"HERROS" PENAIS INTERNACIONAIS
BASHIR DESAFIA TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL
English:
http://www.nytimes.com/2009/03/03/opinion/03tutu.html
http://www.nytimes.com/2009/03/06/world/africa/06sudan.html?_r=2&hp&pagewanted=all
O jornal The New York Times mostra que, um dia depois de ter sua prisĂŁo ordenada pelo Tribunal Penal Internacional por crimes de guerra e contra a humanidade, o ditador do SudĂŁo, Omar al-Bashir, desafiou a corte e disse que a decisĂŁo Ă© uma tentativa de "recolonizar o SudĂŁo". "O SudĂŁo estĂĄ erguendo sua voz, e rejeita a hegemonia e o colonialismo. Estamos prontos para enfrentar vocĂȘs", afirmou Bashir. AlĂ©m de desafiar a corte internacional, o governo do SudĂŁo iniciou um processo de expulsĂŁo de organizaçÔes nĂŁo-governamentais estrangeiras, ampliando temores de que a situação em Darfur pode piorar. A decisĂŁo da corte pode ser o embriĂŁo de um sistema judiciĂĄrio internacional que funcione verdadeiramente, mas, pelo a curto prazo, exigirĂĄ aind a mais atenção do mundo para evitar um massacre ainda maior em Darfur.
Fonte: O Filtro (www.ofiltro.com.br) - 05/03/09.
Matérias do New York Times:
http://www.nytimes.com/2009/03/03/opinion/03tutu.html
http://www.nytimes.com/2009/03/06/world/africa/06sudan.html?_r=2&hp&pagewanted=all
JĂNIO E COLLOR
Uma migalha da histĂłria, recolhida por um diplomata:
Em 1990, logo depois de sua eleição, Fernando Collor encontrou-se com o ex-presidente JĂąnio Quadros na casa de um embaixador brasileiro na Europa. Ao vĂȘ-lo, o grande histriĂŁo da polĂtica nacional disparou: "Cumprimento-o, mas devo dizer-lhe que o senhor Ă© muito moço". Collor: "Presidente, quando o senhor foi eleito tinha 43 anos. Era apenas trĂȘs anos mais velho que eu". JĂąnio: "E deu no que deu".
Elio Gaspari - Fonte: Folha de S.Paulo - 01/03/09.
DEMOFOBIA
Depois que Paula Oliveira admitiu para a polĂcia suĂça que nĂŁo foi atacada por xenĂłfobos aconteceu algo estranho com a sua qualificação. Quando sua histĂłria teve crĂ©dito era "brasileira". Quando o relato trincou ela passou a ser chamada, com alguma frequĂȘncia, de "pernambucana". HĂĄ suĂços que gostam de contar histĂłrias de preconceito de brasileiros contra brasileiros.
Elio Gaspari - Fonte: Folha de S.Paulo - 01/03/09.
MADAME DENGUE
Gente fina Ă© outra coisa, mas o fim da picada Ă© a mesma coisa. Agentes de combate Ă dengue, no Belvedere, contam que jĂĄ sĂŁo cinco as vĂtimas no chique bairro. A diferença Ă© que, os mosquitos, em vez de se multiplicarem em pneus e latas velhas, tĂȘm opção mais VIP: depositam suas larvas em bromĂ©lias! Prevenção? Gotinhas de ĂĄgua sanitĂĄria nas flores.
Paulo Navarro - Fonte: O Tempo - 05/03/09.
PNC - http://www.pnc.com.br/
ERRAMOS: LAPSO EM TRADUĂĂO GERA BRINCADEIRA
Hillary Clinton preparou a jogada propagandĂstica de presentear o colega russo Serguei Lavrov com o botĂŁo vermelho marcando o reinĂcio das relaçÔes bilaterais. Mas o presente gerou sorrisos amarelos, pois a palavra em inglĂȘs "reset" (reiniciar) foi traduzida para "peregruzka", termo russo que significa sobrecarregar. Ao ser informada por Lavrov do erro, Hillary, brincando, disse ao russo: "NĂŁo deixaremos vocĂȘs fazerem isso conosco". Eles entĂŁo apertaram o botĂŁo, que, segundo Lavrov, irĂĄ enfeitar sua mesa de trabalho.
Fonte: Folha de S.Paulo - 07/03/09.
PAZ NA ESCOLA
Pesquisa feita pela Universidade Federal do ParanĂĄ com estudantes do ensino fundamental e mĂ©dio de quatro cidades brasileiras, inclusive Governador Valadares, em Minas Gerais, verificou que 66% dos alunos disseram ter sofrido ou cometido agressĂ”es contra colegas nos Ășltimos seis meses. Em Belo Horizonte, a Secretaria Municipal de Educação contestou o dado, afirmando que aqui o Ăndice nĂŁo passa de 20%.
O problema Ă© generalizado no paĂs e atĂ© no exterior. O cinema norte-americano produziu vĂĄrios filmes sobre a violĂȘncia na escola. Esta nĂŁo se manifesta apenas entre alunos, o que poderia ser interpretado como consequĂȘncia de rivalidades exclusivamente juvenis, mas tambĂ©m contra professores e o prĂłprio estabelecimento escolar. NĂŁo pode ser ignorada tambĂ©m as açÔes praticadas pelos prĂłprios professores.
A questĂŁo parece ter origem externa Ă escola. Certamente provĂ©m da sociedade, em especial da famĂlia, que hĂĄ tempos, por força da excessiva liberalização de nossos costumes, nĂŁo estĂĄ dando conta de transferir valores morais como respeito e disciplina a seus descendentes. Essa mĂĄ formação se manifesta na escola, que Ă© o espaço de convivĂȘncia imediato em que se opera a socialização do indivĂduo.
Sem estar preparada para isso, a escola se ressente da pressĂŁo dessa demanda, maior nas instituiçÔes pĂșblicas, por causa da democratização do ingresso e da heterogeneidade do corpo discente. As consequĂȘncias sĂŁo a mĂĄ qualidade do ensino e a violĂȘncia, esta concretizada em agressĂ”es, ameaças, roubos, assĂ©dios, maledicĂȘncias etc, que vitimam sobretudo aqueles indivĂduos mais frĂĄgeis, como as mulheres e os mais novos.
A competição na sociedade contaminou a escola. Ă preciso trabalhar no sentido de fazĂȘ-la retornar Ă sua função original. As atividades extraclasse podem ser um caminho. Em BrasĂlia e SĂŁo Paulo, estĂŁo sendo restaurados os grĂȘmios estudantis. Talvez assim possam ser criados ambientes de confraternização e colaboração, como ocorre hoje em muitos locais de trabalho.
Editorial - Fonte: O Tempo - 03/03/09.
Universidade Federal do ParanĂĄ - http://www.ufpr.br/portal/
A CRISE QUE PODERIA BENEFICIAR O NORDESTE
O Brasil e o mundo começam a enfrentar a crise atual com base nos velhos esquemas elaborados por Keynes, no final dos anos 20, a começar pelo diagnĂłstico: os bancos deixam de financiar as compras, as fĂĄbricas deixam de fabricar e demitem trabalhadores por falta de consumidores. Forma-se um cĂrculo vicioso. Para quebrĂĄ-lo, os governos começam a injetar dinheiro no mercado, substituindo bancos e fĂĄbricas na geração de emprego.
O resultado esperado Ă© que, aumentando as compras, voltarĂŁo os empregos e a crise serĂĄ superada, mesmo que a custo de aumento no dĂ©ficit pĂșblico, redução de investimentos sociais e risco de inflação.
O Brasil optou por diminuir impostos sobre a venda de automĂłveis e injetar dinheiro nos bancos para continuarem o financiamento de automĂłveis. Mesmo que isso dĂȘ certo, haverĂĄ perda de recursos pĂșblicos.
Além disso, os governos terão de investir mais na infraestrutura urbana para que os automóveis possam circular, sacrificando assim investimentos sociais.
Os resultados positivos ficarĂŁo limitados Ă s ĂĄreas ricas do paĂs, onde vivem os compradores dos carros.
O Nordeste ficarĂĄ apenas com os efeitos secundĂĄrios.
Entretanto, Ă© possĂvel buscar uma alternativa, na qual investimentos pĂșblicos sejam usados para empregar a população pobre, para que ela produza os bens e serviços de que necessita para sair da pobreza.
Ao mesmo tempo, seus salĂĄrios sĂŁo usados para dinamizar a demanda, e com isso promover o aumento da produção e do emprego. Em vez de usar recursos pĂșblicos para financiar a compra de carros privados para as classes mĂ©dias e ricas, usĂĄ-los para adquirir ambulĂąncias, ĂŽnibus, transporte escolar. Nesse caso, o Nordeste poderia ser beneficiado, nĂŁo pela produção dos veĂculos, mas pelo uso deles.
Um programa para a erradicação do analfabetismo, alĂ©m de trazer a decĂȘncia social, empregaria um nĂșmero elevado de pessoas, criando renda e aumentando a demanda sobre o setor produtivo.
O Nordeste tem hoje 6 milhÔes de adultos analfabetos, uma proporção de 27,5%.
Para erradicar essa tragĂ©dia em quatro anos, seria necessĂĄrio contratar 75 mil alfabetizadores, alĂ©m de outras 3.500 pessoas para apoio logĂstico, incluindo os que preparariam os jovens e adultos com o conhecimento suficiente para se tornarem alfabetizadores. Um salĂĄrio mĂ©dio de R$ 350 por dez horas de trabalho por semana para esses professores significaria um fluxo de R$ 320 milhĂ”es anuais, ou R$ 1,2 bilhĂŁo ao longo de quatro anos.
Essa Ă© uma saĂda que o Nordeste brasileiro deveria defender para todo o paĂs e que erradicaria o analfabetismo de 16 milhĂ”es de brasileiros jovens e adultos em pouco tempo. Principalmente na regiĂŁo que, alĂ©m de ser a maior afetada pela tragĂ©dia, Ă© tambĂ©m a que menos se beneficiarĂĄ das propostas tradicionais agora empregadas para enfrentar a crise.
Cristovam Buarque (http://www.cristovam.com.br/) - Professor (UnB) - Fonte: O Tempo - 06/03/09.
BRASIL CARBĂNICO
NĂŁo Ă© segredo que o paĂs estĂĄ sujando sua matriz energĂ©tica, ao diminuir a participação de fontes renovĂĄveis (como usinas hidrelĂ©tricas) em favor de combustĂveis fĂłsseis (termelĂ©tricas a gĂĄs, Ăłleo e atĂ© carvĂŁo). Queimar mais combustĂveis fĂłsseis significa emitir mais gases do efeito estufa, como o diĂłxido de carbono (CO2), que contribuem para o aquecimento global.
A realidade Ă© ainda mais grave: o Brasil tambĂ©m vai mal noutro indicador importante, o da intensidade carbĂŽnica da economia, ou quantidade de gases do efeito estufa emitida para produzir cada unidade de PIB. Mal, nĂŁo, pior, pois entre as grandes economias somos a Ășnica que nĂŁo melhorou na capacidade de gerar riqueza sem sujar a atmosfera.
Os dados estão no relatório "A Global Green New Deal" (um "New Deal" verde global), do Programa das NaçÔes Unidas para o Meio Ambiente, para o qual chama atenção o economista José Eli da Veiga. O texto pode ser baixado da internet (http://www.unep.org/greeneconomy/docs/GGND_Final%20Report.pdf).
Na påg. 106 hå uma tabela com os dez principais emissores de gases do efeito estufa e as respectivas intensidades carbÎnicas em 1990 e 2005, medidas em toneladas de CO2 por milhão de dólares de PIB. Por toda parte estå diminuindo a contribuição para o efeito estufa -menos por aqui.
O Brasil (641 t/US$ milhão) fica perto da média mundial (689), mas não progride desde 1990, quando marcava 638. à a ovelha carbonizada do planeta, jå que todos os grupos melhoraram, dos dez maiores emissores (29%) ao restante do mundo (13%) e à média mundial (22%).
NĂŁo se iluda concluindo que a culpa Ă© do desmatamento, porque a tabela exclui "mudança do uso da terra", jargĂŁo da burocracia climĂĄtica para a conversĂŁo de florestas em ĂĄreas agrĂcolas. O problema estĂĄ na produção de energia, mesmo. Nada a estranhar, num paĂs em que o presidente e sua prĂ©-candidata encaram o petrĂłleo (do prĂ©-sal) como signo do futuro.
Nessa matĂ©ria, convivemos tambĂ©m com os fantasmas do passado. NĂŁo tenho competĂȘncia nem paciĂȘncia para demolir o artigo "NinguĂ©m sabe", de JosĂ© Carlos Azevedo, publicado na seção TendĂȘncias/Debates da Folha numa apropriada quarta-feira de cinzas. Mas estranhei a citação de K. Trenberth, identificado como meteorologista do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudança ClimĂĄtica): "NĂŁo hĂĄ previsĂ”es climĂĄticas feitas pelo IPCC. E nunca houve". Pareceu contraditĂłrio que um membro do IPCC negasse a mudança climĂĄtica previsĂvel pelo acĂșmulo de gases do efeito estufa, argumento central de Azevedo. Fui atrĂĄs do artigo e as duas frases de fato estĂŁo lĂĄ (http://blogs.nature.com/climatefeedback/2007/06/predictions_of_climate.html), ainda que para explicar as limitaçÔes dos cenĂĄrios criados pelo IPCC, e nĂŁo para invalidĂĄ-los.
Encontrei no texto de Kevin Trenberth outro trecho, porém, que traduzo para o leitor julgar se foi honesto o uso da fonte: "O relatório do IPCC deixa claro que estamos comprometidos no futuro, de maneira substancial, com mais mudança climåtica, mesmo se pudermos estabilizar concentraçÔes atmosféricas de gases do efeito estufa. E esse comprometimento é ainda maior, pois o melhor que podemos esperar no curto prazo, realisticamente, é talvez estabilizar emissÔes, o que significa aumento das concentraçÔes de gases perenes do efeito estufa, indefinidamente, futuro adentro.
Portanto, a mudança climåtica futura estå garantida".
Marcelo Leite Ă© autor da coletĂąnea de colunas "CiĂȘncia - Use com Cuidado" (Editora da Unicamp, 2008) e do livro de ficção infanto-juvenil "Fogo Verde" (Editora Ătica, 2009), sobre biocombustĂveis e florestas. Blog: CiĂȘncia em Dia (http://cienciaemdia.folha.blog.uol.com.br/). Fonte: Folha de S.Paulo - 01/03/09.
ABORTO E EXCOMUNHĂO
Causa espanto a iniciativa do arcebispo de Recife e Olinda, dom JosĂ© Cardoso Sobrinho, de excomungar a equipe mĂ©dica e a mĂŁe da menina de nove anos submetida a aborto para interromper gravidez. Em depoimento Ă polĂcia, o padrasto disse que abusava sexualmente da garota, que mora em Alagoinha (PE).
Mais grave que o estupro, afirmou ontem o prelado, Ă© o "aborto, eliminar uma vida inocente". Deve ser por causa dessa assombrosa linha de raciocĂnio que o estuprador nĂŁo foi excomungado. A sanção religiosa foi dirigida apenas aos mĂ©dicos, que realizaram um procedimento dentro da lei e atenuaram o sofrimento de uma criança, vĂtima de ignominiosa violĂȘncia.
NĂŁo cabe a ninguĂ©m de fora da igreja questionar seus dogmas. O que causa espĂ©cie Ă© a contundĂȘncia da condenação anunciada por dom JosĂ©, que parece mais proporcional Ă notoriedade do caso do que ao zelo com a doutrina.
Em 2008, realizaram-se no Sistema Ănico de SaĂșde (SUS) 3.241 abortos desse tipo, nĂŁo-clandestinos. Eles se enquadram em uma ou nas duas hipĂłteses de nĂŁo punição admitidas pelo CĂłdigo Penal em seu artigo 128: se nĂŁo houver outro meio de salvar a vida da gestante, ou se a gravidez resultar de estupro e o aborto for precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal. AlĂ©m disso, a Justiça tem autorizado a intervenção em casos de malformação fetal que inviabilize a vida extra-uterina.
O procedimento realizado em Pernambuco satisfaz, portanto, a condição legal. Duplamente, atĂ©, pois os mĂ©dicos avaliam que o parto na menina franzina traria risco Ă sua vida. A equipe mĂ©dica cumpriu com sua obrigação profissional e Ă©tica, amparada ainda em norma tĂ©cnica do MinistĂ©rio da SaĂșde que deixou de exigir registro de ocorrĂȘncia policial como condição para fazer o aborto.
Entre milhares de casos, dom JosĂ© elegeu um de enorme relevo para distribuir a excomunhĂŁo. O bispo Ă© o mesmo que, no ano passado, tentou impedir, na Justiça, a distribuição de pĂlulas do dia seguinte pela rede pĂșblica de saĂșde de Pernambuco.
Por meio de pressĂ”es abusivas desse tipo, grupos religiosos conseguem dificultar, e atĂ© bloquear, açÔes de saĂșde pĂșblica. Que a punição extrema Ă equipe mĂ©dica pernambucana nĂŁo desestimule a adoção de providĂȘncia mĂ©dica amparada em lei, no caso de pessoas submetidas a drama semelhante.
Editoriais - Fonte: Folha de S.Paulo - 07/03/09.
E NĂIS QUE PENSAVA QUE NUNCA ERRAVA!
CONTINUAMOS ERRANDO PROPOSITALMENTE...! HERRAR Ă UMANO!
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