TORTURA
JOVEM AFEGĂ
English:
http://www.nytimes.com/2012/08/12/world/asia/wed-and-tortured-at-13-afghan-girl-finds-rare-justice.html?pagewanted=all
Women for Afghan Women - http://www.womenforafghanwomen.org/
Human Rights Watch â http://www.facebook.com/#!/HumanRightsWatch
Facebook:
http://www.facebook.com/#!/womenforafghanwomen
http://www.facebook.com/#!/HumanRightsWatch
Jovem afegĂŁ Ă© salva apĂłs ser torturada por meses.
Quando Sahar Gul se recusou a prostituir-se ou a fazer sexo com o homem com quem foi forçada a se casar aos 13 anos, os familiares de seu marido a torturaram e a deixaram meses jogada num porĂŁo sujo, sem janelas, atĂ© ela ser encontrada pela polĂcia, deitada sobre palha e estrume de animais.
Em julho, um tribunal de recursos confirmou as sentenças de prisĂŁo de dez anos cada para trĂȘs dos familiares do marido de Sahar Gul, numa decisĂŁo saudada como triunfo legal que ressalta as conquistas dos Ășltimos dez anos em matĂ©ria dos direitos das mulheres. Ela estĂĄ se recuperando de suas feridas num abrigo para mulheres em Cabul.
Mas, para muitos defensores dos direitos humanos, o caso de Sahar Gul, que ganhou a atenção do presidente, Hamid Karzai, e da mĂdia internacional, Ă© a exceção que comprova a regra, nĂŁo passando de uma vitĂłria pequena em meio aos inĂșmeros casos de abuso a mulheres que nĂŁo vĂȘm Ă tona.
AlĂ©m disso, os grupos de defesa das mulheres temem que mesmo os avanços tĂȘnues conquistados na proteção de algumas mulheres possam ser desfeitos se a atenção do Ocidente se desviar do AfeganistĂŁo, na medida em que as tropas da Otan se retiram do paĂs e que o dinheiro internacional injetado em sua economia diminui.
"Se vocĂȘ tirar esses recursos e essa pressĂŁo, os avanços nĂŁo serĂŁo sustentĂĄveis", disse Heather Barr, pesquisadora do grupo Human Rights Watch.
Sahar Gul, que hoje tem 14 anos, cresceu em Badakhshan, uma provĂncia montanhosa pobre no norte do paĂs. ApĂłs a morte de seu pai quando ela ainda era pequena, foi viver com seu meio-irmĂŁo, Mohammad. Ela ajudava com o trabalho duro -cuidando de vacas, ovelhas e do pomar e moldando tijolos de estrume-, mas a esposa de seu meio-irmĂŁo a rejeitava. Quando Mohammad foi contatado por um homem de 30 anos, Ghulam Sakhi, sua esposa o pressionou a entregar Sahar Gul para se casar com ele, apesar de ela ainda nĂŁo ter chegado Ă idade legal do casamento: 16 anos, com o consentimento do pai.
De acordo com promotores e autoridades do governo, Ghulam Sakhi pagou pelo menos US$5.000 pela menina, numa transação ilegal. Ele a levou para a casa de seus pais, em Baghlan, a centenas de quilÎmetros de distùncia.
De acordo com Rahima Zarifi, a presidente do departamento de assuntos de mulheres de Baghlan, a primeira esposa de Ghulam Sakhi tinha fugido porque Ghulam e sua mĂŁe a espancavam, porque ela nĂŁo gerava filhos. Ainda segundo Zarifi, Ă© possĂvel que ele tenha ido tĂŁo longe para procurar uma nova esposa porque sua famĂlia pretendia forçar a jovem a se prostituir.
Frustrada porque a menina nĂŁo conseguia fazer todo o trabalho de casa pedido, a famĂlia a colocou no porĂŁo, onde ela dormia sobre o chĂŁo, sem colchĂŁo e com pĂ©s e mĂŁos amarrados com uma corda. Recebia apenas pĂŁo e ĂĄgua e era espancada regularmente.
Segundo Sahar Gul e Mushtari Daqiq, advogado do grupo de ajuda Mulheres em Defesa de Mulheres Afegãs e também advogado de Sahar Gul, a maioria dos espancamentos era feita por Amanullah, o velho pai de Ghulam Sakhi.
Eles disseram que Amanullah bateu na menina com varas, mordeu seu peito, inseriu ferros quentes em suas orelhas e vagina e arrancou suas unhas.
O meio-irmĂŁo de Sahar Gul e seu tio Khwaja tentaram visitĂĄ-la algumas vezes, mas a famĂlia dizia que ela nĂŁo estava em casa. Em dezembro passado, seis meses apĂłs o casamento, eles voltaram para a casa com dois policiais e ouviram a voz dela no porĂŁo. A polĂcia prendeu a sogra, Siyamoi, sua filha, Mahkurd, e Amanullah.
A famĂlia disse Ă polĂcia que Ghulam Sakhi fazia parte do ExĂ©rcito afegĂŁo e estava em serviço em Helmand. De acordo com moradores e autoridades locais, foi descoberto mais tarde que a informação era falsa, mas a mentira deu tempo a ele de fugir, juntamente com seu irmĂŁo. Os dois continuam foragidos. Siyamoi e Mahkurd estĂŁo numa prisĂŁo feminina em Cabul.
Em um abrigo em Cabul, Sahar Gul declarou: "Quero me tornar polĂtica e impedir que outras mulheres sofram o que eu sofri".
O receio é que seu resgate possa ser uma exceção, e não uma nova regra. "Temos muitos casos mais graves que este, em que mulheres são trucidadas", disse Zarifi. "Ninguém fica sabendo sobre elas."
Graham Bowley â Fonte: Folha de S.Paulo â 20/08/12.
MatĂ©ria original do âThe New York Timesâ:
http://www.nytimes.com/2012/08/12/world/asia/wed-and-tortured-at-13-afghan-girl-finds-rare-justice.html?pagewanted=all
Mulheres em Defesa de Mulheres AfegĂŁs - http://www.womenforafghanwomen.org/
Human Rights Watch â http://www.facebook.com/#!/HumanRightsWatch
Facebook -
http://www.facebook.com/#!/womenforafghanwomen
http://www.facebook.com/#!/HumanRightsWatch
NĂŁo deixem de enviar suas mensagens atravĂ©s do âFale Conoscoâ do site.
http://www.faculdademental.com.br/fale.php