FALANDO EM REALITY SHOW LITERÁRIO
"BIG BROTHER" DE LITERATURA ON-LINE
English:
http://www.fourthnight.com/
Em reality show lançado por blog, leitores votam para eliminar piores histórias. Twitter também foi usado para pequenos desafios, como "escreva uma história que tenha canibalismo" com apenas 140 caracteres.
Com base em duas premissas - a primeira, de que os reality shows provocam certa repulsa, mas inevitavelmente fisgam um número assustador de telespectadores; e a segunda, de que o computador é um vício contemporâneo opressor, porém imprescindível para a cultura do século 21-, o escritor e jornalista cipriota Constantine Markides, 32, lançou um projeto inovador em que mistura esses tais "pecados" do novo mundo com uma espécie de "absolvição" invocada desde os primórdios da humanidade: a literatura.
Markides é o fundador do blog Fourth Night/ Fourth Fiction (www.fourthnight.com), que "hospeda" o que ele considera ser o primeiro reality show literário da rede - outras ideias similares já foram tentadas, mas não com a mesma concepção, tampouco com os mesmos critérios. Da competição, que foi lançada oficialmente dia 04 de agosto, participam 12 escritores que não são celebridades e usam pseudônimos para evitar reações de amor e ódio dos fãs.
O projeto termina no dia 4 de dezembro, quando apenas um escritor terá sobrevivido às vorazes críticas e "paredões" dos leitores desse "Big Brother" cibernético. As postagens dos votos para eliminação vão ocorrer nos dias 4, 14 e 24 de cada mês. Ao final da competição, o vencedor terá escrito 12 capítulos de uma ficção.
O jornalista, graduado em filosofia pela Columbia University e com mestrado em literatura inglesa pela University College of London (UCL), disse à Folha que trabalha na concepção do projeto há um ano e meio. "Essa ideia surgiu quando eu terminava o meu mestrado na UCL, com ênfase na literatura revolucionária do século 20. Desde então, comecei a pensar em como a literatura se desenvolve e como será revolucionária - no sentido de rupturas, alternativas, de novas abordagens - ao longo do século 21", afirmou.
Segundo ele, a cultura deste século é extremamente interativa e qualquer pessoa envolvida no mercado literário - sejam editoras ou escritores - está ciente de que é preciso criar novas maneiras de tornar a literatura disponível via on-line. O voyeurismo e o exibicionismo dos reality shows, assim como as novas tecnologias, afirma Markides, estão introjetados na cultura contemporânea. "Comecei a pensar em como a literatura pode e está sendo absorvida por tudo isso", explicou o blogueiro.
"Se formos honestos, temos que admitir que, embora os reality shows sejam ridículos e detestáveis, eles inevitavelmente nos fascinam. Eles são a versão moderna das lutas de gladiadores romanos. O ser humano tem esse desejo inconfesso de ver pessoas sendo atiradas aos leões. É por isso que os reality shows são repletos de manipulação, jogos sexuais, narcisismo, competição e fofocas", disse Markides.
"O Fourth Fiction, apesar do tom sarcástico em relação aos reality shows, também tem como intenção entender o nosso desconforto em como nós gastamos o nosso tempo com as nossas próprias invenções."
Nem um tostão
Aos leitores, Markides promete diversão genuína e a chance de deixar a imaginação viajar para além das telas do computador. Aos escritores, nada. Eles não vão receber um tostão pelo projeto - estão fazendo isso pelo prazer de escrever e pelo interesse em testar uma nova forma de comunicação. Nenhuma promessa miraculosa foi feita. Há contatos com editoras em andamento, mas o blogueiro, honestamente, não vende um peixe maior que o pescado.
"Existe o interesse de editoras em publicar o romance do vencedor, mas isso vai depender do número de acessos e da receptividade do projeto", admite o jornalista.
O projeto também abrangeu testes no Twitter. De 4 de julho até hoje, o criador do projeto permitiu que os escritores usassem o Twitter (@fourth fiction) para se apresentar aos leitores. Eles também usaram a rede de microblogs para responder a dez desafios literários feitos por Markides.
Por exemplo: escreva um post (no tamanho dos do Twitter, com 140 caracteres) sobre uma história que tenha um ato de canibalismo; ou escreva uma cena de sexo que contenha um título de uma música do Michael Jackson; ou crie um final alternativo para a história dos Três Porquinhos. Para os interessados em votar, participar ou gastar o tempo com literatura on-line, é só acessar.
Malu Delgado – Fonte: Folha de S.Paulo – 06/08/09.
MENSAGENS DE NOSSOS LEITORES E COLABORADORES
"Leiam esse pequeno texto, amigos protetores de animais... 'para preocupar-se com os humanos existem as pessoas como você, que certamente faz trabalho voluntário em asilos e creches, doa dinheiro para entidades assistenciais e faz ronda do sopão noturno para moradores de rua nas noites frias de inverno. Graças a pessoas como você, que tanto fazem por outras pessoas, é que pessoas como nós podemos dedicar nossos esforços aos animais que não podem contar com pessoas como você' (Colaboração: Shirley - Caraguatatuba)" FM: Falou no FM? Tá Falado!
"Muito bom! Para diversão dos não-fumantes e para reflexão dos fumantes. Vejam o vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=uanW406YdjA. Abraço. (Colaboração: Naves)" FM: Diversão x Reflexão, um bom duelo. Valeu!
“Oi, Muito legal a matéria da Ecofont – Letras Ecológicas! Não conhecia. Já enviei para a empresa para avaliarmos. Brigadão!” FM: É realmente muito legal e merece a avaliação. Abraços
"É de disparate em disparate, de discurso em discurso, de ato secreto em ato secreto... Onde vamos parar?" FM: A pergunta é pertinente. Por isso, é necessário ficar atento. Abraços.
"Vamos colaborar com a nossa saúde. Uma boa prevenção é tudo que se recomenda. É tudo de bom. Para sua informação, como combater a gripe: Se apenas limpando as mãos com álcool elimina-se o risco do vírus da gripe, ingerindo bebida alcoólica então... ele nem chega perto!!! (Colaboração: Cleide - SP)" FM: É para se analisar com carinho...
"Olá, O mundo corporativo acabou se tornando um mundo à parte, ao mesmo tempo inserido no nosso mundo, digamos real. Adquirimos personalidades específicas, incorporadas somente para vivermos naquele mundo. Podemos ser o todo poderoso que manda e não pede, ainda que sejamos o gentil que pede e nunca manda. Podemos ser o submisso que age à partir do momento que recebe um estímulo ou uma ordem, ainda que sejamos um pró-ativo natural que sabe de tudo primeiro e resolve todos os problemas antes mesmo deles acontecerem. Podemos ainda ser um “expert” para o qual não há problema que não tenha solução, ainda que sejamos o contrário. Podemos ser exatamente o que somos, desde que paguemos o preço por isso, apesar de muitas vezes ser muito caro. A convivência neste mundo costuma ser uma arte e pintam as melhores telas, aqueles que o quanto antes aprenderem a usar a cor certa e o pincel adequado a cada modelo que se mostrar e a cada pose que seja manifestada. Nada muito diferente do chamado mundo real, se não fosse um mundo totalmente à parte, que pode desmoronar a qualquer momento depois de um corte ou demissão e o fato de que ainda que seja menor em tamanho, pode facilmente influenciar o mundo “real”, enquanto que a recíproca nem sempre é verdadeira. Abraços" FM: O Texto "Convivência no Mundo Corporativo" está disponível na coluna "Pense".
FEIRA GUIA DO ESTUDANTE
O próximo passo rumo ao seu futuro. A maior feita estudantil do país.
De 21 a 23 de agosto no Expo Center Norte – Pavilhão Amarelo.
Entrada grátis! Inscreva-se já! http://www.feiraguiadoestudante.com.br.
Fonte: Aventuras na História – Edição 72 – Julho 2009.
COMUNICA BH
O Sindicato das Agências de Propaganda de Minas Gerais (Sinapro-MG) promove, entre os dias 18 e 21 de agosto, a 1ª Comunica-MG em Belo Horizonte. O projeto consiste em uma semana de eventos ligados à comunicação, propaganda e marketing. Entre eles estão a I Feira Mineira da Indústria da Comunicação, o Festival Minas de Comunicação e o Ciclo de Palestras, que trará seis profissionais renomados para discutir temas importantes para o futuro do setor. Mais informações pelo site http://www.comunica-mg.com.br/.
Luiz Tito - Fonte: O Tempo - 09/08/09.
O REDATOR DO SENADO
ML, redator do Senado, cujo nome preservo por razões compreensíveis, autor de belos discursos, lidos por vários senadores, me confessa ao ouvido, enquanto ouve um: "Eu sou como La Fontaine: faço os animais falarem".
Millôr (http://www2.uol.com.br/millor/) - Fonte: Veja - Edição 2125.
NAS RUAS
Adesivo visto em carros circulando em capitais como Brasília, Campo Grande e Goiânia: "Não vou engolir nem digerir: Fora Sarney".
Painel – Renata Lo Prete - Fonte: Folha de S.Paulo – 10/08/09.
AS MUDANÇAS NA LINGUAGEM
Não é à toa que chamam o Brasil de país de bacharéis: tem o que manda, o que obedece, tem o réu e o que acusa. E encontramos isso tudo radiografado pela linguagem oral coloquial com a qual nos comunicamos. É só observar.
As formas de comunicação e os rituais acompanham as transformações das organizações sociais. Onde a desobediência ao ritual é mais pesadamente punida encontramos mais jeitos de expressar as emoções pelas costas.
Por medo de que fossem pegos em flagrante, o escravo, o servo e a criança foram criando gestos que podiam ser feitos quando as autoridades estivessem pelas costas. O gesto era preferível porque o som poderia chegar ao ouvido do desobedecido. Fazer careta, mostrar a língua, dar banana, fazer gestos obscenos - tudo isso se faz pelas costas e dá certo alívio ao que foi repreendido ou comandado. Quando obedecemos à revelia de nós mesmos, procuramos uma forma de liberação.
Em substituição ao gesto "banana para você", que não se usa mais, apareceu o "Tó que eu vou fazer", "Tó aqui que eu vou te obedecer".
Conforme a autoridade foi ficando menos poderosa, o sentido desses gestos foi permeando a linguagem. De reverência caímos fácil na irreverência. A mudança do poder dos poderosos corresponde à passagem do gesto para as expressões, que nem por isso deixam de carregar conteúdos não explícitos.
"Não, é que..." seguido de uma explicação que, em resumo, quer dizer "Não fui eu", "Não me castigue". Antes que me acusem, já me desculpo e me esquivo. Quem prestar atenção deve lembrar de outras tantas expressões sintéticas: "Vá lá que seja!", "Coisa nenhuma", "Deixa para lá", "Enfim...".
E tem também aquele recurso do autoritário que gostaria de ter autoridade e usa a expressão "Deixa ele...", "É bom ele...", como se alguém tivesse pedido permissão. Ou é o culpado que fala, acusado pelo juiz ("Não, é que...") ou é o juiz que enuncia sua aprovação, explicando o por quê.
Mesmo quando informados sobre um evento, enunciamos uma aprovação ou desaprovação. Como se o comunicado pedisse não uma atitude empática, não uma comunhão de interesses, e sim uma permissão.
Isso nos leva ao passo seguinte, que é o de querer nos desvencilhar da culpa supostamente atribuída. A culpa, a responsabilidade, o desencadeamento é sempre uma ação do outro. "Não, é que ele atrasou".
"Não, é que eu nem estava lá".
Mas o "não" não engana.
A aceitação do gerundismo nos remete a uma fuga dessa responsabilidade. "Estaremos fazendo", "Estaremos comunicando" é um jeito de evitar a acusação futura. "Eu vou estar fazendo" significa "Não sei quando vou acabar, mas vou acabar". Portanto, não estou sujeito a cobranças. Quando o interesse das empresas adotou o gerúndio em telemarketing, a mosca caiu no mel.
E a sociedade vai mudando e a linguagem corre atrás. E a língua brasileira vai ficando cada vez mais nossa.
Anna Verônica Mautner , psicanalista da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo, é autora de "Cotidiano nas Entrelinhas" (ed. Ágora)
Outras Ideias - Fonte: Folha de S.Paulo – 13/08/09.
Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo – http://www.sbpsp.org.br/
Cotidiano nas Entrelinhas - http://shopping.uol.com.br/livro-cotidiano-nas-entrelinhas-o-anna-veronica-mautner_5163.html
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