âHERROSâ SEM ESCRĂPULOS
A JOVEM NEDA VIRA MĂRTIR DA CAUSA NO IRĂ
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http://andrewsullivan.theatlantic.com/
O chocante assassinato de uma jovem nas ruas de Teerã, filmado por pelo menos duas cùmeras de celular, jå começa a mudar o rumo dos protestos contra a reeleição de Mahmoud Ahmadinejad. Aos poucos, iranianos clicam algumas informaçÔes sobre sua identidade.
De acordo com o blog Daily Dish - o melhor na cobertura da violĂȘncia no IrĂŁ, na minha opiniĂŁo - a moça chamava-se Neda Agha Soltan e nasceu em 1982. Teria, portanto, entre 26 e 27 anos de idade. Ela estava nos protestos com um de seus professores e vĂĄrios outros colegas estudantes. Ăs 19h05 do dia 20 de junho, jĂĄ estava começando a ir para casa quando, na esquina das ruas Khosravi e Salehi, foi atingida por um tiro certeiro no peito.
Uns dizem que o tiro foi dado do alto de um prĂ©dio vizinho por um atirador de elite da polĂcia especial de Ahmadinejad, a Basij. Outros dizem que foi um policial montado em uma motocicleta. Um dos homens que corre para socorrĂȘ-la seria um mĂ©dico. O amigo desse mĂ©dico teria feito as primeiras imagens do assassinato. HĂĄ agora pelo menos mais um vĂdeo, mostrando o crime de outro Ăąngulo.
Outro dos homens que correm para ajudar seria o pai de Neda. As palavras desse homem foram traduzidas do idioma local: âMinha Neda, nĂŁo tenha medo⊠Por favor, nĂŁo se vå⊠Por favor, fique!â.
Aos poucos, o drama do povo iraniano ganha cara, nome e sobrenome. Neda tornou-se rapidamente o nome prĂłprio mais repetido no Twitter e nas buscas do YouTube. Tornou-se a primeira mĂĄrtir da causa dos opositores de Ahmadinejad. Sua morte estĂșpida, um dos vĂdeos mais assustadores que jĂĄ tive a oportunidade de ver na internet, nĂŁo deixa margem para explicaçÔes. Foi como se, de repente, a repressĂŁo tivesse perdido qualquer tipo de razĂŁo, qualquer possĂvel desculpa polĂtica.
Rafael Pereira â Fonte: Bombou na Web (http://www.bombounaweb.com.br) - 22/06/09.
REPRESSĂO NO IRĂ
O jornal Kalemeh, de Mir Hossein Mousavi, candidato derrotado nas eleiçÔes presidenciais iranianas do dia 12 e lĂder da oposição, foi fechado. O governo do linha-dura Mahmoud Ahmadinejad continua a reprimir manifestaçÔes que contestem o resultado do pleito que o reelegeu. InformaçÔes nĂŁo confirmadas oficialmente sĂŁo de que hĂĄ cerca de 40 jornalistas presos, sendo 25 deles do jornal de Mousavi. O oposicionista diz que nĂŁo recuarĂĄ apesar da pressĂŁo para retirar acusaçÔes de fraude nas eleiçÔes. A disputa que tomou conta das ruas de TeerĂŁ agora divide os aitolĂĄs, segundo O Globo. Nas mesquitas e madrassas (escolas religiosas), os religiosos que comandam o paĂs hĂĄ 30 anos estariam divididos, o que os analistas consideram uma real ameaça para o regime.
Fonte: O Filtro - 26/06/09.
ESTADOS GASTAM MENOS DO QUE O MĂNIMO POR LEI
Um levantamento feito pelo MinistĂ©rio da Educação e divulgado pelo Globo revela que quatro Estados (Mato Grosso, ParaĂba, Rio Grande do Sul e Sergipe) e 165 prefeituras aplicaram, em 2008, menos que 25% de sua receita em educação, ferindo o que determina a Constituição. O jornal mostra que, no municĂpio de Santana do Matos (RN), que investiu apenas 2% de seu orçamento no ensino, os alunos sĂŁo levados para as aulas na carroceria de caminhĂ”es e as salas estĂŁo em situação precĂĄria â o que, convenhamos, Ă© realidade em vĂĄrias regiĂ”es do paĂs.
Fonte: O Filtro (http://www.ofiltro.com.br) â 22/06/09.
MEC â http://portal.mec.gov.br/mec/index.php
ORIGEM DAS ESPĂCIES
O plenårio da Cùmara aprovou ontem um projeto de lei que modifica as normas de rastreamento de rebanhos bovinos e bubalinos. Em meio à votação, um deputado se aproximou de um grupo de colegas e perguntou, intrigado:
-Que esquisito. Por que serĂĄ que o governo estĂĄ querendo rastrear macaco?
Os demais caĂram na gargalhada ao perceber que o deputado imaginara, em vez de bĂșfalos, um bando de babuĂnos a constituir o rebanho bubalino.
Contraponto - Painel â Renato Lo Prete - Fonte: Folha de S.Paulo â 25/06/09.
EXTRA
O Senado gastou mais nos Ășltimos seis meses com o pagamento de gratificaçÔes a seus funcionĂĄrios do que com os salĂĄrios e vencimentos oficiais. Foram R$ 195 milhĂ”es no pagamento de vantagens por "exercĂcio de cargos", "exercĂcio de funçÔes" e "tempo de serviço" e R$ 139 milhĂ”es com os salĂĄrios.
EXTRA 2
Outros R$ 44 milhÔes foram gastos em "serviços extraordinårios" de "pessoal civil", ou as famosas horas extras; e R$ 1,8 milhão em "ressarcimento de despesas médicas e odontológicas". O levantamento é da ONG Contas Abertas.
MĂŽnica Bergamo â Fonte: Folha de S.Paulo â 24/06/09.
SUPLENTE CONTRATADO
Nem bem estreou, o Portal da TransparĂȘncia jĂĄ embaraça o Senado. Com a publicação de toda a folha de contratados, efetivos e comissionados, descobre-se que, alĂ©m de todos os parentes e afilhados abrigados na Casa, o presidente JosĂ© Sarney (PMDB-AP) empregou seu primeiro suplente, Jorge Nova da Costa, como assessor parlamentar em seu gabinete de apoio.
Costa, amigo de Sarney e ex-governador do AmapĂĄ quando este ainda era territĂłrio, ganhou a vaga em 10 de outubro de 2006. O ato de sua nomeação, de nĂșmero 1986, ao menos nĂŁo foi secreto: aparece registrado no Boletim de Pessoal 3583 e traz a assinatura do onipresente diretor-geral Agaciel Maia.
Painel â Renato Lo Prete - Fonte: Folha de S.Paulo â 25/06/09.
O Portal: http://www.senado.gov.br/sf/portaltransparencia/
POR QUE NĂO TE CALAS?
Ok. JĂĄ se sabe que o presidente da RepĂșblica descarta a possibilidade de tratar JosĂ© Sarney como "cidadĂŁo comum", condena o "denuncismo", acha que os jornais tĂȘm "uma predileção pela desgraça" e que hĂĄ "coisas mais importantes para discutir". Por isso, conclama: "NĂŁo vamos fazer disso uma causa nacional".
Cada um pensa o que quer, e a liberdade de expressĂŁo, assegurada pela Constituição brasileira, Ă© um dos pilares de qualquer democracia. Mas, como o presidente da RepĂșblica tem enormes responsabilidades sobre cultura polĂtica, bons modos e bons exemplos, o que o cidadĂŁo comum quer Ă© a opiniĂŁo dele sobre a lama que jorra do Senado. O que Lula pensa sobre:
1) 663 atos secretos que favorecem os eleitos dos eleitos e prejudicam os eleitores do paĂs, desviando dinheiro pĂșblico para inventar cargos e pagar R$ 12.000 para motoristas que dĂŁo expediente como mordomos particulares?;
2) A transformação de um dos Poderes da RepĂșblica em cabide de emprego de famĂlias inteiras, desde filhos e filhas atĂ© primas distantes e ex-cunhadas -e em que o nĂșmero dos que entram pela janela Ă© muito superior aos que chegam legitimamente por concurso? 3) A descoberta de contas paralelas de quase R$ 4 milhĂ”es do Senado na Caixa EconĂŽmica Federal sem que o distinto pĂșblico que as abastece fique sabendo?
4) A farra das "verbas indenizatĂłrias" com dinheiro pĂșblico atĂ© para renovar banheiros faraĂŽnicos e coisas do gĂȘnero?
Afinal, cabe ao presidente da RepĂșblica defender aliados a qualquer custo ou cabe a ele pregar e garantir a moralidade pĂșblica, os cofres da UniĂŁo e os interesses dos 200 milhĂ”es de brasileiros chamados a pagar a conta?
Como Lula nĂŁo para de falar sobre o Senado, nĂŁo vale o argumento da "nĂŁo intromissĂŁo em outro Poder". Ou bem se mete pela moralidade, ou bem faria ficando calado.
Eliane CantanhĂȘde â Fonte: Folha de S.Paulo â 25/06/09.
POLITICOLĂNGUA, SĂRIE SARNEY
Atos aos quais faltou a formalidade da publicação â ExpressĂŁo preferida pelo presidente do Senado, JosĂ© Sarney, a "atos secretos", para designar as nomeaçÔes, exoneraçÔes, promoçÔes, aumentos de salĂĄrios e outras medidas que seus promotores preferiam manter longe das vistas do pĂșblico. A intenção de lavar pela linguagem um procedimento delituoso lembra o DelĂșbio Soares dos "recursos nĂŁo contabilizados" invocados em lugar de "caixa dois", Ă Ă©poca do mensalĂŁo. Os atos secretos do Senado equivalem ao caixa dois dos procedimentos administrativos. "Eu nĂŁo sei o que Ă© ato secreto", disse Sarney. "NinguĂ©m pode tomar posse sem ter sua nomeação publicada." Ele tem razĂŁo. Mas, por uma esquisitice brasileira, os atos secretos, tal qual ocorre com o caixa dois, produziram, sim, efeitos; os nomeados tomaram posse, os exonerados se desoneraram e os salĂĄrios se fizeram presentes nas contas bancĂĄrias.
FamĂlia bem-composta â A famĂlia foi invocada pelo presidente do Senado ao queixar-se da injustiça que estariam praticando contra ele, logo ele⊠"eu, com tantos anos de vida pĂșblica, com a correção que tenho de vida austera, de famĂlia bem-composta"⊠De novo ele tem razĂŁo. Prova de quĂŁo bem-composta Ă© a famĂlia Ă© a atenção que merecem mesmo os ramos mais afastados do nĂșcleo central. Vera Macieira Borges, sobrinha de Marly, mulher de Sarney, descolou um ato secreto que a fez funcionĂĄria do Senado mesmo morando em Campo Grande, sem função a exercer por lĂĄ. Mais eloquente sĂł o caso de Isabella Murad, sobrinha do genro de Sarney, cujo ato secreto, campeĂŁo na modalidade de pagamento de salĂĄrio a distĂąncia, alcançava-a lĂĄ em Barcelona, onde mora.
Grande famĂlia â Coube ao senador Edison LobĂŁo Filho, o Edinho, numa nova invocação do santo nome da famĂlia, produzir a melhor frase da semana. Foi revelado que um funcionĂĄrio de seu gabinete no Senado, Raimundo Nonato Quintiliano Pereira, o "Raimundinho", na verdade trabalha na Fundação JosĂ© Sarney, acomodada no histĂłrico Convento das MercĂȘs, em SĂŁo LuĂs. Edinho confirmou a notĂcia com orgulho e altivez: "No MaranhĂŁo a gente faz parte de uma grande famĂlia polĂtica. Liberei para trabalhar no convento porque, trabalhando para o presidente Sarney, ele estĂĄ trabalhando para nĂłs". O conceito de "grande famĂlia" veio a calhar. Conduz Ă copiosa parentela Sarney pendurada na folha de pagamento do Senado, mas tambĂ©m desperta ecos de famĂlia naquela outra acepção, aquela⊠o leitor sabe⊠de "famiglia".
Lixeiras e despensas â "Julguei que tivesse sido eleito para presidir politicamente a Casa, e nĂŁo para cuidar de sua despensa ou para limpar suas lixeiras", disse Sarney. O titular do baronato do MaranhĂŁo e AmapĂĄ olha-se no espelho do salĂŁo e o que vĂȘ Ă© o estadista. Que desagradĂĄvel o barulho que vem da cozinha. Que insuportĂĄvel o cheiro das estrebarias. O que lĂĄ se produz Ă© nĂŁo apenas necessĂĄrio, como obedece aos propĂłsitos do grĂŁo senhor. Mas por que fazĂȘ-lo deixando escapar o som e o cheiro? O Sarney que JosĂ© Sarney imagina no espelho Ă© o literato sensĂvel, o detentor da sabedoria, o benfeitor das gentes e o salvador da pĂĄtria. Acreditaria JosĂ© Sarney em JosĂ© Sarney?
Mordomo â A denĂșncia de que outro frequentador da folha do Senado, Amaury de Jesus Machado, por alcunha o "Secreta", na verdade prestaria serviço de mordomo Ă governadora Roseana, filha de Sarney, provocou a indignação do patriarca. "O Senado nunca pagou nenhum mordomo", disse. "A senadora Roseana nĂŁo tem mordomo em casa." A indignação, ainda uma vez, era contra a palavra. Mordomo nĂŁo, mordomo nunca, mas, a começar da prĂłpria Roseana, ninguĂ©m da famĂlia negou que o "Secreta" (de "secretĂĄrio", embora pudesse ser tambĂ©m de "secretamente lotado em lugar indevido") seria um faz-tudo a serviço da hoje governadora do MaranhĂŁo. "Ele Ă© meu afilhado. E vai lĂĄ em casa quando preciso, umas duas ou trĂȘs vezes por semana."
Pessoa incomum â A frase que vai ficar como emblema do rodamoinho que envolve o presidente do Senado foi produzida pelo presidente Lula: "Sarney nĂŁo pode ser tratado como se fosse uma pessoa comum". NĂŁo Ă© que ele tem razĂŁo? NĂŁo Ă© em qualquer um que a fantasia do estadista convive com a resistente realidade do oligarca nordestino, cercado de parentes e agregados, quando nĂŁo sĂŁo afilhados, ou afilhados da filha, os limites entre os bens pĂșblicos e privados embaralhados e manipulados segundo os interesses do clĂŁ. Com força incomum, Sarney puxa o Brasil para trĂĄs.
Roberto Pompeu de Toledo (http://www.objetiva.com.br/objetiva/cs/?q=node/233) - Fonte: Veja - Edição 2119.
E NĂIS QUE PENSAVA QUE NUNCA ERRAVA!
CONTINUAMOS ERRANDO PROPOSITALMENTE...! HERRAR Ă UMANO!
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