"HERROS" GEOGRĂFICOS
DOIS "PARAGUAIS" NO MAPA
Piada pronta: "Livros didĂĄticos de SĂŁo Paulo tĂȘm mapa com dois Paraguais". Dois Paraguais? Um serve de estacionamento de carro roubado no Brasil! E os IrmĂŁos Bacalhau dizem que Ă© coerente ter dois Paraguais. Um deles Ă© falso!
Mas podia ser pior. JĂĄ pensou se fossem DUAS ARGENTINAS? RararĂĄ! Com essa crise, tamo precisando de dois Paraguais mesmo. Pra estocar muamba na 25 de Março! Dois Paraguais? Quero comprar. Ă o mesmo preço? RararĂĄ! A educação em SĂŁo Paulo tĂĄ incrĂvel, hein!!!
Tå certo, um Paraguai fica no Paraguai e o outro Paraguai fica na 25 de Março. Pior, eles puseram os dois Paraguais em lugar errado. Ou seja, temos dois Paraguais e ambos são falsos.
E jå imaginou exame com esse mapa? Alternativas: 1) Um Paraguai é falso; 2) Os dois são falsos; 3) O livro é falso; 4) todas as alternativas são falsas. E com essa crise tamo precisando mesmo de dois Paraguais. Pra abastecer a 25 de Março!
José Simão - Fonte: Folha de S.Paulo - 18-22/03/09.
O site do SimĂŁo - http://www2.uol.com.br/josesimao/
IrmĂŁos Bacalhau - http://irmaosbacalhau.blog.uol.com.br/
O MAPA "HERRADO"
Com graves erros de geografia na localização de paĂses da AmĂ©rica do Sul, 500 mil livros didĂĄticos distribuĂdos pelo governo de SĂŁo Paulo a alunos da 6ÂȘ sĂ©rie da rede pĂșblica de ensino começaram a ser recolhidos ontem.
No livro, o Equador sequer aparece na ilustração e a BolĂvia divide o seu territĂłrio com o Paraguai, paĂs que tambĂ©m chega a ter sua localização invertida com o Uruguai.
O material foi editado pela Fundação Vanzolini, entidade privada que arcarå com as despesas da troca.
Os erros receberam destaque em jornais da AmĂ©rica Latina. O uruguaio El Pais chama o erro de âhorror geogrĂĄficoâ e completa: âUruguai ou Paraguai? No Brasil Ă© o mesmoâ. No boliviano Ăltima Hora, aparece com destaque a notĂcia de que âLivro escolar brasileiro confunde Paraguai com Uruguaiâ. No tĂtulo do chileno Radio Sol, âBrasil apaga Equador e troca Uruguai por Paraguaiâ. E o argentio ClarĂn diz que caso trouxe polĂȘmica ao Brasil, âporque escolas ensinam com mapa cheio de errosâ.
Fonte: O Tempo / Gazeta do Povo - 18/03/09.
Vejam os "herros":
http://oglobo.globo.com/sp/mat/2009/03/17/livro-de-geografia-distribuido-na-rede-estadual-de-sp-tem-dois-paraguais-esquece-equador-754871585.asp
Leia mais:
http://g1.globo.com/Noticias/Vestibular/0,,MUL1046242-5604,00.html
El PaĂs - http://www.elpais.com.uy/090317/ultmo-405144/ultimomomento/%C2%BFuruguay-o-paraguay-en-brasil-es-lo-mismo
Ăltima Hora - http://www.ultimahora.com/notas/205343-Libro-escolar-brasile%C3%B1o-confunde-a-Paraguay-con-Uruguay
Radio Sol - http://www.radiosol.cl/?p=2753
El Clarin - http://www.clarin.com/diario/2009/03/17/um/m-01879058.htm
FIFA COMETE GAFES AO APRESENTAR AS CIDADES CANDIDATAS
A Fifa publicou em seu site oficial, um guia com as 17 cidades brasileiras candidatas a receber jogos da Copa do Mundo de 2014. Cada cidade ganhou um texto com referĂȘncias a seu histĂłrico, tanto nos aspectos sociais como nos futebolĂsticos. Duas gafes, entretanto, mancharam a apresentação, que mais tarde foram corrigidas. No mapa do Brasil que servia como ponto de partida para as matĂ©rias sobre as cidades, Rio Branco, a capital do Acre, foi apontada na regiĂŁo onde de fato estĂĄ localizado o estado de Roraima.
E havia mais: SĂŁo Paulo, a maior cidade brasileira, foi descrita na apresentação como "San Paulo". Das 17 cidades candidatas, 12 serĂŁo escolhidas para receber jogos da Copa de 2014. O anĂșncio oficial serĂĄ feito pela Fifa no fim de maio, durante um congresso em Bahamas.
Fonte: O Tempo - 20/03/09.
Veja o mapa "herrado":
http://www.jornaldeluzilandia.com.br/txt.php?id=9599
Fifa -
http://www.fifa.com/
RELAXE E GOZE, VERSĂO BRITĂNICA
O "relaxe e goze", que jĂĄ deu confusĂŁo no Brasil, Ă© um tremendo sucesso no Reino Unido. O jornal "The Guardian" informa que uma frase com o mesmo espĂrito, embora menos sexualmente carregada, vende feito pĂŁo quente. A frase Ă© "Keep calm and carry on", que bem poderia ser traduzida por "relaxe e vĂĄ em frente".
Foi criada na vĂ©spera da 2ÂȘ Guerra Mundial, em 1939, tempos evidentemente mais sombrios que os atuais, em que nĂŁo hĂĄ uma guerra no horizonte, mas hĂĄ uma crise para ninguĂ©m botar defeito. Diz o "Guardian" que a frase, impressa em diferentes produtos, vende entre 300 e 500 exemplares por semana. NĂŁo Ă© o Ășnico dado que revela o sucesso do "relaxe e goze": uma pesquisa do National Trust, que cuida de 300 casas e jardins histĂłricos na Inglaterra, PaĂs de Gales e Irlanda do Norte, mostra que, diante da catarata de mĂĄs notĂcias sobre a economia e da necessidade de fazer o salĂĄrio alcançar o fim do mĂȘs, os britĂąnicos estĂŁo se voltando para prazeres prosaicos, como visitar as propriedades do Trust.
O nĂșmero de visitantes quadruplicou em certas propriedades. HĂĄ atĂ© 84% dos pesquisados que contam que seu programa Ă© passar o dia fora, mas perto de casa. Dizem ser mais importante que nunca. Mas, atenção, pode nĂŁo ser apenas uma questĂŁo de relaxar, gozar e economizar, mas de perda de confiança nas autoridades e no paĂs, interpreta Lesley Prince, professor de psicologia social em Birmingham: "O ponto Ă© que foi vendida uma mentira para as pessoas desde os anos 70. Prometeram a Terra e agora estĂŁo todos preocupados com tudo, seus empregos, suas casas, seus bancos, seu dinheiro, suas aposentadorias".
O jeito, então, seria olhar para o céu e "acreditar que alguém lå em cima sabe o que estå ocorrendo, e que tudo acabarå bem". Valeria para o Brasil?
ClĂłvis Rossi - Fonte: Folha de S.Paulo - 20/03/09.
ILUDIDOS PELO ACASO
Muitas pessoas acham erroneamente que jornalistas sĂŁo, por definição, negativos, o pessoal do contra â e que, por isso, a imprensa privilegia mĂĄs notĂcias.
Embora alguns jornalistas optem de fato pela mĂĄ notĂcia, existe um outro fenĂŽmeno que afeta os leitores, um fenĂŽmeno chamado a ilusĂŁo do acaso. Quem explica isso Ă© o estatĂstico Nassim Taleb, autor do livro "Iludido pelo Acaso".
Embora ele nĂŁo trate de jornalismo, mas do mercado de açÔes, mostrarei aqui a analogia com jornalismo â isso se vocĂȘs tiverem paciĂȘncia, porque a lĂłgica Ă©, de fato, complicada. Mas vale a pena!
O mercado de açÔes americano sobe hĂĄ mais de 40 anos a uma taxa mĂ©dia de 12% ao ano, lembrando-se de que mĂ©dia Ă© media. Metade dos anos ele valoriza mais do que isso (uma excelente notĂcia), a outra metade ele cresce menos (o que continua sendo boa notĂcia, com exceção das poucas vezes em que a rentabilidade Ă© negativa e vocĂȘ perde dinheiro). Apesar da volatilidade diĂĄria, olhando uma Ășnica vez por ano, vocĂȘ verĂĄ mais boas notĂcias do que notĂcias ruins.
Isso porque o mundo estĂĄ melhorando lentamente, dando dois passos para frente e um para trĂĄs. Se vocĂȘ observar sua carteira de açÔes uma Ășnica vez por ano, em 40 anos vocĂȘ terĂĄ 93% de boas notĂcias: vocĂȘ ficou mais rico.Mas em 7% das vezes, ou 3 anos dos
40, a notĂcia serĂĄ ruim: vocĂȘ ficou mais pobre (ou menos rico). Se vocĂȘ observar o nĂvel da Bolsa de Valores todo trimestre, a situação muda de figura: 67% das vezes vocĂȘ ficarĂĄ feliz - a Bolsa subiu no trimestre.
No entanto, 33% das vezes vocĂȘ terĂĄ uma mĂĄ notĂcia: a Bolsa caiu e vocĂȘ empobreceu naquele semestre. Quem criou a frase dois passos para frente e um para trĂĄs deveria ler jornal a cada trimestre, que era a periodicidade de muitos almanaques da Ă©poca. Como temos um gene de pessimismo, uma mĂĄ notĂcia nos afeta
2 a 3 vezes mais emocionalmente do que uma boa notĂcia. Ou seja, apesar de vocĂȘ estar ganhando dinheiro trimestralmente, a sensação mĂ©dia Ă© de quase empate ou vazia.
Bolsa
Em Alta Em Queda
Todo ano 93.00% 7.00%
Todo MĂȘs 67.00% 33.00%
Toda Semana 59.00% 41.00%
Todo Dia 54.00% 46.99%
Cada Minuto 50.17% 49.83%
Fonte: Fooled by Randomness, p. 57
Se vocĂȘ observar suas açÔes todo dia, como todo jornalista econĂŽmico faz, a situação ficarĂĄ feia. 54% das vezes vocĂȘ terĂĄ boas notĂcias â a Bolsa subiu! E em 46% das vezes, vocĂȘ ficarĂĄ infeliz...
E, como ninguĂ©m mantĂ©m esta contabilidade rigorosa, a sensação poderĂĄ ser de empate â ou atĂ© de que vocĂȘ, na mĂ©dia, perde dinheiro.
As oscilaçÔes de curto prazo da Bolsa, que chegam a ser mais ou menos 3%, ofuscam o lento crescimento de longo prazo de 0,056% ao dia. O 0,056% Ă© quase imperceptĂvel âa olho nuâ, mas, depois de 200 pregĂ”es, chega aos nossos 12% ao ano.
No dia a dia, vocĂȘ sĂł vĂȘ a volatilidade do curto prazo, e nĂŁo a tendĂȘncia de longo prazo. VocĂȘ estĂĄ sendo iludido pelo acaso, iludido pelas pequenas flutuaçÔes normais do dia a dia. Por isso, corretor de açÔes nĂŁo Ă© rico, day traders normalmente perdem dinheiro, especuladores pagam mais em corretagem do que ganham.
Por isso, tantos jornalistas econĂŽmicos e a maioria dos brasileiros acham que a Bolsa Ă© um cassino, que Ă© pura especulação, que Ă© coisa para jogadores. Aqueles que mantĂȘm uma âdistĂąncia sadiaâ da Bolsa, aqueles que compram e ficam, e sĂł olham as 93% de observaçÔes anuais, terĂŁo a visĂŁo que poucos tĂȘm â de que aplicar na Bolsa Ă© relativamente seguro e de que sĂł dĂĄ alegrias em 93% das vezes. Ă devido a essa ilusĂŁo do acaso que 98% dos brasileiros deixam de investir na categoria mais rentĂĄvel do mundo, rendendo 12% ao ano
em termos REAIS, preferindo tĂtulos do governo que pagam 4% de valor real, e olhe lĂĄ.
Ultimamente, a situação ficou anda pior. Quem olhar pela internet a cada minuto, algo que sĂł a nova geração teve o privilĂ©gio de experimentar, verĂĄ a Bolsa subir 50% das vezes e cair 49% das vezes. O crescimento histĂłrico fica totalmente imperceptĂvel.
O que tudo isso tem a ver com jornalismo?
Se a Bolsa incorpora todas as notĂcias boas e mĂĄs do momento, isso significa que 50,1% das notĂcias sĂŁo, de fato, boas para a Bolsa e que os outros 49,9% sĂŁo notĂcias negativas, ao ponto de derrubar a Bolsa. Por isso, ela oscila de minuto a minuto, dia a dia.
Ou seja, se vocĂȘ quiser investir na Bolsa sem ficar com a sensação de que ela Ă© um cassino, o melhor Ă© nĂŁo ler o noticiĂĄrio econĂŽmico. Multo menos pela internet.
Refazendo a tabela de Taleb para o jornalismo, terĂamos a seguinte distribuição:
mĂĄs notĂcias boas notĂcias
jornalismo on line 49,8% 50,2%
jornalismo diĂĄrio 46% 54%
jornalismo semanal 41% 59%
jornalismo mensal 33% 67%
jornalismo anual 7% 93%
Ou seja, quem lĂȘ notĂcias diariamente serĂĄ muito mais pessimista do que alguĂ©m que lĂȘ uma revista semanal como a Veja ou uma revista mensal como Ăpoca NegĂłcios.
Otimistas sĂŁo aqueles que lĂȘem as ediçÔes de final de ano, cheias de esperanças e de dados de tendĂȘncias para o ano seguinte, e aqueles que assistem uma vez por ano a uma palestra minha ou de outros economistas positivos como OctĂĄvio Barros ou Ricardo Amorim.
Por isso, jornalistas diĂĄrios sĂŁo mais pessimistas do que colunistas semanais, que por sua vez sĂŁo mais pessimistas do que colunistas mensais.
Em momentos de crise, tendemos a aumentar a freqĂŒĂȘncia com que procuramos notĂcias, o que sĂł piora a situação.
Se vocĂȘ observar a Bolsa todo ano, terĂĄ 93% de alegrias, como normalmente se faz com renda fixa e imĂłveis. Nem existem cotaçÔes diĂĄrias para imĂłveis e renda fixa. Se existissem, as notĂcias nĂŁo seriam boas. ImĂłveis, como carros, desvalorizam ano apĂłs ano devido a idade e obsolescĂȘncia do imĂłvel.
O jornalismo que dĂĄ certo Ă© aquele que nĂŁo se permite ser "Iludido pelo Acaso". Ă aquele que coloca a notĂcia no contexto, que aponta as tendĂȘncias de longo prazo, que ignora marolas e concentra no horizonte que nem sempre aparece numa tempestade.
O jornalismo que dĂĄ certo Ă© o que este site pretende ajudar a criar. Se vocĂȘ tem um blog de notĂcias, continue a publicar as mĂĄs noticias que surgem para nĂŁo ser tachado de otimista, mas contextualize com as anĂĄlises que faremos aqui sobre O Brasil Que DĂĄ Certo. Apesar dos pesares do dia a dia.
Stephen Kanitz - http://www.kanitz.com/index_refresh.htm
(Colaboração: A.M.B.)
Iludido pelo Acaso - http://www.submarino.com.br/busca?q=Iludido+pelo+Acaso&dep=1&x=14&y=10
E NĂIS QUE PENSAVA QUE NUNCA ERRAVA!
CONTINUAMOS ERRANDO PROPOSITALMENTE...! HERRAR Ă UMANO!
Se vocĂȘ vir alguma coisa errada, mande um e-mail pelo FALE CONOSCO que "a ajente correge". Clique aqui e envie: http://www.faculdademental.com.br/fale.php