LOUIS BRAILLE
BICENTENÃRIO DE LOUIS BRAILLE
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http://www.nbp.org/ic/nbp/louis/global_events.html
Dia 4 de janeiro marcou o inÃcio das comemorações mundiais do bicentenário do nascimento de Louis Braille (1809), criador do sistema de leitura e escrita para cegos. O sistema braille deu acesso à s pessoas cegas ao conhecimento cientÃfico, literário, filosófico, tecnológico e, acima de tudo, a inclusão na sociedade. A comemoração dessa data é incentivada pela União Mundial dos Cegos (UMC), que atua junto à s agências das Organizações das Nações Unidas (ONU) para assuntos relacionados à cegueira. A UMC representa mais de 180 milhões de pessoas e 600 organizações distribuÃdas em 158 paises.
No Brasil, os eventos serão comandados pela União Brasileira de Cegos (UBC), que instituiu a Comissão Brasileira para o Bicentenário de Louis Braille (CBBLB), integrada por um grupo de pessoas envolvidas com as diversas áreas de aplicação do sistema Braille. A comissão tem como presidente de honra Dorina de Gouvêa Nowill, presidente emérita e vitalÃcia da Fundação Dorina Nowill para Cegos, que trabalha há mais de 60 anos na inclusão social do deficiente visual no Brasil. “Duzentos anos são passados quando a brilhante inteligência de um jovem cego francês – Louis Braille, o precursor da inclusão, por meio de um sistema de comunicação escrita, uniu todas as pessoas cegas, em todos os quadrantes da terra, em todas as lÃnguas, permitindo-lhes a abertura dos horizontes da mente e do saber, ascendendo-lhes no coração o calor da esperança na comunhão universal e na verdadeira participação na vidaâ€, ressalta Dorina. Entre as propostas do grupo destacamos: criação do Dia Nacional do Braille e Semana Nacional do Braille em 2009.
O sistema Braille de escrita e leitura foi inventado na França por Louis Braille, por volta de 1825. Com seis pontos em relevo, dispostos em duas colunas, possibilitaram inicialmente a formação de 63 sÃmbolos diferentes que são empregados em textos literários nos diversos idiomas, como também nas simbologias matemática e cientÃfica, a música e, recentemente, na informática.
Natural de Coupvray, pequena aldeia a leste de Paris, Louis Braille nasceu em 4 de janeiro de 1809. Proveniente de famÃlia soberbo, ficou cego em 1812, aos três anos, após se acidentar na oficina do pai. Ao tentar perfurar um pedaço de couro com uma sovela, aproximou-a do rosto, e acabou por ferir o olho esquerdo. A infecção se expandiu e atingiu o outro olho, deixando-o completamente cego. Em 1819 deu entrada na Instituição Real dos Jovens Cegos, em Paris, onde iniciou as pesquisas para a criação do braille. Seus estudos tiveram como ponto de partida o sistema de leitura com os dedos, usado para velar os segredos de mensagens militares e diplomáticas, criado pelo capitão de artilharia Carlos Barbier de La Serre, e denominado nocturna ou sonografia.
A Fundação Dorina Nowill para Cegos possui a maior imprensa braille do Brasil, onde são produzidos livros de literatura, didáticos, partituras de música, cardápios, cartões de visita, embalagens, entre outros. Em 2007, a entidade atingiu a impressionante marca de mais de 33 milhões de páginas impressas em Braille. Os livros editados pela entidade são distribuÃdos gratuitamente para deficientes visuais e mais de 1.650 organizações, como escolas, universidades e associações.
Daniela Sevilha - Fonte: Instituto Brasileiro dos Direitos da Pessoa com Deficiência - http://www.ibdd.org.br/.
Fundação Dorina Nowill para Cegos - http://www.fundacaodorina.org.br/FDNC/Quem_Somos.html
FESTAS MARCAM 200 ANOS DO CRIADOR DO BRAILE
O francês Louis Braille, criador do famoso sistema de leitura e escrita que leva seu nome, nasceu no dia 4 de janeiro de 1809. Homenagens e festas no mundo inteiro, principalmente na França, estão lembrando os dois séculos de seu nascimento.
Braille ficou cego aos três anos. Ele brincava na oficina de seu pai, um fabricante de equipamentos de montaria, quando feriu um dos olhos com um objeto pontiagudo. O outro olho acabou contaminado.
Ainda adolescente, Braille se baseou num método militar de comunicação noturna para criar seu sistema. Pontos em alto relevo no papel representam letras e sinais gráficos. A leitura é feita com o dedo.
Os livros em braile não podem ser empilhados, para não comprometer as saliências que formam as letras. Eles ocupam mais espaço -uma página impressa se transforma em no mÃnimo três, o que obriga uma obra a ser dividida em vários volumes. O custo chega a ser cinco vezes mais alto.
No paÃs, as maiores impressoras desses livros são a Fundação Dorina Nowill, em São Paulo, e o Instituto Benjamin Constant, no Rio. (RW)
Fonte: Folha de S.Paulo - 18/01/09.
ACORDO TAMBÉM MUDA ESCRITA EM BRAILE
Os brasileiros que não enxergam também têm suas dúvidas nos acentos que caÃram e nos hÃfens que apareceram ou desapareceram na virada do ano, quando as regras impostas pelo Acordo Ortográfico entraram em vigor no paÃs.
Tudo o que mudou no português escrito mudou da mesmÃssima maneira no português convertido em braile, o sistema tátil usado por cegos do mundo inteiro para ler e escrever.
"Todos nós memorizamos as palavras na grafia antiga. Agora precisamos reconstruÃ-las na memória com a grafia nova. A diferença é que vocês fazem isso com os olhos e nós [cegos], com os dedos", explica Maria da Glória Almeida, chefe-de-gabinete do Instituto Benjamin Constant, no Rio, dedicado à s pessoas com deficiência visual.
O Acordo Ortográfico tem impacto no braile porque as palavras desse sistema também são escritas letra a letra. Uma letra tem até seis pontinhos em alto relevo. Cada uma se forma com um número e uma disposição própria de pontinhos.
Os acentos e o trema mudam esse arranjo. O dedo treinado de um cego sente a diferença entre "ü" e"u" e entre "a" e "á".
Se "microonda" agora é "micro-onda", a mesma palavra no braile deixa de ter nove caracteres salientes e passa a ter dez -o hÃfen têm seus pontinhos caracterÃsticos.
As mudanças ortográficas haviam sido definidas em 1990 por paÃses que têm o português como lÃngua oficial. O objetivo do Acordo, agora colocado em prática no Brasil, era unificar a escrita do português e torná-lo mais forte no cenário mundial.
Nas escolas
Segundo a Organização Mundial da Saúde, 0,5% da população do planeta não enxerga. O Brasil teria, por essa conta, 950 mil cegos -o equivalente aos moradores de Cuiabá e Florianópolis somados.
As escolas brasileiras têm, de acordo com o Ministério da Educação, pouco mais de 8.600 alunos cegos, a maioria deles nas mesmas salas de crianças e adolescentes que enxergam.
As lições de braile são dadas fora do horário regular de aula e normalmente vão até a 4ª série, época em que as crianças já conseguem dominar o sistema.
"As nossas preocupações agora são orientar os professores e garantir que a produção dos livros didáticos em braile esteja compatÃvel com a nova grafia", afirma Martinha Clarete Dutra, que responde, no Ministério da Educação, pelas polÃticas de inclusão.
Martinha é cega. "Apesar de lidar com esse tema todo dia, ainda me pego escrevendo na grafia anterior. Estamos tão habituados... Só depois lembro que aquele acento não existe mais", ela conta.
Por enquanto, não está errado escrever na forma antiga. Até dezembro de 2012, as grafias novas terão de conviver com as velhas -será um perÃodo de transição. A partir de 2013, porém, só serão aceitas como corretas as novas regras.
A lÃngua dos sinais, usada pelos surdos, não foi afetada pelo Acordo, já que cada gesto normalmente representa uma palavra inteira.
Ricardo Westin - Fonte: Folha de S.Paulo - 18/01/09.
Instituto Benjamin Constant - http://www.ibc.gov.br/
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