MAIS PROTESTOS
ANIMA NATURIS
Ativistas do Anima Naturis tiram a roupa em frente Ă Catedral de Barcelona para protestar contra uso de peles de animais.
Leia mais:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/bichos/ult10006u367351.shtml
Fonte: Folha Online - 27/01/08.
UMA CONFUSĂO BALCĂNICA
Um mapa menor do que a face de uma caixa de fĂłsforos provocou nos Ășltimos dias o que um leitor qualificou de lambança.
No sĂĄbado retrasado, a Folha publicou o tĂtulo "Acordo de SĂłfia reforça domĂnio russo no mercado europeu", sobre um contrato, assinado na capital da BulgĂĄria, para a construção de um gasoduto.
Ao lado saiu o mapinha, recurso editorial precioso para localizar os paĂses mencionados. Nele, pululavam erros.
Na segunda, "Erramos" corrigiu: o mar AdriĂĄtico do desenho Ă©, na verdade, o mar Egeu. Reclamei: Belgrado, capital da SĂ©rvia, fora grafada impropriamente e aparecia como capital de paĂs extinto, a IugoslĂĄvia. Nova correção, na terça, referiu-se Ă falecida IugoslĂĄvia como "Estado bĂĄltico".
Dois leitores escreveram e, na quarta, leu-se o derradeiro "Erramos": a IugoslĂĄvia era um paĂs balcĂąnico, nĂŁo bĂĄltico.
Lição reafirmada: checar antes de informar é importante. Em correçÔes, mais ainda.
MĂĄrio MagalhĂŁes Ă© o ombudsman da Folha desde 5 de abril de 2007. O ombudsman tem mandato de um ano, renovĂĄvel por mais dois. NĂŁo pode ser demitido durante o exercĂcio da função e tem estabilidade por seis meses apĂłs deixĂĄ-la. Suas atribuiçÔes sĂŁo criticar o jornal sob a perspectiva dos leitores, recebendo e verificando suas reclamaçÔes, e comentar, aos domingos, o noticiĂĄrio dos meios de comunicação.
Fonte: Folha de S.Paulo - 27/01/08.
ANALISE O ERRO E NĂO ERRE MAIS
Todos nĂłs cometemos erros, faz parte da vida. Em vez de ficarmos remoendo os erros, o correto seria realizar o que chamamos de "post-mortem do problema" e aprender a lição. Fazer post-mortem significa analisar as razĂ”es que nos levaram a tomar a decisĂŁo errada. Quem nos aconselhou errado, que dados errados usamos, qual foi o raciocĂnio ou a teoria equivocada utilizada, que dados temos hoje e quais deverĂamos ter tido ao decidir, e assim por diante.
Infelizmente, a maioria das pessoas nem sequer admite quando erra, ou então não aprendeu a técnica na faculdade. Mas o verdadeiro idiota não é aquele que comete erros, e sim aquele que não aprende com os erros cometidos. Portanto, gaste sempre um tempinho analisando os seus erros de uma forma estruturada.
Façamos o post-mortem da CPMF. O deputado JoĂŁo MellĂŁo se arrepende publicamente de ter votado pela CPMF e explica por quĂȘ: "O doutor Jatene, por sua biografia e reputação, emprestou credibilidade ao imposto do cheque e como conseqĂŒĂȘncia o Congresso o aprovou" â inclusive ele. Primeira lição desse post-mortem: emoção Ă© um pĂ©ssimo critĂ©rio para tomar decisĂ”es, e confiar na reputação intelectual dos outros, pior ainda. Quem tem de pensar Ă© sempre vocĂȘ, e nĂŁo os outros.
A CPMF começou com a proposta do imposto Ășnico. Os assalariados passariam a pagar somente 1,7% a 2% de imposto no recebimento do salĂĄrio, mais 1,7% a 2% na compra de bens e serviços. Um total de 3,4% a 4% de imposto somente, uma maravilha. Ou seja, jĂĄ dava para desconfiar que algo estava errado. O governo precisa arrecadar 37% do PIB, e nĂŁo 3,4% a 4%. De onde entĂŁo viria a diferença? Dos empresĂĄrios, dos atravessadores, dos capitalistas, dos especuladores, dos banqueiros, dos atacadistas, dos varejistas, das empresas, os inimigos de sempre. SĂł que eles representam 40% do PIB, na melhor das estimativas. NinguĂ©m aceita pagar 83% do que ganha, Ă© confisco, e portanto totalmente inviĂĄvel. Mesmo assim, Ă© impressionante a quantidade de confederaçÔes do comĂ©rcio e pequenos empresĂĄrios que dĂŁo apoio ao imposto Ășnico. E imaginem a fila de prefeitos, governadores e ministros que se formaria atrĂĄs do ministro da Fazenda para rediscutir a divisĂŁo do imposto Ășnico. Paralisaria o paĂs. Foi exatamente o que aconteceu com a CPMF. Dedicada inicialmente a gastos de saĂșde, ela logo teve a sua fila quilomĂ©trica e destinaçÔes diversas.
A CPMF jamais deveria ter sido criada, muito menos recriada, como querem alguns. O setor de saĂșde deveria lutar por parte do IPI da Souza Cruz, pelo menos o necessĂĄrio para custear os estragos mĂ©dicos causados pelo tabaco, como o enfisema e o cĂąncer de pulmĂŁo. Deveria lutar pela receita das multas de quem nĂŁo usa cinto de segurança para custear as cirurgias de quem se espatifa no pĂĄra-brisa de seu carro. Deveria lutar por parte do IPI ou do ICMS das indĂșstrias de alimentação que exageram no sal para custear as complicaçÔes mĂ©dicas da hipertensĂŁo. Em administração, isso se chama custeio ABC: achar a correspondĂȘncia, mesmo que indireta, entre despesas e receitas. Quanto mais cigarros forem vendidos, maior serĂĄ a receita da ĂĄrea de saĂșde.
A Fiesp quer redução de impostos sem reduzir despesas de saĂșde. Mas como? O custeio ABC permite uma inteligente forma de reduzir tributos. Negociar a redução de sal nos alimentos e biscoitos em troca da redução do imposto, por exemplo, algo que a Fiesp poderia fazer. Reduzir carcinogĂȘnicos em troca de redução do IPI do fumo. Imposto criado sem destinação Ă© convite Ă malversação e Ă gastança e permite sonegação de serviços pĂșblicos acordados em lei.
Os economistas sĂŁo normalmente a favor da desvinculação de receitas porque eles nĂŁo sĂŁo bobos. Desvincular receitas facilita a vida deles e aumenta o poder do ministro da Economia. Nem toda despesa do governo pode ser rateada, logicamente o custeio ABC nĂŁo Ă© uma panacĂ©ia, mas tem sua aplicação em muitos casos. Na dĂșvida, ficaria o padrĂŁo usual: os ricos pagariam mais pelos serviços prestados pelo estado, via imposto de consumo ou imposto de renda. Por todas essas razĂ”es, a CPMF entrarĂĄ na histĂłria econĂŽmica do Brasil como um imposto mal votado, mal concebido, mal pensado, desvirtuado, cuja alĂquota de 0,38% vai continuar, incorporada que foi em outros impostos que nĂŁo carregam o seu nome.
Stephen Kanitz é administrador (www.kanitz.com.br) - Fonte: Veja - Edição 2045.
E NĂIS QUE PENSAVA QUE NUNCA ERRAVA!
CONTINUAMOS ERRANDO PROPOSITALMENTE...! HERRAR Ă UMANO!
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