FALANDO DE LIVROS
UMA CARIDADE PARA FRANCISCO, LEIA SEU LIVRO
English:
Parliamentofreligions.org/pope-francis
Spanish Edition:
http://www.amazon.com/Sobre-cielo-tierra-Heaven-Spanish/dp/9500732939/ref=sr_1_1?s=books&ie=UTF8&qid=1363535140&sr=1-1#_
Barnes & Noble –
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The Pope -
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O papa Francisco precisa de uma ajuda. Leiam seu livro "Sobre el Cielo y la Tierra". (O e-book está à venda na Amazon americana por US$ 6,99, mas, por arte de Asmodeu, está fora da loja eletrônica brasileira.) Tem 215 páginas e saiu no início do ano passado. Trata-se de um longo diálogo com o rabino Abraham Skorka. Coisa inteligentíssima. É impossível lê-lo e sair por aí repetindo rótulos tais como "conservador" ou "homem simples" porque anda de ônibus. A simplicidade do cardeal Bergoglio vai muito além. Ele vê o catolicismo como algo despojado: "Bispos e padres têm que sujar os pés de barro". Uma das suas mais duras críticas (depois das lambadas nos ladrões-milionários) vai para os meios de comunicação que simplificam as agendas, tornando-as irrelevantes ou insolúveis: "Desinformam".
Até a noite de quarta feira o signatário não sabia quem era ele. No dia seguinte, não encontrou um só bergogliólogo que mostrasse ter lido o livro de Francisco. Ele é tudo menos um clérigo conservador. (Segundo o fidedigno jornalista Horácio Verbitsky, há 30 anos ele deu uma mãozinha à ditadura, numa época em que a hierarquia católica estava casada com os generais. Bergoglio admitiu que foram cometidos erros genéricos, mas não assumiu responsabilidade pessoal.)
Pode ser conservador um cardeal que quer abrir os arquivos do Vaticano para que se estude o Holocausto? Ele é contra o casamento de homossexuais e o aborto, mas isso não é conservadorismo, é a doutrina da igreja. Pílula? Astuciosamente calado. Em diversas ocasiões critica a conduta da igreja, seu regalismo e a promiscuidade com afortunados que fingem fazer caridade. Propõe tolerância zero para os pedófilos e chama o velho truque de transferi-los para outras paróquias de "estupidez".
O papa Francisco é um jesuíta severo. Diz que senhoras emperiquitadas, "vestidas, ou desvestidas", em casamentos não vão às igrejas para um ato religioso, mas para exibirem-se. Tabela de preços para cerimônias? "Isso é fazer comércio com o culto." Ao mesmo tempo, reconhece que casais morando juntos antes do matrimônio são um "fato antropológico".
Francisco tem um "alertômetro". Evita dar a comunhão a notórios vigaristas e jamais se deixa fotografar com eles.
O livro é muito melhor que este breve resumo. Quem lê-lo viverá umas boas duas horas. Não pode ser conservador (seja lá o que isso significa) uma pessoa que diz o seguinte:
"O religioso às vezes chama atenção sobre certos pontos da vida privada ou pública porque é o condutor da paróquia. Ele não tem direito de se meter na vida privada dos outros. Se Deus, na criação, correu o risco de nos tornar livres, quem sou eu para me meter?"
Elio Gaspari – Fonte: Folha de S.Paulo – 17/03/13.
Mais detalhes:
Parliamentofreligions.org/pope-francis
Edião em Espanhol:
http://www.amazon.com/Sobre-cielo-tierra-Heaven-Spanish/dp/9500732939/ref=sr_1_1?s=books&ie=UTF8&qid=1363535140&sr=1-1#_
Barnes & Noble –
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O Papa -
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MENSAGENS DE NOSSOS LEITORES E COLABORADORES
O PAPA DO FIM DO MUNDO
A "surpreendente" escolha de Francisco mostra que é inútil tentar adivinhar o resultado de um conclave.
A Folha gastou todo o seu latim nos 30 dias entre o anúncio da renúncia de Bento 16 e a escolha de seu sucessor. Foram sete manchetes, quatro editoriais, 64 artigos e 13 entrevistas, publicados antes de se saber quem seria o novo papa.
A julgar pelo jornal, o Brasil só deve perder em número de teólogos para o Vaticano. Somados os entrevistados, os colunistas e os colaboradores, tivemos a opinião de 47 especialistas sobre a transição na igreja.
Nem nos artigos nem nas reportagens apareceu o nome do então cardeal Jorge Mario Bergoglio, o papa Francisco. Só José Simão, que não entrou na contagem dos textos, acertou ao decretar, bem antes do conclave: "Papa argentino não pode!".
Zebra total? Terceira via? Essas são as explicações preferidas dos vaticanistas, que incensaram os nomes do brasileiro d. Odilo Scherer e do italiano d. Angelo Scola.
A impressão que fica é que tentar adivinhar o resultado de uma eleição única como a do papa é perda de tempo. As especulações sobre os "papáveis" vêm de algumas fontes, sempre as mesmas: os poucos cardeais e seus auxiliares que aceitam falar com jornalistas, em geral, do seu próprio país. As informações podem ser sinceras ou apenas balão de ensaio para testar ou para "queimar" certos candidatos.
Para serem consistentes, as previsões teriam que partir de uma enquete com um número razoável de votantes, o que é impossível num colégio que reúne 115 cardeais, procedentes de todas as partes do mundo.
"[As apostas] são um jogo que nós, jornalistas, precisamos jogar porque é divertido e é o que as pessoas esperam de nós", definiu Sean-Patrick Lovett, diretor da programação em inglês da rádio Vaticano. Antes de a fumaça branca aparecer, ele acertou ao dizer que, "no final do dia, ficaremos surpresos com o homem que aparecer no balcão".
Boa parte das análises tenta prever o futuro a partir do passado. Foi dito que a tradição mostra que, depois de um pontificado curto (Bento 16 ficou apenas oito anos), o escolhido é alguém mais jovem, capaz de permanecer por mais tempo. Errado. Francisco tem 76 anos.
Apostou-se que, surpresos com a renúncia e sem um herdeiro indiscutível de Ratzinger, os cardeais prefeririam um nome consagrado. Errado. O arcebispo de Buenos Aires não era uma liderança, mesmo tendo sido, aparentemente, bem votado no conclave de 2005.
E, sendo alguém de fora da Europa, o escolhido seria de um país africano (o primeiro papa negro) ou do Brasil (o maior país católico do mundo). Errado. Ganhou o da Argentina.
Previu-se que o papa teria que ser capaz de responder aos anseios modernizantes da sociedade. Errado. Bergoglio pode até mostrar-se progressista, mas suas posições sobre casamento gay, aborto e celibato são bem conservadoras.
O problema, para a imprensa, é como preencher o vácuo que antecede a escolha do papa, que desta vez foi um período bastante longo. Da morte de João Paulo 2º até a escolha de Ratzinger, passaram-se 17 dias; agora, a transição demorou um mês.
Sem notícias diárias, sobraram conjecturas, pensatas e infográficos para explicar os rituais e um amontoado de curiosidades (a família de alfaiates que faz as vestimentas do pontíficie, o clérigo brasileiro que quase morreu em um assalto há 40 anos, o conclave que durou três meses em 1800).
As melhores reportagens e artigos publicados foram os que tentaram entender, pela lógica da igreja, o legado de Bento 16 e os desafios que esperam por Francisco.
Provavelmente nunca saberemos o que levou ao consenso obtido na capela Sistina. Quando se imagina que, no mundo da comunicação instantânea e do fim da privacidade, nenhum segredo resiste, está aí uma instituição de 2.000 anos para provar que não é bem assim.
Suzana Singer – Ombudsman – Fonte: Folha de S.Paulo – 17/03/13.
O Papa –
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