FM - Faculdade Mental

A JENTE HERRAMOS - 29/03/2008

SITE DO CORPO DE BOMBEIROS IRONIZA A DENGUE

SERÃ QUE Ã‰ PARA IRONIZAR?
O site do Corpo de Bombeiros do Rio, uma das instuiÃ§Ãµes que estÃ¡ ajudando no combate Ã dengue no estado, ironiza a doenÃ§a na seÃ§Ã£o em que dÃ¡ explicaÃ§Ãµes sobre a epidemia. A pÃ¡gina tem um desenho do mosquito da dengue com as "patas na cintura" com a pergunta: "Por que serÃ¡ que eu nÃ£o consegui me criar nesse lugar?". Junto Ã frase, hÃ¡ uma foto com o Cristo Redentor e o PÃ£o de AÃ§Ãºcar, alÃ©m dos sÃmbolos da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros.
A seÃ§Ã£o traz ainda informaÃ§Ãµes sobre a prevenÃ§Ã£o da doenÃ§a, como o uso de areia nos pratinhos que armazenam Ã¡gua das plantas, e como proceder no caso de aparecerem os sintomas.
Segundo a assessoria de imprensa do Corpo de Bombeiros, "o objetivo daquela pÃ¡gina era chamar a atenÃ§Ã£o para o problema da dengue e mostrar a aÃ§Ã£o dos bombeiros nas ruas para evitar que a doenÃ§a se proliferasse. Infelizmente a frase jÃ¡ nÃ£o combina com a nossa realidade e serÃ¡ retirada do site."
Fonte: O Globo Online - 25/03/08.

SITE DOS BOMBEIROS IRONIZA MOSQUITO
O site dos bombeiros do Rio exibia ontem uma ilustraÃ§Ã£o incompatÃvel com a realidade de 48 mortos confirmados por dengue no Estado. Um Aedes aegypti pragueja com as patas na cintura, diante do Cristo Redentor e do PÃ£o de AÃ§Ãºcar: "Por que serÃ¡ que eu nÃ£o consegui me criar nesse lugar?"
A capital fluminense teve 30 mortos por dengue. Ontem, o diretor-adjunto da Defesa Civil, coronel JosÃ© Sant'Ana Mateus culpou a populaÃ§Ã£o e isentou os Ã³rgÃ£os pÃºblicos pela epidemia: "70% dos culpados sÃ£o a prÃ³pria populaÃ§Ã£o, que nÃ£o toma as precauÃ§Ãµes necessÃ¡rias. NÃ£o se pode colocar a culpa nos Ã³rgÃ£os pÃºblicos, a populaÃ§Ã£o tem que ajudar", disse Mateus, em entrevista Ã rÃ¡dio CBN.
Os sÃmbolos da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros aparecem ao lado da ilustraÃ§Ã£o do mosquito, em uma espÃ©cie de "cartilha virtual" para "orientar a populaÃ§Ã£o carioca" sobre o mosquito, "os cuidados e perigos da doenÃ§a" e as "aÃ§Ãµes preventivas para o combate e controle dos focos do mosquito". A charge pretendia demonstrar que o trabalho teria impedido a proliferaÃ§Ã£o dos mosquitos.
A Folha tentou falar na tarde de ontem com o coronel Mateus para ouvi-lo sobre suas declaraÃ§Ãµes, mas nÃ£o conseguiu. No fim da tarde, a assessoria dos bombeiros afirmou que ele havia sido designado para uma viagem urgente a SÃ£o Paulo "para um estudo sobre a dengue" e estava incomunicÃ¡vel.
Fonte: Folha de S.Paulo - 25/03/08

O MOSQUITO CONTINUA IGUAL
Na campanha eleitoral de 2002, o lulopetismo colou no adversÃ¡rio JosÃ© Serra o rÃ³tulo de "ministro da dengue".
Cinco anos e trÃªs meses de lulopetismo depois, mudou o foco: o culpado pelo novo surto jÃ¡ nÃ£o Ã© o ministro, mas o prefeito, no caso o prefeito do Rio de Janeiro, principal foco da doenÃ§a.
O que nÃ£o mudou foi o mosquito, firme e forte. TambÃ©m nÃ£o mudou a mania lulopetista (e, mais amplamente, brasileira) de fugir para a frente, culpando sempre os outros por todos os problemas, erros, ineficiÃªncias e corrupÃ§Ãµes. Ã‰ bem capaz de aparecer algum debilÃ³ide com a teoria de que foi a "mÃdia golpista" que soltou os mosquitos.
Outra coisa que nÃ£o mudou: o profundo subdesenvolvimento do paÃs, apesar de uma certa confusÃ£o interessada em tentar fazer crer que 5,4% de crescimento, que o aumento do crÃ©dito, que a expectativa de "investment grade" -que tudo isso sÃ£o sinais de desenvolvimento.
SÃ£o, sim, bons sinais, mas desenvolvimento Ã© muito mais: Ã© evoluÃ§Ã£o na saÃºde (que o novo surto da dengue desmente), na educaÃ§Ã£o (que todos os testes, nacionais e internacionais, desmentem), na seguranÃ§a pÃºblica (que o noticiÃ¡rio cotidiano desmente), e o vasto etc. que todo mundo conhece.
Por falar em seguranÃ§a pÃºblica, esta Folha mostrou em 22/03 que os policiais militares de SÃ£o Paulo morrem mais em "bicos" do que no serviÃ§o policial propriamente dito.
Traduzindo: o Estado Ã© incapaz de oferecer seguranÃ§a, o que leva Ã contrataÃ§Ã£o de seus agentes para tentarem dar a seguranÃ§a que, como policiais, nÃ£o conseguem. E eles sÃ£o mortos na tentativa.
Resumo da Ã³pera: o Brasil Ã© governado hÃ¡ 13 anos e trÃªs meses por tucanos e petistas. Treze anos perdidos em copiar um ao outro, sem dizer, claro, que hÃ¡ cÃ³pias, e em culpar um ao outro quando as cÃ³pias nÃ£o dÃ£o certo. O mosquito e o crime agradecem.
ClÃ³vis Rossi - Fonte: Folha de S.Paulo - 23/03/08.

DE DIREITOS E RENÃšNCIAS
VocÃª certamente jÃ¡ ouviu ou leu recomendaÃ§Ãµes como estas: "Fique calmo e nÃ£o corra"; "deixe suas mÃ£os visÃveis"; "nÃ£o faÃ§a movimentos bruscos".
Lembra? Claro. SÃ£o as recomendaÃ§Ãµes da polÃcia para o caso de vocÃª trombar com bandidos. Agora, saiu uma nova versÃ£o. As recomendaÃ§Ãµes sÃ£o as mesmas, mas servem para o inverso, ou seja, para o caso de vocÃª trombar com a polÃcia.
ConstarÃ£o de 1 milhÃ£o de folhetos a serem distribuÃdos por meio da Secretaria Especial de Direitos Humanos do governo federal. HÃ¡ na iniciativa dois problemas.
Primeiro: equipara policiais a bandidos, como agentes a serem igualmente temidos. Pior: reforÃ§a a incontrolÃ¡vel tendÃªncia do poder pÃºblico brasileiro, em todos os seus nÃveis, de fugir dos problemas, pedindo aos cidadÃ£os que se eduquem para renunciar a direitos.
Menos mal que Rosiana Queiroz, coordenadora nacional do Movimento Nacional de Direitos Humanos, leu corretamente a iniciativa: "A modificaÃ§Ã£o de uma abordagem policial depende de repensar a polÃcia, sua estrutura, a concepÃ§Ã£o militaresca, a forma de selecionar policiais, formÃ¡-los, orientÃ¡-los e dar um bom salÃ¡rio a eles". Mais: "Precisa fazer uma investigaÃ§Ã£o sobre quais policiais estÃ£o envolvidos com o crime organizado", disse Rosiana a Eduardo Scolese, da Folha.
Bingo. Pena que a tese de Rosiana seja muito difÃcil e trabalhosa para implementar. E o poder pÃºblico foge de tudo o que Ã© difÃcil. JÃ¡ que nÃ£o pode educar policiais a respeitar normas de conduta e direitos individuais bÃ¡sicos, trata de educar o pÃºblico a nÃ£o irritar policiais.
Como tampouco pode educar/ prender/punir bandidos, educa a populaÃ§Ã£o a nÃ£o reagir a eles.
Ou seja, educa-a a renunciar a bens e ao direito de ir e vir, sob pena de perder ambos e mais a vida. Ã‰ um paÃs muito medÃocre.
ClÃ³vis Rossi - Fonte: Folha de S.Paulo - 25/03/08.

E NÃ“IS QUE PENSAVA QUE NUNCA ERRAVA!
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