O LIVRO COMESTĂVEL
O VERDADEIRO LIVRO DE COZINHA
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"Copie a receita e coma a pĂĄgina do livro"
Tem sabor de comida italiana o primeiro livro comestĂvel na histĂłria da gastronomia, publicado pela editora alemĂŁ Gerstenberg, especializada em arte e culinĂĄria. Trata-se da obra âThe Real Cookbookâ (âO verdadeiro livro de cozinhaâ) e tem pĂșblico-alvo bastante claro: literalmente os devoradores de livro. Quem quiser pode copiar as receitas de suas pĂĄginas, feitas de massa de lasanha, e depois comer as prĂłprias pĂĄginas.
Antonio Carlos Prado e Laura Daudén - Fonte: Isto à - Edição 2213.
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PEDAGOGIA E TECNOLOGIA
O governo do Estado de São Paulo não parece dispor de prioridades definidas para a educação.
Anunciou nos Ășltimos meses mudanças na grade curricular do ensino mĂ©dio e na oferta de aulas de reforço para estudantes da rede pĂșblica. Incapaz de preencher as vagas para o corpo docente, autorizou a contratação de professores reprovados em teste de seleção.
A manutenção das escolas tampouco escapou. Uma parte da verba para reparos nos prédios sempre era entregue em janeiro. Neste ano, após dois meses de aulas, cerca de 5.000 colégios estaduais ainda aguardam os recursos.
Faltam professores. Falta manutenção. Falta também clareza sobre como aplicar uma injeção de qualidade no ensino deficiente. Tanto é que o governador Geraldo Alckmin (PSDB) lançou um ambicioso programa de informatização das salas de aula na rede estadual, como se o problema principal fosse a falta de tecnologia.
Estima-se em R$ 5,5 bilhĂ”es o investimento a ser feito no projeto nos prĂłximos dez anos. O montante equivale a mais que o quĂntuplo do gasto -R$ 1 bilhĂŁo- orçado, neste ano, para reformas da infraestrutura jĂĄ existente nas escolas.
Quadros-negros digitais, sensĂveis ao toque e conectados Ă internet, devem ser instalados a partir de 2013. O material eletrĂŽnico para os alunos, como tablets e notebooks, seria distribuĂdo a seguir.
O uso de mĂ©todos digitais em classe, estipulado em 40% do tempo de aula, teria como objetivo melhorar a qualidade do ensino em SĂŁo Paulo. Assim alega o governo. Ocorre que especialistas em educação jĂĄ apontaram o baixo impacto de recursos tecnolĂłgicos na melhora do rendimento dos alunos. DomĂnio do conteĂșdo e conhecimento de tĂ©cnicas para explicĂĄ-lo, por parte dos docentes, ainda sĂŁo os recursos mais importantes.
Se professores e alunos da rede pĂșblica puderem contar com um moderno aparato tecnolĂłgico, tanto melhor. NĂŁo serĂĄ esse equipamento, no entanto, o responsĂĄvel pelo avanço de que a educação paulista tanto necessita.
A prioridade deve estar no treinamento e na contratação de professores competentes, no ensino de qualidade das disciplinas bĂĄsicas, como portuguĂȘs, matemĂĄtica e ciĂȘncias, e na atenção especial aos alunos com maior dificuldade de aprendizado.
Trata-se de lição tão simples que pode ser apresentada num velho quadro-negro, com giz. O Estado mais rico do Brasil, contudo, ainda não foi capaz de pÎ-la em pråtica.
Editoriais - Fonte: Folha de S.Paulo - 13/04/12.
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