FM - Faculdade Mental

FALOU NO FM? TÃ FALADO! - 27/01/2011

FALANDO NA REALEZA

CAINDO NA REAL...

English:
www.thecelebrityplanet.com
www.royal.gov.uk
www.princeofwales.gov.uk
www.visitbritain.com
www.kunaicho.go.jp
Sites aproximam turistas da realeza da Inglaterra e do JapÃ£o. Casamento do prÃncipe William jÃ¡ gerou tour a pÃ© por Londres.
Quase 30 anos depois do casamento de seus pais, prÃncipe Charles e lady Diana Spencer, na catedral de SÃ£o Paulo, o prÃncipe William atravessarÃ¡ a catedral de Westminster, no prÃ³ximo dia 29 de abril, para se casar com a plebeia Kate Middleton.
O evento real jÃ¡ agita o mercado turÃstico do Reino Unido. JÃ¡ hÃ¡ um tour a pÃ© dedicado a "Will and Kate", como sÃ£o conhecidos os noivos. Por 15, a Celebrity Planet (www.thecelebrityplanet.com) oferece um passeio de duas horas e meia.
O turista interessado na realeza aumenta suas chances de encontrar prÃncipes e rainhas por meio dos websites oficiais de famÃlias reais.
No site da famÃlia real do Reino Unido (www.royal.gov.uk) hÃ¡ uma relaÃ§Ã£o dos eventos em que o pÃºblico pode dar uma espiada na rainha Elizabeth 2Âª e outros membros da realeza. Ali tambÃ©m estÃ£o instruÃ§Ãµes para se inscrever para lugares reservados em alguns eventos.
Quem prefere se concentrar no prÃ³ximo casamento real pode visitar a pÃ¡gina dedicada aos prÃncipes (www.princeofwales.gov.uk). E quem vai ao Reino Unido faz bem em ver o site do Ã³rgÃ£o de turismo, o Visit Britain (www.visitbritain.com).
JÃ¡ o site da famÃlia real japonesa (www.kunaicho.go.jp), conhecida por sua tradiÃ§Ã£o e por ser um tanto fechada, traz biografias e um calendÃ¡rio dos eventos relacionados com a realeza e seus palÃ¡cios. Pelo site Ã© possÃvel pedir permissÃ£o para visitas a palÃ¡cios e villas reais.
Planet@ Letra - Fonte: Folha de S.Paulo - 20/01/11.

MENSAGENS DE NOSSOS LEITORES E COLABORADORES

"Ghost - mÃºsica do filme em gaita peruana. Par curtir ouvindo...: http://il.youtube.com/watch?v=1B3n_bYGHyI / http://www.youtube.com/watch?v=OztXnvyXrFw. Fonte: FlÃ¡vio Lott. (ColaboraÃ§Ã£o: A.M.B.)" FM: Um som puro e raro para comeÃ§ar bem todos os dias.

"MÃ¡xima dos butecos... Para quem frequenta butecos e para os que tÃªm inveja, veja estas mÃ¡ximas, que sÃ£o amostras apenas..." FM: Vale conferir... "Filosofia de Buteco" estÃ¡ disposÃvel no "Cantinho do Humor". AbraÃ§os.

ORRA MEU
Paulistano tem jeito de falar prÃ³prio, com influÃªncias vindas de todos os cantos, de outros Estados e paÃses... PortuguÃªs se restringia a documentos...
Sem muitas portuguesas por perto, boa parte dos primeiros colonos paulistanos casaram com Ãndias.Resultado: os filhos aprendiam uma lÃngua que nÃ£o era portuguÃªs nem tupi, embora puxasse bem mais para a Ãºltima.
No sÃ©culo 17, a "lÃngua geral paulista" era, entÃ£o, muito mais comum do que o portuguÃªs na cidade. Algumas das suas expressÃµes ainda vivem, como cutucar e nhenhenhÃ©m.
Tratava-se de uma lÃngua oral. Nos documentos oficiais, utilizava-se uma versÃ£o arcaica (e quase nunca bem redigida) do portuguÃªs.
Habilidade com a "lÃngua geral" e o tupi se tornou tÃ£o importante que era obrigatÃ³ria entre os jesuÃtas -deixando para trÃ¡s atÃ© o latim, considerado dispensÃ¡vel.
Os colonos se habituaram tanto ao tupi que comeÃ§aram a reclamar quando a captura de Ãndios em regiÃµes prÃ³ximas a SÃ£oPaulo se esgotou.
Ã‰ que os bandeirantes comeÃ§aram a ter de buscar nativos para escravizar em terras mais distantes, onde os Ãndios nÃ£o falavam tupi.
Em 1680, entÃ£o, um colono dizia que a sua maior frustraÃ§Ã£o ao ver os seus escravos, provavelmente guaianÃ¡s, doentes era nÃ£o poder entender "do que os pobres padecem, porque nÃ£o hÃ¡ lÃngua que os entenda".
Foram os bandeirantes, aliÃ¡s, que espalharam a "lÃngua geral" para outros estados, como Minas Gerais, Mato Grosso, GoiÃ¡s e ParanÃ¡, diz Eduardo de Almeida Navarro, professor de tupi da USP.
NÃ£o se sabe com certeza, porÃ©m, se o "erre" retroflexo dessas regiÃµes -aquele do "nÃ£o suporrto porrta aberrta"- veio do tupi, nem se foi levado pelos bandeirantes.
De qualquer forma, tanto o interior como a capital paulista iriam receber grandes levas de imigrantes sÃ©culos depois, gente que alterou completamente a maneira de se falar o portuguÃªs por aqui.
Bem antes, porÃ©m, a "lÃngua geral" jÃ¡ estava condenada. Morreu em 1758, quando o marquÃªs de Pombal, ministro do rei dom JosÃ© 1Âº, proibiu ensinar qualquer coisa prÃ³xima ao tupi no Brasil, para fortalecer o portuguÃªs.

ENTREOUVIDO EM 1650

BaeapiabapaipÃ³?
"Que Ãndios sÃ£o esses?" em tupi

Cair um torÃ³
"TororÃ³" Ã© jorro dâ€™Ã¡gua em tupi

Velha coroca
"velha resmungona", jÃ¡ que "kuruk" Ã© resmungar em tupi

ÃŽandÃ© ruba, ÃŽandÃ© ÃŽara!
"Nosso Pai, Nosso Senhor", escreveu Anchieta em tupi

Ficar com nhenhenhÃ©m
Quer dizer "falando sem parar", pois "nheâ€™eng" Ã© falar em tupi

Cutucar
Vem da palavra "kutuk", que Ã© espetar em tupi

Ir ao Jabaquara
o nome do bairro, em tupi, significa "casa dos Ãndios fugidos"

TreiÃ§Ã£o e maparra
no portuguÃªs arcaico, virou hoje "traiÃ§Ã£o e fingimento"

Marcelle Souza.

PAULISTANÃŠS ENGLOBA PERIFERIA E INGLÃŠS
Toda noite em SÃ£o Paulo as pessoas "colam naquela parada" e sentem uma "vibe na balada". Explicar isso com um dicionÃ¡rio clÃ¡ssico de portuguÃªs seria impossÃvel, mas no "paulistanÃªs" contemporÃ¢neo Ã© admitido e atÃ© recomendado para determinadas situaÃ§Ãµes.
A criaÃ§Ã£o de expressÃµes que nÃ£o existem em nenhum outro idioma e a incorporaÃ§Ã£o de termos estrangeiros sÃ£o cada vez mais frequentes no vocabulÃ¡rio usado aqui.
O falar paulistano clÃ¡ssico, caracterizado pelo "r" vibrante, e o som anasalado, representado por personagens imigrantes italianos das novelas de Ã©poca, dÃ¡ espaÃ§o para termos surgidos na periferia da cidade ou a incorporaÃ§Ã£o de palavras em inglÃªs .
"O "Ã© nois", por exemplo, ganhou periferias do interior e jÃ¡ deve estar presente em outros Estados", diz Anna Christina Bentes da Silva, sociolinguista da Unicamp.
E nÃ£o Ã© sÃ³ na periferia que o "Ã© nois" se difunde. Quem anda por SÃ£o Paulo, seja no Itaim Paulista, bairro no extremo da zona leste, ou em Moema, na zona sul, uma hora ou outra ouvirÃ¡ essa expressÃ£o e ainda pode ser surpreendido com um convite para um "rolÃª" com um "mano" para "trocar uma ideia".
A difusÃ£o desses termos se dÃ¡ tanto pela convivÃªncia em espaÃ§os comuns da cidade como pelas redes sociais na internet. "Hoje em dia vocÃª nÃ£o tem um Ãºnico falar paulistano, mas vÃ¡rios tipos de fala", diz Anna Christina.
Determinada expressÃ£o, por vezes, nÃ£o tem sua origem na cidade em que ela se popularizou. Mas sua repetiÃ§Ã£o em determinada regiÃ£o valida seu uso e a torna caracterÃstica da cidade.
AlÃ©m dessas expressÃµes criadas e incorporadas ao vocabulÃ¡rio, especialistas dizem que o falar paulistano tÃpico se perdeu. Para Ataliba de Castilho, linguista e consultor do Museu da LÃngua Portuguesa, a razÃ£o estÃ¡ no crescimento da metrÃ³pole.
"O falar clÃ¡ssico da cidade estÃ¡ submerso no meio das muitas influÃªncias que SÃ£o Paulo recebe, tanto do exterior quanto de outros Estados", diz Castilho.

ENTREOUVIDO EM 2011

BALADA
festa

MANO
amigo

Ã‰ NÃ“IS
confirmaÃ§Ã£o de algo - gÃria de um grupo social, no caso a periferia

TROCAR IDEIA
conversar - expressÃ£o muito usada em SÃ£o Paulo, mas jÃ¡ difundida por outras cidades e estados

MAGINA
por nada, de nada

Ã” MEU
chamamento

VIBE
vibraÃ§Ã£o - expressÃ£o usada por jovens de classes sociais mais abastadas

COLAR NAQUELA PARADA
ir a algum lugar - gÃria de um grupo social, no caso a periferia

Raphael Marchiori.

Fonte: Folha de S.Paulo - 25/01/11.

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