O ĂLEO QUE MATA
CIENTISTAS CATARINENSES TENTAM SALVAR VIDA DE PINGĂINS
Pesquisadores da Universidade do Vale do ItajaĂ (Univali), em Santa Catarina, estĂŁo tentando salvar a vida de seis pingĂŒins-de-magalhĂŁes (Spheniscus magellanicus) que vieram parar nas praias do estado sulino. Os animais foram encontrados no fim da semana passada em praias com o corpo coberto de Ăłleo cru (petrĂłleo) ou com vestĂgios de ingestĂŁo do combustĂvel.
Originalmente, eram oito animais, dos quais dois jĂĄ morreram. O tratamento dos bichos estĂĄ sendo feito no LaboratĂłrio de Reabilitação de Aves e MamĂferos Marinhos da Univali.
Segundo os especialistas, os bichos vieram da PatagĂŽnia e chegaram a Santa Catarina arrastados por correntes marĂtimas. Desgarraram-se de seu grupo e acabaram ficando cansados e desidratados. As aves estĂŁo sendo hidratadas e recebendo comida para que, se tudo der certo, possam ser reintroduzidas na natureza.
Fonte: Globo.com e O Tempo - 18/06/08.
Universidade do Vale do ItajaĂ (Univali) - http://www.univali.br/
PEQUENOS ERROS
I "Bonito, bonito mesmo, Vinicius, essa mĂșsica vai colar. Todo mundo vai cantar Uma nuvem sĂł acontece se chover", dizia eu ao poeta. Mas, olhaqui, Vinicius, pela meteorologia a chuva sĂł acontece se nuvear.
II Essa agora nos matava de inveja. A Elis Regina cantando, no grande festival da RecĂłr, de 64: "Olha o arrastĂŁo entrando no mar sem fim!". Vinicius fez com o Edu. Um arraso. Mas, de novo, Vina, vocĂȘ sabe muito bem que o arrastĂŁo nĂŁo entra no mar. O arrastĂŁo sai do mar. Os barcos vĂŁo lĂĄ pra fora, "onde tĂĄ dando", os barqueiros jogam as redes. Quando o peixe enche as redes, os pescadores vĂȘm pra praia e arrastam-nas (!) pelos cabos. DaĂ o nome arrastĂŁo. Cansei de ajudar a puxada na praia de Ipanema. Eu continuo lĂĄ, os barcos tambĂ©m, e o mar, o de sempre. Mas nĂŁo tem mais arrastĂŁo. Penso que estĂĄ proibido. O que nĂŁo estĂĄ, agora? Acho que nĂŁo Ă© politicamente correto.
III E Iracema, de JosĂ© de Alencar, vocĂȘs leram? ZĂ©, o precursor do indianismo â de Ăndios agora sendo cercados por grileiros e legislaçÔes â, criou essa mĂtica Iracema, extraordinĂĄria Ăndia tabajara. O escritor cearense exibe-a como maravilhoso sĂmbolo sensual primitivo do sĂ©culo XVII, eternizando-a como a virgem dos lĂĄbios de mel. E todo mundo passou a repetir o epĂteto. Mas nĂłs, do Pasquim, estudiosos de modos e costumes, achamos pouco. Avançada pro seu tempo. Iracema era mais do que sensual, era sexual. E passamos a chamĂĄ-la de a virgem dos grandes lĂĄbios de mel.
IV E vamos falar de Peri & Ceci, do Guarani, do mesmo ZĂ© Alencar. O mĂĄximo em matĂ©ria de amor romĂąntico. Mas tambĂ©m romance precursor, pois acontecido entre um Ăndio e uma grĂŁ-fina branca, de ascendĂȘncia europĂ©ia. Duas classes sociais distintas, duas situaçÔes econĂŽmicas distintas, duas raças distintas, com hĂĄbitos, maneiras â e lĂnguas! â distintas. E no entanto o amor explode entre Peri e Ceci, unindo os indivĂduos, negando tudo o mais. E Peri e Ceci se juntam e vĂŁo, pretendem ir, embora (nĂŁo me perguntem pra onde, talvez um quarto-e-sala conjugado).
Mas, testando o casal e seu extraordinĂĄrio amor, vem o grand finale do romance. A tempestade. Mais que isso â o tsunami, o dilĂșvio. Dou a palavra a Alencar:
"EntĂŁo passou-se sobre esse vasto deserto de ĂĄgua e cĂ©u uma cena estupenda, herĂłica, sobre-humana, uma sublime loucura.Peri, alucinado, suspendeu-se aos cipĂłs que se entrelaçavam pelos ramos das ĂĄrvores jĂĄ cobertas de ĂĄgua, e com esforço desesperado, cingindo o tronco da palmeira nos seus braços hirtos, abalou-o atĂ© as raĂzes. TrĂȘs vezes os seus mĂșsculos de aço, estorcendo-se, inclinaram a haste robusta; e trĂȘs vezes o seu corpo vergou, cedendo Ă retração violenta da ĂĄrvore, que voltava ao lugar que a natureza lhe havia marcado.
Houve um momento de repouso em que o homem, concentrando todo o seu poder, estorceu-se de novo contra a ĂĄrvore; o Ămpeto foi terrĂvel; e pareceu que o corpo ia despedaçar-se nessa distensĂŁo horrĂvel. Ambos, ĂĄrvore e homem, embalançaram-se no seio das ĂĄguas: a haste oscilou; as raĂzes desprenderam-se da terra jĂĄ minada profundamente pela torrente.
Peri estava de novo sentado na årvore junto de sua senhora quase inanimada: tomou-a nos braços. A palmeira, arrastada pela torrente, sumiu-se no horizonte".
ComentĂĄrio do MillĂŽr: foi a primeira vez, neste paĂs, em que os colonizados começaram a destruir o meio ambiente pra servir Ă s classes dirigentes.
GRANDES EQUĂVOCOS
V E vocĂȘs todos, que freqĂŒentaram escolas (sem ser as de samba), aprenderam, e sempre repetem, que "as paralelas sĂł se encontram no infinito". Primeiro nem vocĂȘs nem eu sabemos onde fica esse infinito onde as paralelas vĂŁo se encontrar matemĂĄtica e filosoficamente. E, aqui pra nĂłs, a frase nĂŁo Ă© verdadeira. O que sĂł se encontra no infinito, seja onde for, Ă© uma linha da paralela com relação Ă outra linha da mesma paralela. Pois paralelas (as duas linhas juntas) se encontram em toda parte. Vejam, por exemplo, nesta foto do grande JosĂ© Medeiros, no belo ĂĄlbum Olho da Rua (AprazĂvel).
MillÎr - Fonte: Veja - Edição 2065.
E NĂIS QUE PENSAVA QUE NUNCA ERRAVA!
CONTINUAMOS ERRANDO PROPOSITALMENTE...! HERRAR Ă UMANO!
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