afirma que Ă© comum aparecer na amostra da pesquisa trabalhadores com nĂvel superior em ĂĄreas com baixa qualificação.
"Mas sĂŁo uma minoria e, mesmo deslocados profissionalmente em relação ao curso que fizeram, costumam ter melhor inserção no mercado que quem nĂŁo tem nĂvel superior."
O economista ClĂĄudio Dedecca, da Unicamp, lembra que, quando uma pesquisa como a Pnad mostra que 3% dos vendedores de lojas ou mercados tĂȘm nĂvel superior, o dado pode esconder perfis bem distintos.
"Nesse grupo pode haver um vendedor que ganha um salĂĄrio mĂnimo fixo e outro em loja mais sofisticada que recebe comissĂŁo pelas vendas, com rendimentos bem mais elevados."
Para especialistas ouvidos pela Folha, a melhoria da qualificação da mĂŁo-de-obra Ă© sempre desejĂĄvel em um paĂs onde poucos tĂȘm nĂvel superior. Mas explicam que, quando isso acontece e o paĂs nĂŁo cresce, hĂĄ um efeito em cascata.
"Ă um movimento antropofĂĄgico. Se o nĂșmero de vagas Ă© menor do que o de pessoas que precisam trabalhar, ocorre uma competição pelos postos de trabalho onde quem tem mais escolaridade ocupa espaços de trabalhadores de nĂvel mĂ©dio", diz Dedecca.
O caminho de muitos Ă© o setor pĂșblico. ""Virou uma forma de garantir a sustentabilidade enquanto nĂŁo se consegue emprego melhor", diz Waldemar Melo, vice-presidente do Instituto de Planejamento e Apoio ao Desenvolvimento TecnolĂłgico e CientĂfico, que faz concursos para ĂłrgĂŁos pĂșblicos.
Ao mesmo tempo em que profissionais de nĂvel superior nĂŁo acham vagas em suas ĂĄreas de formação, um estudo do Ipea divulgado em 2007 mostrou que nĂŁo hĂĄ mĂŁo-de-obra para 123 mil vagas qualificadas.
Isso ocorre porque as ĂĄreas de formação desses profissionais mais qualificados nem sempre coincidem com as ĂĄreas em que hĂĄ mais carĂȘncia.
Fonte: Folha de S.Paulo - 04/02/08.
COTAS: O JUSTO E O INJUSTO
O medo do diferente causa conflitos por toda parte, em circunstĂąncias as mais variadas. Alguns sĂŁo embates espantosos, outros sĂŁo mal-entendidos sutis, mas em tudo existe sofrimento, maldade explĂcita ou silenciosa perfĂdia, mĂĄgoa, frustração e injustiça.
Cresci numa cidadezinha onde as pessoas (as famĂlias, sobretudo) se dividiam entre catĂłlicos e protestantes. Muita dor nasceu disso. Casamentos foram proibidos, convĂvios prejudicados, vidas podadas. Hoje, essa diferença nem entra em cogitação quando se formam pares amorosos ou cĂrculos de amigos. Mas, como o mundo anda em cĂrculos ou elipses, neste momento, neste nosso paĂs, muito se fala em uma questĂŁo que estimula tristemente a diferença racial e social: as cotas de ingresso em universidades para estudantes negros e/ou saĂdos de escolas pĂșblicas. O tema libera muita verborragia populista e burra, produz frustração e hostilidade. Instiga o preconceito racial e social. Todas as "bondades" dirigidas aos integrantes de alguma minoria, seja de gĂȘnero, raça ou condição social, realçam o fato de que eles estĂŁo em desvantagem, precisam desse destaque especial porque, devido a algum fator que pode ser de raça, gĂȘnero, escolaridade ou outros, nĂŁo estĂŁo no desejado patamar de autonomia e valorização. Que pena.
Nas universidades inicia-se a batalha pelas cotas. Alunos que se saĂram bem no vestibular â sĂł quem jĂĄ teve filhos e netos nessa situação conhece o sacrifĂcio, a disciplina, o estudo e os gastos implicados nisso â sĂŁo rejeitados em troca de quem se saiu menos bem mas Ă© de origem africana ou vem de escola pĂșblica. E os outros? Os pobres brancos, os remediados de origem portuguesa, italiana, polonesa, alemĂŁ, ou o que for, cujos pais lutaram duramente para lhes dar casa, saĂșde, educação?
A idĂ©ia das cotas reforça dois conceitos nefastos: o de que negros sĂŁo menos capazes, e por isso precisam desse empurrĂŁo, e o de que a escola pĂșblica Ă© pĂ©ssima e nĂŁo tem salvação. Ă uma idĂ©ia esquisita, mal pensada e mal executada. Teremos agora famĂlias brancas e pobres para as quais perderĂĄ o sentido lutar para que seus filhos tenham boa escolaridade e consigam entrar numa universidade, porque o lugar deles serĂĄ concedido a outro. Mais uma vez, relega-se o estudo a qualquer coisa de menor importĂąncia.
Lembro-me da fase, hĂĄ talvez vinte anos ou mais, em que filhos de agricultores que quisessem entrar nas faculdades de agronomia (e veterinĂĄria?) ali chegavam atravĂ©s de cotas, pela chamada "lei do boi". Constatou-se, porĂ©m, que verdadeiros filhos de agricultores eram em nĂșmero reduzido. Os beneficiados eram em geral filhos de pais ricos, donos de algum sĂtio prĂłximo, que com esse recurso acabaram ocupando o lugar de alunos que mereciam, pelo esforço, aplicação, estudo e nota, aquela oportunidade. Muita injustiça assim se cometeu, atĂ© que os pais, entrando na Justiça, conseguiram por liminares que seus filhos recebessem o lugar que lhes era devido por direito. Finalmente a lei do boi foi para o brejo.
Nem todos os envolvidos nessa nova lei discriminatĂłria e injusta sĂŁo responsĂĄveis por esse desmando. Os alunos beneficiados tĂȘm todo o direito de reivindicar uma possibilidade que se lhes oferece. Mas o triste Ă© serem massa de manobra para um populismo interesseiro, vĂtimas de desinformação e de uma visĂŁo estreita, que os deixa em mĂĄ posição. NĂŁo entram na universidade por mĂ©rito pessoal e pelo apoio da famĂlia, mas pelo que o governo, melancolicamente, considera deficiĂȘncia: a raça ou a escola de onde vieram â esta, aliĂĄs, oferecida pelo prĂłprio governo.
Lamento essa trapalhada que prejudica a todos: os que sĂŁo oficialmente considerados menos capacitados, e por isso recebem o pirulito do favorecimento, e os que ficam chupando o dedo da frustração, nĂŁo importando os anos de estudo, a batalha dos pais e seu mĂ©rito pessoal. Meus pĂȘsames, mais uma vez, Ă educação brasileira.
Lya Luft Luft é escritora - Fonte: Veja - Edição 2046.
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