FM - Faculdade Mental

A JENTE HERRAMOS - 28/03/2007

VAMOS APRENDER COM OS NOSSOS ERROS?

E NÃ“IS QUE PENSAVA QUE NUNCA ERRAVA!
CONTINUAMOS ERRANDO PROPOSITALMENTE...! HERRAR Ã‰ UMANO!

OS POLÃTICOS E A MENTIRA

O 1Â° de abril Ã© o dia da mentira. Faz sentido haver uma data para ela. Afinal de contas, todo mundo mente, em maior ou menor grau. Mas muitas vezes o ato de mentir Ã© um misto de distorÃ§Ã£o profissional e patologia. Ã‰ o caso dos polÃticos. A pedido de Veja, o psiquiatra Raphael Boechat, da Universidade de BrasÃlia (UnB), traÃ§ou os quatro principais tipos de mentiroso de palanque:

O dissimulado: Mente para alcanÃ§ar objetivos imediatos. FAz promessas grandiosas nas campanhas eleitorais, mesmo sabendo que jamais poderÃ¡ cumprÃ-las;
O narcisista: Conta mentiras mesmo depois de eleito. Infla seus atributos pessoais e supervaloriza os feitos de sua administraÃ§Ã£o pelo simples prazer de ser admirado;
O incurÃ¡vel: Vive roubando dinheiro pÃºblico, mas insiste em dizer que Ã© honesto. Acha que estÃ¡ acima das leis e que merece um reconhecimento do pÃºblico mais polpudo, digamos. NÃ£o tem tratamento: quando Ã© flagrado, renuncia ao cargo e volta na eleiÃ§Ã£o seguinte;
O delirante: Diz a suas bases que Ã© uma das personalidades mais influentes do partido, mas integra o segundo escalÃ£o. Como vive na fantasia, nem tem consciÃªncia de sua mentira. Metado do PSDB e do PT Ã© assim.

Fonte: Veja - EdiÃ§Ã£o 2002.

EU NÃƒO SABIA, E VOCÃŠ???

No popular se diz: "Esse menino nÃ£o pÃ¡ra quieto, parece que tem bicho carpinteiro"
Correto: "Esse menino nÃ£o pÃ¡ra quieto, parece que tem bicho no corpo inteiro "

"Cor de burro quando foge."
O correto Ã©: "Corro de burro quando foge!"

Outro que no popular todo mundo erra: "Quem tem boca vai a Roma."
O correto Ã©: "Quem tem boca vaia Roma." (isso mesmo, do verbo vaiar)

Outro que todo mundo diz errado, "Cuspido e escarrado" - quando alguÃ©m quer dizer que Ã© muito parecido com outra pessoa.
O correto Ã©: "Esculpido em Carrara." (Carrara Ã© um tipo de mÃ¡rmore)

Mais um famoso... "Quem nÃ£o tem cÃ£o, caÃ§a com gato."
O correto Ã©: "Quem nÃ£o tem cÃ£o, caÃ§a como gato... ou seja, sozinho!!!"

Vai dizer que vocÃª falava corretamente algum desses?

(ColaboraÃ§Ã£o: Viana)

ANTITUCANÃŠS: No banheiro de um bar de metaleiros em Recife tem a placa: "Xixi, R$ 0,50 (na promoÃ§Ã£o). KH, R$ 1,50 (com direito a papel). Para bater uma... foto da placa, Ã© grÃ¡tis". Em Manaus tem um lugar que vende guaranÃ¡ chamado A FlÃ” di ZÃaco! Recebi a foto da placa de um urologista em Portugal chamado Gabriel BraÃ§o Forte. Em SÃ£o Francisco do Sul, Santa Catarina, tem um outdoor assim: "Use camisinha pra nÃ£o molhar a periquita da vizinha". Em RibeirÃ£o Pires tem uma loja de rodas chamada Rodas Chavasca! Mais direto, impossÃvel. Viva o antitucanÃªs! Viva o Brasil!

CARTILHA DO LULA: "EspeculaÃ§Ã£o": companheiro que vende espetinho de gato na praÃ§a da SÃ©! "Antagonista": companheiro fÃ£ da Lucianta Gimenez! "TatuapÃ©": companheiro que sÃ³ anda a pÃ© pra nÃ£o agravar o aquecimento global. "Urucubaca": encosto que vem de Cuba. "Mialgia": doenÃ§a que dÃ¡ em gato de companheiro. O lulÃªs Ã© mais fÃ¡cil que o inglÃªs.

Frase da Semana: declaraÃ§Ã£o sobre a zona aÃ©rea: "Os probrema nos aeroporto Ã© passageiro".

JosÃ© SimÃ£o - Folha de S.Paulo - 28/03/2007.

PASQUALE CIPRO NETO

"Dor, febre, revigorante, congestÃ£o nasal..."

Em nome da necessidade de preencher o espaÃ§o e de sintetizar a informaÃ§Ã£o, atropela-se o paralelismo

ESTÃ NO MEIO da embalagem de um conhecido medicamento: "Combate os sintomas da gripe". Logo abaixo, encontram-se estas palavras (que vou separar por vÃrgulas, mas que na embalagem sÃ£o separadas por pontos vermelhos e "gordinhos"): "Dor, Febre, Revigorante, CongestÃ£o Nasal, Coriza".
Notou algo estranho, caro leitor? Vamos lÃ¡: que sÃ£o a dor, a febre, a congestÃ£o nasal e a coriza? SÃ£o sintomas da gripe, certo? Como o medicamento se destina a combater esses sintomas e a palavra "revigorante" integra a lista, deduz-se que... Que "revigorante" Ã© um dos sintomas da gripe. Imagino o paciente diante do mÃ©dico: "- O que o senhor sente? -Doutor, sinto dor, febre, revigorante, congestÃ£o nasal...".
Neste espaÃ§o, jÃ¡ analisei muitos tÃtulos jornalÃsticos que, produtos diretos da ditadura do espaÃ§o e da diagramaÃ§Ã£o quase inflexÃvel, sÃ£o escritos numa lÃngua parecida com o portuguÃªs -na verdade, sÃ£o escritos em "titulÃªs". Em nome da necessidade de preencher o espaÃ§o e de tentar sintetizar ao mÃ¡ximo a informaÃ§Ã£o, os redatores escrevem frases que muitas vezes atropelam o paralelismo, o nexo, a regÃªncia, a coerÃªncia ou a coesÃ£o etc. Pelo jeito, o redator da embalagem do medicamento bebeu da Ã¡gua que emana do "titulÃªs".
Em "Dor, febre, revigorante, congestÃ£o nasal, coriza", o "ruÃdo" decorre da falta de paralelismo: o adjetivo "revigorante" Ã© equiparado aos substantivos "dor", "febre", "congestÃ£o" e "coriza". O efeito nÃ£o Ã© dos melhores. Na "Ã¢nsia" de informar que o medicamento combate os sintomas da gripe e Ã© revigorante, o redator mistura alhos com bugalhos. "Como fazer, entÃ£o?", deve estar perguntando o leitor. Ã‰ simples: faz-se o que se deve fazer, ou seja, separam-se as informaÃ§Ãµes. Pode-se, por exemplo, colocar o adjetivo "revigorante" em destaque, sozinho, no alto da embalagem; a seguir, ou seja, embaixo, os dizeres "Combate os sintomas da gripe"; por fim, os tais sintomas (sem o intruso "revigorante").
Feita essa operaÃ§Ã£o, surge um dos vilÃµes desse tipo de mensagem: o aspecto visual. Na embalagem (que, na verdade, Ã© o que chamamos de "cartelinha" -o pessoal das farmÃ¡cias chama de blister, termo inglÃªs, ainda nÃ£o aportuguesado, que, ao pÃ© da letra, significa "bolha"), os "sintomas" sÃ£o divididos em duas linhas: na primeira, ficam "dor", "febre" e "revigorante"; na segunda, "congestÃ£o nasal" e "coriza". Eliminado o "bicÃ£o" ("revigorante"), quebra-se a harmonia visual... Atrevo-me a dar uma sugestÃ£o: para nÃ£o quebrar a harmonia, preencher todo o espaÃ§o e estabelecer o paralelismo, que tal trocar "revigorante" por "mal-estar"?
Mas, por favor, nada de escrever "mal estar" (sem hÃfen) ou "mau estar". Trata-se do substantivo composto "mal-estar", que resulta da uniÃ£o do advÃ©rbio "mal" com o verbo "estar" e significa "indisposiÃ§Ã£o", "sensaÃ§Ã£o desagradÃ¡vel de perturbaÃ§Ã£o do organismo" etc.
A esta altura, alguÃ©m pode dizer que isso tudo Ã© excesso de preciosismo, que o que importa Ã© comunicar, que, "se deu pra entender, estÃ¡ bom" y otras cositas. Como diz aquela canÃ§Ã£o de Marina Lima e AntÃ´nio CÃcero, "bobagens, meu filho, bobagens". O que importa Ã© o que e como comunicar. Forma e conteÃºdo se integram. Ã‰ isso.

Fonte: Folha de S.Paulo - 29/03/07.

Se vocÃª vir alguma coisa errada, mande um e-mail pelo FALE CONOSCO que "a ajente correge".