FALANDO EM LAPTOP
UM VETO AO LAPTOP
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http://online.wsj.com/article/SB124950421033208823.html
Viu a placa aí em cima? Ela significa: "Não plugue o seu laptop". Mensagens como essas têm aparecido em cafés dos EUA depois da recente crise que abalouo o país. Cansados de clientes que compram só um cafezinho e passam horas ocupando uma mesa, os donos dos cafés resolveram apelar: estão pedindo que os internautas deixem o espaço para quem realmente vai fazer uma refeição (e, claro, dar mais lucro ao estabelecimento).
Tendências - Fonte: Super Interessante - Edição 277 - Abril 2010.
Mais detalhes:
http://online.wsj.com/article/SB124950421033208823.html
MENSAGENS DE NOSSOS LEITORES E COLABORADORES
"Para você que tem filhos pequenos, já os teve ou os terá um dia..." FM: Confira a piada "Dedinhos" no cantinho do humor.
ORIGEM DA EXPRESSÃO: BOI NA LINHA
Quando as primeiras estradas de ferro começaram a ser construídas, não havia cercas que isolassem as linhas. Alguns bois, que aparentemente não tinham medo dos trens, deitavam-se tranquilamente sobre os trilhos. Era um problemão para os maquinistas, que precisavam frear bruscamente, causando desconforto aos passageiros. Desde então a expressão é usada para indicar uma dificuldade inesperada. Houve um problema: "tem boi na linha", se diz.
Fonte: Brasil - Almanaque de Cultura Popular - Número 131.
BRASILEIRO ASSUME HQ DO SUPERMAN
Para quem não acompanha o mercado de HQs, a recente notícia de que Eddy Barrows é o novo desenhista de "Superman" (DC Comics) não se relaciona de imediato com o Brasil.
Mas, apesar do que o nome possa sugerir, o artista nasceu em Belém do Pará e cresceu em Belo Horizonte. Só arranha o inglês. A aparente coincidência entre o nome e o mercado norte-americano é, na verdade, fruto de um mal-entendido.
"Em 1999, eu enviava desenhos por fax aos EUA", conta o quadrinista. "A parte de cima da página, onde estava meu nome, sempre saía cortada, e o agente pensava que era Eddy Barrows".
Era Eduardo Barros. Mas o artista só percebeu o engano meses depois, quando não havia mais volta. "Eu teria de começar tudo de novo!", afirma.
Hoje, o quadrinhista de 35 anos - que abandonou o fax como meio de transmissão de trabalhos - está em alta no mercado norte-americano. Ao assumir um personagem de peso como esse, ilustrando roteiros de J.M. Straczynski (ex-queridinho da Marvel), Barrows traçou seu nome no hall da fama das HQs de super-heróis.
A trajetória de Barrows lembra a do também brasileiro Ivan Reis - responsável por "Blackest Night", importante saga do Lanterna Verde. Ambos desenham com contrato de exclusividade para a DC.
Tanto para Barrows quanto para Reis, no meio do caminho para o sucesso nos EUA havia Joe Prado, agente que faz a ponte entre os artistas daqui e as editoras de lá por meio da agência brasileira Art Comics.
Mas, anos antes de entrar para o primeiro escalão da DC, Barrows havia desistido da carreira em 2000. "Não estava satisfeito com meu traço, eu era ruim em cenários e em anatomia feminina", explica.
Foi tentar a vida como jornalista na capital mineira e aprendeu "a entregar coisas para ontem". Em 2003, quando achou que estava pronto para voltar ao mercado, assinou contrato com a Image Comics (de Spawn e Whichblade) e desenhou gibis de "G.I. Joe".
No ano seguinte, paquerou a Marvel e a DC e ficou com a última. Barrows é autor de um traço detalhista e proporcional na anatomia humana. Seus cenários, marcados por formas geométricas regulares, impressionam pelo perfeccionismo. Ele estreia em "Superman'' na edição 700, que deve sair em breve nos EUA. A editora Panini, que publica os quadrinhos da DC no Brasil, não tem previsão de quando o trabalho de Barrows estreia por aqui na edição mensal do Superman.
Outros brasileiros no exterior Os talentos brasileiros nos quadrinhos são comuns no mercado norte-americano, tanto comercial quanto independente.
- Os gêmeos Gabriel Bá e Fábio Moon atualmente escrevem e desenham uma série para a linha Vertigo, da DC Comics, ainda inédita por aqui;
- Rafael Grampá, autor da premiada edição especial "Mesmo Delivery", publicou nos EUA "5" (junto com Moon e Bá) e sua própria HQ brasileira, que ganhou edição pela Dark Horse;
- Rafael Albuquerque está desenhando "American Vampire" para a DC.
Magazine - Fonte: O Tempo - 05/04/10.
DE CAZEMIRO @EDU PARA DEMÓSTENES.TORRES @GOV
Ilustre Senador Demóstenes Torres,
Quem lhe escreve é Cazemiro, um Nagô atrevido. Faço-o porque li que o senhor, um senador, doutor em leis, sustenta que a escravidão brasileira foi uma instituição africana. Referindo-se aos 4 milhões de negros trazidos para o Brasil, vosmicê disse o seguinte: "Lamentavelmente, não deveriam ter chegado aqui na condição de escravos, mas chegaram..."
Vou lhe contar o meu caso. Eu cheguei ao Rio de Janeiro em julho de 1821 a bordo da escuna Emília, junto com outros 354 africanos. O barco era português e o capitão, também. Fingia levar fumo para o Congo, mas foi buscar negros na Nigéria e, na volta, acabou capturado pela Marinha inglesa. Desde 1815, um tratado assinado por Portugal e Grã Bretanha proibia o tráfico de escravos pela linha do Equador.
Quando a Emília atracou no Rio, fomos identificados pelas marcas dos ferros. A minha, no peito, parecia um arabesco. Viramos "africanos livres". Livres? Não, o negro confiscado a um traficante era privatizado e concedido a um senhor, a quem deveria servir por 14 anos. O Félix Africano, resgatado em 1835, penou 27 anos. Doutor Demóstenes, essa lei era brasileira.
A turma da Emília trabalhou na iluminação das ruas e no Passeio Público. Algumas mulheres tornaram-se criadas. A gente se virou, senador. Havia senhores que compravam negros mortos, trocavam nossas identidades e não nos liberavam. As marcas a ferro nos ajudaram.
Alguns de nós conseguiram juntar dinheiro. Como estávamos sob a supervisão dos juízes ingleses, em 1836 compramos lugar num barco. Dos 354 que chegaram, talvez 60 retornaram à África.
Como doutor em leis, vosmicê sabe que o Brasil se comprometeu a acabar com todo o tráfico em 1830. Entre 1831 e 1856 chegaram 760 mil negros, os confiscados devem ter sido 11 mil, ou 1,5%. Aquela propriedade da Marinha, na Marambaia, onde às vezes o presidente brasileiro descansa, era um viveiro de escravos contrabandeados. Não apenas a escravidão do Império era uma instituição brasileira, como assentava-se no ilícito, no contrabando.
Outro dia eu encontrei o Mahommah Baquaqua, mais conhecido nos Estados Unidos do que no Brasil. Ele foi capturado no Benin, lá por 1840, vendido a um padeiro em Pernambuco e revendido no Rio ao capitão do navio "Lembrança".
Em 1847, o barco fez uma viagem ao porto de Nova York e lá o Baquaqua fugiu. Teve a proteção dos abolicionistas, razoável cobertura jornalística, estudou e escreveu um livro contando sua história (inédito em português, imagine). Fazia tempo que eu queria perguntar ao Baquaqua por que, em suas memórias, não contou que, de acordo com as leis brasileiras, o seu cativeiro era ilegal. Ele diz que esqueceu, mas que, se tivesse lembrado, não faria a menor diferença.
Senador Demóstenes, a escravidão foi brasileira, assim como é brasileira uma certa dificuldade para lidar com os negros livres. Eu que o diga.
Axé, Cazemiro
P.S.: Há uma referência ao caso da Emília no artigo "A proibição do tráfico atlântico e a manutenção da escravidão", da professora Beatriz Gallotti Mamigonian, publicado recentemente na coletânea de ensaios "O Brasil Imperial". Que Xangô apresse a publicação de seu livro sobre os "africanos livres" no Brasil.
Elio Gaspari (http://www.submarino.com.br/portal/Artista/80141/+elio+gaspari) - Fonte: Folha de S.Paulo - 07/04/10.
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