FALANDO EM LÍNGUAS
BEBÊS DE FAMÍLIAS BILÍNGUES
English:
http://www.nytimes.com/2011/10/11/health/views/11klass.html
University of Washington - http://www.washington.edu/
Institute for Learning and Brain Sciences (I-LABS) - http://ilabs.washington.edu/
University of British Columbia - http://www.ubc.ca/
York University - http://www.yorku.ca/web/index.htm
Desenvolvimento: Após os seis meses de vida, cérebro se programa para compreender apenas um idioma. Bebês de famílias bilíngues aprendem com mais facilidade. Variação de língua deixa criança apta a perceber sons não padronizados.
Há alguns anos, especialistas em aprendizado de línguas pensavam que bebês que nascem em casas em que se fala mais de um idioma acabariam tendo problemas de comunicação por causa da chamada "confusão de línguas", que poderia acabar atrapalhando o desenvolvimento das habilidades de comunicação das crianças.
Hoje, contudo, escolas e cursinhos oferecem aulas de língua estrangeira para crianças acima de 4 anos. Isso acontece porque estudos comprovam que crianças que nascem em famílias bilíngues apresentam grandes vantagens no desenvolvimento de línguas e lógica, quando comparado com bebês que crescem falando apenas uma língua.
Recentemente, pesquisadores têm descoberto cada vez mais maneiras de analisar o comportamento infantil - como o olhar fixo dos bebês e a quantidade de minutos que eles conseguem se concentrar em elementos específicos, por exemplo - para ajudar a entender as percepções infantis de som, de palavras e até mesmo a diferenciação que os bebês fazem das línguas - do que é conhecido e do que é desconhecido para eles.
Além disso, a tecnologia tem entrado cada vez mais nessa cruzada, e a atividade neurológica dos recém-nascidos também indica diferenças de percepção entre as línguas.
Os pesquisadores da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, mediram recentemente as respostas elétricas dos cérebros de bebês de famílias bilíngues e os compararam com os de bebês de famílias em que se fala apenas um idioma. As crianças tinham idades entre 6 e 12 meses e ainda não produziam respostas verbais em nenhuma língua.
Mesmo assim, os pesquisadores descobriram que, aos 6 meses de idade, os bebês monolíngues conseguem diferenciar os sons fonéticos da língua natal e de qualquer outra língua não falada em suas casas. Por volta dos 10 ou 12 meses, entretanto, os bebês monolíngues não mais conseguiam detectar sons em línguas estrangeiras, mas apenas no idioma falado em sua casa.
Programa. Segundo os estudiosos, isso representa um processo de "compromisso neuronal", em que o cérebro da criança se programa para entender apenas uma língua e seus sons.
Por outro lado, os bebês bilíngues seguiram uma trajetória diferente. De 6 a 9 meses, eles não conseguiram detectar diferenças entre os sons fonéticos de nenhuma das línguas, mas quando ficaram mais velhos - entre os dez e 12 meses - foram capazes de diferenciar os sons em ambas as línguas.
Para Patricia Kuhl, codiretora do Instituto de Aprendizado e Ciências do Cérebro da Universidade de Washington e uma dos autores do estudo, a pesquisa comprova que a variabilidade na experiência dos bebês bilíngues os mantém abertos para sons não padronizados. Dessa forma, eles teriam mais facilidade em aprender novas línguas.
Outra cientista envolvida com o estudo de linguagens nas crianças, Janet Werker, da Universidade Britith Columbia, recentemente comprovou que recém nascidos preferem línguas de sons de ritmos parecidos com os quais eles foram expostos durante o desenvolvimento fetal.
EVOLUÇÃO: PROBLEMAS DE LÓGICAS SÃO MELHOR SOLUCIONADOS
Na última década, Ellen Bialystok, renomada professora de psicologia na universidade de York em Toronto, no Canadá, provou que crianças bilíngues desenvolvem habilidades cruciais junto ao extenso vocabulário, como um melhor aprendizado de diferentes formas de resolução de problemas de lógica, ou maior facilidade em realizar várias tarefas ao mesmo tempo, atitudes consideradas parte das "funções executivas" do cérebro.
"Crianças bilíngues, desde cedo, têm performances esmagadoramente melhor em tarefas executivas", afirma Bialystok.
Segundo Patricia Kuhl, codiretora do Instituto de Aprendizado e Ciências do Cérebro da Universidade de Washington, os bebês bilíngues são "mais cognitivamente flexíveis" que crianças monolíngues. Seu grupo de pesquisa atualmente trabalha com a análise de cérebros infantis a partir de magnetoencelografia, ou MEG, que combina a ressonância magnética com uma imagem gravada das mudanças nos campos magnéticos dos cérebros dos bebês enquanto transmitem informações.
O aparelho, que, segundo a pesquisadora, se parece mais com um "secador de cabelo marciano", deve ajudar a explicar porque os bebês aprendem a língua a partir dos pais, e não de outras formas, como telas de computador.
Pesquisa anterior do mesmo grupo revelou que bebês expostos a pessoas falando o mandarim tiveram facilidade em distinguir sons típicos daquela língua mais tarde, mas aqueles que foram expostos apenas à tela da televisão emitindo os mesmos sons não desenvolveram a mesma habilidade.
MAIS INFORMAÇÃO E CAPACIDADE DE COMPREENSÃO
Em um estudo recente da Universidade British Columbia, pesquisadores puderam comprovar a habilidade das crianças bilíngues em interpretar mais de uma língua.
Bebês de 4 meses puderam diferenciar as línguas visualmente, ao assistir os movimentos dos lábios e da face dos adultos, respondendo com interesse quando a língua mudava.
Aos 8 meses, porém, as crianças monolíngues não mais respondiam às diferenças entre as línguas nos vídeos sem som, enquanto as crianças bilíngues continuaram a interpretá-las.
Para um bebê que é bilíngue, segundo a professora de psicologia de Columbia, Janet Werker, a mudança da língua não diminui a importância da informação.
Perri Klass, M.D. - The New York Times - Fonte: O Tempo - 15/10/11.
Reportagem original em inglês:
http://www.nytimes.com/2011/10/11/health/views/11klass.html
Universidade de Washington - http://www.washington.edu/
Instituto de Aprendizado e Ciências do Cérebro da Universidade de Washington (I-LABS) - http://ilabs.washington.edu/
Universidade British Columbia - http://www.ubc.ca/
Universidade de York - http://www.yorku.ca/web/index.htm
MENSAGENS DE NOSSOS LEITORES E COLABORADORES
"O dia do professor: Vcs tocaram no ponto mais importante. O respeito pelo professor. Muito legal isso." FM: Muito Bem, Eriba. Abraços.
EQUÍVOCO EM E-MAIL CAUSE DE ADVERTÊNCIA A DEMISSÃO
Profissional deve antecipar-se e enviar mensagem com pedido de desculpas.
Enviar e-mail aos colegas com críticas às políticas da empresa era atitude comum no dia a dia da gerente de contas C.A., 24. A prática foi interrompida quando ela copiou o chefe por engano -e recebeu advertência.
"Deixei de usar o e-mail corporativo para assuntos pessoais e redobro a atenção ao selecionar destinatários", diz ela, que foi demitida seis meses depois, em um corte.
Gafes como a da gerente de contas não são isoladas. Sondagem realizada pela consultoria Robert Half em agosto com 300 executivos brasileiros mostra que 70% deles já enviaram e-mail errado ou copiaram alguém por engano.
O motivo, segundo Maria Paula Menezes, gerente de tecnologia da consultoria, é falta de atenção dos profissionais devido à alta demanda no trabalho. "Enviar mensagem sem revisar ortografia e conferir conteúdo também são erros constantes", afirma a especialista.
ERRO ORTOGRÁFICO
Deixar de ler o que foi digitado rendeu aborrecimento à coordenadora de marketing digital Mayza Ceschin, 38.
De sua conta de e-mail saiu mensagem com uma única frase para aproximadamente 1.000 funcionários, incluindo as chefias, desejando "felis aniversário" (sic).
"Tive de fazer uma retificação e pedir desculpas", lembra a coordenadora. Com a experiência adquirida, ela diz pretender lançar site sobre etiqueta digital e uso de redes sociais no trabalho.
No caso de destinatário errado, reforça Menezes, o profissional deve enviar e-mail desculpando-se e pedindo para a pessoa desconsiderar e apagar a mensagem. "Se o conteúdo for confidencial, o superior precisa ser avisado."
As consequências podem vir em forma de conversa ou chegar a uma advertência, de acordo com Luiz Testa, gerente de vendas da Vagas, que desenvolve tecnologias para recrutamento e seleção.
CULTURA EMPRESARIAL
Dependendo do perfil da empresa, pondera Testa, pequenas falhas podem não prejudicar o profissional. "Se a cultura da organização for liberal, por exemplo, um e-mail com críticas construtivas ao líder pode ajudar a melhorar o ambiente de trabalho."
Em casos extremos, contudo, como mensagem com críticas ofensivas ao chefe ou com conteúdo confidencial da companhia, "o profissional tem sua imagem manchada na empresa e pode até ser demitido", sinaliza Testa.
"As alternativas para evitar deslizes como esses é deixar de enviar e-mail pessoal na conta do trabalho e não confiar na ferramenta de autocompletar do sistema", aconselha o especialista. (PB)
Fonte: Folha de S.Paulo - 16/10/11.
Não deixem de enviar suas mensagens através do “Fale Conosco” do site.
http://www.faculdademental.com.br/fale.php