FM - Faculdade Mental

MARILENE CAROLINA - 22/02/2008

"OLHOS DE VER"

NEM SEMPRE VEMOS O QUE ESTÃ REALMENTE Ã€ NOSSA FRENTE
English: http://www.ianrowland.com/MiscPages/Mrangryandmrscalm.html
French: http://www.elmokhtari.com/portal/content/view/65/33/
Se vocÃª olhar esta imagem de sua cadeira em frente do computador, o Sr. Raivoso estÃ¡ Ã sua esquerda e o Sr. Tranquilo estÃ¡ Ã sua direita. Agora, levante-se e recue 3-4 metros da tela e... woops! Eles trocaram de lugar! A ilusÃ£o foi criada por Phillippe G.Schyns e Aude Oliva, da Universidade de Glasgow. Isto sugere que nem sempre vemos o que estÃ¡ realmente Ã nossa frente...
(ColaboraÃ§Ã£o: A.M.B.)
Leia mais sobre ilusÃµes visuais:
http://www2.uol.com.br/vivermente/reportagens/filtros_da_percepcao_imprimir.html

DIREITOS HUMANOS E O LAMENTO DE MILANÃ‰S
Com a interinidade de RaÃºl, a situaÃ§Ã£o dos direitos humanos em Cuba melhorou, piorou ou se manteve estÃ¡vel? Ã‰ importante sabÃª-lo como um marco de projeÃ§Ã£o para o futuro. De acordo com relatÃ³rio da ComissÃ£o de Direitos Humanos e ReconciliaÃ§Ã£o Nacional (CDHRN), o regime simplesmente mudou de tÃ¡ticas desde que RaÃºl assumiu o poder.
No ano passado, o nÃºmero de dissidentes presos caiu de 283 para 234. Mas nÃ£o Ã© aceita a noÃ§Ã£o de melhoria, em razÃ£o do fato de que somaram pelo menos 325 as prisÃµes temporÃ¡rias, por dias ou horas, feitas "de modo arbitrÃ¡rio".
As autoridades cubanas nÃ£o reconhecem a comissÃ£o. Dizem que ela deve sua existÃªncia ao apoio que recebe dos Estados Unidos. NÃ£o teria autenticidade e tampouco credibilidade. Mas seus relatÃ³rios e denÃºncias conseguem bons espaÃ§os em publicaÃ§Ãµes estrangeiras de peso, como "Le Monde", de Paris, que divulgou denÃºncias de dissidentes falando de "recrudescimento da repressÃ£o por meio de prisÃµes temporÃ¡rias e de manifestaÃ§Ãµes de hostilidade contra opositores".
Um dos dissidentes de maior prestÃgio, no entanto, Oswaldo PayÃ¡, parece ter optado por fixar-se em outras questÃµes, como se procurasse brechas onde possa penetrar com suas conclusÃµes e proposiÃ§Ãµes. PayÃ¡ insiste em que a grande novidade dos Ãºltimos meses Ã© a constataÃ§Ã£o de que "todos os cubanos afinal pensam que o fim do regime Ã© possÃvel". A prÃ³pria Igreja CatÃ³lica sai aos poucos de sua "discriÃ§Ã£o" e sugere como procedimento que parece considerar viÃ¡vel a adoÃ§Ã£o de um "processo gradual de mudanÃ§as".
NÃ£o chega a especificar que transformaÃ§Ãµes seriam essas. Alguns bispos avanÃ§aram um pouco mais, assegurando que a populaÃ§Ã£o aguarda "com ansiedade" o que possa acontecer de diferente das Ãºltimas dÃ©cadas. "Cuba deve se abrir ao mundo e o mundo deve ser abrir a Cuba", disse o segundo do Vaticano no dÃ©cimo aniversÃ¡rio da ida do papa a Cuba.
PayÃ¡ criou um novo movimento de dissidentes cujo nome identifica objetivos. Ã‰ o ComitÃª CidadÃ£o de ReconciliaÃ§Ã£o e DiÃ¡logo. PayÃ¡ nÃ£o quer traumas, golpes, invasÃµes ou algo do gÃªnero. PropÃµe conversas de alto nÃvel em Havana com o objetivo de determinar e liberar o que os cubanos guardam na alma e de acertar a adoÃ§Ã£o de leis que resguardem as liberdades individuais.
Mandou um recado aos americanos. NÃ£o sÃ³ o regime comunista deve perguntar aos cubanos o que eles querem. TambÃ©m o governo Bush deve perguntar o que querem os cubanos, em vez de repetir discursos agressivos que estariam dando, como sempre, mais muniÃ§Ã£o aos detentores do poder.
Assunto na cabeÃ§a de qualquer agenda de diÃ¡logo Ã© a proibiÃ§Ã£o de viagens ao exterior, tema de uma das Ãºltimas composiÃ§Ãµes de Pablo MilanÃ©s. Diz ela: "Meu irmÃ£o Jacinto, que vive em Havana, nÃ£o sabe que sua filha, que teve uma neta, que ainda nÃ£o conheceu, ficarÃ¡ sabendo que sua mÃ£e morreu de repente. As autoridades nÃ£o deixam que ele saia". Fecha com as seguintes reflexÃµes: "Valeu a pena, pergunto, nÃ£o sei. Valeu a pena, respondo nÃ£o sei". MilanÃªs Ã© amado em Cuba e tornou-se cancioneiro do regime. Seu Ãºltimo show no MÃ©xico foi dedicado aos 80 anos de Fidel Castro.
Newton Carlos - Jornalista e analista de questÃµes internacionais - Fonte: Folha de S.Paulo - 21/02/08.

CUBA: EDUCAÃ‡ÃƒO SE DESTACA ENTRE INDICADORES; SAÃšDE SOFRE COM CARÃŠNCIA DE REMÃ‰DIOS
A mortalidade infantil em Cuba equivale a menos de um quarto da mÃ©dia latino-americana. O analfabetismo, de 2,7% da populaÃ§Ã£o com mais de 15 anos, Ã© minÃºsculo perto do brasileiro -11,1%. A expectativa de vida Ã© de seis anos a mais que a mÃ©dia latino-americana.
O regime sempre usou seus indicadores sociais como prova do sucesso da revoluÃ§Ã£o. Os nÃºmeros sÃ£o invejÃ¡veis, principalmente em relaÃ§Ã£o Ã educaÃ§Ã£o.
O que a propaganda omite Ã© que Cuba, em 1958, jÃ¡ estava Ã frente da mÃ©dia latino-americana na maioria dos Ãndices.
O analfabetismo era de 23% em 1957, menor que o brasileiro em 1980. A mortalidade infantil,de 34 por 1.000 nascidos vivos, em 1957, sÃ³ foi superada no Brasil na dÃ©cada de 90.
Sem comunismo, alguns paÃses, como Chile e Uruguai jÃ¡ empataram com Cuba em vÃ¡rios indicadores sociais. Mas, em qualidade da educaÃ§Ã£o, o paÃs ainda Ã© o melhor da regiÃ£o.
Embora haja dÃºvidas sobre a confiabilidade das estatÃsticas, estudos de organismos internacionais, como Banco Mundial e Unesco, atestam a qualidade do sistema educacional.
A educaÃ§Ã£o Ã© prioridade desde o inÃcio do regime. Em 1961, uma campanha conseguiu 270 mil voluntÃ¡rios. Em um ano, 700 mil foram alfabetizados.
A saÃºde tambÃ©m evoluiu. A expectativa de vida e a mortalidade infantil tÃªm padrÃ£o europeu. Para o diretor do Centro de DocumentaÃ§Ã£o em Cuba da Universidade George Washington, Peter Kornbluh, "nos EUA, atÃ© o Robert McNamara, secretÃ¡rio da Defesa durante a crise dos mÃsseis com Cuba, admitia o sucesso do sistema de saÃºde cubano. Eles tÃªm Ãndices melhores que os de Washington".
Mas dissidentes dizem que, enquanto o paÃs mantÃ©m milhares de mÃ©dicos no exterior, faltam remÃ©dios nos hospitais da ilha, e hÃ¡ mercado clandestino de aspirinas a curativos.
Cubanos ouvidos pela Folha, que nÃ£o sÃ£o dissidentes, contam que hÃ¡ trÃªs tipos de hospitais. HÃ¡ os que tÃªm atendimento bom e infra-estrutura precÃ¡ria, onde todos os cubanos sÃ£o atendidos. A segunda categoria, de hospitais mais equipados, serve aos estrangeiros que buscam tratamento na ilha, e que paga bem. E a terceira, com poucos centros de ponta, onde Ã© atendida a elite do partido.
Fonte: Folha de S.Paulo - 22/02/08.

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