FM - Faculdade Mental

MARILENE CAROLINA - 24/08/2013

TRANSFORMANDO VINHO EM ARTE

CHÃ‚TEAU MOUTON ROTHSCHILD

English:
Decanter.com/mouton
Chateau-mouton-rothschild
More details:
Chateaumoutonrothschild/label-art
The museum:
Chateaumoutonrothschild/museum
Bordeaux Wines â€“
Bordeaux.com/
Facebook/bordeauxwine
O ChÃ¢teau Mouton Rothschild, uma das lendÃ¡rias vinÃcolas de Bordeaux, tem em suas dependÃªncias um museu em que exibe obras exclusivas: seus rÃ³tulos.
A atraÃ§Ã£o da arte pelo vinho beira o irresistÃvel. Muitos quadros famosos, com o clÃ¡ssico â€œBaco Meninoâ€, de Caravaggio, retratam a mitologia que cerca essa bebida. Diversas vinÃcolas se aproveitaram desse fato para construir galerias de arte em suas dependÃªncias, mas nenhuma levou essa ideia tÃ£o longe como o O ChÃ¢teau Mouton Rothschild, um dos cinco Premier Grand Cru ClassÃ© de Bordeaux, vinÃcola idealizada pelo BarÃ£o Philippe de Rothschild.
A primeira iniciativa de Philippe nesse sentido se deu em 1924, quando colocou no rÃ³tulo da primeira safra do Mouton uma criaÃ§Ã£o do artista Jean Carlu. No entanto, essa aÃ§Ã£o sÃ³ transformaria a marca registrada em 1945: O BarÃ£o passou a estampar uma obra original nos rÃ³tulos de cada safra. Nascia, assim, um das mais exclusivas coleÃ§Ãµes de arte do planeta, que reÃºne artistas como Picasso, MirÃ³, Chagall, Braque, Bacon e DalÃ, um acervo que costuma viajar o mundo em exposiÃ§Ãµes itinerantes.
Neste ano, os quadros ganharam nova residÃªncia â€“ a Sala das Pinturas para os RÃ³tulos, situada ao lado da nova sala de vinificaÃ§Ã£o. Agora, eles sÃ£o exibidos em vitrines especialmente criadas pelo designer Francis Lacloche, junto aos rÃ³tulos originais de cada uma das safras. Na propriedade fica tambÃ©m o fantÃ¡stico Museu do Vinho em Arte, alojado em uma antiga sala de barricas, onde sÃ£o expostas peÃ§as relacionadas ao vinho tais como esculturas, tapeÃ§arias medievais, entalhes em marfim, baixelas de prata e porcelanas japonesas, chinesas e persas, entre outras antiguidades. Ambas as atraÃ§Ãµes sÃ£o abertas ao pÃºblico, mediante reserva.
Por Arthur Azevedo - Voo Livre â€“ Fonte: Tam Nas Nuvens â€“ Agosto 2013 â€“ NÃºmero 68.
Mais detalhes:
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Veja mais:
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O Museu:
Chateaumoutonrothschild/museum
Bordeaux Wines â€“
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EU TENHO UM SONHO... 50 ANOS
Leia Ãntegra do discurso feito por Martin Luther King na Marcha sobre Washington, em 1963, com comentÃ¡rios de Carlos Eduardo Lins da Silva
MARTIN LUTHER KING
WASHINGTON, 28 DE AGOSTO DE 1963
Estou feliz em me unir a vocÃªs hoje naquela que ficarÃ¡ para a histÃ³ria como a maior manifestaÃ§Ã£o pela liberdade na histÃ³ria de nossa naÃ§Ã£o.
Cem anos atrÃ¡s, um grande americano, em cuja sombra simbÃ³lica nos encontramos hoje, assinou a proclamaÃ§Ã£o da emancipaÃ§Ã£o [dos escravos]. Este decreto momentoso chegou como grande farol de esperanÃ§a para milhÃµes de escravos negros queimados nas chamas da injustiÃ§a abrasadora. Chegou como o raiar de um dia de alegria, pondo fim Ã longa noite de cativeiro.
Mas, cem anos mais tarde, o negro ainda nÃ£o estÃ¡ livre. Cem anos mais tarde, a vida do negro ainda Ã© duramente tolhida pelas algemas da segregaÃ§Ã£o e os grilhÃµes da discriminaÃ§Ã£o. Cem anos mais tarde, o negro habita uma ilha solitÃ¡ria de pobreza, em meio ao vasto oceano de prosperidade material. Cem anos mais tarde, o negro continua a mofar nos cantos da sociedade americana, como exilado em sua prÃ³pria terra. EntÃ£o viemos aqui hoje para dramatizar uma situaÃ§Ã£o hedionda.
Em certo sentido, viemos Ã capital de nossa naÃ§Ã£o para sacar um cheque. Quando os arquitetos de nossa repÃºblica redigiram as magnÃficas palavras da ConstituiÃ§Ã£o e da DeclaraÃ§Ã£o de IndependÃªncia, assinaram uma nota promissÃ³ria de que todo americano seria herdeiro. Essa nota era a promessa de que todos os homens, negros ou brancos, teriam garantidos os direitos inalienÃ¡veis Ã vida, Ã liberdade e Ã busca pela felicidade.
Ã‰ evidente hoje que a AmÃ©rica nÃ£o pagou esta nota promissÃ³ria no que diz respeito a seus cidadÃ£os de cor. Em lugar de honrar essa obrigaÃ§Ã£o sagrada, a AmÃ©rica deu ao povo negro um cheque que voltou marcado "sem fundos".
Mas nÃ³s nos recusamos a acreditar que o Banco da JustiÃ§a esteja falido. Nos recusamos a acreditar que nÃ£o haja fundos suficientes nos grandes depÃ³sitos de oportunidade desta naÃ§Ã£o. Por isso voltamos aqui para cobrar este cheque --um cheque que nos garantirÃ¡, a pedido, as riquezas da liberdade e a seguranÃ§a da justiÃ§a. TambÃ©m viemos para este lugar santificado para lembrar Ã AmÃ©rica da urgÃªncia ferrenha do agora. NÃ£o Ã© hora de se dar ao luxo de esfriar os Ã¢nimos ou tomar a droga tranquilizante do gradualismo. Agora Ã© a hora de fazermos promessas reais de democracia. Agora Ã© a hora de sairmos do vale escuro e desolado da segregaÃ§Ã£o para o caminho ensolarado da justiÃ§a racial. Ã‰ hora de arrancar nossa naÃ§Ã£o da areia movediÃ§a da injustiÃ§a racial e levÃ¡-la para a rocha sÃ³lida da fraternidade. Agora Ã© a hora de fazer da justiÃ§a uma realidade para todos os filhos de Deus.
Seria fatal para a naÃ§Ã£o passar por cima da urgÃªncia do momento e subestimar a determinaÃ§Ã£o do negro. Este verÃ£o sufocante da insatisfaÃ§Ã£o legÃtima do negro nÃ£o passarÃ¡ enquanto nÃ£o chegar um outono revigorante de liberdade e igualdade. 1963 nÃ£o Ã© um fim, mas um comeÃ§o.
Os que esperam que o negro precisasse apenas extravasar e agora ficarÃ¡ contente terÃ£o um despertar rude se a naÃ§Ã£o voltar Ã normalidade de sempre. NÃ£o haverÃ¡ descanso nem tranquilidade na AmÃ©rica atÃ© que o negro receba seus direitos de cidadania. Os turbilhÃµes da revolta continuarÃ£o a abalar as fundaÃ§Ãµes de nossa naÃ§Ã£o atÃ© raiar o dia iluminado da justiÃ§a.
Mas hÃ¡ algo que preciso dizer a meu povo posicionado no morno limiar que conduz ao palÃ¡cio da justiÃ§a. No processo de conquistar nosso lugar de direito, nÃ£o devemos ser culpados de atos errados. NÃ£o tentemos saciar nossa sede de liberdade bebendo do cÃ¡lice da amargura e do Ã³dio.
Temos de conduzir nossa luta para sempre no alto plano da dignidade e da disciplina. NÃ£o devemos deixar nosso protesto criativo degenerar em violÃªncia fÃsica. Precisamos nos erguer sempre e mais uma vez Ã altura majestosa de combater a forÃ§a fÃsica com a forÃ§a da alma.
A nova e maravilhosa militÃ¢ncia que tomou conta da comunidade negra nÃ£o deve nos levar a suspeitar de todas as pessoas brancas, pois muitos de nossos irmÃ£os, conforme evidenciado por sua presenÃ§a aqui hoje, acabaram por entender que seu destino estÃ¡ vinculado ao nosso destino e que a liberdade deles estÃ¡ vinculada indissociavelmente Ã nossa liberdade.
NÃ£o poderemos caminhar sozinhos.
E, enquanto caminhamos, precisamos fazer a promessa de que caminharemos para frente. NÃ£o poderemos retroceder. HÃ¡ quem esteja perguntando aos devotos dos direitos civis: Quando vocÃªs ficarÃ£o satisfeitos?'. Jamais estaremos satisfeitos enquanto o negro continuar sendo vÃtima dos desprezÃveis horrores da brutalidade policial.
Jamais estaremos satisfeitos enquanto nossos corpos, pesados da fadiga de viagem, nÃ£o puderem hospedar-se nos hotÃ©is de beira de estrada e nos hotÃ©is das cidades. NÃ£o estaremos satisfeitos enquanto a mobilidade bÃ¡sica do negro for apenas de um gueto menor para um maior. Jamais estaremos satisfeitos enquanto nossas crianÃ§as tiverem suas individualidades e dignidades roubadas por cartazes que dizem exclusivo para brancos'.
Jamais estaremos satisfeitos enquanto um negro no Mississippi nÃ£o puder votar e um negro em Nova York acreditar que nÃ£o tem nada em que votar.
NÃ£o, nÃ£o estamos satisfeitos e sÃ³ ficaremos satisfeitos quando a justiÃ§a rolar como Ã¡gua e a retidÃ£o correr como um rio poderoso.
Sei que alguns de vocÃªs aqui estÃ£o, vindos de grandes provaÃ§Ãµes e atribulaÃ§Ãµes. Alguns vieram diretamente de celas estreitas. Alguns vieram de Ã¡reas onde sua busca pela liberdade os deixou feridos pelas tempestades da perseguiÃ§Ã£o e marcados pelos ventos da brutalidade policial. VocÃªs tÃªm sido os veteranos do sofrimento criativo. Continuem a trabalhar com a fÃ© de que o sofrimento imerecido Ã© redentor.
Voltem ao Mississippi, voltem ao Alabama, voltem Ã Carolina do Sul, voltem Ã GeÃ³rgia, voltem Ã Louisiana, voltem aos guetos e favelas de nossas cidades do norte, cientes de que de alguma maneira a situaÃ§Ã£o pode ser mudada e o serÃ¡. NÃ£o nos deixemos atolar no vale do desespero.
Digo a vocÃªs hoje, meus amigos, que, apesar das dificuldades de hoje e de amanhÃ£, ainda tenho um sonho.
Ã‰ um sonho profundamente enraizado no sonho americano.
Eu tenho um sonho de que um dia esta naÃ§Ã£o se erguerÃ¡ e corresponderÃ¡ em realidade o verdadeiro significado de seu credo: Consideramos essas verdades manifestas: que todos os homens sÃ£o criados iguais'.
Tenho um sonho de que um dia, nas colinas vermelhas da GeÃ³rgia, os filhos de ex-escravos e os filhos de ex-donos de escravos poderÃ£o sentar-se juntos Ã mesa da irmandade.
Tenho um sonho de que um dia atÃ© o Estado do Mississippi, um Estado desÃ©rtico que sufoca no calor da injustiÃ§a e da opressÃ£o, serÃ¡ transformado em um oÃ¡sis de liberdade e de justiÃ§a.
Tenho um sonho de que meus quatro filhos viverÃ£o um dia em uma naÃ§Ã£o onde nÃ£o serÃ£o julgados pela cor de sua pele, mas pelo teor de seu carÃ¡ter.
Tenho um sonho hoje.
Tenho um sonho de que um dia o Estado do Alabama, cujo governador hoje tem os lÃ¡bios pingando palavras de rejeiÃ§Ã£o e anulaÃ§Ã£o, serÃ¡ transformado numa situaÃ§Ã£o em que meninos negros e meninas negras poderÃ£o dar as mÃ£os a meninos brancos e meninas brancas e caminharem juntos, como irmÃ£s e irmÃ£os.
Tenho um sonho hoje.
Tenho um sonho de que um dia cada vale serÃ¡ elevado, cada colina e montanha serÃ¡ nivelada, os lugares acidentados serÃ£o aplainados, os lugares tortos serÃ£o endireitados, a glÃ³ria do Senhor serÃ¡ revelada e todos os seres a enxergarÃ£o juntos.
Essa Ã© nossa esperanÃ§a. Essa Ã© a fÃ© com a qual retorno ao Sul. Com esta fÃ© poderemos talhar da montanha do desespero uma pedra de esperanÃ§a. Com esta fÃ© poderemos transformar os acordes dissonantes de nossa naÃ§Ã£o numa bela sinfonia de fraternidade. Com esta fÃ© podemos trabalhar juntos, orar juntos, lutar juntos, ir Ã cadeia juntos, defender a liberdade juntos, conscientes de que seremos livres um dia.
Esse serÃ¡ o dia em que todos os filhos de Deus poderÃ£o cantar com novo significado:"["Meu paÃs, Ã© de ti, doce terra da liberdade, Ã© de ti que canto. Terra em que morreram meus pais, terra do orgulho do peregrino, que a liberdade ressoe de cada encosta de montanha".
E, se quisermos que a AmÃ©rica seja uma grande naÃ§Ã£o, isso precisa se tornar realidade.
EntÃ£o que a liberdade ressoe dos prodigiosos picos de New Hampshire.
Que a liberdade ecoe das majestosas montanhas de Nova York!
Que a liberdade ecoe dos elevados Alleghenies da PensilvÃ¢nia!
Que a liberdade ecoe das Nevadas Rochosas do Colorado!
Que a liberdade ecoe das suaves encostas da CalifÃ³rnia!
Mas nÃ£o sÃ³ isso --que a liberdade ecoe da Montanha de Pedra da GeÃ³rgia!
Que a liberdade ecoe da Montanha Sentinela do Tennessee!
Que a liberdade ecoe de cada monte e montÃculo do Mississippi. De cada encosta de montanha, que a liberdade ecoe.
E quando isso acontecer, quando deixarmos a liberdade ecoar, quando a deixarmos ressoar em cada vila e vilarejo, em cada Estado e cada cidade, poderemos trazer para mais perto o dia que todos os filhos de Deus, negros e brancos, judeus e gentios, protestante e catÃ³licos, poderÃ£o se dar as mÃ£os e cantar, nas palavras da velha canÃ§Ã£o negra, "livres, enfim! Livres, enfim! "Louvado seja Deus Todo-Poderoso. Estamos livres, enfim!"
Fonte: Folha de S.Paulo - 25/08/13.
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