FM - Faculdade Mental

FORMANDOS & FORMADOS - 14/10/2007

OBRA DE ARTE VII - PROFESSORES PARA SEMPRE

AS METAMORFOSES DE OCAMPO VII

Obras de Octavio Ocampo. Pintor Celayense (Celaya - MÃ©xico) nascido em 28 de fevereiro de 1943. Confira na imagem! (PARA SIEMPRE).

(ColaboraÃ§Ã£o: A.M.B.)

O FIEL COMPANHEIRO DE UM PROFESSOR

Pai, companheiro ou amante? Denso como o "Houaiss", bÃ¡sico como o "AurÃ©lio" ou direto ao ponto como o "Michaelis", tem sempre um dicionÃ¡rio bom de levar para casa.
Que dicionÃ¡rio comprar? A resposta mais adequada Ã©... Ã‰ "depende". Se for para uso "fora de casa", um mÃni ou mÃdi vÃ£o bem. E, nesse territÃ³rio, nÃ£o faltam (boas) alternativas.
E por que "fora de casa"? Porque dicionÃ¡rio pequeno Ã© como certos cachorros, que sÃ£o amados, bem tratados etc., mas nÃ£o colocam o focinho dentro de casa. DicionÃ¡rio pequeno Ã© quebra-galho, por isso nÃ£o pode entrar em casa, para que nÃ£o se tenha a doce ilusÃ£o de que se tem dicionÃ¡rio no lar.
Pequeno, nÃ£o! O dicionÃ¡rio de casa tem de ser dos grandes. Para aqueles que nÃ£o se contentam com pouco o acervo Ã© vasto.
Vai dos brasileiros encontradiÃ§os ("AurÃ©lio", "Michaelis", "Houaiss", o [Ã³timo] da Unesp, dirigido pelo professor Francisco Borba) aos portugueses (tambÃ©m encontrados por aqui -o da Academia das CiÃªncias de Lisboa, o da Texto Editora, o da Porto etc.).
Feita a escolha, mÃ£os Ã obra! VÃ¡ logo para a(s) palavra(s) que vocÃª quer... NÃ£o vÃ¡, nÃ£o. O dicionÃ¡rio serÃ¡ seu companheiro, seu amigo, seu amante, por isso, antes de comeÃ§ar a explorÃ¡-lo, saiba como proceder. Leia as pÃ¡ginas iniciais, em que estÃ£o todas as explicaÃ§Ãµes dos sÃmbolos e abreviaturas empregados na obra. Sem esse conhecimento, o resultado da consulta pode ser decepcionante.
Sem pressa! Outra orientaÃ§Ã£o importante diz respeito ao tempo da consulta. Lembre-se: o dicionÃ¡rio serÃ¡ seu amante, por isso nada de pressa. Quem quer saber se deve escrever "Ã -toa" ou "Ã toa" pode sair da consulta pior do que entrou. "Ã€ toa" Ã© expressÃ£o adverbial; significa "a esmo", "sem ter o que fazer" ("Estava Ã toa na vida..."). "Ã€-toa" Ã© adjetivo; significa "inÃºtil", "desprezÃvel" ("Um filmezinho Ã -toa").
Moral da histÃ³ria: leia atÃ© o fim do verbete. E siga as instruÃ§Ãµes.
Ele Ã© velho, mas Ã© bÃ¡sico! Durante muito tempo, o rei dos dicionÃ¡rios brasileiros foi um portuguÃªs.
GeraÃ§Ãµes e geraÃ§Ãµes consultaram o dicionÃ¡rio de Caldas Aulete, que tinha nada mais nada menos do que cinco volumes e foi editado atÃ© a dÃ©cada de 60.
Recentemente, a Nova Fronteira adquiriu os direitos de explorar a "marca" Caldas Aulete e lanÃ§ou um Ã³timo minidicionÃ¡rio (mais mÃdi do que mÃni). Com o fim do reinado do Caldas Aulete, o trono passou para o "AurÃ©lio", que hÃ¡ pelo menos 40 anos Ã© sinÃ´nimo de dicionÃ¡rio. A obra nÃ£o tem a mesma profundidade do "Houaiss", mas atende as necessidades bÃ¡sicas de quem o consulta.
Ã‰ claro que pode escapar um ou outro termo mais recente, mas o velho "AurÃ©lio" foi revisto e atualizado recentemente. Se vocÃª nÃ£o precisa do carÃ¡ter enciclopÃ©dico do "Houaiss", vÃ¡ de "AureliÃ£o", como Ã© chamado hÃ¡ dÃ©cadas.
Quase uma enciclopÃ©dia! Dos trÃªs dicionÃ¡rios grandes mais vendidos no Brasil, o "Houaiss" Ã©, de longe, o melhor, ou, para usar uma expressÃ£o comum hoje em dia, "o mais completo". Na verdade, esse grande dicionÃ¡rio Ã© quase uma enciclopÃ©dia (por favor, note a inversÃ£o dicionÃ¡rio grande/grande dicionÃ¡rio).
O consulente do "Houaiss" encontra vastÃssima explicaÃ§Ã£o sobre a origem dos vocÃ¡bulos, os nÃveis de uso (formal, informal), os aspectos gramaticais mais importantes etc. Encontra tambÃ©m a data de entrada no idioma de muitas palavras listadas, fator que norteia a ordem das acepÃ§Ãµes apresentadas.
Mas nem tudo sÃ£o flores. O primeiro entrave Ã© o preÃ§o. O segundo Ã© a complexidade das explicaÃ§Ãµes, que assusta os neÃ³fitos.
Se vocÃª quer ir fundo, vÃ¡ de "Houaiss". Mas nada de preguiÃ§a!
E nada de "caprichar" na pronÃºncia. Diga "UÃ¡is" mesmo.
Se vocÃª quer ir direto ao ponto, o dicionÃ¡rio "Michaelis" Ã© o mais "simples" dos trÃªs, o que nÃ£o quer dizer que faÃ§a feio ou deixe na mÃ£o quem o consulta.
SÃ³ nÃ£o se pode esperar desse dicionÃ¡rio a profundidade caracterÃstica do "Houaiss" ou a abrangÃªncia do "AureliÃ£o".
Publicado pela Melhoramentos, tradicional casa do mercado editorial brasileiro, o "Michaelis" Ã© quase um pequeno-grande: um dicionÃ¡rio prÃ¡tico, bÃ¡sico, conciso, como os pequenos, e recheado com muito mais verbetes, como os grandes.
O dicionÃ¡rio "Michaelis" tem ainda alguns diferenciais interessantes, como a divisÃ£o silÃ¡bica de todas as palavras, e a inclusÃ£o de apÃªndices Ãºteis, como o que traz expressÃµes latinas, regras gramaticais importantes etc.
Se vocÃª prefere o "direto ao ponto", o bÃ¡sico com algum tempero, vÃ¡ de "Michaelis".

Pasquale Cipro Neto - Fonte: Folha de S.Paulo - 06/10/07.

A LOGÃSTICA DEMANDA ESFORÃ‡OS CONJUNTOS (TEM QUE SER PROFESSOR DE LOGÃSTICA)

Virou moda falar em apagÃ£o. Ã‰ apagÃ£o energÃ©tico, apagÃ£o aÃ©reo e agora parece que a bola da vez Ã© o apagÃ£o logÃstico. Fixemo-nos no terceiro para uma avaliaÃ§Ã£o crÃtica. A nosso juÃzo, a metÃ¡fora, largamente usada, ocupando pÃ¡ginas inteiras de mÃdias de primeira linha, Ã© inadequada e induz a erro, desviando o foco dos interessados para fora do nÃºcleo central do problema.
LogÃstica, por definiÃ§Ã£o, Ã© o conjunto de tÃ©cnicas que se utiliza para fazer com que toda a cadeia de suprimentos e distribuiÃ§Ã£o funcione de forma eficiente e econÃ´mica, dentro dos meios disponÃveis. Falar em condiÃ§Ãµes precÃ¡rias de armazenagem, estradas, ferrovias, portos etc. Ã© pertinente quando o assunto Ã© infra-estrutura, mas nada tem a ver com logÃstica propriamente dita. Enquanto a adequaÃ§Ã£o da infra-estrutura Ã© objeto de polÃtica pÃºblica macroeconÃ´mica de longo prazo, a logÃstica se desenvolve, basicamente, no seio dos agentes que a praticam, em um processo contÃnuo, no qual a permeabilidade do conhecimento adquirido por cada um gera o efeito multiplicador para todos.
Sem a menor sombra de dÃºvida, Ã© absolutamente necessÃ¡rio discutir as alternativas para a falta de investimentos na infra-estrutura, que pelos tÃmidos planos do governo, tÃ£o alardeados atravÃ©s do PAC, nÃ£o cobrem sequer a quarta parte das demandas. Mas tambÃ©m Ã© preciso muita atenÃ§Ã£o com a logÃstica, que envolve muito mais uma questÃ£o de atitude do que de investimentos financeiros e pode acelerar muito os resultados pretendidos.
No aperfeiÃ§oamento da logÃstica, o "custo Brasil" se reduz. Mercadorias e insumos sÃ£o carregados e descarregados mais rapidamente e permanecem menos tempo estocados. O transporte opera com fornecedores e veÃculos mais apropriados. Viagens vazias sÃ£o minimizadas. Melhora-se a carga fiscal, evitando os impostos em cascata. Disponibiliza-se de forma sistÃªmica a informaÃ§Ã£o, coibindo a corrupÃ§Ã£o e permitindo o planejamento a mÃ©dio e longo prazos, base do crescimento sustentÃ¡vel. Aumenta-se a produtividade dos ativos e da infra-estrutura, tornando-os menos crÃticos. Mas, para que todo este processo tenha a velocidade desejÃ¡vel, Ã© necessÃ¡rio um esforÃ§o permanente da comunidade envolvida, que vai alÃ©m dos agentes que atuam diretamente.
Universidades precisam abandonar suas "torres de marfim" e dar forma acadÃªmica Ã realidade que ocorre na prÃ¡tica. Escolas tÃ©cnicas devem organizar cursos para o pessoal operacional. Consultorias devem promover a mudanÃ§a cultural que o novo modelo exige. Profissionais do ramo tÃªm de se conscientizar da necessidade da reciclagem contÃnua atravÃ©s de cursos e eventos, nos quais a troca de experiÃªncia se dÃ¡. Fornecedores de tecnologias e ferramentas precisam estar mais prÃ³ximos da nossa realidade, oferecendo produtos mais customizados. A mÃdia precisa captar melhor a relevÃ¢ncia do assunto e lhe dar mais foco especÃfico e espaÃ§o. Os agentes diretos (embarcadores, operadores logÃsticos, transportadores etc.) precisam de empenho na mudanÃ§a cultural.
Concluindo: com os olhos sÃ³ podemos ver o cenÃ¡rio fatalista que a Terra dos ApagÃµes nos oferece, mas com a inteligÃªncia logÃstica podemos afrouxar seus gargalos e evitar o prÃ³ximo apagÃ£o vaticinado, o do Crescimento.
Para que todo o processo tenha velocidade, Ã© necessÃ¡rio um esforÃ§o da comunidade envolvida.

Fernando Carvalho - Fonte: DiÃ¡rio do ComÃ©rcio e IndÃºstria.
(ColaboraÃ§Ã£o: Brazil&Modal)

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