CARNAVAL NO MUNDO
CARNAVAL EM VIAREGGIO - ITÃLIA
Itália - Carro alegórico traz os bonecos que representam o primeiro-ministro Romano Prodi (esq.) ao lado do lÃder da oposição Silvio Berlusconi, durante desfile do carnaval de Viareggio.
Fonte: Terra - 20/01/08.
PORTAL DA CAPES É MODELO DE ACESSO À CIÊNCIA
http://www.periodicos.capes.gov.br/portugues/index.jsp
O acesso livre e gratuito a revistas e publicações cientÃficas tem sido objeto de artigos publicados neste e em outros jornais, sobretudo comparando os modelos de outros paÃses (EUA e Reino Unido) e minimizando os esforços e avanços já alcançados pelo Brasil nessa área. A defesa dessa lógica parece razoável.
Se a ciência é primariamente paga pelo dinheiro público, então seu resultado deve ser igualmente desse mesmo público e, portanto, de livre acesso. Mas publicar tem um custo, mesmo na internet. Quando há trabalhos de editoria, avaliação e revisão de texto, esses custos aumentam.
A inserção brasileira no cenário cientÃfico internacional cresceu exponencialmente nos últimos anos. O Brasil ocupa hoje a 15ª posição no ranking de produção cientÃfica mundial, fruto do esforço da comunidade cientÃfica e da avaliação continuada dos programas de pós-graduação.
O sistema de pós-graduação, que cresce ao redor de 15% ao ano, associado ao sistema de avaliação, foi responsável em grande parte pelo incremento qualitativo e quantitativo da nossa produção cientÃfica.
Lançado em novembro do ano 2000, o Portal de Periódicos da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de NÃvel Superior) constitui o instrumento mais importante na disseminação da informação cientÃfica no Brasil e um recurso indispensável à produção cientÃfica e tecnológica nacional.
A um custo de US$ 35 milhões, o portal dá acesso a 188 instituições, das quais 156 o fazem inteiramente de graça. Estas incluem as instituições de ensino superior federais, os Cefets, as estaduais e municipais com pelo menos um curso de pós-graduação nota quatro e as privadas com pelo menos um curso de pós-graduação nota cinco.
Nessas instituições, o acesso individual a essa gigantesca biblioteca é permitido a todos estudantes, servidores e professores. Nas bibliotecas dessas instituições, o acesso é permitido ao público em geral.
O portal disponibiliza o conteúdo atualizado sobre as descobertas cientÃfico-tecnológicas mundiais de todas as áreas do conhecimento, sendo uma das maiores bases de dados eletrônicas do mundo.
Sua filosofia é Ãmpar na comunidade cientÃfica. Seu custo, quando analisado em função da sua distribuição geográfica igualitária e democrática, pelo impacto na graduação, na pós-graduação e na extensão e pela importância no desenvolvimento cientÃfico e tecnológico do paÃs, é irrisório.
Os 51 milhões de artigos baixados em 2007 resultaram num custo de US$ 0,72 por artigo, o que está muitas vezes abaixo do valor que seria cobrado por acessos individuais ou mesmo fotocópias.
Em grandes universidades norte-americanas, como a Ucla, o custo da assinatura eletrônica de cerca de 11 mil periódicos e bases de dados atinge US$ 11 milhões anuais -restrita exclusivamente aos profissionais dessa universidade. Para Harvard, esse valor atinge US$ 27 milhões.
O custo médio para as instituições brasileiras, levando em consideração somente aquelas de acesso gratuito, atingiu em 2007 o valor de US$ 237 mil/instituição. Os dados mostram que o portal da Capes oferece um acesso semelhante ao de Harvard ou Ucla a um custo 114 ou 46 vezes menor do que aquelas duas instituições.
O acesso livre, na verdade, envolve pagamento pela publicação. Supondo que toda a produção cientÃfica brasileira indexada em 2007 houvesse sido realizada em periódicos de acesso livre imediato, os cofres públicos teriam arcado com uma despesa de cerca de US$ 24 milhões, assumindo um custo médio de cerca de US$ 1.000/ trabalho, quase o custo do portal.
Esses artigos estariam abertos ao domÃnio público, mas as nossas instituições, se todo o investimento fosse direcionado para somente "open access", estariam sem acesso à maior parte da produção cientÃfico-tecnológica mundial.
Num mundo ideal, o acesso seria livre e gratuito a todos. No entanto, a realidade é outra. E, se não fosse o Portal de Periódicos da Capes, nosso paÃs como um todo estaria à margem do acesso ao conhecimento, e nossa ciência, certamente, não teria tido o avanço claramente constatado dos últimos anos.
Marco Antonio Raupp, 69, doutor em matemática, é presidente da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência). Jacob Palis Jr., 67, doutor em matemática, é presidente da ABC (Academia Brasileira de Ciências). Luiz Eugênio Araújop de Moraes Mello, 50, doutor em neurofisiologia, é presidente da FeSBE (Federação de Sociedades de Biologia Experimental).
Fonte: Folha de S.Paulo - 21/01/08.
PERGUNTAR NÃO OFENDE
O Brasil entrou em 2008 com poucas certezas e um mar de dúvidas sobre o cenário internacional, a economia interna, a febre amarela, o racionamento de energia e o tão propalado corte de gastos, entre outros. Em resumo:
1) A maior potência planetária vai ou não entrar em recessão, enquanto Democratas e Republicanos prometem aumento de gastos e corte de impostos nas suas campanhas à Presidência?
2) A ortodoxia de Pedro Malan, Antônio Palocci e agora Guido Mantega será ou não suficiente para agüentar o tranco? Ou seja: quais os possÃveis efeitos no Brasil de uma recessão nos EUA?
3) O investidor em Bolsa vai se esborrachar ou apenas ganhar menos do que na farra de 2007?
4) O tal "nÃvel mÃnimo" de segurança das hidrelétricas do Sudeste e do Centro-Oeste segura a onda ou vem apagão por aÃ?
5) Vai dar tempo de o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, ler e aprender tudo direitinho até lá? Ou vai ser só um pau-mandado da ministra Dilma?
6) As pessoas devem ou não se vacinar contra a febre amarela, que já fez pelo menos 11 vÃtimas, com sete mortes, em menos de um mês?
7) Ou é melhor se trancarem em casa nas férias de janeiro e fevereiro, no Carnaval e na Semana Santa, para fugir do risco? E por que a turma do Planalto se vacinou?
8) E o corte de gastos com o fim da CPMF, era história do bicho-papão? Vai ficar no aumento do IOF e da CSLL e não se fala mais nisso ?
9) Aliás, por que tanto auê com o fim desse imposto se a arrecadação aumentou, sem contar a CPMF, mais de R$ 24 bi em 2007?
10) E por que estimular a garotada a gastar seu suado dinheirinho em faculdades de direito se 6.323 vagas eram vagabundas e foram para o lixo? Não é melhor investir em bons cursos profissionalizantes? As respostas? Não se anime. Nem quando o Carnaval chegar...
Eliane Cantanhêde - Fonte: Folha de S.Paulo - 20/01/08.
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