FM - Faculdade Mental

A JENTE HERRAMOS - 13/11/2008

UMA DATA PARA NÃƒO ESQUECER

90 ANOS DA PRIMEIRA GRANDE GUERRA
English:
http://www.guardian.co.uk/news/blog/2008/nov/11/remembranceday
Foto: Melbourne/Australia.

PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL
HÃ¡ 90 anos (11 de novembro de 1918), a Alemanha assinou armistÃcio proposto pelas naÃ§Ãµes vencedoras e pÃ´s fim a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), conflito que deixou mais de 10 milhÃµes de mortos, destruiu a economia europÃ©ia e colocou os Estados Unidos na lideranÃ§a do cenÃ¡rio global, posiÃ§Ã£o que ocupam ainda atualmente.
"A Primeira Guerra Ã© um momento no qual os paÃses europeus percebem, pela primeira vez, que seu impÃ©rio estÃ¡ chegando ao fim. Foi um momento-chave para toda a Europa, o comeÃ§o do fim e a troca do eixo de poder do Velho Continente para os EUA", diz Christopher Capozzola, professor de histÃ³ria do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e autor do livro "Uncle Sam Wants You: World War I and the Making of the Modern American Citizen" ("Tio Sam Quer VocÃª: Primeira Guerra Mundial e a ConstruÃ§Ã£o do CidadÃ£o Americano Moderno").
E justamente os EUA, que hesitaram em entrar na guerra sob a forte influÃªncia do seu isolacionismo, foram os grandes vencedores do conflito. "A Primeira Guerra Ã© o que realmente confirma os EUA como um poder mundial, um paÃs que guia relaÃ§Ãµes internacionais e tem papel central no mundo pelo resto do sÃ©culo 20 e atÃ© hoje", continua o professor.
Contudo, as mudanÃ§as que ocorreram na ordem mundial --o fortalecimento dos americanos na lideranÃ§a global e a destruiÃ§Ã£o dos impÃ©rios europeus-- nÃ£o podem ser avaliados somente como conseqÃ¼Ãªncias da Primeira Guerra.
Segundo o historiador AntÃ´nio Totta, da PUC (PontifÃcia Universidade CatÃ³lica), em SÃ£o Paulo, o crescimento dos EUA Ã© resultado de um processo de disputa de poder na Europa que comeÃ§a na Primeira Guerra, mas que terÃ¡ seu fim somente em 1945, com o tÃ©rmino da Segunda Guerra e o novo colapso das naÃ§Ãµes europÃ©ias.
"Na verdade, Ã© tudo uma coisa sÃ³, as duas sÃ£o guerras europÃ©ias que ganharam proporÃ§Ã£o mundial. E, mesmo com 30 anos de distÃ¢ncia, a Segunda Guerra Mundial Ã© em vÃ¡rios aspectos a continuaÃ§Ã£o da Primeira Guerra", diz Totta.
Os paÃses europeus anunciaram o primeiro conflito mundial como a guerra que acabaria com todas as guerras, porÃ©m o fato Ã© que, como apontam os professores, ele criou o contexto de colapso econÃ´mico e extremismo polÃtico que levou Ã Segunda Guerra.
"A polarizaÃ§Ã£o polÃtica foi resultado de um cenÃ¡rio caÃ³tico, de colapso econÃ´mico e desesperanÃ§a", disse Capozzola. "Isso se torna um ciclo de vÃ¡rias formas. Eu acredito, como a maioria dos historiadores, que se as condiÃ§Ãµes econÃ´micas estivessem melhores na Europa, na Ã©poca, talvez a Segunda [Guerra] nÃ£o tivesse acontecido."
Para Totta, fica difÃcil imaginar a RevoluÃ§Ã£o Russa de 1917 --que derrubou o regime czarista-- e o nazismo alemÃ£o sem a Primeira Guerra. "A guerra demonstra a falÃªncia do ExÃ©rcito russo czarista e abre oportunidade para o crescimento da proposta socialista", disse o historiador.
JÃ¡ na Alemanha, o fracasso do Tratado de Versalhes --que estabeleceu os termos do fim da guerra-- em reconstruir o paÃs combinado Ã crise econÃ´mica permitiu o crescimento do regime extremista de Adolf Hitler. "Os vencedores proibiram a entrada da Alemanha na discussÃ£o sobre o Tratado e impuseram a ela uma perda territorial que deixou cinco ou seis milhÃµes de alemÃ£es morando em paÃses estrangeiros", afirmou.
Foi o caminho para o surgimento do extremismo de direita nÃ£o sÃ³ na Alemanha, como na ItÃ¡lia, outro paÃs da perdedora TrÃplice AlianÃ§a, formada ainda pelo ImpÃ©rio Austro-HÃºngaro.
O fracasso em estabelecer a paz nÃ£o foi apenas do Tratado de Versalhes, mas da Liga das NaÃ§Ãµes, primeira entidade diplomÃ¡tica global que anos mais tarde inspiraria a ONU (OrganizaÃ§Ã£o das NaÃ§Ãµes Unidas).
Criada no fim da Primeira Guerra para evitar um novo conflito e a morte de milhÃµes, a Liga reuniu as forÃ§as vencedoras --a TrÃplice Entente formada por FranÃ§a, Inglaterra e RÃºssia-- mas foi boicotada pelos EUA e nÃ£o conseguiu abrir diÃ¡logo entre os histÃ³ricos rivais ainda mais ressentidos pelas perdas do primeiro confronto.
"Os americanos saÃram da Primeira Guerra sem estarem convencidos de que era importante o trabalho pesado que a paz internacional exige. Embora o presidente Woodrow Wilson fosse um grande pacifista, o Congresso o traiu e nÃ£o aceitou a entrada do paÃs na Liga", disse o conselheiro EugÃªnio Vargas Garcia, professor do Instituto Rio Branco.
Sem forÃ§a diplomÃ¡tica para evitar o novo conflito mundial, a Liga simplesmente deixou de atuar atÃ© que foi encerrada depois da Segunda Guerra. "A Liga foi uma das principais conseqÃ¼Ãªncias da Primeira Guerra e, embora tenha fracassado, foi o embriÃ£o da criaÃ§Ã£o da ONU e de um novo tempo da diplomacia global", ressalva Garcia.
Fonte: Folha Online - 11/11/08.
Linha do Tempo com eventos da Primeira Guerra Mundial: http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u466287.shtml

"A histÃ³ria das civilizaÃ§Ãµes Ã© uma sucessÃ£o de abismos em que toneladas de conhecimento desaparecem" (Umberto Eco).

HISTÃ“RIA - FIM DA 1Âª GUERRA MUNDIAL COMPLETA 90 ANOS
EstÃ¡ fazendo 90 anos do encerramento de uma das grandes tragÃ©dias do sÃ©culo XX: a Primeira Guerra Mundial, que deixou cerca de 20 milhÃµes de mortos entre 1914 e 1918. O conflito redesenhou o mapa da Europa apÃ³s a queda do ImpÃ©rio Austro-HÃºngaro e o surgimento da UniÃ£o SoviÃ©tica. Na FranÃ§a, o presidente Nicolas Sarkozy foi a Verdun, no nordeste do paÃs, para participar de uma cerimÃ´nia em memÃ³ria Ã batalha que se deu na regiÃ£o, contra o ExÃ©rcito alemÃ£o, que resultou em 130 mil mortos. Outras solenidades estÃ£o ocorrendo em vÃ¡rias partes do mundo. Um blog do jornal britÃ¢nico The Guardian (http://www.guardian.co.uk/news/blog/2008/nov/11/remembranceday) traz uma cobertura completa das homenagens, minuto a minuto.
Fonte: O Filtro (www.ofiltro.com.br) - 11/11/08.

BUSH Ã‰ O MAIS IMPOPULAR EM 60 ANOS
O atual presidente dos Estados Unidos, o republicano George W. Bush, deixarÃ¡ a Casa Branca como o chefe de governo mais impopular dos Ãºltimos 60 anos, desde o inÃcio das sondagens de opiniÃ£o, afirma pesquisa da CNN. De acordo com a anÃ¡lise, 76% dos norte-americanos entrevistados desaprovam o governo Bush. Foram entrevistados 1.246 pessoas na Ãºltima semana. Nenhum outro presidente conseguiu um Ãndice de reprovaÃ§Ã£o maior que 70%. Bush conseguiu isso por trÃªs vezes neste ano. Bush estÃ¡ mais impopular do que foi Richard Nixon (1969-74), quando ele renunciou com 66% de reprovaÃ§Ã£o apÃ³s o caso Watergate. Antes de Bush, o recorde de reprovaÃ§Ã£o pertencia ao democrata Harry Truman (1945-1953) que conseguiu ter 67% de reprovaÃ§Ã£o no Ãºltimo ano de governo, em 1952. Segundo a pesquisa, 57% acreditam que a transiÃ§Ã£o de governo serÃ¡ tranqÃ¼ila.
Fonte: O Tempo - 11/11/08.

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