CANNES
O CARTAZ DE CANNES
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http://www.festival-cannes.com/en.html
A organização do 62Âș Festival de Cannes, que começa na França em maio, divulgou ontem o cartaz da edição deste ano. Criado pela designer Annick Durban, traz uma cena de "A Aventura" (1961), de Michelangelo Antonioni, que mostra a atriz Monica Vitti abrindo uma porta que dĂĄ para um jardim. "Uma misteriosa silhueta feminina, colhida no meio de um movimento de abrir uma janela para o cinema e nos convidando para um sonho", definiram os organizadores sobre o cartaz, em comunicado Ă imprensa.
Lupa - Fonte: O Tempo - 23/04/09.
O site do festival - http://www.festival-cannes.com/en.html
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Fonte: O Tempo.
DOCUMENTĂRIO - Fernando Pessoa
O curta "Fernando Pessoa em Oito Porradas" conta as desventuras da vida do escritor e revela como ele superou os desafios. Em http://www.livroclip.com.br/index.php?acao=hotsite&cod=182.
Fonte: Folha de S.Paulo - 29/04/09.
ESPAĂO DE CULTURA CONTEMPORĂNEA
O Instituto Escola São Paulo é uma organização independente e sem fins lucrativos criada em 2003 com o objetivo de democratizar o acesso a Cultura na cidade de São Paulo.
Confira o site: http://escolasaopaulo.org/.
Fonte: Folha de S.Paulo - 02/05/09.
A EROSĂO DO TRABALHO
"A RBEIT, LAVORO , travail, labour, trabajo." Não hå nenhum canto do mundo que não esteja vendo o desmoronar do trabalho. A atividade que nasceu sob o signo da contradição foi, desde o primeiro momento, um ato vital, capaz de plasmar a própria produção e a reprodução da vida humana, de criar cada vez mais bens materiais e simbólicos socialmente vitais e necessårios. Mas trouxe consigo, desde os primórdios, o fardo, a marca do sofrimento, o traço da servidão, os meandros da sujeição.
Se o trabalho Ă© um ato poiĂ©tico, o momento da potĂȘncia e a potĂȘncia da criação, ele tambĂ©m encontra suas origens no "tripalium", instrumento de punição e tortura.
Se, para Weber, o trabalho fora concebido como expressĂŁo de uma Ă©tica positiva em sintonia com o nascente mundo da mercadoria e o encanto dos negĂłcios (negação do Ăłcio), para Marx, ao contrĂĄrio, o que principiara como uma atividade vital se converteu em um nĂŁo valor gerador de outro valor, o de troca. DaĂ sua sĂntese cĂĄustica: se pudessem, todos os trabalhadores fugiriam do trabalho como se foge de uma peste!
E a sociedade da mercadoria do sĂ©culo 20 se consolidou como a sociedade do trabalho. Desde o inĂcio, no microcosmo familiar, fomos educados para o labor. O sem-trabalho era expressĂŁo de pĂĄria social. Mas a mesma sociedade que se moldou pela formatação do trabalho se esgotou. Ele se reduz a cada dia -e de modo avassalador. Enquanto a população mundial cresce, ele mingua. Complexifica-se, Ă© verdade, em vĂĄrios setores, como nas tecnologias da informação e em outras ĂĄreas de ponta, e resta exangue em tantos outros.
Onde cresce avassaladoramente, como no telemarketing, produz um ser falante quase mudo, repetidor do trabalho prescrito, movido a pequenos "regalos" ao final de um dia extenuante, cujos minutos e segundos sĂŁo contabilizados e controlados. Assim nos encontramos hoje: temos muito menos empregos para todos os que dele necessitam para sobreviver. Os que tĂȘm emprego trabalham muito, sob o sistema de "metas", "competĂȘncias", "qualificaçÔes", "empregabilidades" etc. E, depois de cumprirem direitinho o receituĂĄrio, vivem a cada dia o risco e a iminĂȘncia do nĂŁo trabalho.
E isso nĂŁo sĂł nos estratos de base, onde estĂŁo os assalariados no chĂŁo da produção. Foi-se o dia em que os gestores, depois do corte, iam para suas casas com a garantia do trabalho preservado. Eles sabem que o corte deles se gesta enquanto eles laboram o talhe dos outros. Se vivĂȘssemos em outro modo de produção e de vida, o tempo de trabalho poderia ser muito menor e mais afinado com o tempo de vida fora do trabalho, ambos dotados de sentido e fora dos constrangimentos do capital.
Mas, ao contrĂĄrio, esses tempos se complementam em outro diapasĂŁo, com a casa se tornando espaço de trabalho adicional, e o tempo de vida fora do trabalho se vĂȘ cada vez mais encolhido e reduzido Ă esfera do que fazer para nĂŁo perder a guerra quando o labor recomeçar no dia seguinte. A resultante Ă© ĂĄspera e se conta na casa dos bilhĂ”es: aqueles que tĂȘm emprego trabalham muito, muitos jĂĄ nĂŁo mais encontram trabalho e outros fazem qualquer trabalho para tentar sobreviver com o que sobra da arquitetura societal da destruição. Em plena crise estrutural e sistĂȘmica do capital, da Ăsia Ă AmĂ©rica Latina, da Europa Ă Ăfrica, hĂĄ uma nota tristemente confluente: como os assalariados que sĂł dispĂ”em de seu labor poderĂŁo sobreviver neste mundo sem trabalho e sem salĂĄrio?
Dos EUA Ă China, de Portugal ao CanadĂĄ, da Inglaterra ao JapĂŁo, passando pelos tristes trĂłpicos, novos recordes de desemprego sĂŁo batidos todos os dias. Um incomensurĂĄvel processo de corrosĂŁo e erosĂŁo se efetiva. Tal como foi desenvolvido ao longo do curto sĂ©culo 20, o trabalho tayloriano-fordista sofreu forte retração a partir dos anos 1970. Mas, com a intensificação desse quadro crĂtico, adentramos um novo ciclo de demolição do trabalho em escala global.
As diversas formas de "empreendedorismo", "trabalho voluntĂĄrio" e "trabalho atĂpico" oscilam frequentemente entre a intensificação do trabalho e sua autoexploração. Dormem sonhando com o novo "self-made man" e acordam com o pesadelo do desemprego. Empolgam-se pela falĂĄcia do empresĂĄrio-de-si-mesmo, mas esbarram cada vez mais na ladeira da precarização.
Em volume assustador, uma massa de homens e mulheres torna-se supĂ©rflua, esparramando-se pelo mundo em busca de um labor que jĂĄ nĂŁo mais existe. Este 1Âș de Maio nos leva, entĂŁo, a indagar: qual trabalho queremos para este tenso sĂ©culo 21 que mal estĂĄ começando?
Ricardo Luiz Coltro Antunes, 56, Ă© professor titular de sociologia do trabalho do Instituto de Filosofia e CiĂȘncias Humanas da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e autor, entre outros livros, de "Os Sentidos do Trabalho" e "Adeus ao Trabalho?". - Fonte: Folha de S.Paulo - 01/05/09.
Instituto de Filosofia e CiĂȘncias Humanas da Unicamp - http://www.ifch.unicamp.br/
Os Sentidos do Trabalho - http://ricardo-antunes.comprar-livro.com.br/livros/1858593443/
Adeus ao Trabalho - http://www.submarino.com.br/produto/1/3762
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