"HERROS" CONTROVERSOS
FUTURO DAS MINARETES NA SUĂĂA
English:
http://www.presstv.ir/detail.aspx?id=111196§ionid=351020606
http://www.democraticunderground.com/discuss/duboard.php?az=view_all&address=102x4163808
http://news.smh.com.au/breaking-news-world/exit-polls-show-swiss-will-accept-minaret-ban-tv-20091129-jz0s.html
Cartaz de plebiscito - mais polĂȘmico que a votação em si - mostra minaretes retratados como mĂsseis sobre a bandeira da SuĂça e foi vetado em algumas cidades.
Plebiscito foi convocado por grupo radical, que considera as torres nas mesquitas um sĂmbolo polĂtico do islĂŁ. Proposta, que nasceu de um abaixo-assinado, Ă© tĂŁo polĂȘmica que nem mesmo o partido suĂço de ultradireita SVP se dispĂŽs a patrocinĂĄ-la.
Um cĂąntico islĂąmico irrompeu no silĂȘncio do sonolento Chemin de Colladon, em Genebra, arrancando da cama seus moradores antes das 7h. O chamado Ă s preces, duas semanas atrĂĄs, nĂŁo veio da mesquita que hĂĄ 30 anos ocupa o nĂșmero 34 da rua residencial, diz o imĂŁ Youssef Ibram. Veio do alto-falante de um carro alugado.
Ao volante, o lĂder religioso diz que estavam entusiastas da campanha para vetar a construção de minaretes no paĂs, dispostos a mostrar para a vizinhança o que poderia tomar diariamente suas manhĂŁs caso torres como a da mesquita ao lado nĂŁo fossem riscadas da paisagem em todo o paĂs.
Os suĂços votam em plebiscito convocado por um grupo radical de direita que coletou 115 mil assinaturas sobre a proibição dos minaretes -para os idealizadores da consulta, um sĂmbolo polĂtico do islĂŁ que nĂŁo cabe na SuĂça.
HĂĄ apenas quatro deles no paĂs: em Genebra, em Zurique (o mais antigo) e os novos em Winterthur e na pequena Wangen, onde a bandeira surgiu. Ă pouco para os quase 400 mil muçulmanos majoritariamente vindos dos BĂĄlcĂŁs que contabilizam 5% da população.
E nenhum Ă© usado para seu fim tradicional, o chamados Ă s preces. "Mas eles fazem parte da identidade de uma mesquita, da identidade islĂąmica. Ă como a torre do sino em uma igreja catĂłlica", afirma Ibram.
A proposta Ă© tĂŁo controversa que nem o direitista SVP (Partido do Povo SuĂço), adepto das polĂȘmicas e hoje a maior legenda do paĂs, se dispĂŽs a patrocinĂĄ-la. Sobrou ao punhado de deputados que a defendiam formar um grupo com colegas evangĂ©licos e coletar as firmas para lançar o plebiscito.
Impedido de barrar a consulta, o governo federal recomenda o voto no "nĂŁo", em defesa de "valores centrais da sociedade suĂça" e de direitos como a liberdade religiosa.
"A paz religiosa em nosso paĂs seria desnecessariamente posta em risco", disse a ministra da Justiça, Eveline Widmer-Schlumpf. "A proibição dos minaretes nĂŁo resolveria os problemas citados pelos patrocinadores da iniciativa. Ao contrĂĄrio, os agravaria."
Pesquisas de uma semana atrĂĄs colocam o "nĂŁo" em torno de 53% e o "sim" em 37% (os demais sĂŁo indecisos).
De qualquer forma, diz Ibram, "só de vir à tona que um terço da população é contra os muçulmanos jå nos faz perder".
Apagando incĂȘndios
A fala pausada e contemplativa do marroquino de 57 anos, que vive hĂĄ 28 no paĂs, denuncia sua resignação. Ele afirma que a SuĂça Ă© um paĂs que respeita a coexistĂȘncia religiosa como poucos. Desde que a ideia de plebiscito foi lançada hĂĄ cerca de dois meses, no entanto, sua mesquita virou alvo. Na Ășltima semana, quebraram pela segunda vez as vidraças.
Ironicamente, o carro de som que arrancou a vizinhança da cama a despertou tambĂ©m para defender o minarete. "Muitos vizinhos vieram aqui pedir para vĂȘ-lo. Eles moram na quadra hĂĄ anos e nem sequer o haviam notado", afirma Ibram.
A torre, de 22 metros, eleva-se atrĂĄs da construção hexagonal com uma discreta cĂșpula de vidro que some na paisagem genebrina. ConstruĂda num declive do terreno, requer atenção para ser notada. Ali perto, a torre de uma igreja catĂłlica Ă© da mesma discrição. (Em Berna, foi o sino da igreja que despertou a repĂłrter Ă s 5h.)
"Nosso termĂŽmetro sĂŁo os vizinhos. A maioria deste paĂs aceita o islĂŁ, e a Constituição garante liberdade de religiĂŁo", prega o imĂŁ. "Os racistas islamofĂłbicos sĂŁo uma minoria."
A ressalva apareceria com frequĂȘncia na conversa de Ibram com a reportagem, assim como apareceriam tambĂ©m mençÔes ao carĂĄter privado da religiĂŁo entre os muçulmanos do paĂs (ele estima em 4% dos 400 mil os "praticantes" no paĂs, um conceito incomum na sua religiĂŁo).
Cauteloso, repete que se trata de um problema para os muçulmanos suĂços resolverem. "NĂŁo queremos exportĂĄ-lo." Indagado se temia reaçÔes anti-SuĂça pelo mundo como as que visaram a Dinamarca em 2006 apĂłs a publicação de charges que ironizavam o profeta MaomĂ©, Ibram assente.
Diz que o governo suĂço fez sua parte enviando emissĂĄrios a paĂses islĂąmicos para explicar que era contra a consulta, mas que o sistema polĂtico local permite que qualquer grupo de cidadĂŁos que colha mais de 100 mil assinaturas promova um plebiscito -a tal democracia direta que leva os helvĂ©ticos Ă s urnas quase mĂȘs sim, mĂȘs nĂŁo.
A comunidade tambĂ©m fez a sua parte -nĂŁo deu entrevistas a canais ĂĄrabes e manteve a discrição. "NĂŁo temos nenhum interesse em inflamar o assunto", diz Ibram. "Antes de sermos muçulmanos, somos suĂços."
Luciana Coelho - Fonte: Folha de S.Paulo - 29/11/09.
NĂO AO MINARETE
Os eleitores na SuĂça aprovaram o referendo pela proibição da construção de minaretes no paĂs, alegando que sĂŁo um sinal de "islamização" do paĂs. O "sim" ao veto teve 57,5% dos votos no plebiscito.
Fonte: O Tempo/Folha de S.Paulo - 30/11/09.
LIBERDADE RELIGIOSA NA ATUALIDADE
A pronta resposta dos bispos suĂços contra o resultado do referendo em seu paĂs, para a proibição das mesquitas muçulmanas com seus minaretes, Ă© um sinal importante em favor da defesa da liberdade religiosa. A liberdade dos cultos, em seus lugares de oração, estĂĄ em boa parte das constituiçÔes.
Considerando que o Vaticano se encontra inserido no coração de Roma, cabe lembrar princĂpios da Constituição italiana. O artigo 8Âș da carta de princĂpios da ItĂĄlia garante a liberdade a todas as denominaçÔes religiosas em face da lei. ("Tutte le confessioni religiose sono egualmene libere davanti alla legge"). Ressalva, na segunda parte, para as que sejam diversas da catĂłlica, o direito de se organizarem, segundo seus prĂłprios estatutos, desde que nĂŁo sejam contrastantes com o ordenameno jurĂdico italiano.
No direito brasileiro, prepondera a mesma regra, no inciso 6Âș do artigo 5Âș da Constituição, que diz "inviolĂĄvel a liberdade de consciĂȘncia e de crença, sendo assegurado o livre exercĂcio dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias".
Decorreria das trĂȘs referĂȘncias feitas a formulação definitiva de que a decisĂŁo do povo suĂço Ă© contrĂĄria a princĂpios universais da liberdade de pensamento e a direitos bĂĄsicos do ser humano. Pensemos, porĂ©m, que a solução adotada na SuĂça nĂŁo resultou de imposição de ditadores. Foi produto da cidadania, em referendo aberto ao povo. A Constiuição brasileira tambĂ©m inclui o referendo como modo de afirmação da soberania popular. Em meu livro "Direito Consitucional Brasileiro", pela Saraiva, escrevi: "o referendo tem um certo carĂĄter plebiscitĂĄrio, mas se destina a confirmar ou negar apoio a grandes questĂ”es de interesse nacional ou local, propostas ou suscitadas pelo governo no respectivo nĂvel (federal, estadual e municipal)". O modelo suĂço Ă© assemelhado em seu carĂĄter federal ou cantonal.
Elemento negativo do referendo surge quando o tema nĂŁo interessa Ă maioria dos cidadĂŁos. Com isso a minoria ativista consegue obter votação final contrĂĄria Ă que seria da maioria omissa. NĂŁo se sabe se isso aconteceu na SuĂça, mas o resultado subsistirĂĄ como a vontade popular. Corresponde a uma quebra da liberdade religiosa, ideal importante a ser preservado, para atingir os minaretes, caracterĂsticos das mesquitas muçulmanas, com torres e balcĂ”es, a contar dos quais a hora das oraçÔes Ă© anunciada.
O uso da palavra era comum, entre nĂłs, na primeira metade do sĂ©culo 20. Monteiro Lobato e Godofredo Rangel moraram em SĂŁo Paulo, em casa a que denominaram Minarete, conforme lembraram em 40 anos de correspondĂȘncia trocada que reuniram no livro "A Barca de Gleyre".
A liberdade religiosa Ă© forma de assegurar o fluxo das ideias, o encontro de novas soluçÔes, que marca etapas da vida universal. Liberdade importante a ponto de nĂŁo tolerar nem mesmo a imposição do agnosticismo, sob alegada falta de lĂłgica na manifestação religiosa. Embora paradoxal, essa liberdade hĂĄ de suportar atĂ© o ateĂsmo, enquanto recusa de toda religiosidade. Ă problemĂĄtico fixar um limite, questĂŁo prĂłpria das democracias, em que tudo serĂĄ permitido, nos limites de lei votada pelo povo, menos a extinção da prĂłpria democracia.
Walter Ceneviva - Fonte: Folha de S.Paulo - 05/12/09.
NEPAL - A CARNIFICINA DA FĂ
Um festival religioso no Nepal quebrou um recorde perturbador para os defensores dos animais. Em homenagem Ă deusa hindu Gadhimai, homens munidos de facĂ”es e espadas golpeavam bois, bĂșfalos, cordeiros e galinhas. Estima-se que, no total, 250 mil vidas tenham sido sacrificadas. Grupos de ativistas protestaram. Em carta ao presidente do Nepal, entidades internacionais classificaram o ritual como cruel. O governo defendeu a tradição â e nĂŁo suspendeu a matança.
Fala, Mundo - Um olhar para o planeta - Celso Masson - Fonte: Ăpoca â Edição 602.
EREMILDO, O LULĂLOGO
Eremildo Ă© um idiota dedicado Ă Lulologia, ou a busca da luz pelo estudo da vida de Nosso Guia. Ao saber que Lulinha foi para BrasĂlia num Boeing da PresidĂȘncia, acompanhado por 15 convidados, o lulĂłlogo captou um sinal, vindo da biografia do "Filho do Brasil".
Se os convidados pagassem suas passagens, a viagem custaria R$ 15 mil. Esse foi mais ou menos o capital que Dona Lindu juntou em 1952, quando vendeu o que tinha no sertĂŁo, da terra ao jumento, e foi com os filhos para SĂŁo Paulo, numa viagem de pau-de-arara que durou 13 dias. Lindu e seus filhos eram pessoas comuns.
Elio Gaspari (http://www.submarino.com.br/portal/Artista/80141) - Fonte: Folha de S.Paulo - 29/11/09.
AS VĂTIMAS DO RHEE
O governo sul-coreano admitiu a execução de 4.934 civis suspeitos de âsimpatizar com o comunismoâ nos primeiros meses da Guerra da Coreia. Um comitĂȘ parlamentar formado em 2005 para apurar os crimes confirmou as mortes. Iniciada em 1950, a disputa entre o norte comunista e o sul capitalista durou trĂȘs anos. Meses antes do conflito, o regime autoritĂĄrio da Coreia do Sul forçou 300 mil sul-coreanos a participar da âreeducaçãoâ de ex-comunistas. Boa parte deles simplesmente desapareceu. A ordem de execução teria partido do entĂŁo presidente, Syngman Rhee.
Fala, Mundo - Um olhar para o planeta - Celso Masson - Fonte: Ăpoca â Edição 602.
"HĂ HE HI ROBIN WILLIANS
Uns anos atrĂĄs os Simpsons vieram pro Brasil. Homer foi sequestrado. Bart ficou excitado com a loira de shorts enfiado na bunda que apresentava um programa infantil na TV. O menino pobre que a Lisa ajudou nĂŁo tinha o que comer mas estava muito feliz desfilando no Carnaval.
Esses dias Robin Willians falou o seguinte: "Claro que o Rio ganhou de Chicago a sede das OlimpĂadas. Chicago levou Michele e Oprah e o Rio levou 50 strippers e 500g de cocaĂna".
Eu ri!
Advogados, autoridades e populares se revoltaram nos dois casos. Eles não se revoltam, não se mobilizam, não processam, não abrem inquéritos, não fazem passeatas quando o sequestro, a loira vagabunda apresentadora de programa infantil, a idiotice do carnaval, o tråfico de drogas e a prostituição acontecem na vida real bem debaixo dos nossos narizes. Eles se revoltam só quando usam isso pra fazer piada.
A piada realmente boa sempre ofende alguns e mata de rir outros por um motivo simples: A boa piada sempre fala de uma verdade. Num PaĂs onde aprendemos a mentir, enganar, roubar, tirar vantagem desde cedo a verdade nĂŁo diverte. Assusta. O cara engraçado pro brasileiro Ă© sempre aquele que fala bordĂ”es manjados, dĂĄ cambolhatas no chĂŁo em altas trapalhadas, conta piadas velhas, imita o Silvio Santos e outras personalidades ou faz um trocadilho bobo mostrando ser um ignorante acerca dos assuntos. Esses bobos passivos nos deliciam porque nĂ o incomodam ninguĂ©m! Um cara que faz um gracejo com uma verdade inconveniente pro brasileiro Ă© como o alho pro vampiro. Merece ser execrado.
O brasileiro é uma gorda de 300 quilos que odeia ouvir que é gorda. Ela faz um regime pra parar de ouvir isso? Não! Regime e exercicio då muito trabalho. à mais fåcil ir no shopping, comprar roupa de gente magra, vestir e depois acomodar a bunda na cadeira do McDonalds. O problema é que nem todo mundo é obrigado a engolir que aquela fabrica de manteiga é Barbie, só porque estå com a roupa da Gisele Bundchen. Então é inevitåvel que mais hora menos hora alguém da multidão grite: "Volta pro circo!" ou "Minha nossa! à o StayPuff com o maiÎ da Dayane dos Santos?". Então a gorda chora. Se revolta. Faz manha. Ameaça. Processa. Porque, embora ela tentou se vestir como uma magra, no fundo a piada a fez lembrar que ela é mais gorda que a conta bancåria do Bill Gates. A auto-estima dela tem a profundidade de um pires cheio de ågua.
Ao invĂ©s de dizer que Robin Willians tem dor de corno, prefeito do Rio, vai cuidar primeiro da sua dor de mulher de malandro. Sabe? Mulher de malandro sim, aquela que apanha, apanha, apanha mas engole os dentes e o choro porque acha que engana a vizinha dizendo: âEu tenho o melhor marido do mundoâ.
Advogados. VocĂȘs jĂĄ sĂŁo alvos de piadas por outros motivos. JĂĄ que se incomodam com piadas evitem ser alvos de mais algumas delas nĂŁo processando Robin Willians. Em vez de processo, envie pra ele uma carta de gratidĂŁo. Pense que ele estava num dos melhores programas de TV do mundo e sĂł falou de puta e cocaĂna. Ele poderia ter falado por exemplo, que o turista que vier pra Olimpiadas se nĂ o for roubado pelo taxista, o serĂĄ no calçadĂŁo. Poderia tambĂ©m ter dito que o governo e a polĂcia brasileira lucram com aquela cocaĂca do morro carioca que ele usou na piada. E se ele resolvesse falar algo como: âAs crianças do Brasil nĂŁo assistirĂŁo as OlimpĂadas porque estarĂŁo ocupadas demais se prostituindoâ? Ah... E se ele resolvesse lançar mais uma piada do tipo: âBrasileiro Ă© tĂŁo estĂșpido que se preocupa com o que um comediante diz, mas nĂŁo se preocupa no que o polĂtico em quem ele vota fazâ?
Enfim... são muitas piadas que poderiam ter sido feitas. Quem é imbecil e se incomoda com piada, não seja injusto e agradeça ao Robin Willians porque ele só fez aquela.
E depois brasileiro insiste em fazer piada dizendo que o PortuguĂȘs Ă© que Ă© burro."
Texto de Danilo Gentili.
(Colaboração: Fåbio Diniz)
E NĂIS QUE PENSAVA QUE NUNCA ERRAVA!
CONTINUAMOS ERRANDO PROPOSITALMENTE...! HERRAR Ă UMANO!
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