FM - Faculdade Mental

MARILENE CAROLINA - 11/12/2008

ARTE NA AREIA

ART BASEL MIAMI BEACH

English: http://www.daylife.com/search?q=MIAMI+ART+BASEL+2008
O artista suÃÃ§o Olaf Breuning's mostra o trabalho, encomendado pelo Hotel Sagamore, que celebra a competiÃ§Ã£o de Arte Basel Miami. "NÃ£o estÃ¡ Ã venda", disse Breuning sobre as toneladas de areia usadas no enorme busto. Os organizadores da Art Basel de Miami se recusaram a deixar que a recessÃ£o dos EUA afetasse os negÃ³cios realizados com a competiÃ§Ã£o. Na competiÃ§Ã£o da SuÃÃ§a as vendas tiveram quedas, disseram os diretores.
Fonte: Terra - 10/12/08.
Veja mais fotos: http://www.daylife.com/search?q=MIAMI+ART+BASEL+2008

MUSEU DE ARTES E OFÃCIOS: TOMBAMENTO
O Instituto do PatrimÃ´nio HistÃ³rico e ArtÃstico Nacional (IPHAN) instaurou oficialmente, o processo de tombamento do acervo do Museu de Artes e OfÃcios, doado ao patrimÃ´nio pÃºblico federal pela presidente do Instituto Cultural FlÃ¡vio Gutierrez, Angela Gutierrez. O acervo, que consiste numa coleÃ§Ã£o de 2.147 peÃ§as reunidas ao longo de dÃ©cadas, apresenta ao pÃºblico as artes e os ofÃcios que deram origem a muitas das profissÃµes e peÃ§as que permitem aos visitantes fazer uma empolgante viagem ao universo do trabalho nos Ãºltimos trÃªs sÃ©culos.
Fonte: O Tempo - 13/12/08.
MUSEU DE ARTES E OFÃCIOS - http://www.mao.org.br/
IPHAN - http://www.iphan.gov.br/
Instituto Cultural FlÃ¡vio Gutierrez - http://www.icfg.com.br/

ONDA DE QUALIDADE
Acesse http://www.tvcultura.com.br/radiofm/ e ouÃ§a a melhor mÃºsica erudita.
Fonte: O Tempo - 12/12/08.

PRÃŠMIO DE LITERATURA
JÃ¡ estÃ£o abertas as inscriÃ§Ãµes para a segunda ediÃ§Ã£o do PrÃªmio Governo de Minas Gerais de Literatura. Os interessados tÃªm atÃ© o prÃ³ximo dia 30 de janeiro de 2009 para apresentarem seus trabalhos. Ao todo, serÃ£o distribuÃdos R$ 212 mil nas quatro categorias de um dos mais importantes prÃªmios literÃ¡rios do paÃs. O edital e os documentos necessÃ¡rios estÃ£o disponÃveis no site www.cultura.mg.gov.br.
Fonte: O Tempo - 12/12/08.

GUIMARÃƒES ROSA NA ÃUSTRIA
Um estudo publicado na Holanda, escrito pelo austrÃaco Stefan Kutzenberger, estabelece relaÃ§Ãµes entre a obra do escritor mineiro JoÃ£o GuimarÃ£es Rosa e o filÃ³sofo dinamarquÃªs Soren Kierkegaard. Professor de literatura da Universidade de Viena, Stefan Ã© autor do livro "Europa em Grande SertÃ£o: Veredas. Grande SertÃ£o: Veredas na Europa". Ainda sem previsÃ£o de data de publicaÃ§Ã£o no Brasil, o livro de Kutzenberger acaba de ser lanÃ§ado na terra de Wittgenstein.
Fonte: O Tempo - 10/12/08.
Leia mais e veja capa do livro: http://www.dw-world.de/dw/article/0,,3857540,00.html
Universidade de Viena - http://www.univie.ac.at/

PESQUISA DE INFORMAÃ‡Ã•ES BÃSICAS MUNICIPAIS DO IBGE
Estudo, feito em todos os 5.564 municÃpios brasileiros durante o primeiro semestre de 2008, traz informaÃ§Ãµes sobre a estrutura, dinÃ¢mica e funcionamento dos municÃpios do paÃs.
Fonte: O Tempo - 13/12/08.
Saiba mais:
http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/perfilmunic/default.shtm

DO HORROR BROTA A GRANDEZA
Uma quadrilha de dez a quinze terroristas, meninada em torno de 20 anos, toma de assalto a lendÃ¡ria Bombaim, na Ãndia, hoje Mumbai, e sai matando a torto e a direito. Simples assim. Com armas pesadas e modernÃssimas, o bando mata sorrindo, segundo testemunhas. Entra em lugares apinhados e famosos, tambÃ©m na cozinha de um hotel de muitas estrelas. Um grupo de jovens chefs com animaÃ§Ã£o e capricho prepara jantares para hÃ³spedes e outros clientes. Os meninos terroristas entram, sorriem e fuzilam todo o grupo. Saem pelo imenso hotel matando, e, depois de algumas horas (foram dias inteiros!!!), hÃ¡ lugares onde o assoalho Ã© escorregadio de tanto sangue.
AtÃ© hoje nÃ£o sei se tudo ficou esclarecido, pois as notÃcias eram vagas e confusas, e a matanÃ§a dos inocentes, vasta e desordenada para quem recebia as notÃcias, parece que foi muito bem preparada: havia meses a gangue assassina treinava, preparava, sondava terreno, ia se instalando nos prÃ³prios hotÃ©is escolhidos, levando armamentos e preparando salas de comando com sofisticados recursos. Enquanto isso, ali junto, pais de famÃlia, crianÃ§as, mulheres grÃ¡vidas, simples empregados e altos funcionÃ¡rios, da modesta faxineira ao mais bem-posto milionÃ¡rio, viviam sua vidinha ou vidona, sem imaginar que sua morte espreitava com um belo sorriso num rosto de garotÃ£o. A vida tem dessas coisas, nÃ£o temos lÃ¡ grande controle sobre ela, corremos muitas vezes como animais confusos para o matadouro.
HÃ¡ mais tragÃ©dias na lista do momento, como aqui ao lado, na bela, ensolarada, mÃ¡gica Santa Catarina, onde meus filhos quando meninos iam surfar e eu mesma jÃ¡ experimentei momentos de beleza e serenidade, de pura alegria. Agora, nesse suposto paraÃso, o tsunami â€“ relatava uma jovem vitimada pelo horror â€“ nÃ£o era Ã¡gua e espuma, mas lama, barro, pedras enormes, arrastando casas, Ã¡rvores, corpos de gente e de bichos. Pessoas foram enterradas no quintal ou na hortinha, pois nada mais sobrava, nem um metro de terra firme. Alguns desaparecidos jamais serÃ£o achados. Povoados nÃ£o poderÃ£o ser reconstruÃdos, pois o terreno simplesmente sumiu. FamÃlias para sempre destroÃ§adas, para todo o sempre, sem sentido, sem aviso, sem entender nada. NÃ£o hÃ¡ o que dizer.
Mas nÃ£o Ã© apenas isso a nossa vida: Ã© tambÃ©m a revelaÃ§Ã£o da grandeza humana, uma onda incessante de generosidade e compaixÃ£o. Pessoas simples de Santa Catarina doam o essencial; acolhem em sua casa vizinhos ou desconhecidos que tudo perderam e, em boa parte, jamais vÃ£o recuperar. Gente modesta do paÃs inteiro se mobiliza e as estradas (muitas nem existem mais) seriam insuficientes para esse trÃ¡fego de humanidade. Empregadas domÃ©sticas dÃ£o um de seus trÃªs pares de sapatos usados; crianÃ§as dÃ£o dois de seus cinco brinquedos; famÃlias doam um colchÃ£o e dormem apertadas; gente manda uma lata de leite em pÃ³ e bota mais Ã¡gua na caneca de seus filhos.
Isso tem de valer mais do que todo o frio horror da natureza, descontrolada em parte pela nossa irresponsabilidade, ganÃ¢ncia e despreparo, e pela fatalidade que nos ronda. Tem de valer mais do que a perversÃ£o dos terroristas que mataram sorrindo, mais atÃ© do que a desgraÃ§a de milhares de pessoas que nada tinham a ver com isso, aqui e no outro lado do mundo: o rabino idealista com sua mulher, os garÃ§ons e camareiras, os casais em lua-de-mel, os velhos em sua primeira viagem juntos, os empresÃ¡rios ocupados e os funcionÃ¡rios esforÃ§ados, os agricultores e professoras, os namorados, as grÃ¡vidas, os bebezinhos.
Na hora da tragÃ©dia, aqui e lÃ¡, a solidariedade â€“ que sÃ³ floresce na dor â€“ vem com forÃ§a. Estamos na sombra, estamos no abismo, doentes, sofridos, perdidos, Ã³rfÃ£os e enlutados, sem ter nem para onde voltar â€“ mas, em algum lugar, alguÃ©m, um desconhecido que jamais iremos ver, ou o vizinho prÃ³ximo, no fim desse horrendo tÃºnel, abre os braÃ§os e diz: irmÃ£o. Essa era a palavra que, sÃ³ ela, poderia nos salvar. E foi pronunciada.
Lya Luft - Fonte: Veja - EdiÃ§Ã£o 2090.

IDIOTIA RURALISTA
Idiotia Ã© uma forma de retardo grave. Com alguma licenÃ§a, o termo pode ser aplicado Ã mais recente manobra do MinistÃ©rio da Agricultura, em conluio com a Frente Parlamentar da AgropecuÃ¡ria (vulgo bancada ruralista do Congresso Nacional), para desfigurar o CÃ³digo Florestal. Por qualquer Ã¢ngulo que se considere, ela Ã© atrasada e retrÃ³grada.
A proposta foi vazada por ONGs que participaram de duas reuniÃµes de um grupo de trabalho composto pelas pastas da Agricultura, do Meio Ambiente e do Desenvolvimento AgrÃ¡rio. JÃ¡ nÃ£o participam mais.
Os ambientalistas retiraram-se em protesto contra uma sugestÃ£o de mudanÃ§a que faz o debate sobre a mudanÃ§a do CÃ³digo Florestal recuar sete anos, Ã proposta de reforma do deputado Moacir Micheletto (PMDB-PR). Seu projeto baixava de 80% para 50% a reserva legal de propriedades que tivessem derrubado floresta tropical na AmazÃ´nia, e de 35% para 20% as Ã¡reas de cerrado na mesma regiÃ£o.
Em 2001, quando esse projeto foi aprovado em comissÃ£o mista do Congresso, houve um enorme protesto. A reforma do cÃ³digo nÃ£o prosperou. Agora se levanta do tÃºmulo.
A nova investida ruralista, chancelada ao que parece pelo ministro Reinhold Stephanes, ressuscita o projeto Micheletto. Se nÃ£o o corpo, por certo seu espÃrito. Um espÃrito chantageador, que acusa o CÃ³digo Florestal de inviabilizar a agricultura nacional, embora esta tenha prosperado como nunca durante sua vigÃªncia.
PropÃµe-se ali, por exemplo, uma anistia para todas as Ã¡reas de preservaÃ§Ã£o permanente (APPs, coisas como margens de corpos d'Ã¡gua e topos de morro) ocupadas irregularmente antes de 31 de julho de 2007. Em outras palavras, a velha polÃtica brasileira de premiar quem descumpre a lei.
HÃ¡ mais, porÃ©m. A reduÃ§Ã£o da reserva legal a atÃ© 50% (floresta amazÃ´nica) e atÃ© 20% (Ã¡reas de cerrado na AmazÃ´nia) reviveria Ã sombra do zoneamento ecolÃ³gico-econÃ´mico. Onde ele fosse feito, os governos estaduais teriam a prerrogativa de instituir percentuais menores que 80% e 35%, respectivamente.
Para usar uma metÃ¡fora bem rural, seria pÃ´r a raposa para cuidar do galinheiro. Para usar outra, seria abrir a porteira -pela qual passariam entÃ£o a boiada e bancada do desmatamento, sem aperto nem afobaÃ§Ã£o.
Espantoso Ã© o momento escolhido para ventilar o retrocesso. Na mesma semana, o governo federal anunciou o compromisso de reduzir o desmatamento em 40%, atÃ© 2010, e em mais 60%, atÃ© 2017, chegando a 5.000 km2 anuais (contra 19.500 km2 na mÃ©dia anual do perÃodo 1996-2005 e 11.900 km2, agora).
Divulgou, tambÃ©m, um aumento de 4% na taxa de desmatamento amazÃ´nico de 2007/2008 em relaÃ§Ã£o a 2006/2007. Interrompeu-se, assim, a sÃ©rie de trÃªs quedas anuais sucessivas. Ainda assim, era algo a comemorar com moderaÃ§Ã£o, pois no final de 2007 havia expectativa de que fosse bem maior, de uns 40%.
Pior, a proposta ruralista-ministerial veio Ã luz na semana em que comeÃ§ou em Poznan (PolÃ´nia) a reuniÃ£o de negociaÃ§Ã£o internacional sobre mudanÃ§a climÃ¡tica. O governo brasileiro tinha para exibir ali o trunfo da adoÃ§Ã£o de metas quantitativas de combate ao aquecimento global, reduzindo sua principal fonte de emissÃµes de carbono (desmatamento).
O aval de Stephanes Ã proposta arrasadora, se confirmada, sinaliza o seguinte para eventuais doadores internacionais ao Fundo AmazÃ´nia: nossas metas nÃ£o devem ser levadas a sÃ©rio.
Marcelo Leite Ã© autor dos livros "CiÃªncia - Use com Cuidado" (Editora da Unicamp, 2008) e "Brasil, Paisagens Naturais - EspaÃ§o, Sociedade e Biodiversidade nos Grandes Biomas Brasileiros" (Editora Ãtica, 2007). Blog: CiÃªncia em Dia (http://cienciaemdia.folha.blog.uol.com.br/). E-mail: cienciaemdia.folha@uol.com.br. Fonte: Folha de S.Paulo - 07/12/08.
MinistÃ©rio da Agricultura - http://www.agricultura.gov.br/
Frente Parlamentar da AgropecuÃ¡ria - http://www.fpagropecuaria.com.br/
CÃ³digo Florestal - http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L4771.htm