FM - Faculdade Mental

FALOU NO FM? TÃ FALADO! - 17/07/2011

FALANDO KIRCHNERISMO

BUSKADOR

The site: http://www.buskador.com.ar/
Kirchnerismo cria seu "Google" para combater imprensa crÃtica.
Na Argentina, o kirchnerismo criou seu prÃ³prio "Google". Entrou no ar neste mÃªs uma ferramenta de busca exclusiva para encontrar na rede informaÃ§Ãµes do universo "Nac&Pop", como se tornou conhecido o slogan "nacional e popular", utilizado pelo governo Cristina Kirchner.
O BusKador (www.buskador.com.ar) Ã© ilustrado com um desenho do ex-presidente NÃ©stor Kirchner -antecessor de Cristina na PresidÃªncia, morto em outubro passado. Ele estÃ¡ caracterizado como "eternauta", imagem que se tornou sÃmbolo militante.
A pÃ¡gina se transformou em novo instrumento do kirchnerismo na batalha cultural e ideolÃ³gica contra a oposiÃ§Ã£o e a imprensa crÃtica. Todo o conteÃºdo indexado ao "Google K" contÃ©m fatos positivos ou elogios ao governo e Ã militÃ¢ncia kirchnerista. Todas as referÃªncias Ã oposiÃ§Ã£o e a jornalistas e jornais crÃticos ao governo, como "ClarÃn", La NaciÃ³n" e "Perfil", sÃ£o negativas.
O responsÃ¡vel pelo BusKador Ã© o jornalista Pedro Ylarri, que afirma nÃ£o ser partidÃ¡rio do governo Cristina Kirchner. Ele disse Ã Folha que a iniciativa Ã© "independente e pessoal", "sem o apoio de nenhuma empresa". Ylarri conta ter tido a ideia de criar o "Google K" apÃ³s presenciar a discussÃ£o entre dois amigos sobre a batalha na Argentina entre a imprensa e a Casa Rosada.
"O propÃ³sito Ã© conhecer melhor o movimento nacional e popular que encarna o governo", diz. Segundo ele, "para os kirchneristas, Ã© um excelente veÃculo para contatos e discussÃ£o". JÃ¡ "para os que nÃ£o gostam do governo, Ã© boa opÃ§Ã£o para saber o que [os kirchneristas] pensam".
AtÃ© ontem, o BusKador jÃ¡ havia indexado 1.144 sites, somando mais de 17 milhÃµes de resultados "Nac&Pop". AlÃ©m de sites de Ã³rgÃ£os de imprensa alinhados ao kirchnerismo, como os jornais "PÃ¡gina/12" e "El Tiempo Argentino", a ferramenta incorpora blogs da militÃ¢ncia e pÃ¡ginas oficiais do governo.
A respeito do incentivo do "Google K" ao pensamento Ãºnico e seu eventual estÃmulo ao conflito entre a Casa Rosada e a imprensa, o criador do BusKador afirma que fica a critÃ©rio de "cada um decidir como usar" a ferramenta. "O mau aproveitamento seria utilizÃ¡-lo como Ãºnico buscador e filtro de toda a realidade", afirma Ylarri.
Lucas Ferraz - Fonte: Folha de S.Paulo - 13/07/11.

MENSAGENS DE NOSSOS LEITORES E COLABORADORES

"O tempo passa, as pessoas mudam, as atitudes se atualizam e, questionavelmente falando, a evoluÃ§Ã£o nem sempre se traduz pelos novos conceitos e mÃ©todos educacionais propostos pelos ditos educadores de hoje. Frescura Ã parte, veja esa ponderaÃ§Ã£o bastante lÃ³gica e crÃtica do que andam fazendo para as nossas crianÃ§as:" FM: Agradecemos por sua mensagem. O texto "O CRAVO NÃƒO BRIGOU COM A ROSA" estÃ¡ disponibilizado na coluna "Pense".

SANTOS SINAIS
Na Idade MÃ©dia, cristÃ£o que faziam votos de silÃªncio na tentativa de se aproximar de Deus utilizavam gestos em substituiÃ§Ã£o Ã s palavras. O frade espanhol Pedro Ponce de LeÃ³n (1520-1584) criou um alfabeto feito com as duas mÃ£os e se tornou o pioneiro na educaÃ§Ã£o de crianÃ§as surdas. Esse Ã© o embriÃ£o do que se tornaria a atual linguagem de sinais.
HistÃ³ria Maluca - Fonte: Aventuras na HistÃ³ria - EdiÃ§Ã£o 96.

O VALOR DAS COISAS E DAS PESSOAS
Nos paÃses ricos, as coisas sÃ£o baratas e as pessoas, caras. No Brasil, Ã© o oposto: as coisas sÃ£o carÃssimas, mas as pessoas (ou seja, os serviÃ§os que elas prestam) sempre estiveram a preÃ§o de banana. Agora, isso estÃ¡ mudando.
Para um norte-americano classe mÃ©dia, a vida do seu equivalente brasileiro parece uma vida de rico. Os Estados Unidos Ã© a terra do faÃ§a-vocÃª-mesmo. As meninas se depilam e fazem as prÃ³prias unhas. Os amigos se juntam pra pintar as casas uns dos outros. Nas mudanÃ§as, o normal Ã© alugar um caminhÃ£o e chamar a galera pra carregar caixa.
Todos sÃ£o acostumados desde crianÃ§as a limpar a casa, esfregar o chÃ£o, lavar roupa: empregada domÃ©stica Ã© luxo de milionÃ¡rio.
"Bora, maluco. Vai se mexer ou vai ficar parado esperando alguÃ©m fazer por vocÃª?"
Mas se vocÃª Ã© classe mÃ©dia urbana no Brasil, o mais provÃ¡vel Ã© que contrate profissionais para fazer esses tipos de serviÃ§o. Afinal, Ã© tÃ£o barato, nÃ©? Com esse exÃ©rcito de miserÃ¡veis aÃ fora, com certeza dÃ¡ pra achar alguÃ©m que fique de quatro e lave sua privada por cinquenta reais o dia.
E tem outra (essa Ã© minha racionalizaÃ§Ã£o favorita): se vocÃª mesma se depilar, vai estar tirando emprego da Valdicreide! Como Ã© que ela vai sustentar os quatro filhos em Caixa-Prego, coitadinha?! Ã‰ muito bonito dizer que â€œnÃ£o vou ter domÃ©sticaâ€ mas quem vai se fuder Ã© a Geissy, que nÃ£o sabe fazer outra coisa! Etc.
Por outro lado, para um brasileiro classe mÃ©dia, a vida do seu equivalente norte-americano tambÃ©m parece vida de rico, mas por outros motivos. Afinal, o gringo pode atÃ© lavar suas prÃ³prias meias (cruzes!), mas possui uma quantidade de objetos, badulaques, gadgets sem igual. A comeÃ§ar por seus carros: nos Ã´nibus, sÃ³ se veem velhos trÃªmulos, crianÃ§as em idade escolar e mendigos.
Qualquer pessoa dita able-bodied (ou seja, com o â€œcorpo aptoâ€) tem um carro. DÃ¡ pra comprar e manter um carro atÃ© com salÃ¡rio de garÃ§om. Pra nÃ£o falar dos iPads, iPods, laptops, TVs tela plana, celulares de Ãºltima geraÃ§Ã£o, etc etc. Um Kindle sai por 114 dÃ³lares: para uma garÃ§onete, Ã© quanto ela ganha de gorjeta em uma hora de trabalho tranquilo, atendendo duas ou trÃªs mesas. Ou seja, qualquer um pode ter.
Enquanto isso, nossa pobre classe mÃ©dia escorchada de impostos paga R$56 mil por um Honda City made in Brazil, carro esse que Ã© vendido no MÃ©xico por menos da metade do preÃ§o, cerca de R$25 mil. O Kindle, ao alcance de qualquer garÃ§onete americana, no Brasil sai por pouco mais de mil reais, com o frete incluÃdo: quantos trabalhadores brasileiros podem se dar ao luxo de comprar uma engenhoca que nunca viram, que nÃ£o Ã© gÃªnero de primeira necessidade, por esse preÃ§o? Muito poucos. Nossa explorada, injustiÃ§ada classe mÃ©dia paga caro por produtos importados e mais caro ainda por produtos nacionais! Como sofre! Ã“ dÃ³!
Os norte-americanos olham os brasileiros, servidos por um verdadeiro exÃ©rcito de mortos-de-fomeque lhes depilam as pernas e pintam as paredes, lavam as cuecas e passam as camisas, e pensam: ricos sÃ£o esses brasileiros, nÃ£o eu que toda semana tenho que ficar de quatro e esfregar minha banheira!
Os brasileiros olham os norte-americanos, digitando no iMac e jogando Angry Birds no iPhone, conferindo um endereÃ§o no GPS e lendo o Ãºltimo best-seller no Kindle, e pensam: ricos sÃ£o esses gringos, nÃ£o eu que ainda uso um desktop de 2004!
Agora, entretanto, as coisas estÃ£o mudando.
Nos Ãºltimos anos, no Brasil, mais de trinta milhÃµes de pessoas saÃram da misÃ©ria â€” no que talvez seja a maior contribuiÃ§Ã£o brasileira Ã civilizaÃ§Ã£o humana. NÃ£o melhoramos apenas a vida dos nossos cidadÃ£os que viviam absolutamente sem perspectiva, mas tambÃ©m, muito mais importante, mostramos ao mundo que era possÃvel fazer mais, que nÃ£o estÃ¡vamos
fatalmente presos dentro dessa lÃ³gica umbiguista-cÃnico-mercadolÃ³gica. Que apesar de nÃ£o termos as respostas e de ser preciso humildade pra reconhecer que as decisÃµes nunca sÃ£o Ã³bvias, nÃ£o podemos descartar as perguntas. A histÃ³ria nÃ£o acabou. O que o Brasil fez nÃ£o foi sÃ³ um avanÃ§o humano, mas de certa forma foi tambÃ©m um avanÃ§o histÃ³rico. (fonte)
No comeÃ§o da dÃ©cada passada, eu tive duas empregadas domÃ©sticas. Uma delas fez curso tÃ©cnico e hoje trabalha em um laboratÃ³rio. A outra, minha comadre, virou banqueteira, e o seu filho, meu afilhado, estÃ¡ estudando pra ser oficial da Marinha.
As leis da economia sÃ£o implacÃ¡veis. Quanto menor for o nÃºmero de mulheres semi-analfabetas dispostas a lavar privada e depilar perna por uma mixaria, maiores vÃ£o ser os preÃ§os desses serviÃ§os. Se algumas delas se tornam tÃ©cnicas de laboratÃ³rio e banqueteiras, as consequÃªncias sÃ£o duas:
1. Em primeiro lugar, os shoppings e aeroportos e faculdades particulares ficam lotados de genteque, atÃ© poucos anos atrÃ¡s, simplesmente nÃ£o tinha renda para frequentar esses lugares.
2. Em segundo lugar, as poucas mulheres ainda dispostas a fazer os piores serviÃ§os percebem que seu poder de barganha aumentou. EntÃ£o, o New York Times noticia que as babÃ¡s vivem ascensÃ£o econÃ´mica e se juntam Ã classe mÃ©dia; a Veja SÃ£o Paulo informa que agora sÃ£o as domÃ©sticas que ditam as regras do jogo; e a Folha de SÃ£o Paulo avisa que as pobres mÃ£es da classe mÃ©dia paulistana estÃ£o criando uma associaÃ§Ã£o para se â€œdefenderâ€ de â€œbabÃ¡s terroristasâ€ e que jÃ¡ comeÃ§am a importar domÃ©sticas paraguaias e bolivianas, mais dÃ³ceis (leia-se, mais desesperadas e com menos opÃ§Ãµes profissionais) que as brasileiras. Enquanto isso, outras â€œcategorias profissionaisâ€ comeÃ§am a sumir e jÃ¡ se fala atÃ© em â€œsaudades do embalador de supermercadoâ€œ.
Quem ontem cortaria nossa grama por uma merreca, hoje estuda para ser oficial de Marinha. Quem ontem viria lÃ¡ de Jardim Pobreza pra depilar nossas pernas, hoje mora no mesmo bairro, pega o mesmo metrÃ´ e ainda compra a Ãºltima mussarela de bÃºfala bem na nossa frente no mercado!
Se vocÃª acha isso tudo horrÃvel, se o maior poder de barganha da babÃ¡ te faz sofrer, se odeia ver essa gente diferenciada no seu voo, recomendo esse site.
Enquanto isso, sofrendo ou nÃ£o, Ã© bom a gente ir se acostumando. Hoje, no Brasil, existem menos pessoas dispostas a lavar o chÃ£o o dia inteiro em troca de um prato de comida. Por isso, entre outras coisas, estamos a caminho de nos tornar uma sociedade mais justa, mais humana, mais digna. E, ao longo desse caminho, vamos ter que aprender a cortar nossa prÃ³pria grama e fazer nossas prÃ³prias unhas.
Quem sabe vocÃª atÃ© perceba que nem precisa tanto assim de grama cortada e unha feita.
Ah, vocÃª ia achando que me esqueci dos impostos escorchantes, nÃ£o?
Afinal, coitados de nÃ³s, hoje vivemos no pior dos dois mundos. NÃ£o temos mais mortos-de-fome dispostos a passar nossas camisetas por dois tostÃµes, mas o Honda City made in Brazil continua custando mais de R$50 mil. PÃ´xa! E agora, quem poderÃ¡ nos defender? Classe mÃ©dia sofre mesmo!
Bem, por um lado, vamos lembrar que o estado brasileiro Ã© de fato muito mais provedor que o norte-americano. AlÃ©m disso, desconjurando aqui um bicho-papÃ£o querido da nossa classe-mÃ©dia, o Honda brasileiro Ã© tÃ£o mais caro nÃ£o por causa dos impostos escorchantes, mas porque as margens de lucro nas montadoras no Brasil sÃ£o trÃªs vezes maiores que no resto do mundo.
Mas o imporante Ã© o seguinte: o nÃvel de consumo dos gringos Ã© tÃ£o inviÃ¡vel e desumano quanto a dependÃªncia brasileira em miserÃ¡veis para nos servir. O ideal nÃ£o Ã© passarmos a consumir como eles, mas que eles tambÃ©m parem de consumir como eles.
NinguÃ©m precisa de iPad, Kindle, GPS, TV tela plana, carro pra viver. Se vocÃª quer essas geringonÃ§as todas e elas estÃ£o muito caras, talvez vocÃª nÃ£o devesse estar desejando artigos de luxo que nem pode pagar.
A soluÃ§Ã£o Ã© querer menos coisas e valorizar mais as pessoas. NÃ£o Ã© difÃcil.
Alex Castro Ã©. Por enquanto. Em breve, nem isso. Se gostou desse texto, dÃ¡ uma olhada nos meus livros.
Outros artigos escritos por Alex Castro: http://papodehomem.com.br/author/alex-castro/.
Fonte: SÃ´nia Marli Borges (ColaboraÃ§Ã£o: A.M.Borges)