SOLUĂĂO SOLAR
MĂTODO SODIS
Pegue uma garrafa descartada. Tire o rĂłtulo e encha com qualquer ĂĄgua nĂŁo muito suja. Coloque a garrafa cheia em cima de uma placa de metal sob sol forte. Em seis horas, a radiação ultravioleta vai matar os vĂrus, as bactĂ©rias e os parasitas na ĂĄgua, tornando-a prĂłpria para o consumo humano.
Lançado na SuĂça, esse mĂ©todo de desinfecção de ĂĄgua, conhecido pela sigla Sodis, Ă© usado em todo o mundo para garantir ĂĄgua potĂĄvel a 4 milhĂ”es de pessoas. "Ă um processo simples, grĂĄtis e eficaz", comenta Ibelatha Mhelela, diretora da escola primĂĄria Ndolela, na TanzĂąnia. Em 2006, o colĂ©gio começou a usar o Sodis para desinfectar a ĂĄgua da torneira contaminada, colocando as garragas no telhado de metal do prĂ©dio. Em consequĂȘncia, as faltas por diarreia foram reduzidas, e as notas melhoraram. "Antes de iniciarmos o programa, apenas de 10 a 15% das crianças passavam nos exames nacionais do sexto ano", diz Ibelatha. "Agora, entre 90% e 95% dos alunos sĂŁo aprovados.
SOB CONTROLE
A radiação solar forte e contĂnua garante a eficĂĄcia do mĂ©todo Sodis. Mas as dicas seguintes ajudam no processo de desinfecção.
1 - Em vez de vidro, use garrafas PET transparentes. Estudos mostram que a ĂĄgua aquecida nelas Ă© mais adequada ao consumo.
2 - NĂŁo mexa nas garrafas enquando estĂŁo sob o sol.
3 - Mantenha a ĂĄgua na garrafa para que nĂŁo volte a se contaminar.
Mark Jenkins - Fonte: National Geographic - Edição 121.  Â
DOURAR A PĂLULAÂ
Antigamente as farmĂĄcias embrulhavam as pĂlulas amargas em papel dourado para melhorar o aspecto do remedinho. A expressĂŁo dourar a pĂlula significa melhorar a aparĂȘncia de algo ruim.
(Colaboração: A.M.B.)
POBRE ĂFRICA
A TV Brasil, rejeitada por 99% dos telespectadores brasileiros, vai tentar agora ser vista pelos africanos. A EBC, que controla a TV Brasil, fechou um contrato com a MultiChoice Africa para distribuir o sinal da emissora de Lula a 49 paĂses africanos.
Panorama - Radar - Lauro Jardim - Fonte: Veja - Edição 2160.
TV Brasil - http://www.tvbrasil.org.br/
O HOMEM DO ANO
No prĂłximo 31 de maio, Clint Eastwood faz 80 anos. Ă uma data redonda que merece todas as comemoraçÔes. Afinal, quantos homens que vocĂȘ conhece chegaram em tĂŁo boa forma a uma idade tĂŁo avançada? Clint Ă© uma figura lendĂĄria. Começou a carreira como ator de segunda, nos westerns spaghetti de Sergio Leone. JĂĄ estava tudo lĂĄ: o rosto seco e implacĂĄvel, o riso que Ă© apenas um traço. Com o passar dos anos, o ator abandonou o poncho empoeirado e foi para trĂĄs das cĂąmeras, dirigindo filmes que conquistaram o status de obras de arte - algo estranho se pensarmos nos primeiros tempos de Clint. De lĂĄ para cĂĄ, de "Bird", a delicada biografia de Charlie Parker, passando pelo western incomum "Os ImperdoĂĄveis" e chegando a "Invictus", sobre o jogo decisivo na vida de Nelson Mandela, Clint cresceu. Ă provĂĄvel que este digno representante do gĂȘnero masculino, pianista amador e cineasta sensĂvel, ainda consiga nos surpreender.    Â
Fonte: Tam nas Nuvens - Ano 3 - NĂșmero 28 - Abril 2010.
Clint Eastwood - http://www.clinteastwood.net/
VISTA CANSADA
Otto Lara Resende
Acho que foi o Hemingway quem disse que olhava cada coisa Ă sua volta como se a visse pela Ășltima vez. Pela Ășltima ou pela primeira vez? Pela primeira vez foi outro escritor quem disse. Essa idĂ©ia de olhar pela Ășltima vez tem algo de deprimente. Olhar de despedida, de quem nĂŁo crĂȘ que a vida continua, nĂŁo admira que o Hemingway tenha acabado como acabou.
Se eu morrer, morre comigo um certo modo de ver, disse o poeta. Um poeta Ă© sĂł isto: um certo modo de ver. O diabo Ă© que, de tanto ver, a gente banaliza o olhar. VĂȘ nĂŁo vendo. Experimente ver pela primeira vez o que vocĂȘ vĂȘ todo dia, sem ver. Parece fĂĄcil, mas nĂŁo Ă©. O que nos cerca, o que nos Ă© familiar, jĂĄ nĂŁo desperta curiosidade. O campo visual da nossa rotina Ă© como um vazio.
VocĂȘ sai todo dia, por exemplo, pela mesma porta. Se alguĂ©m lhe perguntar o que Ă© que vocĂȘ vĂȘ no seu caminho, vocĂȘ nĂŁo sabe. De tanto ver, vocĂȘ nĂŁo vĂȘ. Sei de um profissional que passou 32 anos a fio pelo mesmo hall do prĂ©dio do seu escritĂłrio. LĂĄ estava sempre, pontualĂssimo, o mesmo porteiro. Dava-lhe bom-dia e Ă s vezes lhe passava um recado ou uma correspondĂȘncia. Um dia o porteiro cometeu a descortesia de falecer.
Como era ele? Sua cara? Sua voz? Como se vestia? NĂŁo fazia a mĂnima idĂ©ia. Em 32 anos, nunca o viu. Para ser notado, o porteiro teve que morrer. Se um dia no seu lugar estivesse uma girafa, cumprindo o rito, pode ser tambĂ©m que ninguĂ©m desse por sua ausĂȘncia. O hĂĄbito suja os olhos e lhes baixa a voltagem. Mas hĂĄ sempre o que ver. Gente, coisas, bichos. E vemos? NĂŁo, nĂŁo vemos.
Uma criança vĂȘ o que o adulto nĂŁo vĂȘ. Tem olhos atentos e limpos para o espetĂĄculo do mundo. O poeta Ă© capaz de ver pela primeira vez o que, de fato, ninguĂ©m vĂȘ. HĂĄ pai que nunca viu o prĂłprio filho. Marido que nunca viu a prĂłpria mulher, isso existe Ă s pampas. Nossos olhos se gastam no dia-a-dia, opacos. Ă por aĂ que se instala no coração o monstro da indiferença.
Texto publicado no jornal âFolha de S. Pauloâ, edição de 23 de fevereiro de 1992.
(Colaboração: A.M.B.)
NĂŁo deixem de enviar suas mensagens atravĂ©s do âFale Conoscoâ do site.
http://www.faculdademental.com.br/fale.php