FALANDO NA SORTE
PARA FAZER SUCESSO, A SORTE É DETERMINANTE
English:
http://www.nytimes.com/2012/08/05/business/of-luck-and-success-economic-view.html?smid=tw-nytimes&seid=auto
Everything Is Obvious:
http://www.randomhouse.com/book/187477/everything-is-obvious-by-duncan-j-watts/9780307951793/
Facebook:
https://www.facebook.com/pazeterra
http://www.facebook.com/JohnsonSchoolCornell
Muitos conservadores celebram o sucesso no mercado como a consequência quase inevitável do talento e do esforço.
Os liberais, por outro lado, gostam de nos lembrar que mesmo pessoas talentosas e esforçadas passam por dificuldades.
É fácil ver por que cada lado desconfia da posição do outro.
Os conservadores temem que as pessoas, se incentivadas a verem a vida como uma loteria, possam simplesmente ficar sentadas esperando pelo melhor.
Os liberais acham que encorajar as pessoas a reivindicar uma parcela irreal de crédito por seu sucesso pode torná-las relutantes em ajudar aqueles que estão em uma situação mais vulnerável.
Ambas as preocupações têm implicações importantes para as políticas públicas, então seria bom sabermos mais sobre a real importância da sorte para o alcance do sucesso.
Experiências recentes sugerem que eventos casuais podem influenciar os resultados do mercado bem mais fortemente do que se pensava.
O sociólogo Duncan Watts, que conduziu algumas dessas experiências com os colegas Matthew Sagalnik e Peter Dodds, descreveu os resultados obtidos em seu livro "Everything Is Obvious (Once You Know the Answer)" [tudo é óbvio, depois que você sabe a resposta], lançado em 2011. Ele sugere que, embora o sucesso no mercado de fato dependa da qualidade de um produto, essa ligação é extremamente variável e incerta.
Os pesquisadores convidaram os participantes a visitarem um site experimental chamado Music Lab, que listava 48 gravações de bandas pouco conhecidas. Na versão de controle da experiência, os participantes poderiam baixar gratuitamente qualquer música, desde que concordassem em lhe dar uma nota. A nota média serviu como um critério objetivo para a qualidade de cada música.
Os pesquisadores então realizaram outras oito versões da experiência. Em todas elas, o Music Lab mostrava quantas vezes cada música foi baixada por outros usuários, e qual a sua nota média.
Isso produziu uma maior disparidade na avaliação das músicas e na quantidade de downloads. Em cada um dos oito grupos, as canções mais populares se tornaram ainda mais populares (e vice-versa) do que no grupo de controle.
A mais notável conclusão foi que se alguns dos primeiros ouvintes reprovavam a música, isso geralmente prenunciava o seu fracasso. Mas, se por acaso, os primeiros ouvintes gostassem dessa mesma música, ela geralmente acabava fazendo sucesso.
O fato de o destino de uma canção depender tanto do acaso não significa que o sucesso seja puramente questão de sorte. Bandas que não se esforçassem e que carecessem de um mínimo de talento já não conseguiriam, para começar, gravar músicas dignas de serem aceitas no site.
Os sociólogos mostraram como o retorno do público pode gerar um efeito aleatório e vital. E isso pode ser visto em várias outras situações: muitas vezes é difícil encontrar informações sobre a qualidade de um produto, então nos baseamos nas reações de quem já o experimentou. Quaisquer diferenças aleatórias nos primeiros retornos que recebemos tendem a ser amplificadas quando compartilhamos nossas reações com os outros.
Um sucesso inicial mesmo que não merecido alimenta mais sucesso, e um fracasso prematuro prenuncia mais fracasso. Em suma: o destino dos produtos em geral frequentemente exige uma enorme dose de sorte.
A pesquisa oferece uma importante lição de moral: pessoas que tiveram sucesso fariam bem em permanecer humildemente cientes da sua própria sorte.
Robert H. Frank é professor de economia na Escola Superior Johnson de Administração, da Universidade Cornell, em Ithaca (Estado de Nova York) – Fonte: Folha de S.Paulo – 08/10/12.
Matéria original em inglês do “The New York Times”:
http://www.nytimes.com/2012/08/05/business/of-luck-and-success-economic-view.html?smid=tw-nytimes&seid=auto
Tudo é óbvio, depois que você sabe a resposta:
http://www.pazeterra.com.br/autor.asp?pa=1106
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MENSAGENS DE NOSSOS LEITORES E COLABORADORES
PAU EM INGLÊS
Artigo recente no "New York Times", com dicas para americanos a fim de vir ao Brasil, observou: "Os brasileiros são muito simpáticos, mas falam um inglês atroz". Levantamento também recente do British Council, instituição dedicada a estreitar os laços do Reino Unido com outros países, constatou que apenas 5% da população brasileira sabe falar inglês. E, outro dia, pilotos da nossa aviação civil foram acusados de não se fazer entender em voos internacionais.
Você dirá que está na hora de o Brasil cantar de galo e exigir que nossos visitantes aprendam um pouco de português. Boa ideia, mas, antes, será preciso combinar com o resto do mundo. E, neste momento, não apenas os galos ainda cacarejam em inglês, mas até os povos mais refratários a outras línguas, como os franceses, tiveram de aderir ao raudiudu no trato com estrangeiros. E, como eles, todos os europeus, incluindo 100% dos alemães e a maioria dos povos da antiga esfera soviética.
A revelação de que somos deficientes numa matéria que, nesses tempos de comunicação instantânea, tornou-se fundamental é mais surpreendente quando se olha em torno -na propaganda, nas fachadas das lojas e até nos jornais e revistas. É como se, no Brasil, o inglês fosse a língua oficial.
Gatos e cachorros não são mais gatos e cachorros. São pets. Bicicletas tornaram-se bikes. Adolescentes são teens. Corretores (imobiliários ou o que for) são brokers. Visto assim, pode-se pensar que o uso de palavras em inglês para substituir suas primas da roça obedece a um domínio da língua. Mas é só esmalte. Falamos e escrevemos sem saber, e a prova é a de que, aqui, o plural de qualquer termo em inglês leva um apóstrofo -CD's, DVD's, hot dog's- incompreensível para ingleses e americanos.
Se o Brasil quiser passar de ano, é bom começar a estudar.
Ruy Castro – Fonte: Folha de S.Paulo – 05/10/12.
British Council - http://www.facebook.com/britishcouncil?ref=ts&fref=ts
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