FM - Faculdade Mental

FORMANDOS & FORMADOS - 14/05/2007

REIS DA LOGÃSTICA VI

OS "VERDADEIROS" REIS DA LOGÃSTICA VI

Transportando tubos com "eficiÃªncia", "eficÃ¡cia" e "seguranÃ§a"...

Confira foto!

(ColaboraÃ§Ã£o: Viana)

ATRASOMANÃACOS: UM ATRASO NO DESENVOLVIMENTO DO GRUPO

HÃ¡ algum tempo, em um treinamento de administraÃ§Ã£o do tempo que aplicava, uma participante fez a seguinte pergunta: "Professor, por que algumas (ou muitas) pessoas nÃ£o conseguem chegar no horÃ¡rio marcado para as reuniÃµes?". Expliquei a ela de uma forma didaticamente estruturada que achei interessante aqui explorar. Existem trÃªs tipos de "atrasomanÃaco" em reuniÃµes e outros compromissos semelhantes: o desorganizado, o condicionado e o doentio.
O desorganizado Ã© aquele que gostaria muito de chegar na hora, mas a sua dificuldade de administrar eficazmente o seu tempo o atropela constantemente. Para o desorganizado, a agenda Ã© apenas uma alegoria de mÃ£o, seus compromissos nÃ£o sÃ£o planejados e se acabam sobrepondo. Ã‰ aquele que entra esbaforido na reuniÃ£o pedindo mil desculpas e culpando o trÃ¢nsito, a ligaÃ§Ã£o inesperada ou aquele relatÃ³rio que era extremamente prioritÃ¡rio. Ã‰ aquele para o qual vocÃª liga dez minutos antes da reuniÃ£o cobrando a sua presenÃ§a e ele responde: "mas ainda faltam dez minutos!", sem lembrar-se de que ele estÃ¡ do outro lado da cidade e nestes dez minutos deverÃ¡ atravessÃ¡-la em pleno horÃ¡rio de rush.
O condicionado Ã© aquele que nÃ£o gostaria de ser um atrasomanÃaco, mas as situaÃ§Ãµes constrangedoras e decepcionantes que o "chegar no horÃ¡rio marcado" causou, transformaram-no em uma espÃ©cie de atrasomanÃaco consciente. Darei um exemplo de uma destas situaÃ§Ãµes para melhor elucidar o leitor.
HÃ¡ alguns anos, fui convidado para a formatura de uma turma da faculdade onde leciono, eu seria um dos professores homenageados. O inÃcio da formatura estava marcado para as 19h. Ã€s 18h45 estava subindo as escadas do clube onde seria realizada a cerimÃ´nia. Acreditava que quinze minutos seriam suficientes para acomodar a minha esposa em um bom lugar e vestir a minha beca de homenageado. Ao entrar no salÃ£o, lÃ¡ estavam os formandos: alguns se arrumando, outros devorando pilhas de hambÃºrgueres espalhados pelo chÃ£o juntamente com as latas de refrigerante, outros de bermudas movimentavam freneticamente mesas, cadeiras e peÃ§as de cenÃ¡rios.
Para muitos deles, tenho certeza de que foi uma cena constrangedora, mas, com certeza, para mim foi muito mais quando uma simpÃ¡tica formanda sorriu e me falou: "JÃ¡, professor?! TÃ£o cedo...". A partir daÃ eu poderia ter me transformado em um atrasomanÃaco condicionado, ou seja, aquele que jÃ¡ sabendo que os outros chegarÃ£o atrasados, passa a chegar atrasado tambÃ©m. Este pensamento do atrasomanÃaco condicionado faz com que ele chegue ao requinte de desenvolver mentalmente uma espÃ©cie de "tabela virtual de equivalÃªncia de atrasos". O atrasomanÃaco condicionado normalmente chega pontualmente atrasado aos seus compromissos.
Os doentios pertencem Ã categoria de atrasomanÃacos mais difÃceis de se conviver. SÃ£o aqueles que percebem o atraso como uma forma de poder. Sentem-se e se comportam como uma espÃ©cie de rei que, sendo o Ãºltimo a chegar nos compromissos, determinam o inÃcio do evento depois das imaginÃ¡rias batidas de MoliÃ¨re. Para eles, o atraso Ã© chique e evidencia a sua importÃ¢ncia e o quanto sÃ£o requisitados e ocupados. Normalmente, nÃ£o o sÃ£o. Normalmente, sÃ£o pessoas que buscam atividades ou desculpas que justifiquem ou preencham seus tempos vagos.
O atrasomanÃaco desorganizado tem cura, bastando para isso, aprimorar a sua capacidade de administrar o seu tempo, o que o farÃ¡ sentir-se melhor e nÃ£o incomodar os corretos pontuais. Vejam que o atraso virou uma mania tÃ£o comum que devemos acrescentar um adjetivo antes de "pontuais" para que este, sozinho, nÃ£o seja interpretado como sinÃ´nimo de "chatos".
JÃ¡ os atrasomanÃacos condicionados e os doentios dificilmente revertem estas formas de serem por vontade prÃ³pria. A cura destes se darÃ¡ pela consciÃªncia do grupo iniciando a reuniÃ£o no horÃ¡rio mesmo sem a sua presenÃ§a, servindo o jantar e deixando os ossinhos para quando chegarem, dirigir um olhar 43 no momento que entrarem no meio da cerimÃ´nia de casamento, dando-lhes um cordial "boa noite" quando chegarem Ã s 15h para o almoÃ§o.
Cada um de nÃ³s, dentro de um grupo, tem a capacidade de mudar o outro. Basta querer, basta fazer! Comece hoje, conscientize as pessoas da importÃ¢ncia do respeito aos horÃ¡rios, ao tempo alheio, o respeito aos outros. Ande! Comece jÃ¡! NÃ£o se atrase para esta tarefa!

Alberto AlvarÃ£es, Consultor Organizacional e Professor UniversitÃ¡rio

(ColaboraÃ§Ã£o: A.M.B.)