A MAGIA DA ARTE
O MÃGICO
A tela O Mágico, de Beatriz Milhazes.
English: http://www.artfact.com/features/viewArtist.cfm?aID=70154
A tela “O Mágicoâ€, da pintora Beatriz Milhazes, foi vendida esta semana, em leilão da Sotheby’s, em Nova York, por US$ 1,049 milhão. É o maior preço alcançado em leilão internacional por um artista brasileiro vivo. Beatriz, nascida em 1960 e artista que despontou a partir da chamada Geração 80, bateu o seu próprio recorde anterior, que era de US$ 465 mil – sua tela Laranjeiras (2002/2003) foi vendida por essa cifra em outubro de 2007.
Fonte: O Tempo - 18/05/08.
Quadros de Beatriz Milhazes - http://images.google.com.br/images?q=Beatriz+Milhazes&hl=pt-BR&um=1&ie=UTF-8&sa=X&oi=images&ct=title
Beatriz Milhazes - http://www.escritoriodearte.com/listarQuadros.asp?artista=111
Sotheby’s - http://www.sothebys.com/
BRASIL CRESCE ENTRE OS QUE MAIS PUBLICAM ARTIGOS CIENTÃFICOS
No ranking de paÃses que mais publicam artigos cientÃficos no mundo, o Brasil subiu da 21ª posição, em 1996, para a 15ª, em 2006, segundo o novo indicador de produção cientÃfica SJR (SCimago Journal Country Rank), desenvolvido por um grupo de pesquisa espanhol, conduzido pelo cientista Félix de Moya, da Universidade de Granada. Na América Latina, o Brasil lidera o ranking com 25.266 artigos cientÃficos publicados em 2006. Na lista geral, os EUA estão no topo, seguidos por China, Reino Unido e Japão. Segundo o SJR, pesquisadores brasileiros alcançaram mais de 160 mil publicações de 1996 a 2006. Os números de 2007 estão em análise. Moya vem ao Brasil em junho a convite da editora Elsevier, para falar do indicador, no CNPq.
Mercado Aberto - Guilherme Barros - Fonte: Folha de S.Paulo - 20/05/08.
SJR (SCimago Journal Country Rank) - http://www.scimagojr.com/
Universidade de Granada - http://www.ugr.es/ugr/index.php
Elsevier - http://www.elsevier.com.br/
NUNCA ANTES NESTE PAÃS OS MUSEUS...
Os museus são ferramentas para todas as classes sociais, instrumentos de mudança social e desenvolvimento.
"Os conservadores são pessimistas quanto ao futuro e otimistas quanto ao passado" (Lewis Mumford)
Nunca antes neste paÃs os museus foram tão discutidos. O espaço que o tema dos museus vem ocupando está refletindo positivamente para que as polÃticas culturais se aproximem mais do universo museal.
Atualmente, existem cerca de 60 mil museus em todo o mundo, dos quais 90% criados após a Segunda Guerra Mundial. Fazer uma reflexão sobre o papel dessas instituições é de fundamental importância e deve ser uma preocupação permanente.
Para que a sociedade se aproprie de suas múltiplas possibilidades, os museus aprofundam suas ações de comunicação, educação e pesquisa, que, por sua vez, possibilitam o desenvolvimento de novas ações de caráter inclusivo. Isso torna a instituição museu uma das mais complexas criadas pelo ser humano, com diversas expressões em mais de uma centena de paÃses.
No Brasil, são cerca de 3.000 museus, que representam 5% dos museus do mundo. Por essa razão, tal como em outros paÃses, a realidade museológica brasileira tem que ser pensada e repensada a todo momento.
Nossa diversidade museal tem relação direta com o tema do Ano Ibero-Americano de Museus, que comemoramos em 2008. O tema, que foi também adotado para as comemorações do Dia Internacional dos Museus, 18 de maio, é "Museus como agentes de mudança social e desenvolvimento".
Olhando para esse cenário após cinco anos do lançamento da PolÃtica Nacional de Museus pelo ministro Gilberto Gil, podemos ver os resultados já alcançados: a criação do Sistema Brasileiro de Museus; a Semana de Museus, que vai para a sexta edição, com mais de 1.500 eventos em todo o paÃs; o aumento da visitação, de 14 milhões, em 2003, para 21 milhões, em 2007; a ampliação dos investimentos, de R$ 24 milhões para R$ 140 milhões; a capacitação de mais 20 mil profissionais nesses cinco anos; e a ampliação da oferta de cursos de graduação em museologia, de dois para oito, em diversas regiões brasileiras.
A PolÃtica Nacional de Museus tem o reconhecimento internacional, servindo até mesmo de modelo para outros paÃses.
Esses números mostram que o Estado deve assumir a coordenação de suas polÃticas públicas e ser gestor, indutor e regulador, diferentemente da receita neoliberal do Estado mÃnimo.
O Congresso nunca atuou tanto em relação aos museus como nos últimos cinco anos, a exemplo da proposta de criação do Estatuto de Museus e dos mais de dez projetos de lei que tramitam na Câmara e no Senado.
A PolÃtica Nacional de Museus tem em sua gênese um caráter democrático e participativo, rompendo com a lógica de barões e vassalos, ampliando os interlocutores, e continua recebendo diversas contribuições que chegam de toda a parte para aperfeiçoar esse processo colocado em marcha ao longo desses anos.
É claro que ainda falta muito a fazer nessa trajetória, pois apenas 20% dos municÃpios brasileiros têm museus.
Diferentemente da China, que decidiu que até 2010 criaria 5.000 museus novos, temos que sensibilizar cada vez mais a sociedade para a preservação da memória e para pensar os museus como ferramentas para todas as classes sociais, como instrumentos de mudança social e desenvolvimento.
Os museus são espaços de poder e muitos deles foram criados para simbolizar isso. Temos exemplos como o MoMa, de Nova York, que serviu à Guerra Fria, e até mesmo o Museu Histórico Nacional, no Rio de Janeiro, que foi criado pelo Estado Novo para produzir uma idéia de nação.
Nessa nova fase, os museus brasileiros trabalham na institucionalização da polÃtica museológica, com a criação do Ibram (Instituto Brasileiro de Museus). Essa proposta integra o programa de governo do presidente Lula e é um passo fundamental para dar continuidade à s conquistas da PolÃtica Nacional de Museus. É uma inovação em relação ao atual modelo de gestão do patrimônio cultural, inovação que já ocorreu em outros paÃses.
Essas ações são uma construção da imaginação museal brasileira, que tem caminhado em busca de garantir um futuro perene para o campo museal brasileiro. Esse futuro se constrói hoje.
José do Nascimento Júnior, 41, antropólogo, mestre em antropologia da polÃtica, é diretor de Museus e Centros Culturais do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e ArtÃstico Nacional), do Ministério da Cultura.
Fonte: Folha de S.Paulo - 21/05/08.
Ano Ibero-Americano de Museus - http://www.museus.gov.br/agenda_ibermuseus/index.htm
Sistema Brasileiro de Museus - http://www.museus.gov.br/
MoMa - http://www.moma.org/
Museu Histórico Nacional - http://www.museuhistoriconacional.com.br/
Ibram - http://www.revistamuseu.com.br/emfoco/emfoco.asp?id=7518
UM MAPA QUE NÃO TEM SOSSEGO
Nas eleições do mês passado na Itália, a Liga Norte, que defende a separação entre o norte e o sul do paÃs, dobrou sua votação, com relação à eleição anterior, e conquistou um papel de peso na coligação chefiada pelo primeiro-ministro Silvio Berlusconi. Na Bélgica, teme-se que o gabinete enfim formado em março, depois de oito meses de desentendimento entre os flamengos do norte e os valões do sul, seja um dos últimos a segurar o paÃs unido. Na Espanha, fervem os nacionalismos basco e catalão. No PaÃs Basco, está marcado para outubro um plebiscito sobre sua independência. Na Escócia, programou-se para 2010 um plebiscito sobre a ruptura dos laços com o Reino Unido. As pessoas que compraram mapas novos da Europa nos últimos anos, para se pôr em dia com as mudanças no leste do continente, que se preparem: logo podem ter de comprar outro, para se atualizar com as mudanças no lado oeste.
Se há algo que soa incongruente ou, mais que isso, estapafúrdio, no mundo de hoje, é o separatismo europeu. O continente vive seu momento máximo, na história, de paz e progresso. As populações desfrutam um bem-estar que os avós, contemporâneos da II Guerra Mundial, nem em sonhos conceberiam. Protagonizam uma experiência polÃtica, batizada primeiro de Comunidade Econômica Européia, depois de Comunidade Européia e, hoje, de União Européia, que é a mais criativa fórmula já posta em prática no planeta para agregar economias, aproximar sociedades e contornar históricas hostilidades. Contra esse quadro floresce o paradoxal e oposto fenômeno do levante das paróquias. "Não temos nada em comum a não ser o rei, o chocolate e a cerveja", diz Filip Dewinter, lÃder separatista flamengo. A Bélgica configura o caso mais extremo. A Espanha de alguma forma continuará a existir, mesmo que se despreguem dela o PaÃs Basco e a Catalunha. A Itália idem, ainda que seja criada a república com nome de ópera-bufa – Padânia – preconizada pela Liga Norte. Já a Bélgica terá necessariamente de sumir do mapa para dar lugar à Flandres dos que falam a variante do holandês chamada flamengo e à Valônia dos que falam francês.
Os separatismos desafiam a noção de que nesses lugares a história já chegara ao fim. Não havia nada que parecesse mais pronto e acabado, no mapa, do que a Grã-Bretanha. Houve lá atrás brigas como a que opôs a primeira Elizabeth da Inglaterra a sua prima Maria Stuart, rainha da Escócia, conforme bem nos ensinaram mais de uma fita de cinema, mas tudo isso fazia muito parecia superado, e indissolúvel o casamento que assegurava a unidade da maior das ilhas britânicas. Eis no entanto que o nacionalismo escocês se revigora, arrebanha garotos-propaganda como o ator Sean Connery, e torna-se uma dor de cabeça crônica para o governo de Londres. A unificação da Itália, no século XIX, também tinha toda a aparência de um final (feliz) de história. Não mais. Na verdade, engano é pensar que exista um fim para a história. Já deverÃamos estar escolados pela queda do Muro de Berlim, que determinou o colapso de outro mundo que parecia não apenas sólido, mas o retrato do futuro. Não aprendemos. A tendência a achar que as coisas já se cristalizaram tem o atrativo de inspirar segurança e mascarar com uma aparência de previsibilidade o mundo em que vivemos.
As causas dos separatismos na Europa são tão diversas quanto são eles próprios, mas podem-se identificar alguns padrões. A defesa da própria lÃngua, e a intolerância para com a do outro, é o padrão que aproxima os separatismos da Espanha e da Bélgica. O New York Times publicou recentemente a notÃcia de que a pequena cidade belga de Liedekerke, assustada com o crescente número de habitantes francófonos, determinou a exclusão das crianças que não falam flamengo das atividades esportivas e de lazer das escolas. No PaÃs Basco, o serviço público exige crescentemente dos servidores o conhecimento do euskera, o idioma local, que dois terços dos próprios bascos não dominam. Outro padrão é a origem do separatismo nas regiões mais ricas, contra as mais pobres. É o caso da Catalunha, da Flandres e do norte da Itália. As três se irmanam na alegação de que são obrigadas a sustentar, com os impostos que pagam ao poder central, as populações incompetentes e/ou indolentes de outras regiões.
A primeira moral dessas histórias é que os europeus não têm razão para estranhar as disputas africanas entre tutsis e hutus em Ruanda, quicuios e luos no Quênia, árabes e nubas no Sudão. Suas próprias tribos não são menos incompatÃveis umas com as outras. A segunda é que dos povos e dos paÃses não cabe esperar que tenham encontrado o ponto final de suas histórias porque são como os indivÃduos. Por mais contemplados pela riqueza e pelo bem-estar, sempre haverá algo que os balance. Se não há inimigos externos, inventarão inimigos dentro de si mesmos. A inquietude vigia sem descanso para impedir a vitória do conforto que vem da riqueza e da harmonia que vem do bem-estar. Assim como não há homem pronto nem mulher pronta, também não há paÃs pronto nem povo pronto.
Roberto Pompeu de Toledo - Fonte: Veja - Edição 2061.
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