FM - Faculdade Mental

MANCHETES DA SEMANA - 31/08/2013

COBERTURA VEGETAL

BH: UMA CIDADE MENOS VERDE

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Foto: Dois flagrantes da Avenida Afonso Pena: com o passar dos anos, as grandes copas das Ã¡rvores sumiram.
BH perdeu 30% de sua cobertura vegetal nos Ãºltimos 25 anos. Cidade tem 18 metros quadrados de Ã¡rea verde protegida por habitante, mas a vegetaÃ§Ã£o Ã© mal distribuÃda.
Belo Horizonte, que jÃ¡ foi conhecida como a Cidade Jardim por causa da farta arborizaÃ§Ã£o planejada por seus fundadores, anda cada vez menos verde. Entre 1986 e 2010, a capital perdeu quase um terÃ§o de sua cobertura vegetal. Nos anos 80, as imagens de satÃ©lite analisadas em uma pesquisa do Instituto de GeociÃªncias da Universidade de Minas Gerais (UFMG) mostravam 117 quilÃ´metros quadrados tomados por Ã¡rvores e plantas. Em 2010, eram apenas 82 quilÃ´metros quadrados. SÃ³ metade dessa Ã¡rea Ã© protegida - tem uso assegurado como parque, praÃ§a ou reserva ecolÃ³gica. HÃ¡ uma mÃ©dia de 18,22 metros quadrados de Ã¡rea verde por habitante. NÃ£o Ã© mau. O nÃºmero supera com folga os 12 metros quadrados definidos como limite mÃnimo de preservaÃ§Ã£o no plano diretor da cidade aprovado em 1996. A distribuiÃ§Ã£o, no entanto, Ã© o problema: deixa muito a desejar. Enquanto no Barreiro, a regiÃ£o mais verde por aqui, tem-se 58,22 metros quadrados por habitante, na RegiÃ£o Noroeste essa relaÃ§Ã£o Ã© de apenas 2,05 metros quadrados.
A manutenÃ§Ã£o da cobertura vegetal da cidade Ã© um dos assuntos que preocupam os ambientalistas que estarÃ£o reunidos, na quinta (29) e na sexta (30), no FÃ³rum Sustentar, no Minascentro. â€œCometemos erros no passado, Ã© fato. Agora, precisamos discutir o que serÃ¡ feito daqui para a frenteâ€, diz o ecÃ³logo americano Douglas Trent, que vive em BH hÃ¡ oito anos e Ã© um dos organizadores do debate. SecretÃ¡rio municipal do Meio Ambiente e vice-prefeito, DÃ©lio Malheiros (PV) classifica como â€œnaturalâ€ a perda de Ã¡rea verde nas Ãºltimas dÃ©cadas. â€œHÃ¡ que levar em conta que, vinte ou trinta anos atrÃ¡s, bairros como o Buritis ou o Castelo nÃ£o existiamâ€, afirma. â€œÃ‰ um fenÃ´meno que acontece em qualquer cidade do mundo.â€ Segundo ele, a prefeitura vem tomando medidas para aumentar as Ã¡reas verdes. Uma delas Ã© exigir a criaÃ§Ã£o de parques dentro dos novos loteamentos. Outra Ã© estimular, com isenÃ§Ã£o do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), a preservaÃ§Ã£o de grandes Ã¡reas verdes particulares. ProprietÃ¡rios de pelo menos vinte terrenos jÃ¡ foram identificados. Se pensarem como a escritora Priscila Freire, de 79 anos, eles poderÃ£o aderir ao programa municipal.
Moradora da regiÃ£o da Pampulha hÃ¡ vinte anos, ela testemunhou a ocupaÃ§Ã£o desordenada ao redor de sua casa, uma chÃ¡cara de 53 000 metros quadrados no bairro SÃ£o Bernardo. Repleta de abacateiros, acÃ¡cias, ipÃªs e mulungus, a Ã¡rea Ã© reconhecida desde 1994 como reserva particular ecolÃ³gica. HÃ¡ dois meses, Priscila procurou a prefeitura com um pedido incomum: transformar sua propriedade em uma reserva permanente. â€œA populaÃ§Ã£o de Belo Horizonte cresce sem parar. Fico preocupadaâ€, explica ela. O que fazer? A escritora resolveu deixar um parque para as futuras geraÃ§Ãµes. Uma bela contribuiÃ§Ã£o paÂ¬Â¬ra que possamos fazer jus ao apelido de Cidade Jardim.
CedÃª Silva â€“ Fonte: Veja BH â€“ Ano 2 â€“ NÃºmero 35.
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