O MENOR LIVRO DO MUNDO...
MENOR LIVRO DO MUNDO TEM TAMANHO DE GRĂO DE ARROZ (Confira a foto)
Uma exposição de bĂblias em Porto Alegre tem como destaque o menor livro do mundo. Como 5 mm, o livro Ă© pouco maior que um grĂŁo de arroz e suas pĂĄginas trazem a oração do Pai Nosso em vĂĄrias lĂnguas.
A mostra, organizada pelo Centro de Pastoral e Solidariedade, apresenta livros como uma BĂblia Luterana Antiga, escrita entre os anos 1601 e 1642, uma bĂblia em grego do sĂ©culo XVII e outra francesa, de 1866, entre outras.
A obra estĂĄ exposta na PontifĂcia Universidade CatĂłlica (PUC-RS). O evento acontece atĂ© a prĂłxima quinta, tem entrada franca e Ă© realizada em frente Ă PrĂł-Reitoria de ExtensĂŁo, na avenida Ipiranga, 6681.
Fonte: Redação Terra â 25/09/07.
BIENAL DO LIVRO NO RIO
A 13ÂȘ Bienal Internacional do Livro do Rio, encerrada ontem, bateu recorde de pĂșblico. Em 11 dias, o nĂșmero de visitantes chegou a 645 mil, contra 630 mil na Ășltima edição. Segundo Paulo Rocco, presidente do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel), o faturamento foi de R$ 43 milhĂ”es (contra R$ 41,5 milhĂ”es na Ășltima edição) e 2,5 milhĂ”es de livros foram vendidos (contra 2,3 milhĂ”es em 2005).
Uma das principais atraçÔes ontem foi a escritora americana Cecily von Ziegesar, que enfrentou uma fila de dezenas de meninas adolescentes que queriam autĂłgrafos para os livros da sĂ©rie "Gossip Girl". Ă tarde, o diplomata Alberto da Costa e Silva, as historiadoras Lilia Schwarcz e Francisca Nogueira de Azevedo e o jornalista Laurentino Gomes comentaram as comemoraçÔes dos 200 anos da chegada da FamĂlia Real, que acontecem no ano que vem.
Ainda que a feira tenha sido um sucesso de pĂșblico e vendas, e de vĂĄrios eventos terem atraĂdo muita gente (Ziraldo no sĂĄbado reuniu cerca de 500 pessoas - a maioria crianças), nem sempre as mesas funcionaram. O grande nĂșmero de escritores convidados muitas vezes significou mistura de nomes sem afinidade.
Curiosamente, uma das mesas que mais funcionou foi a dos novelistas Gilberto Braga e Silvio de Abreu, que comentaram na noite de såbado o trabalho de criação de novelas. Mas, como disse Silvio de Abreu, "isso não tem nada a ver com romance ou com literatura".
Algumas editoras comemoravam na noite de ontem nĂșmeros positivos. A Record, maior editora do paĂs, divulgou 25% a mais de vendar em relação Ă Ășltima bienal. A Objetiva (escolhida pela direção do evento como melhor estande) faturou 10% a mais. A Nova Fronteira divulgava 15% a mais de vendas.
Marcos Strecker - Fonte: Folha de s.Paulo - 24/09/07.
LIVROS
"O LIVRO, CAINDO NALMA,
Ă GERME, QUE FAZ A PALMA,
Ă GOTA, QUE FAZ O MAR."
CASTRO ALVES (O CAETANO VELOSO DO SĂCULO XIX)
Volta e meia surgem vozes decretando o fim do livro. O curioso é que todo mundo fala como se livro fosse romance. Livro é muito mais que isso. à todo o pensamento humano, em toda a sua complexidade. E Livro, é bom não esquecer, do mais leve ao mais sério, é diversão. Aqui alguns dos que li ultimamente. Em nenhum deles perdi meu tempo:
GOYA: Robert Hugues (Companhia das Letras; 497 pĂĄgs.)
O grande crĂtico australiano-americano nos dĂĄ um dramĂĄtico estudo da Espanha do sĂ©culo XVII a pretexto de falar de Goya. AlĂ©m de aprender a grande histĂłria vocĂȘ aprende tambĂ©m a pequena histĂłria, petite histoire:
1) A duquesa de Alba, a "Maja Desnuda", morreu de dengue. O nu famoso, possivelmente, Ă© de uma prostituta qualquer. A cabeça da mulher, por imposiçÔes de cima, foi substituĂda por outra e estĂĄ mal colocada. Reparem da prĂłxima vez.
2) Pra minha decepção, Goya nunca comeu a condessa. Não tinha lå tanto acesso.
Uma Noite no Majestic (Record; 347 pĂĄgs.)
Mais um livro â sĂŁo milhares, jĂĄ â sobre Proust. O tĂtulo Ă© misleading, desorientador. E o desenho da capa ajuda muito nessa desorientação do leitor. Leva-o a achar que vai ler um livro engraçadinho. O autor, Davenport-Hines, começa pelo jantar no famoso Majestic, em que, em 1922, o social promoter Sydney Schiff, sempre muy amigo, juntou Stravinsky, Diaghilev, Picasso, Joyce, e Proust, e dĂĄ a impressĂŁo de que o seu livro se desenvolverĂĄ sobre esse jantar. Mas 90% Ă© sobre o prĂłprio Proust, seu gĂȘnio e suas geniais anomalias.
Curiosidade: é evidente que Davenport se baseou na extraordinåria biografia de Proust, escrita por George Painter. Quando Proust sai do jantar e då uma carona, malsucedida, a Joyce, o diålogo de Davenport é perfeitamente igual ao de Painter. Isso "acontece" demais em literatura. O próprio Proust dava suas copiadazinhas em Ruskin, sem avisar ninguém.
A "viagem" histĂłrica no tĂĄxi de Proust durou exatamente um minuto. O Hotel Majestic ficava ao lado de onde Proust vivia. Ir de tĂĄxi podia ser por causa da asma de Proust. Ou de sua frescura. VocĂȘs decidem.
Pump and Circumstance (Os Dias Gloriosos das Bombas de Gasolina; John Margolies; Bulfinch Press Book; 127 pĂĄgs.)
Excelente trocadilho â pra tapar a boca dos que inventaram, na Inglaterra, que o trocadilho Ă© a mais baixa forma de humor. Eu, cĂĄ por mim, acho que a mais baixa forma de humor Ă© a filosofia brasileira. Embora muito engraçada.
O trocadilho Ă© sobre frase "clĂĄssica" â Pompa e CircunstĂąncia, que virou Bomba (de gasolina) e CircunstĂąncia. NĂŁo sei de onde vem a frase original e me recuso, com essa magnĂfica primavera batendo na minha janela, a consultar o Google, a cultura prĂȘtâporter.
O ĂĄlbum, com esplĂȘndidas fotos, eruditamente comentadas, Ă© a histĂłria das bombas de gasolina desde o inĂcio dos tempos, i.e., nos Estados Unidos. Me convenceu de que a Pop Art começou com aqueles postos em forma de pato e bombas como trombas de elefante. E aprendi que The Roaring Twenties â os esporrentos anos 20 â, nome popular dos anos 20, se referia ao esporro dos automĂłveis. Nunca mais houve silĂȘncio no mundo.
Wittgenstein Poker. Poker aqui não é o conhecido jogo em que o blefe não só é aceito, mas até aplaudido (como no Senado brasileiro). Trata-se de atiçador, haste de ferro com que se atiça o fogo da lareira.
O Atiçador de Wittgenstein (Difel; 330 pågs.).
O livro narra o encontro, de apenas dez minutos, entre o renomado filĂłsofo Karl Popper e o "gĂȘnio" Ludwig Wittgenstein, que nĂŁo apenas "renovou", mas "acabou" com a filosofia. O livro conta a histĂłria da "briga" entre os dois filĂłsofos.
Jå li alguma coisa de Wittgenstein e de vez em quando volto a ele. Concordo plenamente quando diz: "A negação é uma função unåria que associa um valor de verdade ao valor de verdade oposto (se 'P' é verdadeiro, '- P' é falso)". Não é mesmo?
Bertrand Russell, Ășltimo a ter alguma relação com Wittgenstein, diz que sua Ășltima premissa, de dez linhas, era "absolutamente incompreensĂvel. Mas genial".
Fart Proudly (Enthea Pressa; 128 pĂĄgs.).
Peide orgulhosamente. Textos de Benjamin Franklin que nunca foram ensinados na Escola.
Esse assunto seria fescenino se nĂŁo tivesse sido escrito por um dos gĂȘnios da cultura ocidental. O "Pai da PĂĄtria" americana aconselha todos os seus compatriotas a perderem as suas inibiçÔes quanto a emitirem gases:
"à de conhecimento universal que, digerindo comida comum, se produz, nas tripas do ser humano, certa ventosidade. Isso, escapando e se misturando à atmosfera, torna-se ofensivo à companhia, devido ao odor fétido que o acompanha. De modo que pessoas bem-educadas tentam evitar essa ofensa social, não permitindo à natureza cumprir a sua função".
E por aĂ vai o profeta americano, a essa altura jĂĄ famoso como um dos maiores cientistas do paĂs.
Franklin termina com um conceito filosófico: "Quem vive de esperança morre peidando".
Por falar em livros: como Ă© que eu vivi tantos anos sem o Stic e o Post-it?
MillÎr - Fonte: Veja - Edição 2027.
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