OBRA DE ARTE
ONU - O TETO MILIONĂRIO
English:
http://www.humanrights-geneva.info/Barcelo-unveils-UN-Sistine-Chapel,3730
http://www.swissinfo.org/eng/feedback.html?siteSect=105&sid=9983600
Inaugurada a cĂșpula de uma das salas da sede da ONU em Genebra (sala dos Direitos HUmanos). O teto custou US$ 23 milhĂ”es, obra do artista espanhol Miquel BarcelĂł, e estĂĄ causando polĂȘmica pelo valor. BarcelĂł passou 13 meses para pintar mais de 1.400 metros quadrados.
Fonte: O Tempo - 19/11/08.
Leia mais:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u468928.shtml
BRASIL TEM UM DOS PIORES CRESCIMENTOS
Pesquisa divulgada pelo IPEA mostrou verdadeiro abismo numĂ©rico em um perĂodo favorĂĄvel Ă China, com crescimento do PIB per capita de 896% entre 1975 e 2005 e muito desfavorĂĄvel ao Brasil, com minguados 35,6% do PIB per capita (soma de tudo que Ă© produzido no paĂs durante um ano divido pelo nĂșmero de habitantes).
"Foi por conta da profunda desaceleração econĂŽmica do Brasil, com grande desajuste da dĂvida externa, e a China num perĂodo de grande inserção na economia mundial", Ă© a anĂĄlise do coordenador da pesquisa do Ipea "Desenvolvimento e ExperiĂȘncias Internacionais Comparadas", Milko Matijascic.
O Brasil sĂł supera a Ăfrica do Sul e Argentina em crescimento econĂŽmico no perĂodo de 1975 a 2005. Os outros paĂses analisados foram RĂșssia, Ăndia, China, EUA, Alemanha, FinlĂąndia, Espanha e MĂ©xico.
A crise mundial, inferno para muitos, pode ser a grande virada para o Brasil. "Se enfrentarmos nossas diferenças e continuarmos na rota dos Ășltimos cinco anos, talvez sejamos o paĂs de maior economia daqui a 30 anos", prevĂȘ o pesquisador.
O PIB per capita do Brasil perdeu tambĂ©m para o crescimento da Ăndia (174,3%), FinlĂąndia (88,5%), Estados Unidos (88,2%), Espanha (85,3%), Alemanha (79,8%) e MĂ©xico (49%).
"O Brasil estĂĄ mais pobre que os Estados Unidos, onde a renda per capita era de US$ 19 mil e hoje Ă© de US$ 37 mil: quase dobrou. O Brasil sĂł cresceu um terço neste perĂodo", observa, sobre a renda de US$ 7.475 dos brasileiros, em 2005.
Se a nossa distĂąncia para paĂses ricos aumentou, alguns outros paĂses emergentes se aproximaram, como China e Ăndia. Outros tiveram movimento pior do que o Brasil, como a RĂșssia. O que fazer? " Investir na melhoria da qualidade da saĂșde e educação", sinaliza. O pior perĂodo do Brasil, na anĂĄlise do pesquisador, foram os anos 90, devido Ă grande precarização nas condiçÔes de trabalho.
Diferenças entre o Brasil e os outros dez pesquisados
35,6% Ă© o crescimento do PIB per capta do Brasil durante 30 anos
896% de crescimento do PIB per capta da China, EUA cresceu 88,2%
4,69 de assassinatos por 100 mil habitantes faz o Brasil liderar o ranking
0,07 na Alemanha de assassinatos por 100 mil habitantes, um dos menores
70 anos é a esperança de vida total do brasileiro
57 anos é tempo de vida brasileiro sem doença crÎnica
PaĂs Ă© lĂder na violĂȘncia
O ponto mais negativo da pesquisa do Ipea Ă© a violĂȘncia no Brasil: 4,69 casos por 100 mil habitantes. Enquanto o paĂs Ă© o primeiro colocado em mortes violentas, a Alemanha ocupa a Ășltima colocação.
A pesquisa feita em paĂses de grandes economias mostra o aumento do salĂĄrio mĂnimo como ponto positivo na ĂĄrea social. "O paĂs precisa gastar menos com encargos financeiros e mais com infra-estrutura. Isto pode diminuir problemas no trĂąnsito e dar emprego para os menos qualificados", aconselha. Outra reclamação de Milko Matijascic Ă© sobre a educação brasileira. "EstĂĄ muito ruim", ressalta. Outro agravante sĂŁo as vias de acesso. "Nosso paĂs Ă© desintegrado. Para deslocar sĂŁo estradas ruins ou precisamos usar aviĂ”es". A pesquisa estĂĄ no (http://www.ipea.gov.br/default.jsp).
Helenice Laguardia - Fonte: O Tempo - 20/11/08.
Pesquisa completa - http://www.ipea.gov.br/sites/000/2/comunicado_presidencia/08_11_19_DesenvolvimentoInternacional_Milko.pdf
Apresentação - http://www.ipea.gov.br/sites/000/2/pdf/08_11_19_desenvolcimentoExperienciasInternacionais.pdf
ETIQUETA NA VIDA REAL
Muitas das convençÔes de sĂ©culos atrĂĄs persistem atĂ© hoje â mas a realidade Ă© menos dogmĂĄtica e mais flexĂvel do que pregam os manuais de etiqueta modernos.
No caso dos trajes para festas, o tempo se encarregou de abolir certas obrigaçÔes e permitir variaçÔes Ă regra original. Em paĂses quentes como o Brasil, essas adaptaçÔes sĂŁo ainda mais comuns. Basicamente, por uma razĂŁo: sob termĂŽmetros de 40 graus, ninguĂ©m agĂŒenta andar por muito tempo embrulhado num terno preto ou paramentar-se com excesso de adereços.
A pedido de VEJA, as consultoras Gloria Kalil e Cintia Taira e a professora universitĂĄria de moda Maria Alice Ximenes dizem o que significam, afinal, alguns dos termos mais freqĂŒentes nos convites. Na prĂĄtica, elas mostram que Ă© possĂvel, sim, fugir do velho manual â sem que isso seja visto como um atentado Ă etiqueta. Os comentĂĄrios.
Black-tie
SinÎnimos: traje a rigor, habillé ou tenue de soirée
Comentårio: é o traje mais formal e o menos sujeito a adaptaçÔes
Homens
O que pede o manual: smoking completo, com gravata-borboleta preta ou faixa da mesma cor na cintura, tal qual se vestiam os ricos da era vitoriana, Ă©poca em que surgiu o black-tie
A realidade: num paĂs em que predomina o calor, como o Brasil, ninguĂ©m sentirĂĄ falta do colete nem da faixa na cintura. Ao contrĂĄrio. Ă preferĂvel circular com a versĂŁo mais concisa a passar a festa inteira numa sauna ambulante, dizem os especialistas
Mulheres
O que pede o manual: vestido longo e bolsa fazendo par com os sapatos
A realidade: desde que prevaleça o bom senso e ninguĂ©m vĂĄ de minissaia, o comprimento do vestido Ă© livre. Foque o tecido, que deve ser, naturalmente, mais chique. Entenda-se por isso: seda, tafetĂĄ, chiffon â e nĂŁo malha, algodĂŁo, Lycra. Bolsa e sapatos formando um par de vasos? Ă falta de imaginação
Esporte fino
SinĂŽnimos: passeio ou tenue de ville
ComentĂĄrio: Ă© mais comum durante o dia e ao ar livre, daĂ ser menos formal
Homens
O que pede o manual: calça social, camisa clara e blazer. Não se usa gravata
A realidade: a calça nĂŁo precisa ser social, tampouco a camisa, mesmo em caso de festa noturna. Muita gente aparece de blazer, um bom jeans e camisa pĂłlo - e, assim, se integra bem ao ambiente. A informalidade, no entanto, tem lĂĄ seus limites. Que ninguĂ©m vĂĄ de tĂȘnis
Mulheres
O que pede o manual: tailleur ou vestido de microfibra, linho e até seda. Sapatos de altura mediana ou altos
A realidade: de dia, vale até algodão. Se o decote for acentuado, é melhor que o vestido não seja muito curto, e vice-versa. O castigo de optar por um salto nas alturas é ele ficar atolado na grama
Passeio completo
SinĂŽnimos: traje social ou social completo
ComentĂĄrio: um degrau abaixo do black-tie na escala de formalidade, Ă© o que mais aparece nos convites
Homens
O que pede o manual: terno escuro e gravata idem
A realidade: temperatura alta e festa diurna, como Ă© muitas vezes o caso, nĂŁo vĂŁo bem com preto. DaĂ a cor ter deixado, pouco a pouco, de ser uma exigĂȘncia â e muita gente preferir tons claros
Mulheres
O que pede o manual: vestido ou tailleur de tecidos nobres (leia-se: seda, tafetĂĄ, chiffon), salto altĂssimo, bolsa pequena e cabelo preso
A realidade: hĂĄ liberdade quanto Ă escolha da altura dos sapatos (desde que nĂŁo sejam rasteiros), do tamanho da bolsa (tanto faz, contanto que nĂŁo seja GG), do vestido (que pode ser substituĂdo por um tailleur ou um terno, sem nenhum risco de que isso cause espanto) e do penteado (uma escova resolve)
Esporte
SinĂŽnimo: casual
ComentĂĄrio: o pior erro aqui Ă© achar que nĂŁo hĂĄ regras
Homens
O que pede o manual: calça de sarja com camisa social ou pólo
A realidade: no começo do sĂ©culo XX, era o uniforme dos ricos que iam assistir a corridas de cavalo ou torneios de tĂȘnis. Hoje, permite camiseta, jeans e atĂ© tĂȘnis, desde que sejam mais sociais. Erro fatal? Aparecer de bermuda e sandĂĄlias, como quem vai a um churrasco
Mulheres
O que pede o manual: saia de tecido leve, vestido de algodão ou calça jeans. Sandålias ou sapatos sem salto
A realidade: quase tudo é permitido, com exceção de minissaias e blusas curtas que deixam a barriga à mostra
Monica Weinberg - Fonte: Veja - Edição 2087.
BONS HĂBITOS NA ACADEMIA
Os especialistas definem os tipos mais freqĂŒentes em academias de ginĂĄstica â e suas gafes mais comuns. A lista:
Perfil: desinibido
Erro comum: desfilar com roupas dois nĂșmeros abaixo do ideal
ComentĂĄrio: roupas de ginĂĄstica justas ou decotadas demais sĂŁo um obstĂĄculo para algo fundamental numa atividade fĂsica: a liberdade de movimentos
Perfil: perfumado
Erro comum: entornar meio vidro de perfume antes da malhação
Comentårio: jå seria insuportåvel por si só, mais ainda numa situação em que o perfume se mescla ao cheiro de suor reinante
Perfil: exibido
Erro comum: durante os exercĂcios, emitir os mais variados grunhidos, sempre em volume mĂĄximo. Ao final, soltar os pesos no chĂŁo com brutalidade
ComentĂĄrio: os ruĂdos, alĂ©m de desnecessĂĄrios, desconcentram os outros
Perfil: Ph.D. de academia
Erro comum: palpitar no treino alheio
ComentĂĄrio: conselhos nĂŁo apenas sĂŁo invasivos como, vindos de um amador, freqĂŒentemente erram o alvo
Contra o exagero
A escritora americana Cindy Post Senning, especialista em etiqueta, falou a VEJA sobre seu novo livro, Teen Manners (ainda sem tradução no Brasil), destinado a adolescentes. Alguns trechos:
Ă mesa
"Se ninguĂ©m der a partida na refeição, tome a iniciativa com um âbom apetiteâ e siga em frente. Pouco fino Ă© comer comida fria. Cotovelos? Ă natural apoiĂĄ-los na mesa. Duas regras bĂĄsicas: nĂŁo comer de boca aberta e evitar apossar-se dos talheres e pratos alheios"
Internet
"Num chat sobre mĂșsica, o chato Ă© aquele que insiste em falar de futebol"
E-mail
"CorrespondĂȘncias mais formais exigem um retorno Ă escrita convencional. Entenda-se por isso: letra maiĂșscula, parĂĄgrafo e nada de abreviaçÔes"
Celular
"Foto na rua, sĂł depois de consultar o modelo em questĂŁo"
Piercings e tatuagens
"Numa entrevista de trabalho, melhor tirĂĄ-los ou escondĂȘ-las. Dependendo da empresa, podem custar o emprego"
Com reportagem de Camilla Costa, Marcos Todeschini e Renata Betti - Fonte: Veja - Edição 2087.
NUNCA ESTAMOS NOS NOSSOS MELHORES DIAS
Depois de 17 anos de jornalismo, vou fazer um filme de época, passado no Rio, no final dos anos 50 (meus inimigos dirão: "Mais um abacaxi...") Não é autobiogråfico, mas contém, claro, detritos de minha vida de adolescente, naqueles anos maravilhosos entre o fim do pós-guerra e a chegada dos anos 60, que o golpe militar derrubou.
Por isso, ando pesquisando rostos, gestos, sentimentos daqueles anos remotos. Minhas primeiras pesquisas foram em casa mesmo: minha famĂlia, a rua onde vivi minha infĂąncia profunda, esquinas, terrenos baldios, quintais com gato, canĂĄrio e galinheiro, vira-latas mijando nos postes.
Meu pai foi aos Estados Unidos e comprou uma mĂĄquina de filmar, de 8 mm, Kodak. Tenho essa cĂąmera atĂ© hoje e, de vez em quando, fico olhando o buraco da lente por onde passou minha vida. Meu pai fez um verdadeiro longa-metragem de nossa famĂlia. Minhas primeiras imagens sĂŁo quase de fraldas e as Ășltimas mostram-me com 20 anos, recebendo a espada de aspirante da reserva, perfilado no quartel do ExĂ©rcito.
LĂĄ estou eu, moleque jogando ioiĂŽ, soltando piĂŁo, lĂĄ estĂŁo meus pais, lindos, jovens, se beijando. Minha mĂŁe era a Greta Garbo e meu pai um sheik meio Rodolfo Valentino e eles ainda se beijam, ali na tela, em tĂȘnue "close-up" por toda a eternidade.
Nas imagens trĂȘmulas, fora de foco, vi minha pobre famĂlia de classe mĂ©dia tentando uma felicidade precĂĄria, constrangida, me vi de novo, menino comprido feito um bambu ao vento, com as neuroses que atĂ© hoje me crispam a alma. Na tela, vi que minha crise de identidade jĂĄ estava traçada.
Agora, meu filho de oito anos brinca com a cùmera de 8 mm; explico-lhe o mistério do buraquinho mågico da cùmera, mas ele não se liga nessas falas analógicas/digital, contemporùneo, jå na Internet.
Sozinho, fui atrås de velhos filmes da época. Queria ver, no passado, se havia alguma chave que explicasse meu presente ou revelasse algo que perdi, que o Brasil perdeu... Mas o que me impressionou nos filmes velhos a que assisti foi o "décor", foram os exteriores, as ruas do Rio antigo. Ali estava gravado aquele presente dos anos 50, que me pareceu um presente atrasado, "aquém" de si mesmo.
A mesma impressĂŁo tive quando vi o filme famoso de Orson Welles "Itâ s All True", com as cenas do Carnaval carioca em tecnicolor (espantosamente, sĂŁo as Ășnicas imagens a cores do Brasil daquele tempo). Dava para ver nos corpinhos dançantes do Carnaval uma medĂocre animação carioca, com pobres baianinhas em tĂmidos meneios, galĂŁs fraquinhos imitando Clark Gable, todos com uma visĂvel falta de saĂșde, nos corpos, nos olhos baços, adivinhando-se a alimentação pobre e a informação rala.
Dava para ver a fragilidade indefesa e ignorante daquele povinho dançando, iludido pelos burocratas da capital. Dava para ver ali que, como no filme de minha famĂlia, faltava muita substĂąncia naquele passado.
No entanto, se vemos os filmes norte-americanos dos anos 40 e 50, não sentimos falta de nada. Com suas geladeiras brancas e seus telefones pretos, cabelos altos e chapéus, tudo jå funcionava como hoje.
Mudaram os figurinos, mas eles, no passado, estavam Ă altura de sua Ă©poca. A recessĂŁo de hoje vai mudar a cara norte-americana, sem dĂșvida, mas aos poucos tudo vai se restaurar, porque seu DNA ianque se recompĂ”e e eles continuarĂŁo sĂłlidos em sua marcha obsessiva.
Por outro lado, nĂłs, brasileiros, Ă©ramos carentes de alguma coisa que desconhecĂamos - aliĂĄs, como hoje, pois continuamos "anestesiados, mas sem cirurgia", em nosso subdesenvolvimento endĂȘmico (M. H. Simonsen).
Como Ă©ramos atrasados naquele "presente". Nos filmes brasileiros antigos parece que todos morreram sem conhecer seus melhores dias. Por que nĂŁo avançamos do atraso para uma modernização verdadeira? Porque nosso presente Ă© uma mistura de irrelevĂąncias com rarĂssimas mudanças estruturais e importantes. O atraso resiste em todas as ĂĄreas da vida.
O essencial nunca é feito, principalmente neste governo, que jå boiou por cinco anos nos feitos da administração anterior e na "bolha" financeira que nos mandou dinheiro fåcil, mas que agora estourou. E o Lula, o mascote da esquerda "boa-praça", o "operårio-padrão" queridinho do G-8, finge que a crise é "coisa de gringos", que não o atingirå, como se fosse um novo "mensalão" global.
Nosso presente não tem mais a luz triste, preto-e-branco do passado; tem cores vivas, digitais, Internet e progressos aparentes, mas tudo encravado num mar de miséria e atraso.
Basta ver o rosto do povo em qualquer rua. O que chamamos de Brasil moderno Ă© uma ilha maldita de "Caras", uma selva de celebridades inĂșteis, se batendo, se comendo, se exibindo numa ociosidade patĂ©tica.
Como nos veremos do futuro daqui hĂĄ dĂ©cadas? NĂŁo veremos os ridĂculos fracotes mal-alimentados dos anos 40 e 50; mas veremos um show de mediocridades travestidas de "avançadas". O Brasil estĂĄ tonto, perdido entre novidades tĂ©cnicas, cercadas de misĂ©ria e estupidez. Somos um gigante com os pĂ©s metidos na lama, na corrupção, na violĂȘncia, mas posando de tecnolĂłgicos e cibernĂ©ticos.
Como criaremos um presente moderno sem reformas no Estado e no JudiciĂĄrio? Como ser "moderno" com freiras assassinadas e matadores soltos? Como - se os colarinhos brancos riem na cara do paĂs, impunes para sempre?
Assistimos a chacinas diårias entre chips e websites. Temos Ferraris nas ruas e tiroteios em Ipanema. "High School Musical" na TV e crianças esquartejadas na vida real.
Vivemos um narcisismo brega, desinformado, balbuciando reclamaçÔes vagas, sem união para protestos, sem desejos claros para vocalizar.
Nosso atraso cria a utopia de que, um dia, chegaremos a algo definitivo. Mas, ser subdesenvolvido nĂŁo Ă© "nĂŁo ter" futuro; Ă© nunca estar no presente.
Arnaldo Jabor - Fonte: O Tempo - 18/11/08.
MEIA-ENTRADA ESTUDANTIL
Nas Ășltimas semanas esteve em pauta na mĂdia brasileira o projeto de lei em discussĂŁo no Senado Federal que regulamenta o direito Ă meia-entrada estudantil.
Inicialmente, o projeto restringia a meia-entrada nos finais de semana e feriados. Resistimos e esse ponto foi retirado do projeto.
O texto, porém, ainda estabelece a reserva de 40% dos ingressos para a meia-entrada.
De fato, a iniciativa de tentar coibir a emissĂŁo de carteiras de estudante falsificadas, proposta no projeto, estĂĄ de acordo com o que nĂłs, estudantes, reivindicamos desde 2001, quando a medida provisĂłria nÂș 2.208/01 desregulamentou a emissĂŁo das carteirinhas.
A MP definia que qualquer estabelecimento poderia emitir carteira de identificação estudantil, dando origem às fraudes que vemos hoje.
A proliferação descontrolada das carteirinhas fez com que estabelecimentos como cinemas, teatros, ginĂĄsios e estĂĄdios esportivos começassem a contar com sessĂ”es cujo percentual de ingressos de meia-entrada era altĂssimo, o que fez com que os preços dos entretenimentos aumentassem substancialmente para compensar o dĂ©ficit na arrecadação.
Concordamos com vĂĄrios pontos do projeto de lei sobre a regulamentação da emissĂŁo das carteiras estudantis, inclusive fomos nĂłs que propusemos o ponto que trata da legitimidade do documento (criação de um fĂłrum formado por representantes das entidades estudantis e do fazer cultural e de entretenimento no paĂs para gerenciamento e controle da emissĂŁo, que teria a chancela da Casa da Moeda).
A simples regulamentação da emissão do documento jå farå com que os ingressos de meia-entrada caiam bastante em cada sessão, jå que terå acesso a esse direito apenas quem é estudante de fato, diferente do que ocorre atualmente, ou seja, não serå sequer necessåria a limitação imposta pelo sistema de cotas.
A meia-entrada Ă© um direito dos estudantes, conquistado com muita luta em anos passados e defendido por aqueles que sabem que nossa formação intelectual nĂŁo se dĂĄ apenas em sala de aula. Este Ă© um primeiro motivo que nos faz rechaçar a proposta de cotas. AlĂ©m disso, a fiscalização com relação ao percentual Ă© impossĂvel. Caso esse ponto do projeto seja mantido, ficaremos refĂ©ns da boa-fĂ© do empresariado.
NĂŁo teremos a certeza de que os 40% dos ingressos realmente foram destinados aos estudantes. Os prĂłprios empresĂĄrios admitem que nĂŁo hĂĄ alternativa eficiente para controlar a venda.
Reafirmamos, mais uma vez, que defendemos o direito Ă meia-entrada.
Ă necessĂĄria tambĂ©m a validação apenas das carteiras emitidas pelas entidades estruturadas e reconhecidas nacionalmente, mediante apresentação de documentos que comprovem sua atuação legal e legĂtima.
Abaixo a medida provisĂłria nÂș 2.208/01!
Pela regulamentação da emissão de carteiras sem restrição do direito!
LĂșcia Stumpf - Presidente da UniĂŁo Nacional dos Estudantes - Fonte: O Tempo - 21/11/08.
E NĂIS QUE PENSAVA QUE NUNCA ERRAVA!
CONTINUAMOS ERRANDO PROPOSITALMENTE...! HERRAR Ă UMANO!
Se vocĂȘ vir alguma coisa errada, mande um e-mail pelo FALE CONOSCO que "a ajente correge". Clique aqui e envie: http://www.faculdademental.com.br/fale.php