UNIĂO INTERNACIONAL DE ARQUITETOS
PROJETO ARCA
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http://www.e-architect.co.uk/russia/ark_russia.htm
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http://www.huffingtonpost.com/2010/12/30/the-ark-remistudio_n_802732.html
International Union of Architects -
http://www.uia-architectes.org/texte/england/Menu-1/0-pourquoi.html
Arquitetos russos projetaram um prédio considerado por eles ecologicamente autossustentåvel e que, ainda por cima, é capaz de resistir à maioria dos desastres naturais. Segundo os arquitetos, a estrutura seria utilizada principalmente como moradia e como hotel.
O Projeto Arca, como Ă© chamado, foi concebido pela empresa Remistudio com o apoio do programa Arquitetura de AuxĂlio contra Desastres da UniĂŁo Internacional de Arquitetos.
A Arca pode resistir a maremotos, terremotos, furacÔes e outros desastres naturais. Ainda por cima, durante um desses momentos extremos, o prédio pode se autossustentar.
A construção em forma de concha, com arcos e cabos, permite a melhor distribuição do peso, por isso a resistĂȘncia a terremotos. JĂĄ o ambiente de estufa tem uma grande vegetação que ajudaria na qualidade do ar e no fornecimento de alimento. O projeto utiliza painĂ©is solares para a captação de energia e um sistema de coleta de chuvas para o abastecimento de ĂĄgua.
Fonte: O Tempo - 12/01/11.
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UniĂŁo Internacional de Arquitetos -
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UM BRASIL COM VĂRIAS LĂNGUAS
Muito trabalho jĂĄ foi feito, mas uma opiniĂŁo entre os especialistas Ă© unĂąnime: ainda falta conhecer a grande diversidade de lĂnguas faladas no paĂs, que convivem lado a lado ou distantes do idioma oficial, o portuguĂȘs. A visĂŁo, aos poucos, parece ser tornar mais clara. E o Brasil, alĂ©m de ser multirracial e heterogĂȘneo culturalmente, tem tambĂ©m falantes que se diferenciam bastante entre si.
Para diminuir a especulação sobre a diversidade linguĂstica nacional e se tornar mais nĂtida a realidade sobre esse contexto, um projeto - aprovado em dezembro pelo ex-presidente Lula - começa a ser colocado em prĂĄtica. Trata-se do InventĂĄrio Nacional da Diversidade LinguĂstica (INDL), que tem uma missĂŁo proporcional ao tamanho do territĂłrio brasileiro.
"O desafio Ă© enorme. Hoje, os prĂłprios linguistas que atuam no paĂs nĂŁo tĂȘm o mapa dessa diversidade linguĂstica. Eles nĂŁo sabem quais lĂnguas merecem uma intervenção mais rĂĄpida, em razĂŁo de sua fragilidade", observa Ana Gita de Oliveira, gerente de identificação do Departamento de PatrimĂŽnio Imaterial do Instituto do PatrimĂŽnio HistĂłrico e ArtĂstico Nacional (Iphan).
Responsåvel por administrar a execução do trabalho, que envolve diversas outras instituiçÔes - como universidades, institutos, ministérios do governo e até a Unesco -, o Iphan tem também o papel de orientar as pesquisas, como jå vinha acontecendo desde 2009.
Naquele ano, foi dada a largada para a execução de oito projetos-piloto que tinham como objetivo iniciar o processo de identificação de expressĂ”es linguĂsticas em diferentes comunidades. Estudiosos ligados a universidades e institutos de pesquisa encaminharam propostas cuja a finalidade, entre outras, era contribuir para a formação de uma metodologia que servirĂĄ de base para o INDL.
A ação mobiliza esforços de pessoas de vĂĄrias partes. Em especial, linguistas das principais universidades do paĂs.
"Eles ficaram visivelmente interessados em desenvolver uma metodologia que tem como finalidade um diagnĂłstico capaz de propiciar o desenvolvimento de polĂticas pĂșblicas para a preservação. Outra caracterĂstica considerada Ă© a chance de, pela primeira vez, conhecermos comunidades linguĂsticas atĂ© entĂŁo ignoradas", diz Ana Gita.
O trabalho do INDL serĂĄ constituĂdo de duas etapas. Em um primeiro momento, serĂĄ estabelecida uma proposta de mapeamento do universo das comunidades linguĂsticas do Brasil, realizando uma descrição das condiçÔes que elas estĂŁo; da sua histĂłria, para que isso resulte em polĂticas pĂșblicas de planejamento e implantação.
"Conhecendo a situação dessas comunidades, torna-se mais fĂĄcil perceber quais delas estĂŁo correndo risco de desaparecimento ou nĂŁo. A partir disso, Ă© possĂvel estimular a realização de tarefas que vĂŁo dar continuidade Ă documentação da cultura ali presente. E os habitantes daquele lugar vĂŁo ser orientados para dar continuidade a esse trabalho, a fim de que eles mesmos consigam dar conta desses procedimentos no futuro", complementa Ana.
A metodologia empregada em cada grupo, lembra a gerente de identificação do Departamento de PatrimĂŽnio Imaterial do Iphan, foi individual. Mas o desdobramento das discussĂ”es geradas nos dois anos de pesquisa nĂŁo se restringe Ă s necessidades apenas de comunidades indĂgenas, por exemplo, e pretende ser expandida para os demais nĂșcleos do paĂs que demandam estudos e documentação.
Panorama
Hoje, no Brasil, sĂŁo faladas cerca de 210 lĂnguas. este total, 170 sĂŁo praticadas por indĂgenas de diferentes comunidades
Outras 30 sĂŁo variantes faladas por descendentes de imigrantes
HĂĄ ainda, pelo menos, duas lĂnguas de sinais de comunidades surdas, como as variantes praticadas no Nordeste; alĂ©m de lĂnguas crioulas e expressĂ”es linguĂsticas diferenciadas nas comunidades de origem quilombola. Algumas jĂĄ foram reconhecidas, mas outras ainda carecem de uma melhor identificação
HĂĄ tambĂ©m uma grande riqueza de usos, prĂĄticas e variedades da prĂłpria lĂngua portuguesa falada no paĂs.
ExpressÔes de Norte a Sul mereceram atenção
Os projetos-piloto realizados, a partir de 2009, debruçaram-se sobre comunidades localizadas em todas as regiĂ”es do paĂs. A ideia Ă© que cada grupo analisado fosse representativo das condiçÔes que poderiam ser estendidas para muitos outros.
Dessa forma, foi elaborado um levantamento da natureza linguĂstica e cultural, configurando a abordagem sociolinguĂstica utilizado pela maioria. Fizeram parte do estudo as comunidades indĂgenas Nahukwa e Matipu do Alto-Xingu; grupos de surdos de JoĂŁo Pessoa (PB) e Recife (PE), que se comunicam com a lĂngua brasileira de sinais (libras) de maneira peculiar, como se tivessem sofrido a influĂȘncia do sotaque da regiĂŁo. Houve tambĂ©m um trabalho de registro da lĂngua asurinĂ, praticada por Ăndios do Tocantins, dentre outros.
"Desde 1997, nĂłs jĂĄ havĂamos feito um trabalho com a lĂngua dos asurinĂ. E mantemos uma relação, nĂŁo sĂł do registro da lĂngua, com a produção dos dicionĂĄrios, mas tambĂ©m com a parte de criação de materiais para a escola asurinĂ. Assim, Ă© possĂvel ensinar a lĂngua que sofreu muitos impactos, desde o contato que eles sofreram a partir dos anos 50", completa Ana Suelly Arruda CĂąmara Cabral, coordenadora do projeto. (CAS)
LĂnguas - Os idosos sĂŁo as principais fontes de conhecimento
Em grande parte das comunidades, hĂĄ um fato a ser considerado: sĂŁo os indivĂduos mais velhos que ainda portam as informaçÔes capazes de serem catalogadas. Em algumas aldeias, por exemplo, o domĂnio das variantes linguĂsticas se restringem aos mais velhos.
Os jovens, em razĂŁo do maior contato com as mĂdias, em especial a televisĂŁo, e com a lĂngua portuguesa, como observa a linguista e antropĂłloga Bruna Franchetto, nĂŁo tĂȘm o mesmo envolvimento com o idioma de origem.
"Os matipu e nahukwa, do Alto Xingu, sĂŁo falantes plenos das suas lĂnguas nativas. Elas sĂŁo usadas no dia a dia em todos os domĂnios e contextos. NĂŁo apresentam sinais de enfraquecimento, mas outros se percebem claramente na transmissĂŁo geracional de tradiçÔes. Conhecimentos que sĂŁo veiculados e transmitidos exclusivamente na lĂngua nativa. Isso, sobretudo, caracteriza as geraçÔes mais novas que sĂŁo mais atraĂdas pelo mundo das cidades", diz a antropĂłloga, que coordenou o projeto realizado com esses Ăndios.
Afro-brasileiros. CaracterĂstica semelhante Ă© percebida com as variantes de origem afro-brasileira, que, se hoje existem, Ă© em razĂŁo de algumas palavras que foram incorporadas ao vocabulĂĄrio portuguĂȘs. Investigando a população que vive em duas ruas, Tabatinga e Cruz do Monte, em Bom Despacho, de Minas Gerais, a pesquisadora Margarida Petter, do Departamento de LinguĂstica da USP, confirma: "No Brasil, nĂŁo hĂĄ nenhuma comunidade que fala alguma lĂngua africana, nem mesmo nas comunidades remanescentes de quilombos. O que nĂłs temos sĂŁo casos como em Bom Despacho, em que hĂĄ a manutenção de algumas palavras de origem africana que a comunidade usa como uma marca de identidade".
Ela afirma que parte das palavras foram identificadas como proveniente do grupo banto, que sĂŁo faladas em Angola e Moçambique. E hoje, quem conhece algumas das expressĂ”es, visĂveis no emprego de nomes de estabelecimentos da cidade, diz que sĂŁo gĂrias.
Carlos Andrei Siquara - Fonte: O Tempo - 10/01/11.
Leia mais:
http://www.cultura.gov.br/site/2010/12/13/inventario-de-diversidade-linguistica/
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