FALANDO DAS LÍNGUAS EUROPEIAS
A ORIGEM
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Language Family May Have Anatolian Origins - Science News
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http://www.bbc.co.uk/news/science-environment-19368988
http://www.nytimes.com/2012/08/24/science/indo-european-languages-originated-in-anatolia-analysis-suggests.html?pagewanted=all
See more: Tracing the Origins of Indo-European Languages - Graphic ...
The University of Auckland - http://www.auckland.ac.nz/uoa/
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http://www.facebook.com/pages/Jared-Diamond/28403699552
Línguas europeias surgiram na Turquia há 9.000 anos, diz estudo. Origem do grupo de idiomas falados por 3 bilhões de pessoas está ligada ao início da agricultura. Novo trabalho se baseou na análise de palavras básicas, como "mãe", em 103 línguas indo-europeias.
A saga do mais importante grupo de línguas do mundo, com quase 3 bilhões de falantes nativos, começou há 9.000 anos, na atual Turquia, e está ligada às origens da agricultura.
Em última instância, portanto, seria graças à descoberta de como cultivar trigo e cevada que os brasileiros falam português e os americanos falam inglês.
A conclusão está em uma pesquisa publicada hoje na revista especializada "Science" e que almeja colocar um ponto final no debate sobre a origem das chamadas línguas indo-europeias.
A afirmação pode soar estranha à primeira vista, mas há boas razões para achar que esse grupo imenso de idiomas, que coloca no mesmo balaio o grego, o alemão, o russo e as principais línguas do Irã e da Índia, descende de um ancestral comum.
A prova disso é o vocabulário básico de todas elas -como as palavras usadas para designar parentes próximos, partes do corpo, numerais e os pronomes pessoais.
Apesar das diferenças, elas conservam um "núcleo" comum de som e significado, e as mudanças que ocorrem de um grupo de línguas para outro não são aleatórias: seguem "leis" estabelecidas.
Um exemplo é a transformação do "p" em "f" nas línguas germânicas, como o inglês. É por isso que "peixe" e "pé" viram "fish" e "foot" no idioma de Shakespeare.
O diabo era saber quando e como o ancestral dessas línguas todas começou sua carreira de sucesso.
A equipe de cientistas liderados por Quentin Atkinson, da Universidade de Auckland, na Nova Zelândia, resolveu responder à questão "emprestando" um método normalmente usado para estudar a evolução e propagação de vírus como o da gripe.
Grosso modo, o método compara as "letras" químicas do DNA de vários tipos de vírus para saber qual está mais próximo do ancestral comum de todos eles e, a partir disso, monta uma árvore genealógica dos parasitas usando estratégias sofisticadas de estatística.
A mesma coisa, raciocinaram Atkinson e companhia, pode valer para línguas -desde que, em vez de mutações no código genético, sejam avaliadas "mutações" no som das palavras.
Também foram incorporados elementos geográficos -com base na distribuição histórica e atual das línguas, o método calculava qual o trajeto de expansão mais provável para elas.
O resultado, em vários tipos de simulação, apontou a Turquia, há 9.000 anos, como o lugar e o tempo de origem do tronco indo-europeu. O método foi testado só para as línguas latinas, grupo do português, e deu indícios de ser confiável: mostrava o centro da Itália (onde está Roma, berço do latim) como fonte da nossa família de idiomas.
ORIGEM DA LÍNGUA JÁ FOI LIGADA A DOMÍNIO DO CAVALO
Uma hipótese que esteve em voga por décadas dizia que os primeiros indo-europeus estariam associados à domesticação do cavalo e ao aparecimento de túmulos conhecidos como "kurgans" há 6.000 anos, na atual Ucrânia.
O cavalo, espécie de tanque de guerra pré-histórico, teria permitido ao povo dos "kurgans" dominar vastas áreas, legando a língua a seus descendentes e às tribos conquistadas.
Nos últimos tempos, vinha ganhando força a hipótese da origem mais antiga, na Turquia.
As línguas indo-europeias mais primitivas, como o hitita, eram faladas por lá. Também se sabe que povos que dominam a agricultura têm vantagem sobre os demais porque "produzem" mais gente.
Estudos em esqueletos pré-históricos mostram que o DNA dos primeiros europeus agricultores (nos Bálcãs) têm grande contribuição do Oriente Médio.
Mas ninguém consegue provar que língua um esqueleto de 9.000 anos falava -não havia escrita.
Jared Diamond, autor do livro "Armas, Germes e Aço", no qual defende que o avanço da agricultura ajudou a forjar as línguas dominantes, diz que a hipótese dos "kurgans" ainda é a mais aceita pelos linguistas. "Mas, se eu fosse reescrever meus livros hoje, daria mais espaço para a hipótese dos agricultores no caso do indo-europeu."
Reinaldo José Lopes – Fonte: Folha de S.Paulo – 24/08/12.
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UNIVERSIDADES CADA VEZ MAIS INTERNACIONAIS
No mundo da educação universitária, a palavra "internacionalização" está em alta. Grandes universidades, como Harvard (EUA) ou a de Oxford (Inglaterra), encamparam o termo como um dos seus principais objetivos: quanto mais alunos (ou professores) estrangeiros, melhor.
Há razões de sobra para isso. Dentre elas a crise. Abrir as portas para alunos do mundo garante mais recursos, além de apoios governamentais e da formação de futuros potenciais doadores.
Os rankings são outro motivo. Para figurar no topo da lista das melhores universidades globais, um dos requisitos é justamente ter um alto grau de "internacionalização".
A tendência é positiva, mas não pode ser unilateral. O governo brasileiro criou o importante programa "Ciência sem Fronteiras", que prevê investir de R$ 5 bilhões até 2015.
A maior parte dos recursos será usada para levar alunos brasileiros para estudar no exterior. O programa é música para ouvidos dos reitores estrangeiros. E vento em popa para "internacionalizar" as universidades por lá.
Mas fica a pergunta: como internacionalizar as universidades daqui, onde tudo ainda está por ser feito? São pouquíssimos alunos ou professores estrangeiros, com percentual ainda marginal nas universidades brasileiras.
Para piorar, a maioria não tem nem sequer site em inglês, quanto mais um departamento responsável por receber estrangeiros. Por causa da crise, esse seria um ótimo momento para atrair talentos estrangeiros para cá.
Mas, por ora, o tema aqui ainda é uma mão única.
Ronaldo Lemos – Fonte: Folha de S.Paulo – 27/08/12.
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