ARTE QUE EMOCIONA...
KSENIYA SIMONOVA - SAND ANIMATION
English: http://www.guardian.co.uk/world/2009/sep/27/ukraine-youtube-talent-show
Video: http://www.geekologie.com/2009/10/its_just_sobeautiful_amazing_s.php
Uma ucraniana chamada Kseniya Simonova emocionou o público de seu paÃs e ganhou o Ukraine’s Got Talent, versão do programa britânico de calouros que, recentemente, deu fama à cantora Susan Boyle. Kseniya nem precisou abrir a boca. Usou os dedos para desenhar com areia em uma tela iluminada. Em poucos minutos, ela contou o drama da Segunda Guerra Mundial e arrancou lágrimas da platéia. A Ucrânia foi um dos mais sangrentos palcos da guerra. Sofreu com ataques dos dois lados – da União Soviética e da Alemanha nazista.
Kseniya tem 24 anos e, segundo informações da imprensa local, usou seu prêmio para comprar uma casa e abrir uma instituição de caridade para crianças. Ela afirma que não pretende aproveitar a fama internacional conquistada com os vÃdeos de suas apresentações. “Eu só entrei (no programa) porque uma criança que eu conheço precisava de uma operação. Não tinha intenção de fazer a nação inteira chorarâ€, disse à imprensa.
Rafael Pereira - Fonte: Bombou Na Web (http://www.bombounaweb.com.br) - 13/10/09.
VÃdeo: http://www.geekologie.com/2009/10/its_just_sobeautiful_amazing_s.php
PAPEL DE PAREDE - CALIFÓRNIA
A névoa costeira no parque Humboldt, no norte da Califórnia, garante umidade tanto para as árvores gigantescas como para as menores replantadas fora da reserva. As sequoias dependem da névoa para obter 30% de suas necessidades de água. Foto de Michael Nichols.
Confira: http://viajeaqui.abril.com.br/national-geographic/papeis-de-parede/edicao115-outubro-2009-501101.shtml?foto=4p.
Fonte: National Geographic - Ano 10 - Número 115.
ANNE FRANK
Um filme com as únicas imagens conhecidas de Anne Frank - a menina judia cujo diário virou um sÃmbolo do horror do Holocausto - foi postado no dia 23 pelo Museu Anne Frank, de Amsterdã, e já foi visto 2 milhões de vezes. Anne Frank aparece por cinco segundos na janela, no filme caseiro do casamento de uma vizinha.
Veja o vÃdeo: http://www.youtube.com/watch?v=4hvtXuO5GzU.
Rafael Pereira - Bombou Na Web (http://www.bombounaweb.com.br) - Fonte: Época - Edição 595.
ENTRE AMIGAS
A Comissão de Constituição e Justiça do Senado votava uma emenda, de autoria de Ideli Salvatti (PT-SC) e com parecer favorável de Lúcia Vânia (PSDB-GO), que retira progressivamente, até 2011, os recursos para a educação da DRU (Desvinculação de Receitas da União).
Aprovado o texto, Ideli festejou:
-É uma vitória da educação, são R$ 10 bilhões!
Enquanto os demais integrantes da comissão elogiavam o resultado da inusitada parceria tucano-petista, Ideli sorriu para a colega e explicou:
-Olha, não aconteceu nas Lojas Marisa, mas foi uma articulação de mulher pra mulher...
Contraponto - Painel - Renata Lo Prete - Fonte: Folha de S.Paulo - 16/10/09.
O BRASIL DAS MULHERES É MAIS EDUCADO
A Universidade de São Paulo decidiu selecionar, neste ano, estudantes de escolas públicas do ensino médio para passar um ano dentro dos seus laboratórios, onde conviveriam com pesquisadores e aprenderiam a pensar como cientistas. Dos escolhidos para ganhar essa bolsa de iniciação cientÃfica, 80% são meninas.
Traduzindo o emaranhado de estatÃsticas sociais divulgadas pelo IBGE na sexta-feira passada, dá para ver que essas meninas que entraram nos laboratórios não são um fato isolado -e serve para comemorar o Dia da Criança, celebrado amanhã.
O que chama a atenção é menos as informações sobre as crianças, mas sim o que vem ocorrendo com as mulheres -ou seja, com as mães ou futuras mães.
Um dos fatos novos da paisagem social brasileira é a mudança da mulher. A mulher superou a escolaridade dos homens, não para de crescer sua posição no mercado de trabalho e consegue planejar melhor o número de filhos. O que, em sÃntese, significa dizer que as crianças estão menos desprotegidas.
A situação geral é ruim, como mostraram mais uma vez as estatÃsticas. De acordo com o IBGE, cerca de metade dos brasileiros até 17 anos viviam, no ano passado, em famÃlias pobres -menos de meio salário mÃnimo per capita. No NE, sobe para 67%. É ruim, mas seria ainda pior sem o programa Bolsa FamÃlia.
Até se verificaram avanços na matrÃcula em creches. Mas não passaram de 18% do total de criança. Ainda, portanto, muito pouco. Mais expressivos são os avanços da mulher, o que sugere, para o futuro, uma infância menos vulnerável.
As mulheres têm menos filhos, segundo os dados do IBGE, reafirmando uma tendência de muitos anos. Vejam os números absolutos -e aà a estatÃstica impressiona.
Em 1998, foram cerca de 700 mil partos em adolescentes entre 10 e 19 anos; agora, são 485 mil.
Refletindo o que ocorre nos grandes centros, o movimento na cidade de São Paulo é ainda mais intenso, segundo informações de autoridades de saúde paulistas. Em 2000, registraram-se 34.608 casos de gravidez precoce; em 2007, 24.296, ou seja, uma queda de 30%. Por causa de uma série de programas como a distribuição de anticoncepcionais (inclusive pÃlula do dia seguinte) no metrô e estações de trem, a tendência é se acelerar.
O melhor preservativo, porém, está mesmo na cabeça. As mulheres, em 2008, já tinham mais de um ano de estudo em comparação com os homens: 9,2 anos. Em cada cem pessoas com ensino superior, 57 são mulheres -é só uma questão de tempo para ganharem mais do que os homens.
Em 2008, 47% das mulheres estavam empregadas; em 1998, 42%.
Há uma série de consequências previsÃveis no fato de a mulher ter mais emprego e escolaridade. O debate sobre a qualidade de ensino só tende a crescer. Não será por muito mais tempo que provocará pouco barulho os exames mostrando que os alunos saem das escolas públicas sem ler nem escrever direito.
Tende a crescer -e muito- a pressão por mais creches. Até porque é consenso entre estudiosos sobre a importância de estimular as crianças nessa idade. Certamente haverá mais pressão para as várias ações, espalhadas em saúde, lazer, esporte, cultura, que signifiquem o desenvolvimento de habilidades.
Educação em tempo integral irá, em breve, para o topo da agenda.
Não precisará ser todo o tempo na escola, mas em alguma atividade educativa. Uma das notÃcias mais interessantes sobre a infância brasileira é a expansão da jornada escolar, com uso complementar dos espaços da cidade. Para a mulher que trabalha, dá mais segurança saber que o filho está menos na rua ou trancado em casa vendo televisão.
Não é à toa que os prefeitos que implantaram educação em tempo integral tiveram reconhecimento nas urnas nas eleições passadas.
Uma das mais férteis decisões de Lula (e quase desconhecida) foi criar um fundo para dar mais dinheiro aos prefeitos e governadores que ampliarem a jornada escolar.
É uma agenda, vamos reconhecer, mais sofisticada do que as dos homens. Digo isso porque, nas reuniões de pais e mestres das escolas públicas, quem vai mesmo (isso quando vai) é a mãe.
PS - Pelos meus critérios, foi muito mais importante para a paisagem do Rio ter implantado, em suas regiões mais pobres e violentas, um programa de bairros educativos, com ampliação da jornada escolar, do que as OlimpÃadas. Esperem para ver.
Gilberto Dimenstein (http://www.dimenstein.com.br/) - Fonte: Folha de S.Paulo - 11/10/09.
HEROÃSMO E QUALIFICAÇÃO DOS DOCENTES BRASILEIROS
A escola brasileira era, até o século XIX, um espaço masculino, pois os professores alfabetizavam os meninos para assumir os negócios da famÃlia e ocupar os cargos públicos. Os pais não matriculavam as meninas para preservar sua honra, que seria comprometida por leituras impróprias e redação de cartas para namorados. Isso mudou quando ordens religiosas criaram internatos femininos, incentivando a diplomação das moças para assumir as "cadeiras" nas novas escolas públicas. Os coronéis perceberam que poderiam usar esse espaço na manipulação polÃtica, especialmente aliciando cabos eleitorais ao garantir-lhes emprego para suas filhas.
Essas normalistas foram atuar na escola básica e os homens restringiram-se aos outros nÃveis, entendendo que a docência complementava suas atividades como médicos, engenheiros, sacerdotes ou advogados.
Nessa época, ninguém protestava em relação ao salário irrisório porque as mulheres não eram provedoras econômicas e os homens beneficiavam-se do prestÃgio da docência diante da comunidade. A modernização inspirou, entretanto, muitas jovens a buscar carreiras que lhes conferissem renda maior. Houve, então, perda imensurável de talentos, enquanto a rede de ensino era ampliada, repercutindo na qualidade do ensino. Surgiram também maus-tratos nas duas vertentes: o Estado não admitia aumentar a despesa nos mesmos Ãndices de expansão das vagas e os empresários da educação criaram estratégias para lidar com o professor como um trabalhador qualquer, aniquilando sua autoestima e sufocando qualquer manifestação de desagrado. A sociedade contribuiu para isso, usando um refrão de que permanece como professor quem não tem competência para outros ofÃcios.
Muitos brasileiros que estudaram até os anos 60 cultivam o arquétipo da professora bonita, elegante e sorridente, pois ela conferia brilho à sua infância, ao apresentar-lhes o mundo além das fronteiras locais. Os mais jovens não demonstram, entretanto, respeito por seus mestres, pois não receberam instruções sobre tratamento adequado à s pessoas que lhes cobrem produção e obediência à s normas sociais. Não encontram também, na escola, estÃmulo necessário para aplicar-se nos estudos.
Uma parcela significativa dos docentes padece de sérias distorções na sua qualificação. Eles estudaram várias teorias educacionais, mas não conhecem técnicas para motivar seus alunos e transferir-lhes seu conhecimento, às vezes insuficiente nas matérias sob sua responsabilidade.
Os estudantes percebem as atribulações de seus mestres, têm informação dos nÃveis salariais e identificam a estigmatização em relação à categoria. Não querem, então, seguir uma carreira com tantas dificuldades, preferindo escolher outra que seja mais promissora em relação à remuneração, ascensão funcional e segurança no trabalho. Preferem evitar, principalmente, a constante humilhação de alunos, superiores e amigos sob qualquer pretexto. Embora saibam do déficit de professores, sobretudo nas ciências exatas, não se inscrevem nos cursos de licenciatura que são mantidos em poucas faculdades.
O governo federal está tentando reverter esse quadro, insistindo com medidas paliativas em alguns problemas. A situação é muito mais complexa e demanda, além de elevação de salário, melhoria das condições de trabalho, respeito à categoria e reestruturação da escola, com diretrizes vinculadas à relação professor/aluno, talvez o item mais crÃtico da educação na sociedade moderna.
Gilda de Castro - Fonte: O Tempo - 17/10/09.
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