VISUAL REBELDE
UM JEANS VIAJANTE
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http://www.springwise.com/fashion_beauty/butlerjeans/
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Para quem acha que a Ășnica coisa melhor do que um jeans com cara de velho, Ă© um surrado de verdade, a marca francesa A.P.C. lançou um "serviço": quem gosta do jeans novinho compra uma calça, usa e a devolve para comprar uma nova com desconto. A empresa entĂŁo remenda a usada, borda nela as iniciais do antigo dono e a revende para quem quiser um visual rebelde. E lucra duas vezes.
TendĂȘncias - MaurĂcio Horta - Fonte: Super Interessante - Edição 291.
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PROMESSAS
Para a série de promessas da doutora Dilma:
O Planalto diz que, em quatro anos, oferecerå 8 milhÔes de vagas no ensino profissionalizante.
Quem entende do assunto informa que, com algum esforço conseguem-se 1,6 milhão de vagas. Com muito trabalho, 3,4 milhÔes.
A menos que se redefina o significado da expressão "ensino técnico profissionalizante" essa meta não tem pé, muito menos cabeça.
Elio Gaspari - Fonte: Folha de S.Paulo - 29/05/11.
CIĂNCIA & TECNOLOGIA - Ritmo musical pode estar ligado Ă fala e Ă evolução humana
Por PAM BELLUCK
Os cientistas estĂŁo tentando entender o que torna a mĂșsica expressiva, e os resultados estĂŁo contribuindo para uma maior compreensĂŁo sobre como o cĂ©rebro funciona e sobre a importĂąncia da mĂșsica no desenvolvimento, na comunicação e na cognição dos seres humanos.
As pesquisas estĂŁo mostrando, por exemplo, que o nosso cĂ©rebro entende a mĂșsica nĂŁo sĂł como uma distração emocional mas tambĂ©m como uma forma de movimento e atividade. E o que realmente comunica a emoção pode nĂŁo ser a melodia nem o ritmo, mas mudanças sutis feitas pelos mĂșsicos nesses padrĂ”es.
Daniel Levitin, diretor do laboratĂłrio de percepção, cognição e conhecimento musical da Universidade McGill, em Montreal, começou a explorar a expressĂŁo musical de forma rigorosa e cientĂfica depois de ouvir uma apresentação ao vivo de uma peça de Mozart.
"Ela me deixou indiferente", disse ele. "Eu pensei, como pode? Um conjunto tão bonito de notas. O compositor escreveu esta peça tão bela. O que o pianista estå fazendo para estragå-la?"
Ele e um aluno de pĂłs-graduação, chamado Anjali Bhatara, fizeram Thomas Plaunt, chefe do departamento de piano da McGill, executar trechos dos noturnos de Chopin em um Disklavier, um piano que registrou quanto tempo ele mantinha cada nota, e com que força apertava cada tecla. Os dados foram Ășteis porque os mĂșsicos raramente tocam a mĂșsica como ela estĂĄ escrita -eles agregam interpretação e personalidade ao persistirem em algumas notas e liberarem outras rapidamente, ao tocarem algumas em volume mais alto e outras mais suavemente.
As gravaçÔes do pianista viraram um modelo, equivalente a 100% da representação musical. Um computador calculou o volume e a duração mĂ©dios de cada nota, criando uma versĂŁo em que a mĂșsica soava homogĂȘnea e minuciosamente ritmada -cada colcheia durando sempre o mesmo intervalo, cada semĂnima precisamente o dobro de uma colcheia.
Os pesquisadores também criaram uma versão 50%, com o volume e a duração das notas num meio termo entre a média mecùnica e o original, e versÔes a 25%, a 75% e até a 125% e a 150%, nas quais as notas fortes do pianista ficavam ainda mais fortes, e as longas duravam ainda mais.
Participantes ouviram essas versĂ”es em ordem aleatĂłria, qualificando o impacto emocional de cada uma. Tanto os mĂșsicos quanto os nĂŁo mĂșsicos acharam a versĂŁo original do pianista mais comovente, e a versĂŁo mĂ©dia menos comovente. E as versĂ”es com mais variação do que a original, em 125% ou 150%, nĂŁo soavam mais comoventes para os ouvintes.
"Acho que isso significa que o pianista tem experiĂȘncia no uso dessas pistas expressivas", disse Bhatara, pĂłs-doutorando na Universidade Paris Descartes. "Ele estĂĄ usando essas pistas mais ou menos no nĂvel mais eficiente."
E versĂ”es aleatĂłrias, com mudanças arbitrĂĄrias na duração e no volume das notas ao longo da mĂșsica, praticamente, nĂŁo causaram nenhuma impressĂŁo.
Os resultados do trabalho de Levitin sugerem que, quanto mais surpreendentes são os momentos em uma peça musical, mais emoção os ouvintes notam.
Digamos que o violoncelista Yo-Yo Ma esteja tocando uma sonata de 12 minutos, contendo uma melodia de quatro notas que se repetem. Na Ășltima repetição, a melodia se expande para seis notas. "Se eu preparar do jeito certo", disse Ma, "Ă© quando o sol aparece".
Mas isso sĂł ocorre, disse ele, se o mĂșsico for suficientemente contido a ponto de guardar parte da exuberĂąncia e da ĂȘnfase para esse momento. "Ă o desvio de um padrĂŁo", explicou.
Numa entrevista, a cantora Rosanne Cash disse que as experiĂȘncias mostram que belas composiçÔes e intĂ©rpretes tecnicamente qualificados nĂŁo sĂŁo os Ășnicos fatores que importam. A emoção na mĂșsica depende das imperfeiçÔes e dos matizes humanos, "de torcer as notas de certa maneira".
"VocĂȘ jĂĄ ouviu muitos cantores excepcionais que deixam vocĂȘ frio", disse ela. "Eles podem fazer ginĂĄstica, coisas surpreendentes. Se vocĂȘ tem limitaçÔes como cantor, talvez seja forçado a encontrar nuances de uma maneira que nĂŁo precisaria se tivesse um alcance de quatro oitavas."
Edward Large, cientista da mĂșsica na Universidade Atlantic, da FlĂłrida, examinou os cĂ©rebros de pessoas com e sem experiĂȘncia tocando mĂșsica no momento em que escutavam duas versĂ”es de um estudo de Chopin: uma delas gravada por um pianista, e a outra reduzida a uma versĂŁo literal, sem as variaçÔes humanas.
Na versĂŁo original, ĂĄreas cerebrais ligadas Ă emoção se ativavam muito mais do que na versĂŁo sem inflexĂ”es. O mesmo ocorria no sistema neurolĂłgico espelho, conjunto de regiĂ”es cerebrais ativadas quando uma pessoa vĂȘ alguĂ©m fazendo atividade que o observador sabe fazer -como dançarinos assistindo a vĂdeos de dança. Mas, no estudo de Large, as regiĂ”es dos neurĂŽnios espelhos se acendiam mesmo em nĂŁo mĂșsicos.
Talvez essas regiĂ”es, que incluem algumas ĂĄreas da linguagem, estariam "estabelecendo empatia", disse ele, "como se vocĂȘ estivesse sentindo uma emoção que estĂĄ sendo transmitida por um artista no palco", e o cĂ©rebro espelha esta emoção.
RegiÔes envolvidas em atividades motoras, de bordar a correr, também se iluminavam com as mudanças no ritmo e no volume.
Anders Friberg, cientista musical do Real Instituto KTH de Tecnologia da Suécia, descobriu que os padrÔes de velocidade dos movimentos naturais das pessoas correspondem a mudanças de ritmo musical que os ouvintes qualificam como mais agradåveis. "Eram diferenças bastante sutis, e os ouvintes, claramente, distinguiam entre elas. E não eram ouvintes especializados."
Separadamente, a equipe de Levitin descobriu que crianças autistas, basicamente, consideravam todas as versĂ”es dos noturnos como igualmente comoventes. Mas, em outra pesquisa, a equipe descobriu que crianças com autismo eram capazes de rotular a mĂșsica como feliz, triste ou assustadora, sugerindo, segundo Levitin, que "seu reconhecimento das emoçÔes musicais pode estar intacto, sem que necessariamente elas evoquem essas emoçÔes".
Os estudos de Levitin e Large chegaram igualmente à conclusão de que, na percepção emocional dos ouvintes, o momento de cada nota era mais importante do que seu volume.
Isso pode ser resultado da adaptação evolutiva, disse Nina Kraus, neurobiĂłloga da Universidade Northwestern. "Um sistema nervoso sensĂvel e afinado com as diferenças de tempo seria um sistema nervoso, do ponto de vista evolutivo, mais susceptĂvel a escapar de potenciais inimigos, a sobreviver e a fazer bebĂȘs", afirmou.
E o ritmo musical pode estar relacionado ao ritmo da fala. "A diferença entre o B e o P Ă© uma diferença no tempo envolvido na produção do som", disse Aniruddh Patel, cientista musical no Instituto de NeurociĂȘncias de San Diego.
Geoff Emerick, engenheiro de som dos Beatles, disse: "Muitas vezes, quando estĂĄvamos gravando alguma daquelas faixas rĂtmicas dos Beatles, podia haver um erro incorporado, e vocĂȘ dizia: 'Esse erro soa bastante bem' [...]. Quando tudo estĂĄ no ritmo, o ouvido e a mente tendem a ignorar."
Embora possa haver algum consenso sobre o que torna a mĂșsica expressiva, os artistas dizem que isso Ă© quase imutĂĄvel.
Como Cash disse: "Algumas coisas são inefåveis; algumas coisas são simplesmente parte desse mistério que é de onde vem toda a energia criativa -ela faz parte da alma".
Fonte: Folha de S.Paulo - 30/05/11.
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