"HERROS" DIGITAIS
FALHA NOSSA
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Acontece nas melhores famĂlias...
(Colaboração: Tadeu - Curitiba)
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POLITICAMENTE INCORRETO
Do nosso guia politicamente incorreto, mas genial:
"O sol nasce para todos, a sombra pra quem Ă© mais esperto", de Stanislaw Ponte Preta.
Paulo Navarro (http://www.pnc.com.br/) - Fonte: O Tempo â 02/02/10.
"L'ETĂ C'EST MUĂ"
Nosso Guia corre o risco de atravessar o espelho, indo viver no mundo do seu ego.
Outro dia disse o seguinte: "O FMI chegava ao Brasil humilhando o governo, dando palpite. Se antes era o Brasil que devia ao FMI e ficava como cachorro magro com o rabo entre as pernas, agora quem me deve Ă© o FMI". O FMI nĂŁo deve dinheiro a Lula. Deve ao Brasil.
Elio Gaspari (http://pt.wikipedia.org/wiki/Elio_Gaspari) - Fonte: Folha de S.Paulo â 31/01/10.
VERGONHA NACIONAL
Na vida domĂ©stica Ă© assim: onde e quando se encontra uma barata, se encontram seis. Ă o caso dos chamados marajĂĄs do serviço pĂșblico. Quando se encontra um, podem se encontrar vĂĄrios.
A imprensa noticiou outro dia que, mediante lista publicada pelo Ministério do Planejamento, na folha de encargos federais se encontrava uma dessas baratonas que abocanhava mensalmente nada mais, nada menos, que R$ 46.430.42 (!), relativos a um contracheque pertencente a um servidor da Universidade Federal do Cearå.
A lista se prolonga, com outras baratonas levando para casa mais reais do que ganham ministros do Supremo, o "top" em matĂ©ria de ganhos nesta RepĂșblica serenĂssima, todos residentes no Norte ou Nordeste do paĂs, onde muitos contrariam o chamado "teto", inserido como norma cogente em nossa (pouco respeitada) Constituição Federal, a Constituição CidadĂŁ, epĂteto saĂdo dos rigores do saudoso constituinte Ulysses GuimarĂŁes. Coitado! Perdeu seu tempo, seu Ămpeto constitucionalizante, seu exemplo de pudor ao tentar passar a limpo o Brasil. Estava certo GetĂșlio Vargas ao indicar a receita para reinar a paz social em nosso paĂs. Haveria o governo de exercitar a equação segundo a qual a polĂtica deveria ficar com Minas, o dinheiro com SĂŁo Paulo, ao Sul se entregariam os generais e ao Norte e Nordeste se reservavam para os naturais os empregos e seus respectivos rendimentos. NĂŁo hĂĄ verdade mais atual, embora dita hĂĄ mais de 60 anos!
Ora, daĂ nos convencemos de que este Brasil nĂŁo Ă©, mesmo, um paĂs sĂ©rio. Para que tanto alarido ao comemorar a criação de uma norma de fundo Ă©tico (o teto), que viria bastar-se, se a realidade se eleva acima da norma constitucional, isto Ă©, se praticada reiteradamente contra a letra daquele dispositivo?
O decepcionante Ă© que a prĂĄtica se encontra justificativa atĂ© no meio forense. Ainda que se admitisse o efeito da coisa julgada, pode algum fenĂŽmeno atentar vitoriosamente sobre a Constituição, a lei fundamental? NĂŁo pode o julgador antever que a concessĂŁo salarial de que cogita o esperto requerente altera substancialmente o "teto", e, diante de tal barreira, absolutamente intransponĂvel, vir a negĂĄ-la?
Enquanto isso, naqueles mesmos Norte e Nordeste, as tragĂ©dias da fome, das endemias, da insalubridade, da mortalidade infantil, e misĂ©rias quetais continuam açoitando as gentes e as consciĂȘncias lĂșcidas deste paĂs. Programas como Bolsa FamĂlia, sabe melhor o governo, sĂŁo nada mais que espĂłrtulas a mitigar o sofrimento e as dores do povo.
AtĂ© quando assistiremos a esse teatro de desigualdades e de injustiça? Mais resultados produzirĂŁo para aquela maioria a prĂĄtica irrestrita da Ă©tica, cuja ausĂȘncia Ă© a responsĂĄvel por todos nossos males, passados, presentes e futuros.
A caça aos marajĂĄs e o afrontamento Ă cobiça daqueles que se dizem servidores pĂșblicos continuam tema da hora. NĂŁo nos omitamos. Quem nĂŁo teme o "Dies Irae" ?
JosĂ© Maria Couto Moreira - Procurador do Estado â Fonte: O Tempo â 31/01/10.
EDUCAĂĂO DE QUARTO MUNDO
No meio da tragĂ©dia do Haiti, que comove atĂ© mesmo os calejados repĂłrteres de guerra, levo um choque nacional. NĂŁo sĂŁo horrores como os de lĂĄ, mas nĂŁo deixa de ser um drama moral. O relatĂłrio "Educação para todos", da Unesco, pĂŽs o Brasil na 88ÂȘ posição no ranking de desenvolvimento educacional. Estamos atrĂĄs dos paĂses mais pobres da AmĂ©rica Latina, como o Paraguai, o Equador e a BolĂvia. Parece que em alfabetizar somos atĂ© bons, mas depois a coisa degringola: a repetĂȘncia mĂ©dia na AmĂ©rica Latina e no Caribe Ă© de pouco mais de 4%. No Brasil, Ă© de quase 19%.
No clima de ufanismo que anda reinando por aqui, talvez seja bom acalmar-se e parar para refletir. Pois, se nossa economia nĂŁo ficou arruinada, a verdade Ă© que nossas crianças brincam na lama do esgoto, nossas famĂlias sĂŁo soterradas em casas cuja segurança ninguĂ©m controla, nossos jovens sĂŁo assassinados nas esquinas, em favelas ou condomĂnios de luxo somos refĂ©ns da bandidagem geral, e os velhos morrem no chĂŁo dos corredores dos hospitais pĂșblicos. Nossos polĂticos continuam numa queda de braço para ver quem Ă© o mais impune dos corruptos, a linguagem e a postura das campanhas eleitorais se delineiam nada elegantes, e agora estĂĄ provado o que a gente jĂĄ imaginava: somos pĂ©ssimos em educação.
Pergunta bĂĄsica: quanto de nosso orçamento nacional vai para educação e cultura? Quanto interesse temos num povo educado, isto Ă©, consciente e informado - nĂŁo sĂł de seus deveres e direitos, mas dos deveres dos homens pĂșblicos e do que poderia facilmente ser muito melhor neste paĂs, que nĂŁo Ă© sĂł de sabiĂĄs e palmeiras, mas de esforço, luta, sofrimento e desilusĂŁo?
Precisamos muito de crianças que saibam ler e escrever no fim da 1ÂȘ sĂ©rie elementar; jovens que consigam raciocinar e tenham o hĂĄbito de ler pelo menos jornal no 2Âș grau; universitĂĄrios que possam se expressar falando e escrevendo, em lugar de, Ă s vezes com beneplĂĄcito dos professores, copiar trabalhos da internet. Qualidade e liberdade de expressĂŁo tambĂ©m sĂŁo pilares da democracia. SĂł com empenho dos governos, com exigĂȘncia e rigor razoĂĄveis das escolas - o que significa respeito ao estudante, Ă famĂlia e ao professor - teremos profissionais de primeira em todas as ĂĄreas, de tĂ©cnicos, pesquisadores, jornalistas e mĂ©dicos a operĂĄrios. Por que nos contentarmos com o pior, o medĂocre, se podemos ter o melhor e nĂŁo nos falta o recurso humano para isso? Quando empregarmos em educação uma boa parte dos nossos recursos, com professores valorizados, os alunos vendo que suas açÔes tĂȘm consequĂȘncias, como a reprovação - palavra que assusta alguns modernĂssimos pedagogos, palavra que em algumas escolas nem deve ser usada, quando o que prejudica nĂŁo Ă© o termo, mas a negligĂȘncia. Tantos sĂŁo os jeitos e os recursos favorecendo o aluno preguiçoso que alguns casos chegam a ser bizarros: reprovação, sĂł com muito esforço. Trabalho ou relaxamento tĂȘm o mesmo valor e recompensa.
Sou de uma famĂlia de professores universitĂĄrios. Exerci o duro ofĂcio durante dez anos, nos quais me apaixonei por lidar com alunos, mas jĂĄ questionava o nĂvel de exigĂȘncia que podia lhes fazer. Isso faz algumas dĂ©cadas: quando Ă©ramos ingĂȘnuos, e nĂŁo antecipĂĄvamos ter nosso paĂs entre os piores em educação. Quando os alunos ainda nĂŁo usavam celular e iPhone na sala de aula, nĂŁo conversavam como se estivessem no bar nem copiavam seus trabalhos da internet - o que hoje começa a ser considerado normal. Em suma, quando escola e universidade eram lugares de compostura, trabalho e aprendizado. O relaxamento nĂŁo Ă© geral, mas preocupa quem deseja o melhor para esta terra.
Hå gente que acha tudo ótimo como estå: os que reclamam é que estão fora da moda ou da realidade. Preparar para as lidas da vida real seria incutir nos jovens uma resignação de usuårios do SUS, ou deixar a meninada "aproveitar a vida": alguém pode me explicar o que seria isso?
Lya Luft - Fonte: Veja â Edição 2150.
E NĂIS QUE PENSAVA QUE NUNCA ERRAVA!
CONTINUAMOS ERRANDO PROPOSITALMENTE...! HERRAR Ă UMANO!
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