"HERROS" PICHADOS
A PICHAĂĂO DO CRISTO REDENTOR
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http://www.daylife.com/search?q=Rio%27s+Christ+statue+vandalized
O "x" da questĂŁo. A estĂĄtua do Cristo Redentor, no Rio, amanheceu pichada no Ășltimo dia 15 de abril. Braços, peito, rosto. NĂŁo Ă© preciso ser catĂłlico (nem burguĂȘs) para ficar incomodado com esse vandalismo.
Entre os borrĂ”es, havia dizeres contra a violĂȘncia, citando casos de pessoas desaparecidas ou assassinadas. HĂĄ quem veja na depredação de um sĂmbolo da cidade uma forma vĂĄlida de protesto, uma ação "polĂtica", talvez atĂ© "artĂstica".
A discussĂŁo estĂĄ colocada em SĂŁo Paulo. Como a Folha noticiou, a 29ÂȘ edição da Bienal, a ser realizada em setembro, decidiu abrir espaço aos pichadores. O curador Moacir dos Anjos diz que o "pixo", com "x" (grafia usada pelos adeptos como assinatura do que fazem), "questiona os limites usuais que separam arte e polĂtica", tema desta bienal.
O grupo que estĂĄ sendo anexado ao "grand monde" agiu com mĂ©todo. Em 2008, pichou uma escola de arte (onde ela Ă© ensinada), uma galeria (onde Ă© comercializada) e a prĂłpria Bienal do Vazio (o templo da arte). SĂŁo artistas ou vĂąndalos? Representam algo "radical" ou sĂł regressivo? A Bienal estĂĄ se abrindo Ă cidade ou fazendo populismo ao patrocinar a delinquĂȘncia?
Ă preciso muito boa vontade para ver algo alĂ©m do testemunho da exclusĂŁo na ação ao mesmo tempo selvagem e monĂłtona dos pichadores. Ao descrever a depredação do patrimĂŽnio por jovens no contexto europeu, o ensaĂsta alemĂŁo Hans Magnus Enzensberger disse: "Nas açÔes espontĂąneas expressa-se a raiva das coisas em bom estado, o Ăłdio por tudo o que funciona e que forma um amĂĄlgama indissolĂșvel com o Ăłdio por si mesmo". Bingo!
Mas aqui nĂŁo estamos em Frankfurt. Falamos de jovens da periferia, de Osasco e de Pirituba. Na afirmação de uma identidade vazia ou na destruição de qualquer identidade, a pichação Ă© tambĂ©m um veĂculo do Ăłdio (e da frustração) com as coisas que nĂŁo funcionam -ou funcionam para os outros.
Os pichadores nĂŁo precisam de Bienal, mas de famĂlia, escola e uma perspectiva de vida decente.
Fernando de Barros e Silva - Fonte: Folha de S.Paulo â 19/04/10.
Leia mais:
http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2010/04/estatua-do-cristo-amanhece-pichada.html
Veja mais fotos:
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LULA E DEUS
Durante os piores dias da inundação do Rio, Nosso Guia pediu a Deus que tirasse as chuvas do Rio e as levasse para o Nordeste seco. Ainda bem que nĂŁo se pode garantir que o Grande Mestre tem linha direta com o Padre Eterno. Se tivesse, poderiam responsabilizĂĄ-lo pela enchente de Salvador e de 40 municĂpios do RecĂŽncavo.
Elio Gaspari - Fonte: Folha de S.Paulo â 18/04/10.
CONDECORADO PELO "CRĂU"
O governo decidiu condecorar Bruno "crĂ©u" Gaspar, assessor de Marco AurĂ©lio "top, top" Garcia, com a Ordem de Rio Branco. Em julho de 2007, Bruno e Garcia ficaram nacionalmente conhecidos quando comemoraram com gestos obscenos a informação dada pelo Jornal Nacional de que um defeito no aviĂŁo da TAM teria sido a causa do acidente em Congonhas â o que isentaria o governo a que servem de culpa.
A comenda é oferecida pelo Itamaraty "para estimular feitos dignos de honrosa menção". A condecoração resulta, portanto, de uma visão extravagante do que seja dignidade.
Panorama - Radar - Lauro Jardim - Fonte: Veja - Edição 2161.
Ordem de Rio Branco - http://www2.mre.gov.br/cerimonial/RioBranco/Home-RB.htm
POLĂTICOS GORDOS SĂO MAIS POPULARES
Pesquisadores da Universidade de Missouri, nos EUA, mostraram fotos de polĂticos a 120 voluntĂĄrios - e perceberam que os candidatos gordinhos sĂŁo considerados mais honestos e confiĂĄveis do que os magros. Mas isso sĂł vale para polĂticos homens. Para as candidatas, o ideal Ă© ser magra.
Supernovas - CiĂȘncia Maluca - Fonte: Super Interessante - Edição 277 - Abril 2010.
Universidade de Missouri - http://www.missouri.edu/
E-MAIL ATRIBUĂDO A ALUNOS DA USP INCENTIVA JOGAR "MERDA" EM "VEADO"
Um jornal distribuĂdo por e-mail, atribuĂdo aos alunos da Faculdade de CiĂȘncias FarmacĂȘuticas da USP, causou repĂșdio entre os gays e nos meio estudantil e acadĂȘmico ao prometer dar convites para um festa a quem "jogar merda" em "veados" da universidade.
ApĂłcrifo, o panfleto foi enviado como mala direta pela internet e traz os nomes da USP e da Faculdade de CiĂȘncias FarmacĂȘuticas no alto das pĂĄginas.
"Para retornar a ordem na nossa querida FarmĂĄcia, "O Parasita" lança um desafio. Jogue merda em um veado que vocĂȘ receberĂĄ, totalmente grĂĄtis, um convite para a festa Brega 2010. Contamos com a colaboração de todos. Se as coisas continuarem assim, nossa faculdade vai virar uma ECA", diz a publicação em referĂȘncia Ă Escola de ComunicaçÔes e Artes.
Apesar de sua procedĂȘncia desconhecida, o e-mail motivou reaçÔes. "Ă um absurdo. SĂŁo universitĂĄrios da USP, que Ă© o suprassumo da intelectualidade brasileira. Vamos pedir uma investigação e a punição rigorosa dos autores. A USP nĂŁo pode tolerar esse tipo de conduta", afirma Toni Reis, presidente da associação brasileira de gays e lĂ©sbicas.
Em nota, a Faculdade de CiĂȘncias FarmacĂȘuticas da USP diz nĂŁo ter conhecimento do e-mail. "A faculdade tomarĂĄ as medidas jurĂdicas cabĂveis para reprimir este tipo de publicação", diz. A reitoria afirma nĂŁo saber se a mensagem foi enviada por alunos.
A Defensoria PĂșblica do Estado disse que irĂĄ denunciar o jornal Ă ComissĂŁo Processante Especial da Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania por homofobia. E a Coordenadoria de PolĂticas PĂșblicas para a Diversidade Sexual afirmou que irĂĄ registrar um boletim de ocorrĂȘncia contra o jornal por injĂșria e incitação Ă violĂȘncia.
"Acho completamente ofensivo", diz Agnaldo Rezende, vice-presidente da Atlética do curso de Farmåcia.
Em outubro de 2008, um beijo gay numa festa universitĂĄria da USP foi seguido de agressĂ”es e xingamentos, virou caso de polĂcia e motivou uma manifestação com beijo coletivo entre pessoas do mesmo sexo no campus.
VinĂcius Queiroz GalvĂŁo - Fonte: Folha de S.Paulo - 24/04/10.
O BRASIL GRANDE
O mundo vem sendo batido por fenĂŽmenos ambientais com consequĂȘncias desastrosas para grande parte da humanidade. Neste ano, houve terremotos no Haiti, no Chile e na China. No Brasil, as chuvas provocaram inundaçÔes e desmoronamentos em SĂŁo Paulo e no Rio de Janeiro. Na IslĂąndia, um vulcĂŁo em erupção espalhou cinzas por quase toda a Europa.
FenĂŽmenos mostram que hĂĄ uma sinergia na Terra. O que ocorre aqui tem efeitos em outras partes do mundo. O planeta dĂĄ sinais de que nĂŁo estĂĄ suportando as demandas cada vez mais exigentes da humanidade e colapsos parciais indicam que um colapso geral nĂŁo pode deixar de ser imaginado. No entanto, Ă© mĂnima a atenção que estĂĄ sendo dada a isso.
Contestado por alguns, o aquecimento global parece inquestionåvel - a causa talvez de todos os cataclismos recentes. Apesar das guerras e dos desastres, a população crescente cada vez mais exige recursos da Terra. Esses jå estão escasseando. A redução da disponibilidade de ågua doce por causa da ação humana esvazia até mares.
O secretĂĄrio geral da ONU, Ban Ki-Moon, visitou neste mĂȘs o que foi outrora o quarto maior lago do mundo - o mar de Aral, no UzbequistĂŁo. Reduzido em 90% de sua superfĂcie lĂquida, Ă© hoje um deserto, com navios enferrujando sobre a areia. No passado, tinha uma indĂșstria pesqueira que empregava 4.000 pessoas. Para Moon, Ă© um dos desastres ambientais mais chocantes.
Quem provocou essa tragĂ©dia foi a polĂtica de desenvolvimento a qualquer custo da ex-UniĂŁo SoviĂ©tica, que propagava que o homem podia domar a natureza. Em Belo Monte, no ParĂĄ, o governo brasileiro quer criar um lago no rio Xingu para produzir energia elĂ©trica. O projeto, que remonta aos governos militares, faz parte da ideologia de Brasil grande que a megalomania desse governo abraçou.
Em sua cegueira e insensatez, o Brasil vai destruir uma parte substancial de seu capital ambiental.
Editorial - Fonte: O Tempo - 18/04/10.
EDUCAĂĂO PELA METADE
A cada trimestre, quando a Prefeitura de SĂŁo Paulo divulga os nĂșmeros de matrĂculas nos diversos nĂveis de ensino em que atua, constata-se o mesmo problema.
A ĂȘnfase corretamente conferida pela administração municipal Ă s creches, que atendem crianças de 0 a 3 anos, vem acompanhada de estagnação no Ăąmbito da prĂ©-escola, o ciclo seguinte da educação infantil, para alunos de 4 e 5 anos.
Os nĂșmeros traduzem uma escolha polĂtica do prefeito Gilberto Kassab (DEM), que estimula entidades com as quais sua gestĂŁo mantĂ©m convĂȘnio a transferir vagas de uma etapa a outra da educação infantil.
Os dados de março deste ano trazem um retrato ainda mais preocupante. Diminuiu o ritmo de criação de vagas para crianças de 0 a 3 anos entre 2009 e 2010, ao mesmo tempo em que foi reduzido o nĂșmero de matrĂculas na prĂ©-escola. Contra um acrĂ©scimo de 20 mil vagas nas creches hĂĄ um ano, o levantamento indica um aumento de 7.000 matrĂculas neste inĂcio de 2010.
A procura das famĂlias por esse atendimento cresce em intensidade ainda maior. MĂŁes que antes desconheciam a possibilidade do serviço passam a bater nas portas de novas creches criadas em seus bairros. Ă compreensĂvel que a fila de espera tenha aumentado. O que se lamenta Ă© o fato de tal avanço, louvĂĄvel, ter sido feito Ă s custas da prĂ©-escola.
O nĂșmero de matrĂculas para crianças de 4 e 5 anos caiu em 2010, de 308 mil para cerca de 285 mil. A prefeitura diz ter cortado vagas para reduzir o tamanho das turmas e ampliar o tempo dos alunos nas escolas. Mas o sacrifĂcio poderia ter sido mitigado se o ritmo de construção de novas unidades aumentasse.
Não faz sentido essa ameaça salomÎnica sobre a educação infantil, que abrange crianças de 0 a 5 anos de idade.
JĂĄ se sabe que tal ciclo escolar Ă© decisivo para corrigir deficiĂȘncias cognitivas, associadas a fatores socioeconĂŽmicos, e diminuir, mais tarde, a desigualdade de desempenho escolar. A prefeitura tem feito, no entanto, apenas metade do trabalho.
Editoriais - Fonte: Folha de S.Paulo - 23/04/10.
AS TRAGĂDIAS NAS CIDADES E O DESCARTE IRRESPONSĂVEL DO LIXO
O lixo constitui um grande problema nas cidades brasileiras porque ainda nĂŁo adotamos modernas tĂ©cnicas para seleção dos resĂduos, aproveitamento dos gases oriundos da combustĂŁo de detritos orgĂąnicos para geração de energia e reciclagem de materiais nobres, como vidro, cobre e alumĂnio. Predomina, entĂŁo, o descarte irresponsĂĄvel, a cĂ©u aberto, com desdobramentos lamentĂĄveis, especialmente quando crianças disputam com urubus alimentos deteriorados ou garimpam tesouros para seu universo miserĂĄvel. As denĂșncias na mĂdia nĂŁo sensibilizam as autoridades nem as classes privilegiadas para eliminar essa situação degradante e nociva ao futuro do planeta. AliĂĄs, nĂŁo existe qualquer esforço coletivo para impedir que as ruas sejam sujas, as galerias pluviais, obstruĂdas, nem os cursos dâĂĄgua, assoreados, embora todos saibam como isso reverte em enchentes, inundando casas de ribeirinhos e danificando automĂłveis luxuosos.
Dispomos de ampla legislação para nortear as açÔes pĂșblicas, argumentando que os lixĂ”es geram problemas sanitĂĄrios para a comunidade, depreciam imĂłveis do entorno e provocam danos ambientais. Recomenda-se, geralmente, a construção de aterros sanitĂĄrios, uma medida obsoleta em relação a usinas de processamento, que demandam orçamento maior para instalação. Surgem, alĂ©m disso, frequentes equĂvocos na definição do local, pois muitos interesses econĂŽmicos condicionam todo o procedimento. NinguĂ©m se inquieta, enquanto isso, com o fato de que eles se esgotarĂŁo em poucos anos, porque nĂŁo se conscientiza a população para a relevĂąncia do engajamento na coleta seletiva, ponto de partida para a redução do volume de lixo despejado a cada dia e da exploração dos recursos minerais. Ficamos, entĂŁo, lamentavelmente, entre a displicĂȘncia do poder pĂșblico, que adota essa tĂ©cnica paliativa, e o baixo compromisso dos geradores de lixo quanto ao seu destino final desde que saiam logo da sua ĂĄrea de serviço.
A coleta seletiva Ă© mais dispendiosa para as prefeituras, mas isso seria superado se houvesse adesĂŁo maciça da população para separar em casa os diversos tipos de resĂduos, apĂłs a limpeza de todas as peças. Poucos abnegados cumprem esses requisitos, pois predomina o alheamento a essa tarefa sob o argumento de que Ă© um trabalho enorme realizar todas as etapas para o descarte responsĂĄvel. Nas ĂĄreas atendidas pela coleta seletiva da Prefeitura de Belo Horizonte, poucos edifĂcios engajaram-se nesse esforço e houve redução significativa dos postos de coleta, nos Ășltimos anos, sugerindo a pressĂŁo da vizinhança contra a sujeira do equipamento por manuseio inadequado.
Ă lamentĂĄvel que isso ocorra na capital de Minas Gerais, que tem sofrido as consequĂȘncias do descarte irresponsĂĄvel do lixo, com pontos crĂticos de alagamento e assoreamento de cĂłrregos e rios.
Precisamos de uma ação integrada entre poder pĂșblico e população para que haja coleta seletiva agregada a açÔes que viabilizem a redução do consumo desenfreado dos recursos naturais e usina de beneficiamento do lixo orgĂąnico, adotando os modelos que tĂȘm mostrado eficiĂȘncia em outros paĂses. As classes privilegiadas deveriam assumir a vanguarda porque geram a maior parte dos detritos, decorrente de sua alta capacidade de consumo. TĂȘm tambĂ©m acesso a mensagens sobre os requisitos para promoção do bem-estar coletivo.
Não podemos deixar, para as novas geraçÔes, a dura tarefa de lidar com detritos que atravessarão vårios séculos antes da desintegração final.
Gilda de Castro - Fonte: O Tempo - 24/04/10.
E NĂIS QUE PENSAVA QUE NUNCA ERRAVA!
CONTINUAMOS ERRANDO PROPOSITALMENTE...! HERRAR Ă UMANO!
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