FALANDO EM SOBREVIVÊNCIA
ESTILO DE VIDA VERDE: EM CRISE, EX-CIDADE FUTURISTA TENTA SOBREVIVER
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http://www.nytimes.com/2012/02/16/garden/an-early-eco-city-faces-the-future.html?pagewanted=all
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http://www.nytimes.com/slideshow/2012/02/16/garden/20120216-ARCOSANTI.html
CORDES JUNCTION, Arizona - É um complexo ultramoderno, erguendo-se sobre um cânion no deserto: uma cidade para sempre inacabada no alto de um morro.
Ocupar o meio do nada deveria ser sedutor para os estudantes, arquitetos e espíritos curiosos que na década de 1970 fundaram Arcosanti, um "laboratório urbano" 110 km ao norte de Phoenix, no deserto do Arizona.
Após seguirem uma estrada ondulada até um acampamento desolado, eles encontravam uma espécie de kibutz. Aqui, nas oficinas, eles podiam construir um arco de concreto com nove metros de altura, ou plantar oliveiras, ou forjar sinos de barro para vender e conseguir comprar material de construção. O salário médio era o salário mínimo.
Acima de tudo, eles se juntaram a um colóquio ainda em aberto com o visionário projetista da cidade, Paolo Soleri, que pregava uma sociedade sem carros, em harmonia com a natureza.
Nestes 40 anos, cerca de 7.000 pessoas viveram em Arcosanti. A maioria foi embora. E, no ano passado, o próprio Soleri, 92, se aposentou como presidente da Fundação Cosanti. Agora, Arcosanti está sob o comando de Jeff Stein, 60, ex-reitor da Faculdade de Arquitetura de Boston.
E a questão que ele enfrenta é: se Arcosanti afinal não conseguir se transformar em uma densa ecocidade para 5.000 habitantes -como sempre quis Soleri-, então o que ela deve virar?
As propostas imediatas de Stein são: uma arquibancada coberta para o anfiteatro ao ar livre, uma padaria comercial reformada, um depósito para o fantástico acervo de maquetes de Soleri, ou meia dúzia de novos apartamentos.
Stein diz possuir um orçamento inferior a US$ 1 milhão, cerca de 10% do necessário para transformar esse complexo meio deteriorado, com mais ou menos uma dúzia de estruturas de concreto, em algo mais parecido com uma cidade, de fato.
Sua primeira tarefa, talvez, seja lembrar ao mundo que Arcosanti ainda existe. Os visitantes (cerca de 25 mil por ano) frequentemente observam que essa cidade do futuro parece uma cidade do passado. Mas 56 pessoas continuam vivendo e trabalhando aqui.
Entre elas, está Maureen Connaughton, 37, que até o ano passado era gerente de projeto em uma fábrica especializada de Filadélfia. Numa oficina de construção em 2010 em Arcosanti, ela descobriu como gostava de realizar trabalhos manuais. Logo regressou para produzir sinos de vento de cerâmica.
"Eu realmente ouvi todas as coisas boas e ruins que as pessoas dizem sobre [Arcosanti] estar instalada no passado", disse ela. "E eu quero vê-la instalada no presente. Porque é o meu presente."
Jovens voluntários continuam chegando de lugares como a Austrália, a Coreia do Sul, o México, o Chile, a Itália e a Jordânia, e pagando para se matricularem em oficinas de construção. Alguns decidem ficar.
Os moradores pagam apenas US$ 160 mensais pelo alojamento e pela alimentação.
"Há comunidades intencionais no país inteiro", disse Stein. "Esta não é uma delas. É quase uma comunidade acidental. As pessoas são atraídas para cá por Paolo Soleri e o poder das suas ideias."
O estagiário coreano de arquitetura Youngsoo Kim, 32, disse que a construção "poderia ter sido muito mais bem feita". "Mas também foi significativo que tenha sido construída pelas pessoas que aprenderam o conceito", acrescentou.
A calefação, as janelas e o isolamento do complexo parecem ter sido concebidos "a posteriori". O projeto mal incorpora tecnologias populares como painéis solares, barris para a chuva e banheiros com compostagem.
"Eu deveria tê-los", disse Soleri durante uma recente visita ao projeto. Mas, para a maioria dos americanos, insistiu ele, perseguir essas tecnologias pode se tornar um jogo em si.
Soleri é capaz de discutir sua imperfeita criação com desarmadora franqueza. Arcosanti cumpriu seu potencial? "Não, não seja tolo", disse ele.
Suas teorias sobre poluição, resíduos e esgotamento da energia nunca foram tão convincentes quanto agora no mercado internacional das ideias.
Mas é difícil argumentar que seu esquelético assentamento represente a cidade do amanhã, disse Dennis Frenchman, 63, professor de urbanismo do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês).
Frenchman disse admirar a invenção de Soleri como "uma curiosidade histórica". "Não acho que seja levado a sério como modelo urbano."
Há uma torcida praticamente unânime para que Stein consiga revitalizar Arcosanti. Mas, mesmo no seu atual estado, Arcosanti deve ser mais conveniente do que as 460 mil unidades habitacionais ociosas do Arizona.
Aqui tudo está pago, disse Stein. "Não temos hipoteca."
Por Michael Tortorello - Fonte: Folha de S.Paulo - 14/05/12.
Reportagem original em inglês:
http://www.nytimes.com/2012/02/16/garden/an-early-eco-city-faces-the-future.html?pagewanted=all
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MENSAGENS DE NOSSOS LEITORES E COLABORADORES
QUAL O NOME DE RUA MAIS POPULAR DO BRASIL?
O mesmo endereço é usado 3 079 vezes no país. Pobres carteiros.
Esqueça presidentes, feriados e santos. O endereço mais comum no País é o insosso Rua Um, de acordo com um levantamento dos Correios. Em outra pesquisa, feita sem o aval da empresa, a campeã é Rua Dois. Mas por que endereços tão sem graça? São nomes provisórios, mas que acabam ficando para sempre. Quem demarca o terreno de um novo bairro ou uma futura cidade são os loteadores. Para facilitar, eles costumam usar nomes simples, que seriam alterados depois. E quem tem esse poder de renomear são os políticos. Porém, a demanda por novos nomes é pequena, então os 10 mais comuns acabam sendo letras e algarismos. “Se o terreno fica em um lugar central, há, muitas vezes, briga para renomear as ruas. Mas, se não fica, acaba esquecido”, diz o urbanista Jorge Wilheim, exsecretário de planejamento de São Paulo.
Outro motivo do predomínio alfanumérico é mais prático: em alguns lugares, ele funciona melhor. “Em cidades como Nova York, o traçado paralelo permite a identificação por quadras. Em Brasília é parecido”, diz a pesquisadora da USP Alessandra Cirrincione. É mais fácil se localizar em cidades com vias paralelas e perpendiculares quando os endereços seguem uma ordem (ruas 1, 2, 3 ou A, B, C, por exemplo).
Arroz de festa
Os endereços mais manjados do País
1. RUA UM - 3.079
2. RUA DOIS - 2.967
3. RUA A - 2.626
4. RUA TRÊS - 2.623
5. RUA B - 2.555
NOMES CATÓLICOS
Na colonização, os portugueses homenageavam santos e datas religiosas. São José vence não só por ser popular, mas principalmente por ter um nome fácil de lembrar, segundo a linguista da USP Maria Vicentina Dick.
15. São José - 1.320
19. Santo Antônio - 1.054
20. São Paulo - 1.049
23. São Francisco - 921
25. São João - 873
NOMES HISTÓRICOS
Ficaram comuns após a proclamação da República. Rua Tiradentes, por exemplo, tornou-se popular porque representava uma identidade nacional do ponto de vista republicano. Os motivos são mais políticos que históricos.
39. Sete de Setembro - 657
40. Tiradentes - 648
45. Santos Dumont - 583
48. Duque de Caxias - 556
55. Rui Barbosa - 513
Natalia Rangel - Fonte: Super Interessante - Ediçã0 304.
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