VIRTUAL SHOE MUSEUM
O MUSEU VIRTUAL DO SAPATO
English:
http://www.virtualshoemuseum.com/vsm/index.php
O site Virtual Shoe Museum levou a loucura por sapatos a um novo patamar. Estão lá algumas das criações mais inusitadas e inutilizáveis do mundo todo. Tem também alguns modelos calçáveis. Nada está à venda, apesar de vários dos designers expostos terem suas marcass. É o caso de Kobi Levi, que já trabalhou na indústria calçadista brasileira e hoje tem uma marca masculina em Tel-Aviv.
Confira o site e veja o vÃdeo: http://www.virtualshoemuseum.com/vsm/index.php.
Fonte: Folha de S.Paulo - 07/11/09.
PAPEL DE PAREDE - CROCODILO-DO-NILO
Este vigilante olho amarelo é de um crocodilo-do-nilo, um caçador lapidado por eras de evolução. Ao longo de 240 milhões de anos, estes predadores passaram a dominar o mundo entre a terra firme e as águas profundas. Mas, com a redução de seus hábitats, muitas espécies crocodilianas defrontam um futuro incerto. Foto de Bruno Calendini, Biosphoto.
A foto: http://viajeaqui.abril.com.br/national-geographic/papeis-de-parede/edicao116-novembro-2009-508917.shtml?foto=8p.
Fonte: National Geographic - Edição 116.
NO AZUL DA GRÉCIA
Famosa por seus vulcões, pelo incomparável pôr do sol e por suas casinhas brancas, Santorini é a mais conhecida das Ilhas CÃclades da Grécia.
Detalhes: http://www.greeka.com.
Fonte: Revista Aduana Minas – Ano 3 – Número 10.
REDAÇÃO PREMIADA
Em 1953, a princesa Elizabeth Alexandra Mary assumiu o trono da Grã-Bretanha e da Irlanda do Norte. O evento causou um furor inédito: pela primeira vez na história da monarquia britânica uma coroação era acompanhada ao vivo pela TV e pelo rádio. Com apenas 10 anos, Paul McCartney documentou o acontecimento. Sua redação deixou para trás centenas de estudantes e foi premiada pela coroa britânica. O texto, encontrado na Biblioteca Central de Liverpool, será publicado em 2013 para comemorar o aniversário de 60 anos da coroação.
Fonte: Aventuras na História - Edição 76.
A NOVA LÃNGUA
Quando você pensa que, de tanto ler os clássicos, de Machado de Assis a João do Rio e a Rubem Braga, já adquiriu domÃnio suficiente da lÃngua para dormir tranquilo, a mÃdia o atropela com novidades. Como na primeira vez que li que Fulano estava correndo "risco de morte". Pensei que tivesse lido errado.
Ninguém mais corre risco de vida, só de morte. Ou seja, não é mais a vida que está em perigo. Suponha que alguém resolva atravessar uma avenida com o sinal fechado, zanzando entre os carros. Até outro dia esse gesto poria sua vida em risco. Não mais. Hoje, segundo a nova lÃngua -adotada por jornais, rádios, TVs, internet e o locutor da pamonha-, o sujeito corre risco de morte. Quer dizer: está ameaçado de não morrer nunca, mesmo que os carros lhe passem por cima.
Outra praga: a palavra "pontual". Era usada para descrever uma pessoa ou fato que chegava ou acontecia na hora marcada. Agora significa algo isolado, especÃfico: "A falta de remédio no hospital xis é pontual". Um amigo me perguntou: "Quer dizer que a falta de remédio chegou na hora certa?".
E tenho urticárias no avião quando a aeromoça anuncia: "Para informações adicionais, procure nosso pessoal de terra". Ela quer dizer "para mais informações". E não consigo conter o riso ao ouvir: "Fulaninha me adicionou como sua amiga no orkut". Note bem, adicionar não está errado -é latim para somar. Mas, da maneira como a turma o usa, é internetês castiço, traduzido diretamente do burrês.
O bom do ridÃculo é que ele não se enxerga. Um filme de 1929, "A Megera Domada", com Mary Pickford, baseado em Shakespeare, foi lançado em duas versões: muda e falada. Nesta última, era preciso dar um crédito na tela para as falas. O produtor sapecou: "Diálogos adicionais por William Shakespeare".
Ruy Castro (http://www.releituras.com/ruycastro_mauhumor.asp) - Fonte: Folha de S.Paulo – 09/11/09.
OUTROS MUROS ALÉM DO MUTO DE BERLIM
Esta semana, o mundo comemorou o 20º aniversário da derrubada do Muro de Berlim, sÃmbolo da divisão entre paÃses. Além de comemorar, devemos lembrar que construÃmos três outros muros.
O primeiro separa os pobres dos ricos, não importa o paÃs em que vivam. Como um muro ou uma Cortina de Ouro que serpenteia pelo planeta, cortando cada paÃs em duas partes.
De um lado, aqueles com recursos para estudar até o doutorado; de outro lado, os que não saem do analfabetismo ou, no máximo, chegam à 4ª série. Alguns têm acesso à saúde, outros são abandonados à doença e à morte. Uns têm um sistema de saúde que lhes permite a esperança de chegar aos 80 anos; para os outros, a esperança de vida é de 39 anos apenas. De um lado da Cortina de Ouro, a renda per capita é de US$ 20 mil por ano; do outro lado, de US$ 500 por ano.
Esse é um muro tão brutal quanto o muro que separava a Alemanha em duas. Mas uma brutalidade que esquecemos, como se a derrubada do Muro de Berlim tivesse sido suficiente para construirmos um mundo sem muros. Mas esse não é o único muro que criamos. Ao contrário, temos diversos muros para manter a separação entre um lado e outro da sociedade.
O segundo muro separa a atual geração das futuras gerações. É o muro que decorre da destruição ecológica. Até aqui, as gerações seguintes tinham certeza de uma vida melhor que a de seus pais. Que nos separa de nossos filhos e netos. Esse muro separa as gerações fazendo com que possamos usufruir de uma diversidade biológica a que os próximos seres humanos não terão direito, porque ela desaparecerá por causa do aquecimento global.
Uma terceira cortina faz com que, de um lado, estejam aqueles que se acostumaram à vida no mundo digital, que convivem com os chips, e do outro estão aqueles que têm apenas as mãos, sem o conhecimento necessário para lidar com as tecnologias do tempo atual.
Hoje, o mundo está mais dividido do que estava há 20 anos, quando o Muro de Berlim ainda estava de pé.
Precisamos dar um salto para irmos além do que foi feito 20 anos atrás e derrubar os muros que continuam impedindo a humanidade de viver a decência da mesma oportunidade entre as classes sociais atuais e as gerações futuras.
Antes, o debate era para saber como um lado derrubaria o muro destruindo o sistema social e econômico que estava do outro lado, espalhando o do vencedor. Agora, o desafio é como construir um mundo sem muros.
O Brasil tem todos esses muros, mas tem os recursos necessários para construir um paÃs sem muros.
Alguns paÃses não têm necessidade de derrubar os muros, outros não têm condições de derrubá-los. O Brasil tem a necessidade e as condições. Além disso, temos uma massa crÃtica de intelectuais e polÃticos capazes de entender esse problema, e de liderarem as mudanças necessárias.
Cristovam Buarque - Fonte: O Tempo – 13/11/09.
SÓ A ESCULHAMBAÇÃO NACIONAL PODE NOS SALVAR
Tenho saudade de 94. O Plano Real tinha dado certo, o Brasil ganhou a Copa do Mundo e foi eleito um presidente com palavras novas, da elite cultural progressista que sempre esteve fora do poder. FHC venceu, apesar da inveja de seus colegas de academia, e trouxe uma nova "agenda progressista", que até então se resumira a um confuso sarapatel de "rupturas" revolucionárias, vagos sonhos operários, numa algaravia de conceitos leninistas, getulistas, terceiro-mundistas que nos levaram sempre a derrotas, desde 1935 até 1968.
Além do Lula de 80, com sua polÃtica sindical de resultados, uma primitiva social-democracia que fez dele um importante renovador polÃtico (depois cooptado pelos bolchevistas desempregados), a chegada de FHC foi o único fato novo. Apesar das crÃticas mecanicistas que sofreu (neoliberal, submisso a Washington, aliado a ACM etc), nada apagou sua novidade: vitória sobre a inflação, substituição da utopia pela "polÃtica do possÃvel", troca da ideia de "solução" por "processo", busca de uma República democrática.
Pela primeira vez na vida, vi uma mudança séria no paÃs, que hoje é destratada vergonhosamente pelos petistas. (Dilma disse ontem: "na campanha vamos comparar 2002 com 2009!" - fingindo ignorar que o bom que Lula herdou já estava feito e que o surto de inflação do final do mandato de FHC veio pelo medo da vitória do Lula).
FHC chegara numa época propÃcia, depois do trauma da era Collor, que nos dera fome de limpeza ética e de organização republicana.
Os aliados de FHC (PFL, PMDB etc) ainda estavam amedrontados depois da chuva de lixo do perÃodo, e essa provisória timidez dos fisiológicos permitiu que FHC usasse as alas mais "modernas" do atraso (oh, supremo oxÃmoro!) para introduzir práticas renovadoras. Mas nada disso a velha academia percebeu - só a eleição de Lula foi saudada pelos velhos intelectuais como "verdadeira", como uma injeção de "povo" no mundo "da elite".
No entanto, os anos FHC foram um saneamento básico, uma psicanálise do imaginário polÃtico, uma mudança fundamental de agenda, sem a qual estarÃamos batendo panelas na rua. Ele deixou uma "herança bendita", agora em plena des-construção pelos lulo-pelegos.
No primeiro governo Lula, o PT e seus teóricos queriam enfiar marxismo na "insuficiente democracia". Deu no mensalão e outras práticas "revolucionárias". Até que fomos salvos pelo Roberto Jefferson, o herói da "corrupção autocrÃtica", que tirou os bolchevistas de circulação.
A importância da administração, das reformas internas e de sutis articulações interpartidárias está sendo substituÃda pela truculência dos pelegos chegados ao poder, para consolidar empregos, pois sabem que, se Dilma não vencer, poderão perder boquinhas preciosas.
A verdade é que os petistas nunca acreditaram na "democracia burguesa", como disse um intelectual da USP - "democracia é papo para enrolar o povo". Não entenderam, com suas doenças infantis, que a democracia não é um meio, mas um fim em si mesmo; ou melhor, até entendem, mas não a querem. Eu já achei, no meu romantismo idiota, que eles pensavam utopicamente, com fins imaginários, mas nobres. Não. Nada disso; tudo que querem é emprego, poder pelo poder e grana. Tudo que estão construindo, com a invejável fé militante que têm (viram, tucanos otários?), é um novo patrimonialismo de Estado, com a desculpa de que, "em vez de burgueses mamando na viúva, nós, do povo, nela mamaremos". E tudo isso em nome do "povo", no raciocÃnio deslumbrado de Lula, lutando por si mesmo: "Eu sou do povo; logo, luto pelo povo".
Hoje, vemos que essa euforia petista no poder, mesmo com 80% de ibope, com a economia mundial enfiando dólares aqui, é um regresso. Alguma coisa essencial (que quase ninguém enxerga) está fazendo água no paÃs, ou melhor, os furos já estão sendo feitos no navio que vai afundar mais tarde. O horror brasileiro está retomando sua forma inicial, como o rabo de um lagarto se recompondo. Já dá para ouvir a "ouverture" da ópera bufa, a volta da tradicional maldição do "mesmo", a empada maldita de fisiologismo, de estamentos sindicalistas tomando fundos de pensão para transformá-los em instrumentos de corporativismo sindical. Tudo farão pelo "controle" do Estado sindicalista, pois o que mais odeiam e temem é a sociedade criando um paÃs dentro da democracia.
Neste momento que vivemos, com intelectuais fascinados pelo carisma midiático do governo (que acusa a oposição de sê-lo), FHC escreveu um artigo essencial: "Para onde vamos?".
Pronto. Começaram os xingamentos, pois ele exibiu a verdade sinistra do que os petistas estão zelosamente construindo para o futuro.
Cito: "o DNA do ‘autoritarismo popular’ vai minando o espÃrito da democracia constitucional. (...) Devastados os partidos, se Dilma ganhar, sobrará um subperonismo (o lulismo) contagiando os dóceis fragmentos partidários, uma burocracia sindical aninhada no Estado e, como base do bloco de poder, a força dos fundos de pensão". E mais: "Partidos fracos, sindicatos fortes, fundos de pensão convergindo com os interesses de um partido do governo e para eles atraindo sócios privados privilegiados - eis o bloco subperonista que virá".
Acho que o artigo de FHC é o diagnostico de nosso momento. Xingam-no de "inveja", "rancor" etc, mas é na mosca. Dá medo pensar no que pode vir, a partir dos milhões que vão gastar em 2010 para manter o poder - só a campanha oficial está orçada em R$ 250 milhões.
No entanto, tenho esperança de que FHC esteja errado. Por duas razões: primeiro, a economia mundial continuará injetando mutações no paÃs, obrigando-o a se modernizar, para além dessa polÃtica vagabunda tecida nas alianças corruptas. A outra esperança é a incompetência dos lulo-sindicalistas, que não conseguirão consolidar esse plano ambicioso de um subperonismo. São uns trapalhões e oportunistas.
O atraso nos livrará de mais atraso. Ou seja: a esculhambação nacional nos salvará do subperonismo. Se Deus quiser.
Arnaldo Jabor (http://www.arnaldojabor.blogger.com.br/) - Fonte: O Tempo – 10/11/09.
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