"HERROS" RECORDES
CIPA CONGRESSISTA
Estamos trabalhando hĂĄ 3 dias sem escĂąndalos. (Detalhe do FM: Essa placa deve ter sido atualizada numa segunda-feira Ă s seis horas da manhĂŁ).
Nosso recorde anterior Ă© de 9 dias. (Detalhe do FM: Esse feito deve ter ocorrido no recesso parlamentar de julho).
(Colaboração: A.M.B.)
EVOLUĂĂO
E-mail que chegou ao gabinete de um senador: "Pelo amor de Darwin, fechem este Senado!".
Painel - Renata Lo Prete - Fonte: Folha de S.Paulo - 21/08/09.
A FARRA POLĂTICA
E o site Ăramos Seis revela o milagre dos milagres! (Confira: http://www.eramos6.com.br/2009/08/20/uns-atravessam-o-mar-vermelho-outros-o-mar-de-lama/). MoisĂ©s abriu e atravessou o Mar Vermelho. O PT abriu e o Sarney atravessou o Mar de Lama! O PT deixou os petistas vendo estrelas!
SĂł o Mercadante foi contra salvar o Sarney. Porque ele nĂŁo quer concorrĂȘncia no bigode! AliĂĄs, sabe como se chama aquele bigodĂŁo estilo Sarney e Mercadante? RodapĂ© de xoxota! RararĂĄ!
E o PT mudou o slogan! De "Fora Sarney" pra "Força, Sarney"! Rararå!
NĂŁo tem virgem na zona! O PT virou Dona Benta, farinha do mesmo saco. E antes se falava dos polĂticos: "Ă tudo farinha do mesmo saco". Agora se diz: "Ă tudo esterco do mesmo pasto". Ă, o povo tĂĄ revoltado. Um leitor me escreveu dizendo que vai fundar um novo partido, o PCC: Partido dos Congressistas Corruptos!
José Simão - Fonte: Folha de S.Paulo - 21/08/09.
COINCIDĂNCIA? JORNAL DO SENADO TRAZ RECEITA DE PIZZA
Parece que os responsĂĄveis pelo âJornal do Senadoâ â periĂłdico oficial sobre as açÔes dos senadores â estĂŁo antenados quanto aos possĂveis desdobramentos da crise na Casa. A Ășltima edição traz uma receita de âpizza fingidaâ na seção de culinĂĄria da editoria âCidadaniaâ.
Aparte - Fonte: O Tempo â 19/08/09.
Confira: http://noticias.terra.com.br/brasil/interna/0,,OI3928881-EI7896,00.html
CAFĂ PEQUENO
Ao final de um jantar entre amigos, terça-feira passada no bairro paulistano dos Jardins, o garçom se aproximou da mesa para abrir o lacre que prendia à cadeira a bolsa de uma das comensais, procedimento de segurança adotado em muitos restaurantes da cidade.
O zelo com os pertences da clientela levou uma outra pessoa do grupo a brincar:
- Vai que tem algum senador por perto...
O garçom captou a alusĂŁo Ă sĂ©rie de escĂąndalos em BrasĂlia e procurou tranquilizar o cliente:
- Que nada, doutor! Carteira Ă© pouco pra esse pessoal!
Painel - Contraponto - Renata Lo Prete - Fonte: Folha de S.Paulo - 16/08/09.
SENADO
Os poetas sabem de tudo. No seu "MafuĂĄ do Malungo", Manuel Bandeira incluiu um retrato do "Sapo-Cururu":
"Sapo-cururu
da beira do rio.
oh que sapo gordo!
oh que sapo feio!
Sapo-cururu
da beira do rio.
Quando o sapo coaxa,
povoléu tem frio.
(...)
Sapo-cururu
da barriga inchada.
VĂŽte! brinca com ele...
Sapo-cururu Ă© senador da RepĂșblica."
(Segundo EugĂȘnio Nascimento, "vĂŽte" Ă© uma interjeição que manifesta repugnĂąncia a alguma coisa. Por exemplo: "Ele come atĂ© cobra assada. VĂŽte.")
Elio Gaspari (http://www.submarino.com.br/portal/Artista/80141/+elio+gaspari) - Fonte: Folha de S.Paulo - 16/08/09.
BRASIL COVARDE
Artigo de Guilherme FiĂșza, neto de Sobral Pinto.
Em defesa de José Sarney, Collor mandou Pedro Simon engolir suas palavras. Simon voltou a falar, mas engoliu. Em seco. Depois relatou que teve medo.
O olhar vidrado de Collor lembrou ao senador gaĂșcho o crime cometido pelo pai dele, Arnon de Mello, que matou um colega no plenĂĄrio. Simon achou que podia ter o mesmo fim trĂĄgico.
TrĂĄgico mesmo nessa histĂłria Ă© o medo do valente Pedro Simon.
Acabaram-se os homens pĂșblicos, acabou-se o espĂrito pĂșblico. Se um Collor babando de Ăłdio Ă© suficiente para calar um democrata, a democracia serĂĄ regida pelos psicopatas.
Collor disse a Simon que não se atrevesse a repetir o seu nome, nunca mais. A intimidação fez efeito, e Simon não mais pronunciou o nome do colega.
Se ainda existissem homens pĂșblicos, Pedro Simon, ou qualquer outro senador, deveria ter respondido imediatamente a Fernando Collor de Mello (este Ă© o nome dele): o Senado Ă© uma alta representação do povo, os que lĂĄ estĂŁo tĂȘm nomes, e no dia em que algum deles nĂŁo puder ser pronunciado a democracia terĂĄ morrido.
Vamos repetir o nome do senador que nĂŁo quer ser mencionado, e que foi obedecido por Pedro Simon: Fernando Collor de Mello. Ă muito importante pronunciar este nome, para que ele nĂŁo seja esquecido jamais.
Fernando Collor de Mello Ă© o ex-presidente da RepĂșblica que acreditou poder governar na marra, com medidas truculentas como o confisco da poupança dos brasileiros, e que julgou poder usar o mandato popular como instrumento privado em benefĂcio prĂłprio. Ao lado de seu famoso tesoureiro, Paulo CĂ©sar Farias, condenado por corrupção, Fernando Collor de Mello foi acusado em vĂĄrios processos de lesar a administração pĂșblica, teve que renunciar, e foi condenado no Senado Ă perda de seus direitos polĂticos por oito anos.
Collor foi absolvido na Justiça, cumpriu a pena polĂtica e conseguiu voltar a se eleger. Estava no seu pleno direito. Era hora dos incomodados se calarem.
Ao entrar no plenĂĄrio do Senado bufando, tentando intimidar, ameaçando com chantagens e perseguiçÔes, este homem estĂĄ dizendo o seguinte ao paĂs: nĂŁo quer ser tratado como um democrata, quer ser tratado como bandido.
Entre o medo de Pedro Simon e a apatia da opiniĂŁo pĂșblica, Fernando Collor de Mello (este Ă© o seu nome) saiu de cabeça erguida do Senado.
O terror venceu. E no dia seguinte, foi recebido discretamente por ninguém menos que sua santidade, o presidente Luiz Inåcio Lula da Silva.
O velho, o desclassificado, o inacreditĂĄvel Collor canta de galo no Senado Federal, e o Brasil assiste. O Brasil Ă© covarde.
Ă por isso que JosĂ© Sarney sobe Ă tribuna e mente Ă vontade. NĂŁo tem problema ele dizer que nĂŁo tem nada a ver com Agaciel e a farra do trĂĄfico de influĂȘncia. O Brasil sabe de tudo. Mas a covardia abençoa os cĂnicos.
Se Collor pode fazer discurso de bandido no Senado e ser recebido em seguida por Lula, por que implicar com as molecagens da famĂlia Sarney?
O melhor Ă© ligar a TV e assistir Ă marmelada no Conselho de Ătica com pipoca e Coca-Cola.
PS: O nome do senador impronunciĂĄvel Ă© Fernando Collor de Mello.
(colaboração: VinĂcius/Marcelo)
QUEBRA DE DECORO
Ao enterrar denĂșncias, Senado acabou por enterrar a sua Ă©tica.
Em uma amostra de deplorĂĄvel imoralidade, o Senado enterrou de vez todas as denĂșncias apresentadas contra o presidente da Casa, JosĂ© Sarney. Ou seja, as diversas e notĂłrias suspeitas que recaem sobre Sarney sequer serĂŁo investigadas. Mais do que uma pilha de requerimentos, o Senado brasileiro enterrou, na verdade, os Ășltimos farelos de sua esfacelada Ă©tica.
O desinteresse por colocar Ă s claras as entranhas da Casa foi definido em um conchavo, em uma manobra ardil, que desconsiderou completamente a descĂȘncia em prol de uma indecorosa disputa polĂtica.
A estratĂ©gia jĂĄ estava anunciada: os governistas, que detĂȘm a relatoria do Conselho de Ătica do Senado, haviam avisado que nenhuma denĂșncia seria aceita se a ComissĂŁo de Constituição e Justiça da Casa aprovasse a convocação para que a ex-secretĂĄria da Receita Federal Lina Vieira falasse sobre um suposto encontro, no qual a ministra Dilma Rousseff teria tentado interferir em uma investigação do Fisco sobre a famĂlia Sarney.
E eis que surgiu um fato raro no meio polĂtico - promessa feita transformar-se em promessa cumprida. Essa, no entanto, Ă© uma medida que deixa claro ao eleitor a verdadeira intenção dos senadores. NĂŁo existe a vontade coletiva de garantir que a justiça seja feita, ou de fazer com que o Senado tenha uma imagem menos desgastada perante a opiniĂŁo pĂșblica.
Como se nĂŁo bastasse a inoperĂąncia da Casa em sua atribuição constitucional de legislar, o Senado ainda se presta ao despeito de ignorar investigaçÔes. Diante de um quadro tĂŁo lamentĂĄvel, o que o eleitor pode esperar do Senado? O Conselho de Ătica banalizou o escĂąndalo e deu termo Ă credibilidade da Casa. Essa, sim, Ă© uma flagrante quebra de decoro.
Aparte - Fonte: O Tempo â 20/08/09.
O UNIVERSO Ă MUITO CHATO
Vamos combinar: o universo Ă© chato pra cacete. TelescĂłpios nĂŁo param de olhar e sĂł veem a mesma coisa: energia virando matĂ©ria e vice-versa, buracos negros, galĂĄxias aos bilhĂ”es, explosĂ”es sem fim e nem uma colherzinha de chĂĄ de "sentido", nada. Quanto mais se procura, menos se acha. Isso acontece porque, por trĂĄs de "achar", hĂĄ a ideia de que "algo" ele serĂĄ. Ou seja, o universo nĂŁo Ă© o que Ă©, mas sim outra coisa que nĂŁo sabemos. NĂŁo dĂĄ nem para dizer "Ă©", pois o que significa essa palavrinha? O universo nĂŁo Ă© redutĂvel a um sentido. Ao pensar, com tempo e espaço, jĂĄ estamos "criando" sentido, fazendo o mistĂ©rio caber em nosso parco entendimento. Que significam nossas palavras e conceitos? SĂŁo gemidos diante de algo inatingĂvel, pois nĂŁo hĂĄ o que atingir. Kant Ă© imbatĂvel.
Hoje, estou "filosĂłfico" porque fico olhando as galĂĄxias de um livro que ganhei para esquecer os horrores da polĂtica dos micrĂłbios que nos assolam. De um lado, a galĂĄxia de 13 bilhĂ”es de anos-luz; do outro, os trĂȘs porquinhos senadores. E, se Sarney Ă© escritor, por que nĂŁo posso ser filĂłsofo? Pois li tambĂ©m (adoro) textos como o "universo elegante", sobre a teoria das cordas; nĂŁo entendi nada, mas li tambĂ©m sobre Big Bang e Big Crunch e ouso dizer que acredito no Big Crunch. Agora, provou-se que o universo tem massa, mesmo no vĂĄcuo, pois ele Ă© preenchido por "neutrinos", mĂnima partĂcula elementar que tem massa e pode atravessar "milhĂ”es de milhas de chumbo sem ser notado; ele deve ser a matĂ©ria escura que enche o universo todo", gemem os cientistas, cegos de tanta evidĂȘncia misteriosa.
E foi entĂŁo, senhores, que eu tive a iluminação: Big Crunch nĂŁo Ă© nome de sanduĂche do McDonaldâs. Ă o destino do universo.
Por segundos, entendi o infinito, como o personagem de Borges no "Aleph"!
Pois aqui vai, entĂŁo, o sentido da vida. O neutrino Ă© um dos tijolos do universo. O neutrino foi descoberto quando alguns cientistas viram perplexos que as partĂculas que emanavam de um material radiativo nĂŁo voavam em todas as direçÔes, sem rumo, mas seguiam uma trilha clara, numa direção dada, como se fossem desviados por algo. Esse algo sĂł podia ser uma cama de partĂculas misteriosĂssimas, a que se deu o nome de "neutrino". Se existe uma partĂcula com massa criando a matĂ©ria escura do universo, desfaz-se uma antiquĂssima noção, que Ă© a de "sim" e a de "nĂŁo". Melhor dizendo, se os espaços siderais estĂŁo preenchidos, Ă© sinal de que nĂŁo hĂĄ o "nada". Nada nĂŁo hĂĄ. A ideia de "nada" e de "tudo" Ă© uma ideia de viventes. Como vocĂȘ vai morrer, o seu cĂ©rebro se programa para imaginar que "hĂĄ" uma coisa e "nĂŁo hĂĄ" outra. De que hĂĄ o "cheio" e o "vazio", de que hĂĄ o vivo e o morto. Ideia de viventes. Muito bem, se a matĂ©ria escura estĂĄ em tudo, hĂĄ um aterrorizante "continuum" que nos liga a todos, os seres "em si" e os seres "para si" - coisas e homens. Pelo pouco que sei, acho que a pessoa que andou mais perto da verdade foi Spinoza com sua ideia de "substĂąncia" e depois Nietzsche, com a recusa a dar aos pensantes qualquer superioridade em relação a um rato ou uma pedra.
Se, com o neutrino, tudo estå preenchido, deduz-se que o universo não estå se expandindo na direção de um outro lugar. Não hå "outro lugar". O universo estå se expandindo em relação a si mesmo, para um dia chegar a si mesmo, se bem que não houve "ponto de partida", pois não houve "partida". O tal Big Bang faz parte simultaneamente do Big Crunch, o colapso do universo sobre si mesmo, recomeçando eternamente.
A filosofia moderna celebrou o fim do sujeito, mas agora estamos perto do fim do "objeto". Portanto, não hå objeto porque só pode haver sujeito e objeto se houver intervalo, vazios, diferença. Não hå.
Quando Descartes falou: "Penso, logo existo", estava dizendo: "Penso, logo penso que existo." Descartes estava apenas inventando o "sujeito", ou melhor, inventando o francĂȘs, aquele sujeito em dĂșvida com uma "baguete" de pĂŁo debaixo do braço.
Estamos todos mergulhados num caldo de cultura infinito, onde parece que boiamos; apenas "parece", pois somos também o caldo onde boiamos. A mosca e a sopa são a mesma coisa.
Mas a ciĂȘncia acha que chegaremos a um fim, a uma espĂ©cie de "revelação", como se, seguindo a "estrada de tijolo amarelo" chegĂĄssemos a Deus ou, pelo menos, ao MĂĄgico de Oz. A ciĂȘncia vai colapsar sobre si mesma, como o universo. E nĂŁo sĂł nĂŁo encontraremos ninguĂ©m, como tampouco o nada, porque o "nada" nĂŁo hĂĄ, nem "ninguĂ©m" nĂŁo hĂĄ.
Nada se definirĂĄ, nem energia nem matĂ©ria, pois sĂŁo a mesma coisa, uma se bombeando para dentro da outra, numa trepada eterna de desmanches e recomposiçÔes. Assim, a fĂsica moderna tira-nos qualquer esperança de encontrarmos uma resposta, o que pode ser atĂ© o inĂcio de uma nova arte de ser.
Se nĂŁo vamos chegar a nada, nĂŁo temos de descobrir resposta para nada. NĂŁo porque Deus nĂŁo "exista". Deus existe, sim; ou melhor, Deus existe, nĂŁo como coisa a ser "atingida". Deus, senhores, Ă© esse eterno oscilar (arghhh!) entre matĂ©ria e energia, entre os quarks mais remotos e as grandes galĂĄxias. HĂĄ uma correspondĂȘncia "ĂŽntica" (perdĂŁo...) entre as estrelas e nosso sistema de vida e morte, de "sim" e "nĂŁo". Nada "ex-iste", no sentido de estar fora de algo - ("ex-sistere" - estar em pĂ©, do lado de fora) Fora de quĂȘ, saiu "de dentro" de onde?
Em verdade vos digo, Ăł rarĂssimos leitores, que Deus existe, mas nĂŁo Ă© pai. Ă tĂŁo ĂłrfĂŁo quanto nĂłs, um Deus-matĂ©ria, ĂłrfĂŁo de si mesmo. A Ășnica coisa que nos resta Ă© a grande paz da ausĂȘncia de esperança. A razĂŁo humana devia parar de querer atingir um "futuro".
A razĂŁo tinha de ser um Big Crunch, mordendo o prĂłprio rabo, voltada para dentro, para nĂłs, os homens, para nosso prazer e saĂșde. Portanto, jĂĄ que o Brasil polĂtico nĂŁo anda, jĂĄ que o PMDB teve o Big Crunch, que Lula se acha Deus, eu fundo aqui, Ăł incrĂ©us, um novo panteĂsmo pĂłs-moderno, um panteĂsmo materialista, com um Deus que nĂŁo "ex-iste". O Brasil Ă© a prova do Big Crunch!
Somos todos iguais - parte de Deus. Esse Ă© o sentido da vida.
Arnaldo Jabor (http://www.arnaldojabor.blogger.com.br/) - â Fonte: O Tempo â 18/08/09.
E NĂIS QUE PENSAVA QUE NUNCA ERRAVA!
CONTINUAMOS ERRANDO PROPOSITALMENTE...! HERRAR Ă UMANO!
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