FM - Faculdade Mental

"HERROS" TIRÃ‚NICOS

O FIM DE UM DITADOR

English:
http://www.nytimes.com/2011/10/21/world/africa/qaddafi-is-killed-as-libyan-forces-take-surt.html?hp
http://www.huffingtonpost.com/2011/10/20/muammar-gaddafi-dead-reaction_n_1021703.html
As circunstÃ¢ncias da morte do ditador Muammar Gaddafi ainda nÃ£o foram totalmente esclarecidas -talvez nunca o sejam-, mas os relatos apontam para mais uma aÃ§Ã£o questionÃ¡vel da Otan (OrganizaÃ§Ã£o do Tratado do AtlÃ¢ntico Norte), a alianÃ§a militar ocidental.
Segundo as versÃµes disponÃveis, um comboio de carros no qual o ditador fugia da cidade de Sirte, Ãºltimo foco de resistÃªncia aos rebeldes, foi bombardeado por aviÃµes da Otan. Gaddafi veio a morrer pouco depois, e as imagens sugerem que foi assassinado quando jÃ¡ estava rendido.
A morte de Gaddafi exerce o inegÃ¡vel efeito benÃ©fico de colocar fim, de facto, Ã guerra na LÃbia e diminui o incentivo a possÃveis focos de guerrilha fiÃ©is ao ditador deposto. O paÃs poderÃ¡, assim, concentrar-se na tarefa de realizar uma transiÃ§Ã£o rumo Ã democracia, o que, sem dÃºvida, ainda enfrentarÃ¡ muitos percalÃ§os.
A vizinha TunÃsia -que elege neste domingo parlamentares constituintes nove meses apÃ³s ter deposto seu ditador- seria um bom modelo de transiÃ§Ã£o a servir de inspiraÃ§Ã£o aos lÃbios.
Se a morte do ditador vira uma pÃ¡gina, nÃ£o cancela o fato de que a aÃ§Ã£o das potÃªncias ocidentais na LÃbia extrapolou o mandato concedido pela resoluÃ§Ã£o 1.973 das NaÃ§Ãµes Unidas. O texto aprovado pelo Conselho de SeguranÃ§a da ONU autorizava o uso da forÃ§a apenas para a proteÃ§Ã£o de civis -sua votaÃ§Ã£o se deu quando o exÃ©rcito do ditador havia cercado o bastiÃ£o rebelde de Benghazi e ameaÃ§ava massacrar a populaÃ§Ã£o.
Por consequÃªncia, o texto nÃ£o autorizava o uso da forÃ§a para promover uma mudanÃ§a de regime, muito menos para a eliminaÃ§Ã£o do tirano, como veio a ocorrer ontem.
Assim, sÃ£o duas e graves as violaÃ§Ãµes perpetradas pela Otan, que abusou dos poderes concedidos pela resoluÃ§Ã£o da ONU.
JÃ¡ no inÃcio ficou claro que o objetivo das potÃªncias era derrubar a ditadura de Gaddafi, o que configura uma violaÃ§Ã£o da soberania lÃbia e do princÃpio da audodeterminaÃ§Ã£o dos povos -numa situaÃ§Ã£o de guerra civil, caberia aos lÃbios definir o seu destino.
O segundo ponto Ã© o fato de a Otan ter tomado parte decisiva no episÃ³dio que culminou na eliminaÃ§Ã£o de um inimigo rendido. Desrespeitou-se, com o concurso da alianÃ§a ocidental, um princÃpio basilar do direito.
Ditadores capturados, por mais vis que sejam -e Muammar Gad-dafi era dos piores-, devem ser levados a julgamento em cortes que respeitem trÃ¢mites fundamentais, como o exercÃcio do contraditÃ³rio. O respeito Ã s leis, nÃ£o custa lembrar, Ã© uma das barreiras que separam democracias de tiranias.
Editoriais - Fonte: Folha de S.Paulo - 21/10/11.
Mais:
http://www.nytimes.com/2011/10/21/world/africa/qaddafi-is-killed-as-libyan-forces-take-surt.html?hp
http://www.huffingtonpost.com/2011/10/20/muammar-gaddafi-dead-reaction_n_1021703.html

ATENÃ‡ÃƒO!
http://colunas.epoca.globo.com/bombounaweb/2011/10/05/atencao-2/.
Bruno Ferrari - Fonte: Bombou na Web - 05/10/11.

E NÃ“IS QUE PENSAVA QUE NUNCA ERRAVA!
CONTINUAMOS ERRANDO PROPOSITALMENTE...! HERRAR Ã‰ UMANO!

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