FALANDO EM FOFOCA
FOFOCAR, ÀS VEZES, NÃO FAZ MAL...
English:
http://www.nytimes.com/2012/06/16/your-money/studies-find-gossip-isnt-just-loose-talk.html
Estudo comprova que falar sobre a vida alheia pode proteger os outros de possíveis explorações. Fofocar, às vezes, não faz mal. Para pesquisadores, pessoas fofoqueiras são menos egoístas e mais generosas.
Muitas vezes, para nossa infelicidade, somos pegos no pulo, fofocando. E a maioria das pessoas tem vergonha desse comportamento. Mas, agora, novos estudos mostram que nem toda conversa fiada é ruim.
A pesquisa publicada sob o título "As Virtudes da Fofoca", na revista "Journal of Personality and Social Psychology", indica que a fofoca pode fazer o papel de proteger outros de serem explorados pelos colegas, a partir da transmissão de informações sobre comportamentos ruins por parte de uns para alertar os outros.
"Se falar para os colegas que fulano é um ‘egoísta explorador’, por exemplo, as pessoas vão aprender a evitar o comportamento egoísta e explorador do fulano, se protegendo assim de um perigo maior", explica Matthew Feinberg, estudante de pós-doutorado da Universidade de Stanford e coautor do estudo.
Às vezes, "precisamos trocar informação com terceiros sobre pessoas que não estão por perto, para aprender com a experiência dos colegas", afirma Robb Willer, professor adjunto de sociologia da Universidade da Califórnia, nos EUA, e coautor do estudo.
Claro, estamos deduzindo que as pessoas sempre dizem a verdade e que não espalham mentiras ou histórias particulares que sabem que podem acabar machucando os outros.
Contudo, Willer afirma que apesar de a fofoca negativa existir, não deixa de ser útil observar a forma como outros tipos de fofoca desempenham papéis valiosos na sociedade. "A interpretação mais comum da fofoca na sociedade é de que ela é sempre ruim. Muitas das fofocas do mundo são ruins, mas ela também pode servir a uma função importante na sociedade", diz.
Na pesquisa, cerca de 300 participantes, recrutados a partir da internet, participaram de um jogo de "confiança" online. Eles sabiam que podiam ser observados e que seriam assunto de fofoca, se não jogassem de forma justa. A simples ameaça de fofoca estimulou os participantes a serem mais generosos.
Outros estudos
O papel da fofoca como forma de assegurar que indivíduos não explorem uns aos outros também foi demonstrado por dois pesquisadores holandeses.
Bianca Beersma, professora adjunta de trabalho e psicologia organizacional, e Gerben van Kleef, professor de psicologia social da Universidade de Amsterdã, disseram a um grupo de pessoas que se distribuíssem cem bilhetes de loteria, elas concorreriam a um prêmio em dinheiro. Os participantes poderiam escolher entre dar os tickets de forma generosa, ou manter alguns bilhetes para si mesmos.
Metade dos jogadores foi instruída a completar a tarefa sob as condições de que a escolha seria mantida em sigilo. No outro grupo, os participantes sabiam que a sua escolha se tornaria pública. Além disso, alguns jogadores foram informados de que membros do outro grupo, provavelmente, iriam fofocar.
E como um comportamento humano já esperado, todos os participantes foram egoístas e mantiveram mais bilhetes para si mesmos do que o número de bilhetes distribuídos. Contudo, quando estavam cientes de que suas ações eram públicas, e a chance de fofoca era alta, se transformaram em pessoas menos egoístas, segundo concluiram Beersma e Van Kleef.
Em situações injustas, dedurar é até saudável
Os cientistas afirmam que as pessoas sentem uma necessidade tremenda de fofocas “ isto é, contar aos outros sobre o mau comportamento de um outro ser humano "pelas costas"
“ quando percebem que essa pessoa está agindo de forma injusta.
Em uma pesquisa na Universidade de Stanford, a generosidade dos participantes com relação aos outros foi medida a partir de quantos dólares ou pontos eles compartilhavam. No experimento, 51 voluntários foram ligados a monitores cardíacos, enquanto observavam os pontos de duas outras pessoas do jogo. Após um tempo, tornava-se claro que um dos participantes estava violando as regras e ficando com mais pontos.
O batimento cardíaco dos expectadores aumentava quando eles observavam o "roubo no jogo", e, a maioria, acabou fofocando para avisar o participante de que seu oponente não estava jogando de forma correta. Ao falar, os batimentos voltavam ao normal.
Alina Tugend – Traduzido por Luiza Andrade - Fonte: O Tempo – 23/06/12.
Reportagem original em inglês do “The New York Times”:
http://www.nytimes.com/2012/06/16/your-money/studies-find-gossip-isnt-just-loose-talk.html?pagewanted=1&_r=1
http://www.nytimes.com/2012/06/16/your-money/studies-find-gossip-isnt-just-loose-talk.html
MENSAGENS DE NOSSOS LEITORES E COLABORADORES
AS APARIÇÕES DE 'INEXORÁVEL DA SILVA'
Atribuem ao filósofo húngaro Giorgy Lukacs a seguinte afirmação: "O erro de Stálin não foi ter assinado um acordo com Hitler, foi ter acreditado nele". Em 1939, Stálin aliou-se ao Reich e comeu um pedaço da Polônia. Dois anos depois, Hitler invadiu a Rússia, e o Guia Genial dos Povos, incrédulo, entrou em estado de catatonia.
Pensando bem, Stálin não acreditou no pacto (tanto que acelerou a produção de armas), acreditou em si. Desprezou pelo menos 80 avisos de que Hitler atacaria, inclusive dois deles com a data.
Lula cavalga uma desastrosa autoconfiança. Longe dos mecanismos do poder, com os movimentos e a oratória limitados, investiu-se de um desembaraço autocrático que, em seis meses, produziu três desastres:
1) Sem discutir os prós e contras da ideia, participou de uma cenografia para abrilhantar a adesão de Paulo Maluf à candidatura de Fernando Haddad à Prefeitura de São Paulo. Humilhou Luiza Erundina e detonou a chapa petista, levando os companheiros a catar vice até no falecido movimento "Cansei", teoricamente destinado a combater a corrupção. (A ex-prefeita aceitava o apoio de Maluf, desde que não houvesse espetáculos como o do jardim do palacete da rua Costa Rica. O mesmo se pode dizer do tucanato, que buscava intermediações para negociar com Maluf.)
2) Sem ouvir os interessados, meteu-se num périplo, catituando junto a ministros do Supremo a postergação do julgamento do mensalão. Foi detonado pela exposição da manobra.
3) Impôs ao PT uma aliança com o prefeito Gilberto Kassab, atropelando a senadora Marta Suplicy, que não queria "acordar de mãos dadas" com seu adversário. Dias depois, Lula acordou sozinho e viu Kassab abraçado ao PSDB.
Deixando-se de lado o conteúdo das decisões (o que não é pouca coisa), cometeu três erros. Chutou três vezes e três vezes marcou contra o próprio gol.
A doutora Dilma acha que a crise financeira mundial é influenciada pelo fator "Inexorável da Silveira". Seu governo terá que lidar com outro fator, o do "Inexorável da Silva". Por enquanto, ele restringiu-se à casa de louças petista, mas o perigo é que vá além, encrencando o governo.
Os "inexoráveis" acham que podem tudo.
Elio Gaspari – Fonte: Folha de S.Paulo – 24/06/12.
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