UM TREM PARA AS ESTRELAS...
ROYAL RAJASTHAN ON WHEELS
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http://www.royalrajasthanonwheels.com/photogallery.html
Ãndia - SuÃte de luxo do novo trem de passageiros Royal Rajasthan on Wheels é apresentada durante viagem inaugural pelo deserto do Estado de Rajasthan. O veÃculo tem capacidade para 82 pessoas, possui 13 salões de luxo, quatro vagões de serviço e dois restaurantes. As diárias variam entre US$ 800 e US$ 2 mil.
Fonte: Terra - 13/01/09.
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IGREJA ATACA O "ROUBA, MAS FAZ"
A Campanha da Fraternidade, organizada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil na Quaresma, visará neste ano a ética na polÃtica. A fim de propor projeto de lei contra a participação dos "ficha-suja" nas eleições, a campanha da Igreja Católica combaterá a ideia do "rouba, mas faz", o foro privilegiado e a imunidade parlamentar para crimes comuns.
Fonte: Folha de S.Paulo - 12/01/09.
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - http://www.cnbb.org.br/ns/
GRANDE MUSEU
Uma espiadela no site do museu Guggenheim (http://www.guggenheim.org/) é uma verdadeira aula de arte.
Fonte: O Tempo - 15/01/09.
A CRISE E OS COMPROMISSOS COM A EDUCAÇÃO
Nos últimos anos, um número crescente de governos estaduais e municipais, assim como empresas do setor privado, buscaram implementar ações com o objetivo de promover a redução das desigualdades sociais.
No entanto, 2009 começa invadido por perspectivas pessimistas geradas pelas consequências da crise financeira que assolou o mundo no segundo semestre de 2008.
Prefeitos de todo o paÃs tomaram posse discursando sobre cortes nos orçamentos municipais, embora a maioria deles tenha ressaltado que o social não sofrerá alterações.
Neste ano, teremos a chance de pôr a prova nossa capacidade de maior coerência entre o discurso e a prática, algo que parece óbvio, mas tão difÃcil de realizar não só nas polÃticas públicas mas também nas ações empresariais, como mostram inúmeros exemplos da nossa história.
Temos a chance de cumprir compromissos de campanhas polÃticas e de balanços empresariais, de modo a incluir novos segmentos sociais nas diferentes instâncias de participação da sociedade.
Temos muito a aprender em termos de justiça social e democracia, como construir fortes instituições da sociedade civil, monitorar as polÃticas do Executivo e do Legislativo e, especialmente, acompanhar os orçamentos públicos.
Nesse sentido, o Movimento Nossa São Paulo tem dado um exemplo de que é possÃvel mobilizar os diferentes segmentos da sociedade paulistana para construir e se comprometer com uma agenda e um conjunto de metas que visem tornar São Paulo uma cidade mais justa e sustentável.
Para que isso se torne uma realidade no curto prazo, é fundamental o esforço de cada um para propor, acompanhar e cobrar as promessas e propostas governamentais, assim como os planos de responsabilidade social das empresas, que não podem apenas cortar investimentos sociais como primeira medida para se proteger da crise.
Parece óbvio que, numa situação de crise, o foco deve ser a equidade e os direitos do ser humano e, portanto, as áreas sociais devem ser priorizadas para não aumentarmos o fosso existente entre as diferentes camadas da sociedade.
No processo de construção de uma sociedade mais justa, chegamos ao consenso de que o investimento em educação é o maior impulsionador da diminuição das desigualdades sociais.
A divulgação de diversas avaliações nacionais e regionais demonstrou que, se há alguma melhora nos nossos indicadores educacionais, eles ainda estão longe de alcançar as metas de qualidade propostas pela sociedade -governo e sociedade civil- como condição necessária para a formação dos cidadãos brasileiros capazes de se integrarem no mundo do século 21.
Esses resultados tornam a cada dia mais urgente a implementação de uma série de medidas que invertam esse quadro.
Nesse contexto, inserem-se várias polÃticas educacionais, como o cumprimento de uma das metas do Todos pela Educação de aumentar para 5% do PIB os recursos para a educação, assim como, em São Paulo, voltarmos a destinar os 30% dos recursos para a educação, transferindo, por exemplo, para a assistência programas como o Leve Leite, que consome em torno de R$ 200 milhões.
Não podemos deixar que, mais uma vez, programas sociais de sucesso -tanto os coordenados pelo setor público quanto aqueles coordenados por institutos ou fundações do terceiro setor- sejam descontinuados.
As populações que vivem em situação de alta vulnerabilidade começaram a confiar na atuação e na efetividade desses programas. Não temos o direito de frustrá-los novamente e continuarmos apresentando um dos maiores Ãndices de desigualdade social do mundo. "Tinha medo não. Tinha era cansaço de esperança", como disse Riobaldo em "Grande Sertão: Veredas".
A construção da cidadania para alcançar uma sociedade mais justa e com equidade passa pelo reconhecimento do outro em sua dignidade pessoal como sujeito de direitos, de modo que todos tenham condições de participar do desenvolvimento econômico, social e polÃtico da sociedade.
Maria Alice Setubal, 57, socióloga, mestre em ciências polÃticas pela USP e doutora em psicologia da educação pela PUC-SP (PontifÃcia Universidade Católica de São Paulo), é diretora-presidente do Cenpec (Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária) e e presidente da Fundação Tide Setubal. Fonte: Folha de S.Paulo - 12/01/09.
USP - http://www4.usp.br/
PUC-SP - http://www.pucsp.br/
Cenpec - http://www.cenpec.org.br/modules/home/
Fundação Tide Setubal - http://www.fundacaotidesetubal.org.br/
UNIVERSIDADE: PERVERSÕES DA AUTONOMIA
A rigor, o termo autonomia significa capacidade de definir as próprias normas. Em uso corrente, inclui o sentido de autarquia ou capacidade de autogoverno.
Para avaliar objetivamente a questão da autonomia universitária, consideremos dois planos articulados: administrativo e acadêmico.
No plano administrativo, as universidades federais encontram-se travadas por aparato normativo que compromete tanto a missão acadêmica de formar com qualidade quanto o dever de buscar eficiência e economicidade como instituição pública.
Rápidos exemplos triviais. Para atividades de ensino e pesquisa, precisamos de bens de melhor qualidade e serviços mais criativos, pertinentes e competentes, quase nunca baratos.
Porém, segundo a lei de licitações, somos obrigados a contratar pelo menor preço.
Na UFBA (Universidade Federal da Bahia), seis meses de conta de água bastariam para substituir todo o obsoleto sistema hidráulico dos campi, reduzindo o consumo em até 40%.
Não obstante, é proibido mudar rubricas de custeio porque o Orçamento da União é prefixado.
Em qualquer caso, inútil economizar, porque todo o montante poupado tem de ser, ao final do exercÃcio, recolhido ao Tesouro Nacional.
Diligentemente, órgãos de controle externo nos têm auditado. O TCU (Tribunal de Contas da União), aplicando a lei, tem punido dirigentes universitários por irregularidades supostas em procedimentos que, o mais das vezes, visam a viabilizar a gestão universitária.
No plano acadêmico, a universidade se engana, e aparentemente gosta, ao pretender-se autônoma. De fato, longe estamos da mÃtica autonomia universitária.
Submetidos à crescente judicialização da sociedade, concursos docentes, processos seletivos, transferências e matrÃculas obedecem a leis e regras mais cartoriais que acadêmicas.
Projetos pedagógicos seguem, na minúcia, diretrizes curriculares estabelecidas por órgãos externos de regulação, influenciados por interesses corporativos e mercadológicos.
Linhas de pesquisa contemplam prioridades definidas por agências de fomento; programas de extensão respondem a demandas ou determinações de organismos governamentais, não-governamentais e empresariais.
A autonomia universitária nos é garantida pelo artigo 207 da Constituição Federal. Então, por que não recebemos orçamento global, definido por metas e planos?
Por que nosso quadro docente e de servidores obedece a regras do serviço público, quiçá adequadas a repartições burocráticas, porém flagrantemente contraditórias com o mandato da inovação acadêmica?
Por que nossos conselhos de gestão não têm autonomia para gerir patrimônio, custeio e receita?
Por que nossos conselhos acadêmicos têm que seguir diretrizes e regulamentos de corporações e conselhos?
Por que nossos conselhos curadores, reforçados com representação da sociedade, não poderiam fiscalizar operação, orçamentos e prestações de contas?
Por que povo e governo não nos cobram transparência, competência, desempenho e qualidade em vez de mera capacidade de seguir regras de controle e normas burocráticas?
O conceito de autonomia da universidade articula meios e fins. Como sua missão é socialmente referenciada, penso que a autonomia dos fins deve ser relativa, com participação e controle social na definição de metas e finalidades. Porém, para cumprir de modo competente seu mandato histórico, a universidade precisa gerir processos institucionais com autonomia plena dos meios.
A universidade brasileira perverte o conceito de autonomia. Onde precisa, não exerce autonomia, pois, em seu cotidiano, a gestão dos meios segue pautas extrainstitucionais e obedece a marcos heterônomos.
Entretanto, docentes e dirigentes reivindicam autonomia dos fins. Tal posição tem justificado, por exemplo, rechaçar polÃticas de ações afirmativas e inclusão social, o que pouco contribui para tornar mais justa a sociedade que abriga, sustenta e legitima a universidade.
Na atual conjuntura nacional, rica em oportunidades e desafios, pode a defesa da autonomia justificar conservadorismo social, imobilismo institucional e ranço acadêmico? Penso que não.
Immanuel Kant, propondo destradicionalizar a universidade mediante experimentação de novas formas de pensar e agir, propôs a audácia como consigna da autonomia universitária.
Seguindo o grande filósofo, defendo o conceito de autonomia somente como ousadia histórica, jamais para manter a velha universidade elitista, alienada e anacrônica, sempre para transformar e reinventar a vida.
Naomar de Almeida Filho, 56, doutor em epidemiologia, pesquisador do CNPq, é professor titular do Instituto de Saúde Coletiva e reitor da UFBA (Universidade Federal da Bahia). Fonte: Folha de S.Paulo - 11/01/09.
CNPq - http://www.cnpq.br/
Instituto de Saúde Coletiva - http://www.isc.ufba.br/welcome.asp
UFBA - http://www.portal.ufba.br/
"ONGs DO BEM", "INGs DO MAL"
A HEFAÃSTO (Vulcano, para os romanos), deus grego do fogo e da forja, enfim, de tudo o que se refere à energia, foi confiada a repartição entre os povos dos atributos relativos ao seu domÃnio. Convidou então Hélios, o Sol, para ajudá-lo na árdua tarefa. "Neste paÃs", determina HefaÃsto, "América do Norte, vamos colocar os Ãmpios tornados, os devastadores ciclones ("hurricanes'). Neste "soi-disant" Império do Sol Nascente, serão concentrados os terremotos e vulcões, manifestações da incontida energia nuclear contida no núcleo da Terra. À Rússia, sua Sibéria e adjacências serão conferidas a tortura do gelo perene, da neve de aluvião e suas consequências, tais como a quebra de colheitas e a fome. No Oriente, ventos e tempestades produzirão as mais devastadoras enchentes. No PacÃfico, tsunamis trarão, vez por outra, funestas tragédias".
E assim foi até que chegou a vez do Brasil. "Aqui vamos colocar os mais benevolentes potenciais hÃdricos, terras férteis abundantes, a pujante Amazônia, generosa solaridade e regularidade de chuvas, essenciais para o cultivo da biomassa. Enfim, tudo o que for necessário para uma produção fecunda de energia renovável".
Hélios, até então conformado com as extravagâncias de HefaÃsto, se revoltou. "Por que esse desequilÃbrio, essa manifesta injustiça? Tudo de bom em um único paÃs, tudo de ruim nos demais?" "Calma", replica HefaÃsto. "Espera só para ver a invasão de ONGs verdolengas, obsessivas, paranoicas, que vão infestar o Brasil."
Não nos ocuparemos aqui daquelas denominadas "ONGs do mal". Dentre elas, aquelas cujo propósito único é o usufruto de benesses financeiras e materiais. São denominadas ONGs sanguessugas nos compêndios de parasitologia. Tampouco consideraremos aquelas ONGs que, sustentadas por instituições e governos estrangeiros, defendem interesses alienÃgenas e se mantêm insensÃveis à s aspirações do povo brasileiro.
Concentraremo-nos, portanto, naquelas denominadas "ONGs do bem". Vamos também incluir nesse conjunto bem intencionados defensores públicos e autoridades do setor de meio ambiente. E vamos começar pelo recente leilão de eletricidade que teve como consequência a autorização e incontornável implantação de 50 termoelétricas a combustÃveis fósseis.
Argumentam esses missionários verdolengos que hidroelétricas reclamam represamento de água e que represas são prejudiciais ao meio ambiente por vários motivos.
Inicialmente, porque ocupam o espaço do ambiente natural, principalmente florestas, ameaçando espécies naturais e o equilÃbrio ecológico.
Ora, qualquer espécie que estiver restrita exclusivamente à região de uma futura represa hidroelétrica já está condenada à extinção devido ao espaço limitado. Por outro lado, a questão de espaço vital é ridÃcula, pois, se assim fosse, terÃamos que secar os lagos naturais. A maior diferença entre lagos naturais e represas é que os primeiros foram feitos pela mãe natureza (Jeová para alguns), enquanto as represas resultam da ação do homem sobre a natureza. No fundo, uma grande parcela da aversão dos chamados ambientalistas por represas é de origem religiosa.
É claro que a introdução de uma hidroelétrica, mesmo que seja ela de "fio d'água" (em que a água represada é minimizada em troca de perdas de potência e de energia), provoca mudanças no meio ambiente, que, aliás, com frequência são desejáveis, pois permitem controle de enchentes prejudiciais ao homem e ao ambiente em geral. Mas, outras vezes, podem de fato ter consequências negativas.
Todavia, os danos causados por termoelétricas são de médio e longo prazo, infinitamente maiores, devido ao aumento do efeito estufa e com consequências globais, do que o que ocorre localmente como consequência da implantação de uma hidroelétrica.
Aparentemente os oponentes à hidroelétricas não percebem que a cada vitória jurÃdica que obtêm, uma série de termoelétricas será construÃda.
Outras dessas "ONGs do bem" concentram seus ataques no álcool combustÃvel. "É preciso salvar o cerrado", dizem, "é preciso salvar a caatinga, é preciso salvar as dunas, os pântanos, o mangue, o deserto". Enfim, não se pode tocar em nada, nem nos 200 milhões de hectares de pastos. Ou seja, o Brasil é um museu intocável. Esse é o dogma divino. Não há espaço para a cana. Temos que nos conformar com os fósseis poluentes, aniquiladores.
Temos que nos conformar com a miséria do brasileiro.
Os antolhos dessa obsessão, ironicamente, fazem com que vejam as árvores e ignorem a floresta. Ou seja, salvam meia dúzia de espécimes locais (não de espécies), mas comprometem a humanidade e mesmo a vida sobre a Terra. Que Deus nos livre das "ONGs do bem", que nós nos ocuparemos das "ONGs do mal".
Rogério Cezar de Cerqueira Leite, 77, fÃsico, é professor emérito da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), presidente do Conselho de Administração da ABTLuS (Associação Brasileira de Tecnologia de Luz SÃncrotron) e membro do Conselho Editorial da Folha. Fonte: Folha de S.Paulo - 13/01/09.
Unicamp - http://www.unicamp.br/unicamp/
Rogério Cezar de Cerqueira Leite - http://www.abc.org.br/sjbic/curriculo.asp?consulta=rccl
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