FALANDO DE ESTILO
FALANDO E DORMINDO
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http://www.booking.com/hotel/es/silkenpuertaamericamadrid.en.html
Um projeto por andar: Fruto do trabalho de 18 dos melhores escritórios de arquitetura e design do mundo, de 13 nacionalidades diferentes, o Hotel Puerta América Madrid é um cinco estrelas com um conceito diferente de quarto a cada andar. As cores, as formas e os materiais utilizados dão um show de criatividade no hotel, que conta também com uma escultura exclusiva de Oscar Niemeyer.
Each floor is a different project: From the design board of 18 of the best architecture and design firms in the world, comprising professionals of 13 nationalities, Puerta America Madrid is a five star hotel with a unique concept for each floor. Materials, colors and shapes are all utilized for a veritable show in creativity. The hotel has an exclusive sculpture signed by Oscar Niemeyer.
Fonte: Tam Nas Nuvens - Abril 2008.
Saiba mais e veja mais fotos: http://www.booking.com/hotel/es/silkenpuertaamericamadrid.pt.html
MENSAGENS DE NOSSOS LEITORES E COLABORADORES
"Se você curte música como tango, boleros e outras mais, não deixe de visitar este site: http://www.paixaoeromance.com.br/index.htm. Muito bem feito e é um local agradável para viajar nos tempos também, unindo som, imagem e a letra das músicas. Boa viagem. (Colaboração: A.M.B.). FM: E viva o romantismo...
"Veja este arquivo, elaborado por Evandro Pelarin, Juiz de Direito de uma cidade do interior de São Paulo e vale como reflexão sobre nossas leis brasileiras..." FM: O texto "Isabella, perdoa-nos!" está na coluna "Fazendo Direito".
"Olá. Olhem o anexo. Será que as pessoas sabem o que pode estar atrás do que consomem? Não sei se dá para colocar no jornal. Beijos" FM: Não só dá como já está lá na coluna "A Jente Herramos".
"Pode mandar pra lá porque o lugar existe! Dá para ir de ônibus... rs rs rs. Fica na cidade de Bela Vista de Minas.... Perto de João Monlevade..MG!!! Bela Vista, uma cidadezinha cercada de mato no interior de Minas Gerais, claro no Brasil, e uma grande surpresa. Um dos bairros tem o nome de Puta que Pariu ...! Acredite se quiser! O município de Bela Vista de Minas foi criado pela Lei nº 2764, de 30 de dezembro de 1962, desmembrando do município de Nova Era (New Era City), declarando naquele momento, às margens do Corrego do Onça a Independência de Bela Vista de Minas. A cidade é dividida em 7 bairros, Bela Vista de Cima, Lages, Serrinha, Córrego Fundo, Favela, Puta que pariu que lugar é esse?, e Boca das Cobras (A Europa de Bela Vista). http://www.guiadosmunicipios.com.br/mg/Bela%20Vista%20de%20Minas/ (Colaração: Corsino)" FM: É...P.Q.P!!!
7 DE MAIO: DIA DO SILÊNCIO
DOIS SINAIS DE VIDA: RUÍDO E AUSÊNCIA DE RUÍDO
Na década de 1960, o jornal O Correio publicou número intitulado Silêncio. Uma edição inteiramente dedicada ao ruído, às diferentes soluções para limitar os danos que provoca, tanto no organismo humano como no corpo social. Quem conheceu São Paulo naquela época vai achar que O Correio estava exagerando, pois São Paulo, pelo menos à noite, era cidade quase toda sossegada e silenciosa.
Quatro décadas depois, a preocupação com ruídos aumentou na proporção em que o silêncio diminuiu. Buzinas disparam, sirenes apitam, máquinas rangem, motores roncam, construções batucam, pessoas gritam, e o valioso silêncio é cada vez mais escasso.
Silêncio, no dicionário, é estado de quem cala; interrupção de ruído; calada; sossego, calma, paz. Pode ser mais que isso: plenitude. Está ligado a experiências religiosas, ou artísticas.
Câmara Cascudo escreve que o silêncio é “elemento indispensável e primordial aos ritos sagrados de todas as religiões do mundo”. Os romanos tinham dia dedicado à deusa do silêncio, Lara, Muta ou Tácita. Em certos ritos da África, vivos se comunicam com mortos por meio do silêncio. Arnaldo Antunes e Carlinhos Brown dizem na canção O Silêncio, de 1996:
Antes de existir computador existia a tevê / antes de existir tevê existia luz elétrica / antes de existir luz elétrica existia bicicleta / antes de existir bicicleta existia enciclopédia / antes de existir enciclopédia existia alfabeto / antes de existir alfabeto existia a voz / antes de existir a voz existia o silêncio / o silêncio / foi a primeira coisa que existiu.
Daí, surgiu a vida. E adeus sossego.
Fonte: Almanaque Brasil.
A TORRE DE BABEL
O grande público ignora, mas está em discussão -aliás, continua em discussão- o acordo ortográfico entre Brasil, Portugal e demais países que falam e escrevem o português, designados eruditamente como "lusófonos". Uma velha questão que motivou diversos acordos -e nenhum deles foi realmente respeitado.
Tanto na academia brasileira como na congênere portuguesa, sempre houve comissões mais ou menos permanentes em busca da unificação ortográfica -que, a bem da verdade, é quase completa, com exceção de pequeno número de palavras sobre as quais não existe consenso. Exemplo: dificilmente o Brasil aceitará escrever "facto" em vez de "fato", duas palavras que, em Portugal, têm sentidos diferentes.
Em linhas gerais, os especialistas lusitanos obedecem ao critério histórico das palavras: "Súbdito" em lugar de "súdito", em respeito ao prefixo "sub", que indica submissão. E por aí vai.
Problema maior será obter consenso com os povos africanos que falam português. Alguns deles não abrem mão das origens, que nascem dos diversos dialetos espalhados pelo imenso território da África. É o caso da letra "K", muito usada em todos eles. Não vejo a possibilidade de adotarmos aqui no Brasil a grafia de "kiabo" no lugar de "quiabo", ou "muleke" no lugar de "moleque".
Pessoalmente, me abstenho dos debates lá na Academia. Não sou especialista e aproveito a erudição alheia. Considero que língua, linguagem, fonética e ortografia são como a famosa "La donna è mobile", cantada na ária de Verdi.
Não adianta regredir aos tempos anteriores à construção da Torre de Babel, quando, segundo o relato bíblico, os homens começaram a falar cada qual à sua maneira e a torre do consenso humano jamais chegaria ao céu.
Carlos Heitor Cony - Fonte: Folha de S.Paulo - 04/05/08.
LIBERTEM A LÍNGUA
Sendo a ortografia uma pequena dimensão da vida da língua, seria legítimo esperar que não fosse necessário o acordo ortográfico ou que, sendo-o, pudesse ser celebrado sem dificuldade nem drama. No caso da língua portuguesa, assim não é, e há que refletir por quê.
A razão fundamental reside no fantasma do colonialismo inverso que desde há séculos assombra as relações entre Portugal e Brasil. Por séculos, a única colônia com propósitos de ocupação efetiva no império português, o Brasil, foi sempre e simultaneamente um tesouro e uma ameaça grandes demais para Portugal.
Após um curto apogeu no século 16, Portugal foi durante toda a modernidade ocidental capitalista um país semiperiférico, isto é, um país de desenvolvimento intermédio, desprovido dos recursos políticos, financeiros e militares que lhe permitissem controlar eficazmente o seu império e usá-lo para seu exclusivo benefício. Teve, pois, de o partilhar desde cedo com as outras potências imperiais européias, e foi por conveniência destas que ele se manteve até tão tarde.
A partir do século 18, Portugal foi simultaneamente o centro de um império e uma colônia informal da Inglaterra. À semiperifericidade de Portugal correspondeu a semicolonialidade do Brasil, tão bem analisada por Antonio Candido, a idéia contraditória de um país mal colonizado e superior ao colonizador, um país que resgatou a independência de Portugal e que, logo após sua própria independência, foi visto como uma ameaça aos interesses de Portugal na África.
A relação colonizador-colonizado entre Brasil e Portugal foi sempre uma relação à beira do colapso ou à beira da inversão. Até hoje. É essa indefinição que torna tão necessário quanto difícil o acordo ortográfico.
Do lado português, a posição ante o acordo assenta sempre na idéia de "rendição ao Brasil", tanto para o aceitar como para o recusar. Em ambos os casos, o fantasma do colonialismo do inverso, em vez da idéia libertadora do inverso do colonialismo. Acontece que hoje a inconseqüência do acordo tem conseqüências que não tinha, por exemplo, em 1911.
Em 1911, o acordo teve lugar entre dois países em que a língua portuguesa era a língua natural. No caso português, o colonialismo proibia que as línguas nacionais faladas nas colônias fossem um problema lingüístico. No brasileiro, o colonialismo interno impedia que as línguas indígenas existissem. Portugal considerava-se o dono da língua portuguesa, mas, porque não o era de fato, o acordo só começou a ser implementado em 1931.
Hoje são oito os países de língua oficial portuguesa, e em seis deles a língua portuguesa coexiste com outras línguas nacionais, algumas delas mais faladas que o português. Nesses países, o contexto da política da língua é muito mais complexo.
Mexer no português só faz sentido se se mexer nas línguas nacionais, e mexer nestas, em países que há pouco saíram de uma guerra civil, pode ter conseqüências bem mais graves que as do drama bufo luso-brasileiro.
Por essas razões, deviam ser esses países a decidir o desacordo, mas pelas mesmas razões é pouco provável que aceitassem tal magnanimidade.
Nesse contexto, a língua portuguesa deve ser deixada em paz, entregue à turbulência da diversidade que torna possível que nos entendamos todos em português. Revejo-me, pois, no comentário irônico e contraditório de Fernando Pessoa aos acordos ortográficos, escrito em 1931, ano em que se implementava o acordo de 1911: "Odeio... não quem escreve em orthographia simplificada, mas a pagina mal escrita, como pessoa propria, a syntaxe errada, como gente em que se bata, a orthographia sem ipsilon, como o escarro directo que me eno- ja independentemente de quem o cuspisse.
Sim, porque a orthographia também é gente. A palavra é completa vista e ouvida. E a gala da translitteração greco-romana veste-m'a do seu vero manto regio, pelo qual é senhora e rainha".
Apesar de transcrito na ortografia de Pessoa, foi difícil entender esse passo?
Boaventura de Sousa Santos, 67, sociólogo português, é professor catedrático da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (Portugal). É autor, entre outros livros, de "Para uma Revolução Democrática da Justiça" (Cortez, 2007).
Fonte: Folha de S.Paulo - 04/05/08.
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