A POSSE DE OBAMA - O PRIMEIRO
THE FIRST
English:
http://www.newyorker.com/reporting
Capa da "New Yorker", que chegou durante a semana às bancas nos EUA com retrato feito por Drew Friedman, intitulado "The First", o primeiro.
Toda MÃdia - Nelson de Sá - Fonte: Folha de S.Paulo - 19/01/09.
O SITE OFICIAL DA CASA BRANCA
http://www.whitehouse.gov/
O HOMEM DO SÉCULO
A posse de Obama foi tema ontem de 35 mil reportagens em grandes jornais, TVs e rádios do mundo -35 vez mais do que a de Bush, em 2005- registrou o Global Language Monitor. "Obama é a principal história do século até agora", disse o presidente do grupo.
Fonte: Folha de S.Paulo - 22/01/09.
FRIO DE - 10°C
A ONG de proteção aos animais People for the Ethical Treatment of Animals (Peta) distribuiu milhares de litros de chocolate quente na posse de Obama para as pessoas que não estavam usando casacos de pele nas celebrações.
Fonte: O Tempo - 19/01/09.
Peta - http://www.peta.org/
ESPERANÇA VENCE MEDO
Como prenunciado desde o dia anterior, a expressão-chave de Barack Obama, nas manchetes on-line do "New York Times" (http://www.nytimes.com/2009/01/21/us/politics/20web-inaug2.html?_r=1&hp) e do "Washington Post" (http://www.washingtonpost.com/wp-dyn/content/article/2009/01/20/AR2009012001146.html?hpid=topnews), foi "uma nova era de responsabilidade", em que será preciso enfrentar "nosso fracasso coletivo para tomar decisões difÃceis". Também o site da "Economist" (http://www.economist.com/world/unitedstates/displayStory.cfm?story_id=12964418&source=features_box_main) destacou a "nova era de responsabilidade", sublinhando ter sido um "discurso sóbrio de Obama".
O "Wall Street Journal" (http://online.wsj.com/article/SB123247866100498973.html), que já havia usado a expressão em sua manchete de papel (http://online.wsj.com/article/SB123241110108696081.html?mod=todays_us_nonsub_page_one), preferiu outra expressão para a manchete do site a conclamação de Obama aos americanos para que escolham "a esperança sobre o medo" nesta hora de enfrentar recessão e guerras. Huffington Post (http://www.huffingtonpost.com/2009/01/20/obama-inauguration-histor_n_159315.html) e Associated Press (http://news.yahoo.com/s/ap/inauguration_rdp) também foram por aÃ. Como Lula em 2002.
Toda MÃdia - Nélson de Sá - Fonte: Folha de S.Paulo - 21/01/09.
A RECONSTRUÇÃO
Ao se tornar o 44º presidente dos Estados Unidos, Barack Obama fez um dos discursos mais aguardados da história. Foi um chamamento para “sacudir nossa poeira e reiniciar o trabalho de reconstruir a Américaâ€. A Ãntegra do discurso pode ser lida no site de ÉPOCA (http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI21738-15254,00-POSSE+DE+BARACK+OBAMA+LEIA+A+INTEGRA+DO+DISCURSO.html). O tom de suas palavras foi duro, mas esperançoso. “Digo a vocês hoje que os desafios que enfrentamos são reais. Não serão enfrentados facilmente. Mas saiba, América: serão enfrentados.†Sobre as guerras, Obama disse que vai “deixar o Iraque para seu povo†e falou em forjar “uma paz duramente conquistada no Afeganistãoâ€. Agora, como disse o colunista da Folha Clóvis Rossi, “sai a palavra e entra a açãoâ€.
Fonte: O Filtro - http://www.ofiltro.com.br - 21/01/09.
CENSURA NA CHINA
A TV chinesa, que transmitia ao vivo o discurso de posse de Obama, com tradução, cortou a imagem imediatamente para o âncora quando o americano mencionou a derrota ao comunismo e a repressão a dissidentes. A palavra comunismo também foi suprimida da transcrição do discurso em chinês.
Fonte: Folha de S.Paulo - 22/01/09.
A MANCHETES DA POSSE
"Precisamos refazer os Estados Unidos" (Barack Obama)
"Protocolo. Estimativa da polÃcia de Washington aponta que público variou entre 1 milhão e 2 milhões"
"Rússia encara com reservas a chegada de Barack Obama"
"China - PaÃs solicita reforço de relação militar"
"Condições - Irã à espera de nova relação"
"Ameaça Somali"
"Papa abençôa"
"Bolsas caem"
"Estilista cubano-americana foi responsável por look dourado"
Fonte: MÃdia - 21/01/09.
NOTA DEZ
Não sou admirador fanático daquilo que se pode chamar de cultura ou civilização norte-americana, também conhecidas como "american way of life". Os admiradores têm seus motivos, os que não admiram também. Tampouco espero maravilhas curativas da gestão de Barack Obama. O mais importante já foi feito -e com brilho histórico: enterrou formalmente o preconceito racista que ainda prevalecia em algumas camadas da sociedade. Neste particular, os Estados Unidos merecem nota dez.
Acompanhei alguns momentos da posse do novo presidente e admirei a sobriedade do protocolo, sem aquelas filigranas de pompa e circunstância que marcam a subida ao trono dos poucos monarcas que ainda resistem e dos presidentes de paÃses chegados ao oba-oba.
Não houve transferência da faixa presidencial, como nos concursos das misses e nas posses dos mandatários da América Latina e de outras regiões. Tampouco a presença maciça de chefes de Estado, que certamente foram representados por seus embaixadores.
Se a liturgia foi sóbria, o entusiasmo da multidão que acompanhou a cerimônia sob um frio de 3 graus abaixo de zero foi realmente comovente. Creio que nunca um presidente da República de qualquer paÃs arrastou tanto povo para presenciar de corpo presente um acontecimento histórico.
Não estou dizendo que Obama é, em si, um fato histórico. Sua eleição e posse sim, são um momento dos mais importantes na trajetória dos Estados Unidos e, até certo ponto, do mundo. Embora tenhamos como nunca espaço para a esperança e força contra o medo (os dois referenciais mais citados durante sua campanha eleitoral e em seu discurso de posse), tudo dependerá agora da capacidade de um homem resistir às pressões da máquina do complexo industrial-militar.
Carlos Heitor Cony - Fonte: Folha de S.Paulo - 22/01/09.
PRIMEIRAS-DAMAS
46% da população tem opinião favorável sobre Michelle Obama hoje
30% da população tinha opinião favorável sobre Laura Bush há oito anos
38% da população tinha opinião favorável sobre Hillary Clinton em 1993
Estilo próprio
Pouco adiantou o jornal especializado em moda "WWD" propor looks para a primeira-dama usar na posse. Michelle Obama optou por um conjuntinho ouro composto por tubinho e casaco, ambos em jacquard floral. Há quem diga que ela ficou mais para matrona que para uma jovem mãe. Mas ela parece passar o recado que tem seu próprio estilo e escolhas pessoais. (Por Natália d’Ornellas).
Fonte: O Tempo - 21/01/09.
"SUERTE"
Sozinho no mundo, o jornal estatal cubano "Granma" (http://www.granma.cubaweb.cu/2009/01/21/interna/artic01.html) escondeu a posse de Obama em sua página 4, dia 21 de janeiro. Mas Raúl Castro (http://about.reuters.com/dynamic/countrypages/argentina/1232566532nN21489848.ASP) surgiu no final do dia para desejar "sorte" ao novo presidente, que "parece um bom homem".
Toda MÃdia - Nelson de Sá - Fonte: Folha de S.Paulo - 22/01/09.
NÃO ERAM SAPATOS GASTOS, ERAM HISTÓRIA
Naquela esplanada onde já houve um mercado de escravos, o movimento de quem chegava para a festa da posse de Barack Obama começou quando ainda era noite e a temperatura estava a sete graus negativos, suficiente para congelar a água das garrafinhas. Nada havia para fazer senão esperar várias horas. Mas aquela gente esperou séculos.
Desta vez, no chão, a festa era deles, extensiva a quem fosse capaz de gritar “Obama†com um sorriso no rosto. Para Rodrick Moore, funcionário da Universidade da Carolina do Sul foram oito horas de volante. Para Eivind Petersen, diplomata norueguês, enrolado num cobertor azul, foram oito horas de vôo. Fernando Souza, de Salvador, enrolado na bandeira brasileira esperava o fim da cerimônia para voar de volta.
Tanya Moore, estudante de ciências do laboratório no Ohio, tinha outra conta. Às oito da manhã, quando o sol já aparecera, ela informou:
“Faltam quatro horas para George Bush ir emboraâ€. Repetiria o lance, com absoluta felicidade: “Faltam 45 minutosâ€. Não havia lugar melhor para a contagem regressiva de Bush.
Empossado na presidência, Barack Obama fechou gloriosamente um ciclo da história americana que começou bem antes do nascimento do companheiro, quando uma vendedora chamada Rosa Parks entrou num ônibus, sentou no assento destinado aos brancos e não quis se levantar. Não há apenas um negro na Casa Branca, até porque o pastor Thomas Robb, diretor da Ku Klux Klan já informou que ele “é só metade pretoâ€.
Os negros americanos liquidaram a fatura. O presidente é negro. O procurador-geral também, bem como a embaixadora nas Nações Unidas. O trisavô de Michelle Obama foi escravo numa plantação de arroz. Os netos da geração que marchou (ou não) nos anos 60, tornaram-se parte da elite americana. Susan Rice, a embaixadora na ONU, é sobrinha neta de Vernon Jordan, que em 1961 era um jovem advogado e escoltou a primeira estudante negra admitida por ordem judicial na Universidade da Georgia.
A meia hora de caminhada da escadaria onde Obama tomou posse, está guardado um par de mocassins com os saltos tipo anabella quase completamente comidos. Durante dez anos, aqueles sapatos ficaram em algum canto da casa de uma professorinha negra de 25 anos, mulher de um militante que tomara 125 cadeias por causa das encrencas de Martin Luther King. Eram a um só tempo coisa velha e memorável. Um dia veio-lhe a ideia de oferecer os mocassins ao Museu de História Americana. E lá estão eles, com a informação: Estes foram os sapatos que Juanita Williams usou na Marcha de Selma.
Em março de1965, Barack Obama ainda não completara quatro anos, viviam em Selma (Alabama) 15 mil negros, mas só 156 deles podiam votar. Uma primeira marcha andou seis quarteirões e acabou-se a cacetadas. Não adiantou. Duas semanas depois os negros marcharam por 80 quilômetros, durante cinco dias e quatro noites. Eram 300 na partida e foram 25 mil na chegada, na capital do estado.
Os sapatos de Juanita eram um pedaço da história dos Estados Unidos e ela percebeu. Depois de Selma, o presidente Lyndon Johnson pôs fim à s chicanas eleitorais contra os negros e desafiou uma audiência usando o tÃtulo de uma canção de protesto: “We Shall Overcame†(“Nós triunfaremosâ€.)
Estranho. Nas festas da posse de Obama evitava-se essa canção. Não precisava, pareceria provocação. Afinal: triunfamos.
Élio Gaspari - Fonte: O Tempo - 21/01/09.
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